A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão

2x24 Droga, eu não deveria ter feito isso... Ou deveria?


Eu tinha tomado uma decisão. Eu ia sair um pouco. Claro, disfarçada. Foi difícil, mas consegui. Nem parecia eu mesma.

Coloquei uma calça jeans, um chinelo de dedo – definitivamente uó! – e uma blusa normal. Arrumei meu cabelo numa trança de lado meio bagunçada. Eu encomendei um óculos sem grau para o endereço dos Cullen. E uma franja de hairplick.

Prontinho. Estava tudo ok. Peguei minha bolsa de lado – totalmente brega, aliás, eu precisava me vestir como outra pessoa.

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Enchi-me de perfume, rezando para que isso disfarçasse meu cheiro.

Saí de casa, checando se havia alguém por ali. Barra limpa. Corri. Corri com todas as minhas forças – caramba! Há quanto tempo eu não me sentia livre desse jeito? Pareciam séculos – até chegar à casa dos meus avós.

Eu podia sentir vagamente o cheiro vampiresco deles. Isso me fez chorar. Eu desejei que eles descobrissem que eu estava viva, de qualquer modo. Apenas descobrissem. Peguei a corrente da minha bicicleta e o cadeado, e a mesma. Guardei-os na bolsa e montei na bicicleta. Pedalei bem rápido, e cheguei ao meu desejado destino em alguns minutis: La Push.

Coloquei minha bicicleta trancada no guardador de bicicletas que havia ali e comecei a andar.

Faz tanto tempo desde a última vez que passei por aqui. Obviamente, estava tudo a mesma coisa. As casas ainda eram a mesma, os poucos estabelecimentos...

As pessoas me olhavam como se eu fosse uma estranha – o que eu tecnicamente era. Mas isso me deixou desconfortável.

Continuei andando mais um pouco pela calçada, até o momento que eu tive uma surpresa. Meu coração deu uma batida, que doeu. Posteriormente, ele acelerou, me deixando profundamente nervosa.

Your Gardian Angel

Seth estava em frente a uma vitrine de uma loja de brinquedos, se divertindo. Ele apontava para os brinquedos e olhava para o Harry em seu colo, e o mesmo se divertia, tocando a vidraça como se pudesse pegar todos os brinquedos.

–Eu compraria para você, mas você já tem todos eles em casa. – Seth falou. – Lembra? Saímos com a mamãe nesse dia. – a dor era evidente em sua voz.

Como eu sentia falta da sua voz.

Isso me fez chorar. As lágrimas desciam pelo meu rosto, e suspeitei ter borrado meu rímel de ontem quando eu estava brincando de me maquiar.

Seth, meu amor... eu quero tanto voltar para você, mas está tudo tão complicado agora.

Enquanto eu o observava brincar com o nosso filho, milhões de perguntas passaram pela minha cabeça.

Por que tudo tinha que ser tão complicado? Por que eu apenas não podia ficar com ele, sem ameaças? Por que Tifanny não parava com essa louca vingança dela, e me deixava viver minha vida em paz? Isso tudo parecia uma loucura.

Por um minuto, eu parei de encher a cabeça com essas coisas. Passei os dedos pelas minhas olheiras, tentando eliminar o borrão. Puxei minha mão para frente e vi meus dedos pretos. Estreitei na parte debaixo das pálpebras inferiores, e com outros dois dedos, passei delicadamente pela parte de minha olheira. Respirei fundo. Iniciei uma caminhada leve até os dois amores da minha vida, no caminho me preparando psicologicamente para isso.

Isso vai ser muito arriscado. Refleti. Mas ele estava bem ali na minha frente, que oportunidade seria melhor que essa para falar com ele? Claro e desditosamente, fingindo ser outra pessoa.

Olhei casualmente para trás, e me deparei com Jacob a alguns metros longe de mim. Ele tinha sua feição desconfiada. Muito provável pelo meu cheiro de híbrida. Droga, se ele me alcançasse, eu não ia conseguir falar com o Seth!

Ele encontrou meu olhar e eu desviei depressa, com medo de ele sacar que era eu.

Felizmente, cheguei à loja que eles estavam. Fingi estar interessada nos brinquedos também, e percebi que ele parara de falar.

–Hã, oi. – ele puxou assunto, e o olhei como se ficasse surpresa de ele estar me chamando.

–Olá. – o cumprimentei.

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–Você é nova por aqui?

–Me mudei há... – me interrompi quando percebi que não ter mudado a voz. Pigarreei e forcei a voz a ficar rouca. – Me mudei há alguns dias.

–Bem vinda. – ele falou, sorrindo lindamente. Caramba, não tinha como resistir. Eu tive que retribuir, não que eu não quisesse.

–Obrigada. – agradeci, um pouco envergonhada. – Que menino lindo. Seu filho?

Ele assentiu.

–Posso segurá-lo? – pedi, e ele o ofereceu. Peguei meu filho com cuidado, temendo chorar. Ele cresceu alguns centímetros desde a última vez que o vi. E eu estava perdendo seu crescimento. Jacob teria que me desculpar, mas eu teria que vê-lo pelo menos algumas vezes por semana, apenas para visita-lo.

Meu menino. Pensei comigo mesma, olhando em seus olhos. Em meus olhos.

–Hey, Seth. – Jacob se intrometeu. Quero dizer, modo de falar. Para mim, isso foi puro intrometimento da parte dele. Ele me olhou, me dando uma bronca silenciosa. – Ah, oi...

Droga! O nome. Pensa, pensa, pensa. Falei o primeiro que veio a minha mente.

Antes disso, tive que pigarrear algumas vezes um pouco forte, e fungar. Seth me olhou com um olhar estranho, e isso me deixou incomodada.

–Angel. Meu nome é Angel.

–Isso. – ele falou, fingindo se lembrar disso. – nos encontramos há algumas semanas por aqui.

–Você falou que se mudou há alguns dias... – Seth falou, deixando sua voz morrer, parecendo confuso e desconfiado.

–Ele me viu aqui quando...

–Ah, foi isso mesmo...

Falamos ao mesmo tempo, tentando nos explicar. Isso fez Seth parecer nos achar dois loucos.

–Na verdade...

–Na verdade...

De novo falamos em coro.

Cala a boca e deixa comigo!

Ele suspirou pesadamente, me olhando.

–Eu vim aqui faz algumas semanas, para ver se eu me acostumaria com esse local. – me expliquei. – Eu acabei tendo um encontrão com ele – apontei para o Jake – e nos conhecemos.

Ele assentiu, finalmente entendendo.

–Eu adorei esse lugar. – eu falei descaradamente. – Principalmente o morador. – confessei, mandando uma indireta bem direta, olhando para o meu marido que pensava que estava viúvo.

Ele sorriu de lado, o sorriso que eu tanto amava.

–Ca-Angel – Jacob gaguejou no meu nome. Eu sabia que ele estava arrumando um jeito de me tirar dali. E me tirando dali, viria a bronca. – Lembra que você comentou sobre uma loja de departamentos? Ela fica perto daqui.

–Quer que eu te acompanhe? – Seth perguntou, educado e cavalheiro.

Eu iria aceitar na hora, mas Jake me mandou um olhar que achei melhor recusar.

–Obrigada, mas ele sabe o nome do que eu quero, e acontece que eu não estou lembrada, então Jake vai me ajudar. – falei, lhe passando nosso filho.

–Bom, então tá. – ele respondeu, aparentemente bem chateado que não ficaria comigo por mais algum tempo. Isso me deixou feliz. – Espero que venhamos nos ver mais vezes por aqui.

Não falei nada, mas na verdade, nossas esperanças eram diferentes. Eu realmente esperava que Jacob me deixasse vê-lo novamente por enquanto, disfarçada.

–Vamos, Ang. – Jacob falou, e essa seria nossa deixa. Acenei para o Seth.

Gostei do apelido do meu nominho.

Ele me olhou, sem humor para brincadeiras.

–Hã... Jake. – ele o chamou. Olhei para trás também, aproveitando meus últimos momentos para vê-lo. – Posso falar um segundo com você?

–Tá. – respondeu. – Eu volto logo. – ele disse e foi até ele. – Diga.

–Ela é uma híbrida? – perguntou, baixinho.

–Sim. – suspirou.

–Então quer dizer que ela está me ouvindo. – ele raciocinou, parecendo constrangido com a sua pergunta.

–Pois é.

Ele me olhou, e eu acenei, também confirmando sua suspeita. Bem, isso não seria problema em ele saber.

Seth soltou um sorriso com os lábios franzidos, acanhado. Um riso escapou por entre meus lábios. Eu não me controlava. Adorava quando ele se constrangia. Parecia um anjo. Mas quando é que ele não parecia um anjo?

–Bom, vou lá.

Segundos depois, ele estava novamente ao meu lado. Caminhamos por alguns metros até estar longe da audição dele. Eu olhava por volta, observando as pessoas com sua família dando uma volta pela rua, os estabelecimentos recheados de pessoas, os poucos carros passando pela rua. Eu aproveitei o silêncio de suas palavras, visto que logo teria uma série de reclamações e repreensões.

–O que estava pensando quando resolveu fazer uma rebelião? – ele perguntou, sua voz dura.

–Rebelião? Tá louco? Eu só quis sair um pouco de casa. – resmunguei com raiva, entre dentes. Eu não estava me rebelando, apenas quis ver novamente como era se sentir quando se está na cidade, e não trancada dentro de uma casa no meio na floresta.

–É? – perguntou, sarcástico. Bufei e cruzei os braços, a espera do que mais viria. – Você sabe o que esse seu querer está te custando? E se aquela sanguessuga decidisse dar uma volta pela cidade para fazer um lanchinho e por acaso descobre que a tal Angel, na verdade, é a Carlie?

Conforme sua frase ia chegando ao fim, mais ele abaixava seu tom, preventivo.

–Me deixa em paz, Jake.

O ignorei e comecei a andar, tentando me interessar pelas coisas nas vitrines das lojas. Hmm. Uma lanchonete. Não é má ideia fazer uma boquinha. Não comi nada antes de sair de casa.

–Essa sua falta de consideração pelas pessoas que você ama pode colocar todos vocês em risco! – ele voltou a falar, me puxando pelo braço para que eu pudesse olhar para ele.

–Falta de consideração? – perguntei, incrédula. Eu senti meus olhos ardendo, e percebi que as lágrimas de raiva já estavam a espera de uma oportunidade para se livrarem dali. – Eu cansei, Jacob! Eu cansei de esperar, de ficar vinte e quatro horas por dia trancada naquela casa sem poder fazer nada além de jogar o estúpido videogame e mexer naquele estúpido notebook, sendo que minha vida está aqui fora!

Eu parei quando ele começou a me compreender e ficar sem palavras. As prisioneiras dos meus olhos conseguiram escapulir.

–Minha família inteira acha que estou morta, e há semanas meu filho acorda sem ter uma mãe para trocar sua fralda, dar mamadeira, brincar com ele, dar banho... e o meu marido! Acha que me perdeu, com certeza sente falta de acordar ao meu lado, de ver que estou ali, deitada ao seu lado na nossa cama, e eu lhe dando um beijo de bom dia.

Eu fiz outra pausa, e funguei. Eu estava nervosa, e a temperatura do meu corpo aumentou por conta do meu nervosismo. Agradeci que nesse momento bateu um vento em nossa direção, me relaxando um pouco.

Isso tudo deixou meu coração apertado. Realmente fazia uma falta inimaginável.

Esse tempo todo ficou calado, e acho que ele estava... como se soubesse como eu estava me sentindo... sabe quando uma pessoa conta sobre os dramas familiares que ela vive e você fica ressentida, e não sabe o que dizer? Então, era assim que ele estava.

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–Eu estou cansada, Jake. – voltei a falar, e minha voz falhou. – Eu quero voltar a viver, porque eu não posso chamar isso de vida.

–Carlie, isso é arriscado...

–E se fosse como outra pessoa? Quero dizer, eu me apresentei hoje a ele como Angel, eu posso fingir ser ela enquanto não posso dizer que estou viva.

–Eu não sei...

–Por favor, Jake. – o interrompi, cheia de esperanças. Ele parecia estar prestes a ceder. - Estou te implorando!

–Olha, vá para casa. – eu abri a boca para reclamar, mas ele falou mais rápido. – Eu prometi a Nessie que a levaria para jantar fora e acho que não vamos voltar para casa hoje. Então amanhã a gente conversa, falo com a Bella para ver se ela concorda, e decidiremos.

A felicidade explodiu dentro de mim, que eu não me contive. Pulei nele, o abraçando apertado. Eu estava quase chorando, de tão emocionada.

–Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada!

Ele ria de meus exagerados – não para mim – agradecimentos.

Eu me separei do abraço, e levei minha mão para secar meus olhos.

–É melhor você lavar essa cara. – ele aconselhou. – Está toda borrada com aquele troço preto que as mulheres põem nos cílios.

Fiquei alerta com o que ele disse, e passei a mão rapidamente por baixo de minhas olheiras. Eu parei tempo depois.

–Alias, como você chegou aqui? – ele perguntou, como se só agora tivesse caído a ficha. Ele mesmo passava os dedos por baixo de meus olhos, tentando tirar a bobagem que fiz em meu rosto para tentar me disfarçar.

–Minha bicicleta alugada. – respondi. – Como agora não é mais alugada, enviei o dinheiro pelo correio para compra-la.

Ele riu.

–Não vai adiantar. – avisei e ele parou na hora. – É a prova d’água, não sai tão fácil.

–Bem, agora volte do mesmo jeito que você veio.

–Ok. Tchau,

Dei-lhe as costas e comecei a andar.

–Espero te encontrar em casa quando voltar. – ele avisou.

Eu prometo.

* * *

Eu não estava mais aguentando de tanta ansiedade. Eram cinco e vinte e dois. Havia se passado apenas algumas horas desde que cheguei em casa. Parecia uma eternidade esperar para me apresentar a todos como Angel. Mesmo que Jacob não aprovasse, eu acho que não aguentaria esperar muito mais tempo.

Peguei o meu celular e disquei o número.

–Alô?

–OI, Seth. Aqui é a Angel.

O ouvi engasgar do outro lado da linha. Achei uma graça. Eu me perguntei se ele estava mexido desse jeito porque ele sente alguma coisa quando está perto de mim, por eu ser a Carlie.

–O-oi, Angel. – ele tropeçou nas palavras, e isso me fez rir. – Tudo bem?

–Tudo. – respondi. Eu decidi ser direta. – Que tal se sairmos hoje?

–Já que você tocou no assunto, eu queria te convidar para jantar.

Um sorriso nasceu em meu rosto. Estava sendo mais fácil do que eu pensei.

–Eu conheço um restaurante ótimo chamado minha casa e o chefe de cozinha é excelente, e por acaso sou eu.

Ri suavemente.

–Fechado.

–Te pego que horas?

–Não!...

Droga! Desespero demais da minha parte.

–O que... foi? – perguntou, deve ter pensado que tivesse dito algo totalmente errado.

–Eu-eu vou aí. – Gaguejei por conta da minha agitação. – não se preocupe.

–Sabe onde é minha casa?

A surpresa em sua voz atrairia desconfianças mais tarde.

–Sei sim. Jacob e eu passamos em frente a ela e ele me disse. – expliquei. – Sou boa de memória.

–Ok...

–Às sete e meia está bom para você? – perguntei logo, me dando conta - pela sua voz - que ele não se deixara enganar.

–Perfeito.

–Até logo.

Preparei-me mentalmente para ouvir pela ultima vez a sua voz perfeita até a minha chegada a sua-nossa casa.

–Tchau.

* * *

Lady Antebellum – Just a Kiss

Eu estava decidida. Iria abrir o jogo e dizer que estou viva. Que eu nunca o deixei. Eu odiava o fato de estar fazendo-o sofrer por minha causa. Eu causei toda aquela ira sobre a Tifanny. Mas não é hora de falar sobre ela. O nervosismo tomava conta de mim toda vez que eu me lembro dessa decisão. Fiquei agradecida por tia Alice não poder ver o meu futuro ou do Seth (de híbridos e lobisomens. Eles tinham uma teoria: ela podia ver os humanos porque foi uma deles, e ela podia ver os vampiros porque ela fazia parte deles agora).

Lembrar seu nome me fazia suspirar, e me recordar de nossos momentos juntos. De nossos beijos. Nossas carícias. Palavras de amor e declaração. Nossas noites de amor.

Olhei no relógio. Eram seis e meia. Faltava uma hora para me encontrar com ele em nossa casa, que agora não era mais tão minha. Essa casa ficava em La Push. E não era a única, já que minha família comprou uma casa para nós, em Boston, onde eles estavam.

Desliguei-me desses pensamentos do passado – e logo do futuro – e me foquei no presente. Tomei um banho quente e rápido. Coloquei uma blusa vermelha, com renda nas costas, e uma saia de cintura alta preta. Pra finalizar, um salto preto básico.

Andei até a penteadeira e analisei como eu estava. Ok. Coloquei a franja de hairplick, os óculos sem grau. Pronto. Eu estava irreconhecível para sair na rua. Mas eu precisava me encher de perfume, literalmente, para o meu cheiro ficar invisível para o olfato vampiresco. Tive que colocar tanto, que me fiz espirrar.

–Ah, me desculpe, querida. – me assustei ao ouvir a voz da mamãe na porta do meu quarto. – Achei que não estivesse em casa.

Minha mãe tinha vindo me ver, com a desculpa que estava visitando Seth para ver como ele estava.

–Então quer dizer que o perfume funcionou. – falei para mim mesma, sorrindo.

Às vezes o perfume funcionava tão bem que o cheiro ficava no meu quarto, simulando apenas eu ter passado por aqui, mas eu estava aqui.

–Vai sair? – perguntou prestando atenção em minhas palavras. Pois, as vezes eu só me fantasiava para me “divertir”.

–Não. – menti e depois me perguntei porquê. – Apenas queria ver novamente como funcionava.

–Ok. – ela respondeu. – Acabei de chegar do shopping e trouxe roupas para você, e um novo estoque de perfume. Agora vou caçar. Logo estarei de volta. Jacob estará aqui de manhã. Ness acha que ele estará fazendo uma viagem de negócios. – ela sabia que eles dois queriam trabalhar, então sempre que aparecia uma oportunidade de dinheiro, eles corriam atrás desnecessariamente.

–Como ele está com isso?

–Ele se sente horrível por estar mentindo a ela, mas sabe que é por uma boa causa.

–Até mais, minha querida. – me beijou na testa.

–Tchau, mamãe.

E ela se foi. Assim que ouvi a porta sendo fechada, rapidamente vasculhei as sacolas de marcas de lojas finas e caras, procurando algo melhor para vestir do que uma saia e uma blusa. E então achei um vestido cinza, de renda florida. Simplesmente... Perfeito. Livrei-me daquela roupa sem graça que estava em meu corpo, e substituí pelo vestido. Fui para a minha penteadeira e comecei a produção para melhorar no disfarce. Quando olhei no relógio, fiquei frustrada, pois faltavam quinze minutos para a hora marcada. Perguntei-me como a hora andou tão rápido. É, talvez eu fosse chegar ao meu encontro épico um pouco atrasada. Peguei o lápis preto próprio para sobrancelha e a deixei mais grossa e escura. O próximo passo foi fazer as sardas nas bochechas e nos lados do nariz.

Quando a Angel estava no lugar da Carlie, me preparei para sair. Minha mãe tinha um carro na casa grande, então eu precisava ir primeiro lá, já que eu não queria ir correndo pela floresta e estragar minha roupa.

..............................

Hoobastank – The Reason

Cheguei em frente a porta e respirei fundo, me preparando. Toquei a campainha.

–Calma. – murmurei em voz baixa, tentando me livrar do nervosismo.

Segundos depois a porta foi aberta. Ele estava lindo e cheiroso. Estava com uma blusa simples branca, e um blazer preto por cima. Uma calça jeans escura, e um tênis branco acinzentado. O perfume era o nosso preferido que ele usava. Desde o início.

–Vai sair e se esqueceu de me avisar? – brinquei. Ele riu e me deu espaço para entrar.

Eu tive a honra de contemplar a beleza da casa. Ela tinha dois andares, a escada perto da entrada da cozinha denunciou isso.

–Eu achei que gostaria de jantar em casa hoje. – ele explicou, sempre com um sorriso no rosto. Fechou a porta e se virou para me olhar – Eu sei bastante receitas culinárias que aprendi.

–Uau. – sussurrei, impressionada. Eu já sabia disso, mas o jeito que ele falou soou extremamente sedutor.

Ele mordeu o lábio, e tive que me conter para não beijá-lo naquele momento.

–Então... – puxei assunto – o que temos hoje?

–Eu não sei exatamente do que você gosta, então decidi preparar um macarrão ao creme de leite. – ele falou.

Fique surpresa, pois eu adorava quando ele fazia esse prato para mim.

–O que foi? – ele perguntou, e então percebi que demorei alguns segundos para falar algo. E então ele começou a dizer um monte de coisas, parecendo um pouco culpado e bastante desesperado por não ter acertado no meu prato preferido – Não gosta de macarrão? Não tem problema, eu posso...

–Eu adoro macarrão. – o cortei, falando o porquê da minha surpresa.

Ele sorriu, aliviado.

–Eu apenas fiquei surpresa de você ter feito um dos meus pratos preferidos. – expliquei, recuperando a fala.

Ele sorriu, parecendo um pouco abalado. Eu me perguntei o que eu fiz para ele ficar daquele jeito.

–Eu falei algo de errado? – perguntei relutante. Será que isso que eu disse o fez se lembrar de mim... da Carlie?

–Não é você... apenas... – ele parou, lutando com as palavras, tentando achar a certa. – Você nunca ouviu falar sobre o imprinting de um lobo, né?

–Já. – admiti e ele me olhou surpreso. – Eu ouço muito sobre os Cullen e sobre seus amigos.

Doeu ter que falar da minha família, e eu mesma tendo que me excluir.

–Então, eu sofri imprinting com uma garota muito especial. Mas ela morreu.

A dor em sua voz era mais do que explicita. E eu tive que me conter, para não falar `` Eu sou a Carlie ´´.

–Ela era tão especial assim?

O modo que ele se referiu a mim... a Carlie... ah, que se dane, Eu sou a Carlie! o jeito que ele se referiu a mim, me deixou... sei lá. Uma alegria repentina tomou conta de mim.

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–Ela era muito mais do que especial. – ele confessou, longe do planeta Terra. Agradeci essa distração, pois meus olhos arderam, e eu sabia que estava prestes a chorar. Era apenas confortante ele falar sobre mim para eu mesma, mas pensando ser outra garota. - E gostava de macarrão com creme de leite. – ele acrescentou e me olhou.

–Estou feliz de te lembrar de alguém especial. – revelei, e ele sorriu o meu sorriso preferido.

–Quer me acompanhar? – perguntou, sendo um perfeito cavalheiro. Gesticulou a mão em direção a cozinha, para que eu fosse na frente.

–Obrigada. – reverenciei com o meu vestido. Andei até o outro cômodo. Era lindo. Minha primeira vez dentro dessa casa, pois nunca havíamos visitado as casas de La Push antes. E isso se tornou impossível desde que eu `` morri ´´. – É tão lindo aqui dentro. – falei, ainda olhando a decoração.

Lembro-me de uma vez quando estávamos na lua de mel, eu liguei para tia Alice e conversamos sobre decorações de casa. Ela me perguntava como que eu gostava das decorações – claro, opinava em tudo – e eu falava dos meus gostos. Com certeza ela usou minhas opiniões para fazer a casa no meu gosto.

–Eu sei. – respondeu, sorrindo genuinamente. - a tia dela me disse que a maioria, quem escolheu foi ela.

Que bom que você gostou, meu amor. Pensei, olhando para ele, mas deixando o pensamento apenas para mim.

Seus olhos ficaram focalizados na cozinha, observando-a. E os meus o observavam. Sua beleza era incontestavelmente. Seus olhos castanhos escuros, que agora pareciam claros. Sua bochecha morena, sua pele morena. Os lábios vermelhos estavam curvados num sorriso que me fazia pirar.

Ele pareceu sair de algum transe e me olhou. Ficou envergonhado quando me pegou o olhando.

–O que foi?

–Você é lindo. – falei, vidrada em suas feições encantadoras.

–Não tanto como você. – disse, com um ar sedutor. Eu fiquei sem jeito, e mordi o lábio. Ele nunca percebia o efeito que causava nas mulheres.

Ele percebeu que eu fiquei sem graça, e se apressou a falar sobre o jantar.

–Vamos jantar?

–Claro. – concordei rapidamente. – Estou morrendo de fome.

O jeito que ele olhava para mim... Para a Angel, era como ele me olhava. Desde quando a gente começou a namorar. Olhava-me com admiração, amor, do mesmo jeito que olhava para o meu disfarce. Eu estava desconfiada de que ele sentisse que era eu, por causa do imprinting.

Ele puxou a cadeira para eu me sentar. Eu quase me derreti com esse gesto romântico dele.

Estiquei a mão para poder pegar a concha de pegar macarrão, mas ele me impediu.

–Eu sirvo. – falou. Sua mão pegava fogo sobre a minha. Eu me assustei com a temperatura. Tantas semanas sem tocá-lo, sem senti-lo, que foi como se fosse a primeira vez.

–OK. – respondi baixinho, recolhendo a mão antes que eu ficasse com cara de abobalhada.

Após ele servir, começamos a comer em silêncio. Isso estava me desconfortando, porque ele não parava de me olhar.

Eu precisava de alguma coisa para dizer, ou então ficaria naquele silêncio constrangedor – para mim – para sempre.

–Está uma delicia. – elogiei.

Ele sorriu, agradecido.

–Que bom que gostou.

Seth era o sonho de qualquer garota. Amigo, divertido, forte, alto, compreensivo, meigo, extrovertido, e além de tudo, lindo. Eu era uma garota de sorte por ter ele ao meu lado, para toda a eternidade, me amando, sendo meu amigo, meu protetor. Talvez ele merecesse alguém melhor que eu. Alguma pessoa que o fizesse feliz, e não sofrer, como estou fazendo.

Com sorte ou coragem, eu contaria hoje ainda, quem eu realmente era, e acabaria com esse seu sofrimento.

–Parece pensativa. – ele comentou, me tirando da profundeza dos meus pensamentos.

–Um pouco. – admiti. – A vida é uma caixa de surpresas, não é?

–Mas muitas das surpresas reservadas para a gente, nós não gostamos.

–Sou obrigada a concordar com você.

–Posso te confessar uma coisa? – ele falou de repente.

–Pode. – falei, ainda entre risos.

Ele aproximou sua mão da minha, até que ela estava em cima da minha. Meus risos cessaram com a surpresa do seu toque.

–Há tempos – ele começou, olhando em meus olhos. – eu não me sinto desse jeito.

–Defina “desse jeito”. – pedi, tentando me livrar do nervosismo.

–Completo. Feliz. Sempre faltava um pedaço de mim. Mas agora que estou com você, estranhamente me sinto inteiro de novo.

Eu nunca o imaginei dizendo essas coisas para uma estranha. Mas presumi que era por causa do imprinting que ele se sentia desse jeito perto da Angel. Suas palavras me trouxeram um calor novo. Não de queimar, mas de suar.

–Você me faz tão bem. – ele sussurrou. Seus dedos roçaram em meu rosto, e eu fechei os olhos, desfrutando da sensação.

Eu me distraí, e o garfo – aparentemente caro, claro, tia Alice não compraria coisa barata – escorregou de minhas mãos.

O barulho nos fez acordar do transe. Rapidamente abri os olhos, percebendo o que eu fizera.

–Me desculpe. – falei me levantando para poder pegá-la.

–É só um garfo. – ele falou, e seu tom declarou que era totalmente desnecessário eu estar me desculpando por algo tão banal. – Deixa comigo. – ele pediu, se levantando. O ignorei, já perto da pia, pronta para lavar a talher, quando subitamente ele a tomou de mim.

–Hey, eu disse que... eu... lavo...

Minha voz sumiu aos poucos quando o pequeno movimento que fiz para girar meus calcanhares me levou para perto do seu corpo. O calor eminente dele irradiava para mim, como se eu estivesse a centímetros de uma fogueira grandiosa. Para qualquer um, seria insuportavelmente chato ficar perto de alguém com a temperatura tão elevada, mas para mim era delicioso. Eu queria ficar assim para sempre.

Quando nossos olhos se encontraram, a conexão fora tão forte que tive a sensação de estar a vontade. Totalmente a vontade. Como se fosse Seth e Carlie, juntos desde sempre. Sem medo de um machucar o outro involuntariamente. Sem medo de eu o estar colocando em perigo por querer dizer que eu estava viva. Mas eu sabia que sua dor apenas passaria se eu lhe contasse que eu nunca morri.

Naquele momento, eu gostaria de lhe dizer. Juro que tentei, mas da minha boca não saiu nem um A. eu estava hipnotizada pelos seus olhos. Seus amorosos olhos castanhos me passavam uma paz que abriguei dentro de mim de bom gosto.

Tive a audácia de me aproximar mais, inconscientemente. Eu não sei se depois me arrependeria de tudo isso. Talvez sim, talvez não. Mas nunca saberia se não arriscasse.

Sua mão assentou na lateral do meu rosto. Um calor subiu pela minha espinha ao vê-lo se aproximando lentamente. E me surpreendeu quando não foi mais tão lento. Nossos lábios se chocaram suavemente, como se fosse o primeiro beijo.

Seus braços se apertaram a minha volta, e nossos corpos se moldaram, como feitos um para o outro. Nossos tecidos de roupa eram finos, e a vantagem era de sentir seu corpo nitidamente contra o meu. Minhas mãos escorregaram pelos seus braços fortes, pelo pescoço, nuca, e uma ficou ali. A outra continuou o trajeto até chegar no cabelo, e agarra-lo, o trazendo desesperadamente para mim.

Ele deu um meio passo para frente até eu sentir minhas costas na bancada. Tudo em nós estava conectado. Não apenas fisicamente, mas emocionalmente também. Tentei me concentrar enquanto conduzi minha mão pelo seu braço direito, até chegar a sua mão. Tirei o garfo dela, e joguei em qualquer canto da pia. Nem prestei atenção se caiu mesmo dentro dela. Nada mais me importava até do que estava acontecendo entre nós dois.

Ele segurou meus quadris para me levantar e me sentar na bancada – ele ficou entre as minhas pernas. O beijo parecia que eu estava tirando o atraso de muito tempo. Eu sugava seus lábios como se minha vida dependesse disso.

Apesar disso, teve um momento – na verdade, acho que desde o início – que ele ficou um tanto desligado, como se tivesse centralizado em apenas um pensamento em sua mente.

Desisti de beijá-lo e não ser correspondida, pois parecia que ele estava pasmo com alguma coisa. Fiquei preocupada com o que poderia ser que o deixara assim.

Distanciei pouco nossos lábios, para que eu pudesse olhar dentro de seus olhos.

–O que houve? – perguntei, levando a mão para acariciar sua pele macia.

Ele olhou para cima, encontrando meu olhar. A surpresa me invadiu quando vi tanto espanto dentro dele.

–Carlie?