Richard Marx – Right Here Waiting

— Carlie?

Minha boca se abriu num Pop. Como ele soube?

— O-o que?

— É você, Carlie? – ele perguntou novamente, lágrimas de felicidade se amontoaram em seus olhos. Eu sabia, porque o sorriso dele denunciava. Mas agora era mais uma acusação do uma pergunta.

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Engoli em seco. O desespero quase me impulsionou a negar tudo, mas me lembrei de que estava ali por uma causa.

— Olha, - comecei a falar, o empurrando pelo peito para ter uma considerável distancia para poder descer do balcão. – me dê um minuto.

— Para que? – ele perguntou, porém o ignorei e peguei minha bolsa em cima do sofá. Me dirigi ao banheiro e tirei toda a fantasia, voltando a ser a Carlie, quem eu nunca deveria ter deixado de ser.

PDV Seth.

Esperei impacientemente sua ida ao banheiro. Será que eu fiz besteira em chama-la de alguém morta? Mas eu senti que era ela. Carlie foi a única mulher que eu já beijei em toda a minha vida, e mesmo assim seu beijo foi distinto. Mesmo beijando Angel, parecia ser a Carlie.

Se Angel e Carlie são a mesma pessoa, eu queria saber porque ela não apareceu durante todo esse tempo. Ficou sumida. Talvez Bella não tenha visto certo, Carl estava apenas desacordada nos braços de Tifanny, acabaram se perdendo nas águas e Carlie bateu a cabeça, ficou confusa, vagando por aí. Ela jamais deixaria Harry para trás. Ela também não estaria com outro... eu torcia para que não. Bem, ela não estava morta, somos casados no papel, então era uma forma de me trair, certo?

Chacoalhei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos. Não seja ridículo, Seth. Angel provavelmente está pensando em uma desculpa para ir embora depois desse constrangimento.

Levantei-me, saindo dos meus pensamentos inquietos. Por que da demora? Minha falta de paciência já estava me deixando exaltado.

Eu senti uma vaga movimentação atrás de mim, e me virei ligeiro. O que meus olhos viram quase fez meu coração parar de vez.

Seus óculos não estavam mais onde estavam, o aparelho também se fora. O cabelo curto e preto deu lugar aos familiares cachos ruivos escuros que eu sempre fui apaixonado. Os olhos antes escuros, agora os verdes donos do meu coração. A maquiagem também se foi, deixando seu rosto limpo. Tudo isso que fora eliminado de seu rosto revelou a pessoa mais importante da minha vida.

E então fez sentido eu ter sentido a conexão com a Carlie enquanto estava com a Angel. Porque macarrão com bechamel e cogumelos era um de seus pratos favoritos. Porque seus olhos se encheram de lágrimas quando ela pegou o Harry pela “primeira” vez em seu colo. O seu cheiro tão semelhante ao cheiro inebriante da Carlie – que inclusive me fez perceber que ela era uma híbrida – porém o da “Angel” estava coberto por perfume. Porque a Angel era a Carlie. Disfarçada.

A primeira coisa que fiz quando vi seu rosto relevado foi ir até ela e pegá-la em meus braços. Ela retribuiu no mesmo instante, bem apertado. Seu corpo tremia pelos soluços descontrolados.

— Carlie, não acredito que é você mesmo, Carl. – eu falava sem parar.

— Sou eu mesma. – ela respondia, com a voz embargada.

Eu fiquei temeroso de que fosse apenas outro sonho e eu acordasse dele logo, e ela evaporasse de meus braços. Eu nunca senti tanto medo na minha vida desde que os Volturi vieram pela segunda vez.

Ela tentou se afastar um pouco, mas não deixei. Permiti unicamente que ela inclinasse a cabeça para trás, assim podendo olhar em meus olhos. Ah, como eu sentia falta daquelas esmeraldas verdes.

Apoiou os cotovelos nos cantos de meus ombros e levou suas lindas, delicadas e pequenas mãos para secar minhas infinitas lágrimas.

— Não chore, por favor. – ela pediu, encontrando meu olhar. Apesar de seu pedido angustiado, ela sorriu ao ler algo em meu olhar. Acho que a felicidade.

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Nesse meio tempo todo, eu me esqueci da minha imaginação estúpida que me fez cogitar que ela estivesse me traindo.

— Não se preocupe. – falei, sem dar importância a mim mesmo. Escorreguei minha mão por suas costas, e parei quando ela estava em seu aprazível e macio cabelo. O segurei delicadamente entre minha mão, sentindo a suavidade natural na palma da minha mão. E então puxei seu rosto de encontro ao meu, até que sua boca estava novamente na minha. Esse beijo fora diferente. Longo, amoroso, saboroso, que me fez me desligar totalmente do mundo onde estávamos e me focar apenas na mulher maravilhosamente perfeita a minha frente. Quando ela desviou da minha boca para espalhar carícia com os seus lábios em meu pescoço, tirei proveito para poder pronunciar o que restou de minha frase inacabada. – Estou chorando de alegria.

Seus dedos finos e delicados dedos agarraram meus cabelos e ela cessou sua sessão de beijos.

— Eu não aguentava mais esconder isso de você. – sussurrou contra a minha pele, me causando calafrio.

E essa sua declaração me despertou um interesse que eu havia me esquecido.

— Por que não me contou que estava vi...?

Ela tocou meus lábios com o dedo, me calando.

— Não pensei sobre isso agora, OK? – ela pediu, retirando os dedos e colocando os braços ao redor de meu pescoço. Foi estonteante quando Carlie levou seu rosto para mais perto do meu, nossos narizes roçando um no outro. Com a ajuda de minhas mãos que ainda a seguravam pela cintura sobre aquele tecido fino, a trouxe para mais perto de seu corpo. – Vamos aproveitar esta noite, que tal?

Isso fez as bobagens voltarem a minha mente.

— O que quer dizer com “esta noite”? – lhe perguntei, achando estranho.

— É uma longa história. – ela suspirou.

Achei melhor não continuar com o assunto, e me foquei novamente nela. Cara! Isso era mesmo real? Pelo que me pareceu uma eternidade, eu achei que ela estava morta. Sucumbi à escuridão, tentei tirar minha vida e quase enlouqueci de dor. Então descubro agora que era uma farsa. Para quê eu não sei, mas fico muito aliviado de ela estar aqui comigo agora. Mais tarde eu teria minhas respostas. Explicações ficariam para depois. O agora era apenas ela e eu.

Não esperei mais nenhuma reação, movimento ou coisa do tipo dela. Beijei-a fervorosamente. Ahh, que saudades do gosto do seu beijo.

Ela agarrou novamente meu cabelo e pareceu inconsciente quando pegou impulso e jogou as pernas em volta de minha cintura. Era uma sensação inexplicavelmente calorosa senti-la tão perto novamente. Ver seu sorriso. Sentir seu beijo. Tudo tão bom.

Não perdi tempo. Segurei suas coxas para melhor ela ficar e comecei a subir as escadas. Eu confiava em meus sentidos para poder andar sem nada ver. Continuei andando pelo chão de madeira até chegar ao nosso quarto. Era o último da direita. Felizmente não bati em nada no caminho.

Quando fechei a porta, tateei minhas mãos a louca procura da luz, mas ela me parou.

— Deixe assim. – ela pediu num sussurro, descendo de meu corpo. Suas mãos escorregaram em meu peito, parando ali. Cara, era ela mesmo. Como isso era possível? Depois de todo esse tempo, parecia irreal.

Sem perder tempo, puxei-a pela cintura e a beijei. Quando lhe dei tempo para respirar distribuindo beijos por seu pescoço, ela pegou uma grande quantidade de ar. Sorri. Uma das muitas reações que causo nela.

— Senti tanta falta sua. – sussurrei contra a sua pele, a girando e a colocando contra a parede. Senti seu sorriso contra o meu cabelo, enquanto ela ainda agarrava meus fios crescidos.

— Eu também. – ela falou, sem ar. – Você deixou seu cabelo crescer?

Afastei meus lábios dela para lhe falar.

— Eu não liguei para o meu cabelo depois da notícia que você estava morta. – confessei, sem vergonha nenhuma. – A mulher da minha vida morre e eu vou me preocupar logo com o cabelo?

Ela riu de meu tom, e voltou a colar nossos lábios. Sem perder tempo, agarrei o elástico de sua saia e o folguei. O puxei para baixo, me deliciando com a pele sedosa de suas pernas. Depois arranquei sua roupa de cima. Não tive como não olhar para o seu corpo esbelto. Tão sedutor.

— Eu te amo. – ela falou, sua voz saiu tão naturalmente, que meu coração deu um pulo de felicidade.

— Eu também te amo muito, muito, muito. – sussurrei e fui aproximando meu rosto do dela lentamente, até que minha frase se interrompeu pelo beijo.

Sua mão adentrou minha jaqueta e a tirou. Arrepiei-me quando senti suas mãos pequenas passeando pelo meu corpo.

Senti cócegas em minha barriga quando sua mão roçou por ali – o que não é normal, pois não tenho cócegas – e me arrepiei. Ela se esticou na ponta dos pés para sussurrar em meu ouvido. Seu corpo se colidiu com o meu no processo.

— Descobri outro ponto fraco seu, então? – ela perguntou, seus lábios colados em minha orelha. Isso me passou vários calafrios pelo corpo inteiro. Agora ela distribuía beijos calorosos em meu pescoço. – Porque até onde eu sabia, você não tinha cócegas até uns dias atrás. – disse contra a pele do meu ombro.

Você faz isso comigo. – declarei, apesar de não haver segredo nenhum no meio disso, e a segurei pela cintura, virando-a novamente contra a parede. Espere um segundo... quando ela inverteu as nossas posições?

Não tive tempo de pensar mais em nada, pois a babá eletrônica fez barulho do choro do nosso filho, denunciando ele ter acordado.

Ao ouvir os berros do bebê, um sorriso nasceu em seu rosto.

— Vamos ter trabalho duplo. – suspirei, assim que captei o choro de Sarah. Eles não podiam ter esperado meia hora? Cara, eu to com uma saudade danada na Carlie. Olhei em seus olhos, estupidamente pronto para pedir mais alguns segundos ali com ela, mas no momento que encontrei seu olhar, percebi a decisão neles. É claro que ela iria querer ver o filho.

— Mas por quê? – ela perguntou, confusa. Devia estar tão distraída com o filho que nem deve ter escutado o outro neném no quarto da frente.

— Sarah veio dormir aqui. – suspirei novamente, frustrado.

— Hey, relaxa. – ela murmurou baixinho, e beijou meus lábios antes de me afastar.

Foi até o closet – totalmente exagerado em minha opinião, mas cadê que alguém me ouviu? Claro, apenas Edward, Carlisle e Jasper me ouviram, Emmett disse que era um ótimo lugar para aquilo. Alice ficou doida, e no momento de fúria e nojo, prometeu nunca mais entrar naquele lugar. – comigo a seguindo, e pegou uma camisa xadrez minha, e a colocou.

— Depressa. – ela me apressou, e segurou minha mão para me fazer andar mais rápido.

Ela andou rapidamente alguns passos e entrou no quarto do Harry. Nem pensou duas vezes, foi até o berço do nosso filho.

Foi uma cena linda o que vi a seguir. Ela se debruçou sobre o lugar onde ele dormia e o pegou delicadamente em seus braços. Carl o olhava com tanto afeto, tanto amor, que parecia que ela transmitia isso para nosso filho.

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Saí do transe quando me lembrei de Sarah. A peguei. Ela estava do lado oposto do berço.

— Você tem muito jeito nesse negócio de cuidar de criança. – ela observou.

— Obrigado pelo elogio.

Ela riu, balançando Harry para lá e para cá.

— Meu lindo. – ela sussurrou, olhando nos olhos da criança. – Senti tanto a sua falta.

Ela olhou para mim e completou:

— Sua também.

Meu coração disparou. Eu também senti sua falta. Tanto que me sufocava. Como uma corda que estava amarrada em meu pescoço, e apenas quando ela chegou, a corda desatou, me libertando.

Passaram-se alguns longos minutos e finalmente os dois caíram no sono. Parecia uma competição de quem dormia primeiro. Quando a Sarah se aquietava, do nada Harry chorava novamente, acordando-a. Foi assim por quase uma hora.

— Ai, estou exausta. – Carlie suspirou assim que terminou de colocar o bebê no berço. Ela veio até mim e passou os braços em minha cintura.

— Avisei que teríamos trabalho duplo.

— Valeu a pena. – ela disse, com um sorriso colado no rosto. – Ele cresceu tão rápido.

Eu sorri, e saímos do quarto.

— Aonde é que estávamos? – sussurrei em seu ouvido, e a vi estremecer. A virei e capturei seus lábios.

Quando vi, nossas roupas estavam estiradas pelo corredor onde estávamos. O chão gélido de madeira parecia não incomodar sua pele nua.

— Você tem muita coisa para me dizer, certo? – perguntei depois de um longo silêncio.

Ela soltou um demorado suspiro. Acomodou-se em meus braços, me abraçando. Eu não hesitei, abracei-a de volta.

— Tenho sim.

Ela me contou absolutamente tudo. Sobre como Jacob e Bella a salvaram, e como ela estava se escondendo da desgraçada da Tifanny. Ela me mostrou seus dias de mais sofrimento que ela veio sentindo todo esse tempo escondida, sua única companhia diária era a Jessy. – naquele momento fez sentido quando Bella insistiu em levar a gata para adoção dias depois do funeral simbólico – Como sentia falta da sua vida, da família, da nossa casa, de seu pai, dos nossos amigos, do Harry, e que como gostaria de voltar a viver como antes.

— Eu até já desejei que a Tifanny me encontrasse só pra acabar com esse sofrimento. – sussurrou, desviando o olhar do meu.

Do que ela estava falando?!

— Não diga uma coisa dessas nem brincando. – a censurei. Que sentido teria a vida sem ela?

— O que me motivava a ter vontade de viver era pensar em você e no nosso filho. – ela confessou.

Abri a boca para dizer algo, mas antes disso, ela me calou com um beijo.

* * *

— Harry já acordou?

Sua voz veio do banheiro onde ela tomava banho. Eu tinha ido até o quarto onde as crianças estavam dormindo. Ele havia acordado cedo – às oito da manhã – e acabou acordando a Sarah também.

— Acordou agora. – respondi-lhe.

Assim que eu estava com os dois no colo, meu celular começou a tocar.

— Porcaria. – resmunguei.

Eu não ia conseguir. Ah, mais tarde eu retorno.

— Deixa que eu atendo. – ela gritou.

Chegou em alguns segundos – alguns toques depois – no quarto, apenas com a sua toalha lilás enrolada em seu corpo divino. Fiquei encarando, e torci para que não estivesse babando.

— Hey, Seth! – Jacob falou do outro lado da linha.

Ferrou!

— Carlie! – sibilei. – Me dê! Ele vai saber que é você!

Ela pigarreou antes de falar, e presumi que ela estava improvisando uma voz para disfarçar. Não funcionaria. Jacob não é burro.

— Hey... Jacob. – ela falou com uma voz grossa. Foi tão bem que nem eu seria capaz de reconhecer, mas também saiu um tanto... engraçada.

— Hã... Seth?

Ela riu silenciosamente de seu tom confuso. Houve uns segundos de silêncio. Nenhum dos dois falava.

— Carlie? – ele decifrou a sua voz! Mas como? Droga, agora ela correria mais risco do que antes com mais gente sabendo sobre ela.

— Não tem ninguém por perto? – perguntou confusa.

Que...? Ele... Sabia que ela estava viva? Ahh, eles iriam me explicar sobre isso também.

— Não, Nessie está se arrumando.

— Vocês vão aonde? – ela falou, agora extremamente interessada na sua irmã. – Como ela está?

— Ela está bem. – respondeu. – Bem, eu liguei para avisar que estamos indo aí.

Agora ferrou de vez! Bom, a não ser que Nessie também saiba que sua irmã está viva, Carlie vai correr mais risco de vida!