Destiny

Um dia cansativo.


Sophie POV

Senti os raios de sol batendo na minha cara. Oh malditos raios de sol. E fui obrigada a acordar, abri meus olhos devagar por conta da claridade e demorei algum tempo para me situar.
Eu estava no meu quarto, ainda estava com o vestido de ontem, meus pés doíam e minha cabeça também.

– Acordou? -pulei de susto.

– Vai assustar o cão. -joguei uma almofada naquele rostinho bonito do Reece.

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– Ahn? Reece? -o encarei.

– Não faça essa cara de morta. -jogou a almofada na minha cara e eu caí para trás.

– Desculpe mas é a única que eu tenho. -revirei os olhos e me sentei na cama.

– Anda, levanta, já são três da tarde. Todos estavam preocupados.

– O que? Três da tarde!? E porque você não me acordou antes, seu mongó? -me levantei em um pulo.

– Já estou fazendo muito te chamando, sua folgada!

– Aff. Morra então. -mostrei a língua para ele.

– Vê se toma um banho viu, tá precisando! -saiu do quarto batendo a porta.

– Ok mongó. -resmunguei e fui para o banheiro.

Tomei um banho frio e bem demorado para recuperar as forças. Vesti um vestido solto e florido que batia no joelho e fiz um coque alto no cabelo e só aí percebi como estava morrendo de fome.

Estranhamente não havia ninguém em casa, pelo menos não dentro dela, todo mundo estava na piscina se divertindo enquanto eu morria de fome.

– Ei garota! Finalmente! -a loira falsa veio até mim.

– Oi égua, o que todos estão fazendo aqui? -olhei ao redor.

– Curtindo a ressaca -riu- O Dylan deve estar chegando.

– Ah ta.

– Mas díz aí... a noite foi boa hein? -sorriu maliciosamente.

– Claro, ótima. -revirei os olhos.

– Ah Sophie! -me deu um tapa no braço- Deixa de ser sem graça.

– Falei sério. -sorri.

Soltei um gritinho quando senti meu corpo sendo puxado para trás.

– Boa tarde. -beijou minha bochecha.

– Vai assustar o cão. -dei um tapa em sua bochecha.

– O que ela tem? -olhou para a Samantha.

– Sei lá -deu de ombros- Mas diz aí... o que fizeram ontem?

– Nós? Nada.

– O que? Como assim você não se aproveitou dela!? -gritou e o moreno tapou a boca dela.

– Shiii. O que vão pensar de mim se ouvirem isso? -falou antes de soltar a loira.

– Sophie! -ela olhou para mim indignada.

– Nem olhe, você mereceu. -mostrei a língua para ela.

Ela saiu batendo o pé. Fresca.

– Tem comida aí? -o encarei.

– Não mas pode tirar um pedaço quando quiser. -piscou para mim.

– Dylan você é um idiota. -suspirei e fui em direção à cozinha, com ele atrás de mim.

Hmm... Tinha muita comida aqui: arroz, feijão, salada, suco, bolo, lasanha, refrigerante, opa, lasanha?

Peguei um prato e coloquei um pedaço bem generoso no mesmo, logo me sentando no balcão da cozinha. O Dylan vei até mim e se colocou entre minhas pernas, com ambos os braços apoiados ao lado de minhas coxas. Ele estava com o rosto bem próximo dos meus seios, pois é, eu estava mais alta que ele, já que estava sentada em cima da bancada.

– Posso experimentar? -falou baixo.

– Claro, pegue um prato e sirva-se à vontade. -coloquei uma colherada de lasanha na boca.

– Mas eu quero dessa aqui. -se aproximou de mim e lambeu o canto de minha boca- Parece estar bem mais gostosa.

– Pervertido. -resmunguei.

– Não precisa ficar envergonhada, já fizemos mais que isso, não?

Impressão minha ou seus olhos estavam um pouco mais escuros? Enfim. Ele pegou o prato da minha mão e o colocou de lado, ainda entre minhas pernas ele me puxou um pouco mais em sua direção e rodeou minha cintura com os braços. Passei os braços por seu pescoço e tive que me inclinar um pouco para frente por conta da diferença de altura.

– Eu estou morrendo de fome... -nossos narizes roçavam.

– Eu também, mas a minha é um pouco diferente da sua. -acariciou meu rosto com o polegar.

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Ele me beijava lentamente e eu apenas aproveitava o momento, ele pediu passagem com a língua e eu concedi prontamente. De lento para feroz, foi assim o nosso beijo. Meu coração estava apertado dentro do peito e eu não sabia o porque, eu só queria aproveitar ao máximo esses momentos ao lado desse idiota que se apaixonou por mim.

Tá, e eu por ele também.

Nos separamos depois de um longo tempo, pelo menos pra mim foi um longo tempo né.

– Preciso de um abraço. -o encarei e abri meus braços, esticando-os a sua frente.

– Todos que quiser. -envolveu minha cintura novamente e levantou-me um pouco antes de me tirar de cima da bancada.

– Eu estava até gostando de me sentir alta. -resmunguei e ele riu.

– O que aconteceu para que você pedisse um abraço? Por que né... você não é de pedir essas coisas. -apoiou o queixo em meu ombro.

– O que? Não pode mais?

– Pode sim. -riu.

– Por que não me coloca no chão? Eu devo estar pesada. -me afastei um pouco dele.

– Não. Temos que ficar da mesma altura.

– Idiota. -dei um tapa em seu rosto.

Ele sorriu fechado e beijou minha bochecha.

– Obrigada. -o abracei novamente.

Passamos o resto do dia curtindo, alguns banhavam na piscina, outros dormiam nas espreguiçadeiras, outros se pegavam e outros comiam lasanha, vulgo eu.

O resto foi embora assim que começaram a cair os primeiros pingos de chuva, e foi aí que os Masoni se reuniram para conversar.

(...)

– Temos algo pra contar. Para todos vocês. -Henry Masoni falou.

A mamãe e o papai haviam nos reunido para contar não sei o que, estávamos todos tensos. Meus irmãos estavam sentados no sofá, com a princesinha da casa no colo do Nolan e brincando com os cabelos do Ethan enquanto eu e a Alice estávamos sentadas no chão, perto deles três e a Saphira deitada no tapete da sala. Os dois mais velhos estavam em outro sofá, só que de frente para nós.

– Digam logo, por favor. -a morena apressou-se em dizer.

Henry e Elizabeth se entreolharam e a mamãe suspirou antes de nos contar.

– Vamos nos mudar para a Itália.

– E o que tem isso? -perguntei.

– Todos nós vamos nos mudar. -papai enfatizou o "todos nós".

– O que? -Ethan, pela primeira vez, pareceu prestar atenção na conversa.

– É isso aí. Pensamos muito e resolvemos que o melhor seria irmos todos para lá.

– Mas por que, mãe? -Nolan ficou de pé.

– Sua avó está morrendo. -o papai falou sério como sempre, só que com tristeza no olhar.

Alice e Saphira começaram a chorar e os outros dois ficaram quietos.

–Podem ir. -o ruivo se levantou e saiu dali.

Depois de muito choro, discussões e explicações por parte da mamãe nós finalmente pudemos ir dormir. Ou pelo menos tentar né.
Eu estava triste, amava a minha avó, e muito, mas não sei se conseguiria deixar tudo aqui para trás. Meus amigos, inimigos, o Dylan... Meu Deus! O Dylan! Tinha até me esquecido dele.

Como diria a ele que eu ia embora?

E qual seria a reação dele?

Eu estava com o coração na mão, não queria deixar tudo, mas também não queria ficar longe da vovó. Peguei meu celular e liguei para a Sam e o Reece mandando eles virem para minha casa amanhã, eles ficaram nervosos, claro, mas tudo bem. Liguei para o Dylan logo depois.

– Hmm... Sophie? Sabe que horas são? -sua voz estava sonolenta e rouca.

– Precisamos conversar. -suspirei.

– O que aconteceu? -ele pareceu preocupado.

– Eu... -senti meus olhos marejarem.

– Você? Você o que? Sophie, está tudo bem?

– Dylan, eu... eu... -tapei minha boca com a mão livre, tentando abafar meu choro.

– Chego já aí.

– Não! Eu não sei se vou conseguir dizer isso pessoalmente -ele ficou quieto do outro lado da linha- Eu vou embora...

Ele passou algum tempo quieto, deve estar digerindo a informação enquanto eu colocava os líquidos de meu corpo para fora.

– Quando?

– Não sei. -minha voz estava uma bosta.

– Para onde?

– Itália. Minha avó está morrendo Dylan, meus pais acharam melhor a gente se mudar pra lá de uma vez por todas.

– Sophie eu... Não quero deixar você ir.

Dylan idiota, por favor pare de falar essas coisas.

– Tchau. -desliguei o celular.

Ele me ligou mais vezes, mas eu não estava em condições de falar com ele. Então desliguei meu celular e me deitei na minha cama, não sei quando consegui dormir, só sei que chorei até apagar.

(...)

Acordei com o alarme do celular, maldita segunda-feira, senti um peso a mais na cama e isso me incentivou a levantar.

– Ei... Como você está? -a voz calma da loira me surpreendia- Seus pais nos contaram.

– Eu não queria ir, deixar tudo aqui... -suspirei.

– Sophie Masoni, se você começar a chorar agora eu te mato. -deu um tapa em minha testa.

– Eu sei, eu sei, aliás... minha cara deve estar horrível ne.

– Muito. -riu- E a propósito, está atrasada. -se levantou.

– O QUE!? E você ainda fica aí de papo, sua anta? -me levantei e corri para o banheiro.

Tomei um banho rápido, vesti o uniforme de qualquer jeito, minha meia-calça, o tênis, deixei os cabelos soltos mesmo -embora eu não tenha nem pegado no pente, ele estava apresentável-, peguei um Nescau, minha bolsa e dinheiro para o lanche e corri para fora de casa.

– TCHAU! -gritei já fechando a porta.

– Entra logo, lesada! -ouvi uma buzina ao meu lado.

– Oi Sam, oi Saphira, oi Reece e... Evan? -eles riram, provavelmente da cara estranha que eu fiz.

– Entra. E... oi. -o moreno do meu coração negro riu.

– Reece, desde quando você sabe dirigir? -ele deu de ombros resmungando algo- E o que é isso? Carona coletiva? -todos riram.

– Cala logo a boca e entra. -ele parecia um pouco irritado.

Abri a porta do lado do carona e entrei naquele carro vermelho e brilhante que eu não fazia ideia de que marca era, mas pelo menos era bem confortável. Aqueles quatro idiotas me entretiveram durante todo o percurso até o colégio, me fazendo esquecer temporariamente da notícia.

Chegamos já chamando atenção -um carro vermelho pode ser bem chamativo-, descemos aos berros e risadas, o que acabou contaminando todos ali por perto, em pouco tempo estávamos todos rindo e nos divertindo. Em poucos minutos chegamos na sala de aula, entrei e deixei meu material para depois sair e ir beber uma água. Mal pus os pés para fora e logo estavam me chamando.

– Sophie.

– Dylan...

Nos encarávamos, minha vontade era só correr para os seus braços e ser confortada, então parece que ele leu meus pensamentos, pois em instantes ele abriu seus braços e esperou pacientemente até que eu corri e me joguei em seus braços.

– Vai ficar tudo bem. -ele falou no meu ouvido.

Eu estava agarrada à seu pescoço, com o rosto apoiado em seu ombro enquanto ele me segurava pela cintura -o que eu realmente não sei como ele conseguiu, já que eu era mais baixa que ele, então ele teve que me manter suspensa à alguns centímetros do chão-.

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– Não vai não. Eu estou indo embora, Dylan, e não é para outra rua ou cidade que eu estou me mudando, é um país. -murmurei.

– Eu sei disso, idiota. -deu um tapinha em minha nuca.

– E por que parece não se importar? -me separei dele e o encarei, ele havia me colocado no chão.

– Não é isso, é que... Eu não posso me mostrar fraco na sua frente, me sentiria patético por isso, e não poderia fazer nada por você. -ele se aproximou de mim e, com o polegar, acariciava carinhosamente minha bochecha.

– Pare de ser tão fofo, por favor. -rimos.

– Venha, temos um longo dia pela frente.

Ele segurou minha mão, enlaçando nossos dedos, e me levou de volta para a sala.

A pergunta é: Como ficaríamos quando eu fosse embora?