Destiny

Verdadeiras intenções


Sophie Pov´s

–Corra se não quiser se atrasar! -minha mãe gritou.

–Já estou de saída, linda. -beijei sua bochecha.

–Tenha um bom dia. -acenou, rindo.

Não respondi e comecei a correr para a parada de ônibus, já que estava bastante atrasada.

Meu nome é Sophie Masoni, sou descendente de italianos. Possuo longos e trabalhosos cabelos ruivos, olhos castanhos escuros e pele branca. Sou até um pouco bonita, modéstia à parte, claro.

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–Odeio essa farda. -resmunguei, chegando à escola.

A farda era composta por: uma saia vermelha xadrezada com preto, que ia até metade de minhas coxas, uma blusa branca de botões, uma gravata vermelha e um casaco preto que eu dificilmente usava, só em dias mais frios.

–Bom dia, Sophie. -olhei para o lado.

–Bom dia, Sam. -a cumprimentei mostrando um belo sorriso.

Fomos caminhando, quer dizer, morrendo até a sala de aula que ficava no 3º andar. Conversamos besteira até chegar lá, já dentro da sala, nos sentamos. A Samantha (ou Sam, que era como eu a chamava) se sentava na 3ª carteira da 2ª fila e eu me sentava na 3ª carteira da 3ª fila, uma do lado da outra, mas só sentávamos na frente por causa da central de ar e também para tentar prestar atenção nas explicações dos professores. Só tentar mesmo.

Samantha Mills é a minha melhor amiga desde que me conheço por gente. Ela é loira dos olhos verdes, é bem bonita, pena que seja um pouco desligada do mundo.

–Silêncio, pirralhos. A aula já vai começar. -pediu o professor de física, Jackson.

Tenho 15 anos e curso o 2º ano do colegial, sou novinha, se bem que faço 16 em poucos meses.

–É tão bom puxar seu cabelo. -senti meu cabelo sendo puxado, ou melhor, arrancado.

–Me diz que não é o Dylan que está sentado atrás de mim. -cutuquei a Sam.

–Não é o Dylan. -ela riu.

Bati a mão na testa. Idiota.

Dylan Thompson, o pior tipo de todos, pelo menos, o pior mais registrado. Confesso que ele é lindo, mas também é muito metido, o que nos torna apenas colegas de sala. Ele é moreno, alto, forte e possui belos e tentadores olhos azuis. No momento só quero distancia dele.

(...)

Já estávamos no bendito intervalo. Tive que passar as aulas aturando os puxões de cabelo e as ironias do Dylan. Ele definitivamente não presta, quer dizer, ele pode até ser um gato, inteligente e pegador, mas comigo essa não cola, a única coisa que quero dele é distância.

–Idiota. -suspirei e apoiei minha cabeça na grade que ficava do lado de fora das salas de aula e que me impedia de fazer besteira.

–O que foi? -perguntaram.

–AHH! -pulei de susto e pus a mão no peito.

–Engraçadinha. -revirou os olhos- Preciso falar com você.

–Já está falando. -mostrei a língua.

–Dyyyyyylaaan. -chamou uma voz irritantemente falsa.

–Quem? -ele virou-se para trás- Charlotte?

–Sim. -sorriu- Me ensina um pouco de física? -pediu.

–Claro. -olhou para mim- Depois eu falo. -e saiu andando.

A Charlotte olhou para mim com uma cara de nojo, virou as costas e saiu andando com o Dylan. Menina idiota.

Ela é loira, possui olhos azuis, é burra como uma mula, chata e oferecida. Não sei o que viram nela.

–Nem fala mais comigo, não é? -me abraçaram por trás.

–Aii que susto, criatura. De onde tu brota? -perguntei, rindo.

–Vamos entrar? -soltou-me do abraço.

–Tenho escolha? -encarei a pessoa que me abraçou.

Reece Shaw. É um cara bem legal, apesar de ser frio às vezes. Somos um pouco diferentes, mas até que nos dávamos bem, além de ter um corpo e rosto invejáveis, ele faz parte do clube de futebol e é um dos caras mais bonitos, desejado e digamos... pegadores de todo o colégio, juntamente com o Dylan, o Kennet e o Jack. Confesso que nem eu mesma sei o porquê de eu e o Reece começarmos a nos falar, acho que tudo começou com um trabalho em grupo e até hoje nos falamos, ou melhor dizendo, nos agüentamos.

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Tive que enfrentar um bando descontrolado de sem terras, vulgo povo da minha sala, que se amontoavam na porta da sala para fazer não sei o que, até que consegui entrar.

–Bandida! Abandonou-me! -gritei assim que avistei a Samantha.

–Opa, desculpa. -veio choramingando até mim. Dei um tapa nela.

–Ei. -me cutucaram nas costelas.

–O que? -me virei para encarar o “cutucador”- Ah, Dylan. -falei sem ânimo algum.

–É que-

–Sophie! -me gritaram.

–Rasga! -gritei de volta, virando para trás.

Só tive tempo de ver um monte de gente caindo. Ri. Era efeito dominó estudantil.

–AHAHAHAHA! -já estava bolando de tanto rir.

–E a miss felicidade ataca novamente. -comentaram.

Se me lembro bem, ganhei esse apelido no ano passado, quando comecei a rir de coisas bestas e sem sentido que o povo falava/fazia.

–Sentados. -o estraga prazer do professor entro na sala.

(...)

Mais três aulas com o meu pobre cabelo sofrendo nas mãos de certo moreno idiota, vulgo Dylan, um dia eu ainda o mato!

Eu e mais um monte de gente fomos para a parada, esperar a super lotação que chamamos de ônibus. O busão tava tão cheio que mal dava para se mover lá dentro.

–Vamos lá para o fundão. -Reece me puxou.

–Vem. -puxei a Sam;

O desgraçado conseguiu, de uma forma assombrosa, se sentar, enquando nós garotas ficamos em pé.

–Senta aqui. -Reece bateu e seu colo.

–Vai lá, pode se sentar. -a Sam me empurrou quase me fazendo cair.

–Então tá... -mostrei a língua.

Fomos todo o caminho assim: o Reece às vezes começava a passar a mão por minhas coxas, me obrigando a bater e gritar com ele, fazendo a Sam e outros desocupados rirem e voltar a atenção de todos os passageiros sobre nós.

–Enfim à salvo! -gritei assim que desci do ônibus.

–Até amanhã. Sam me abraçou.

–Até. -Reece beijou minha testa.

Para quem não sabe, o Reece mora na casa que fica em frente a minha e a Sam mora no fim da nossa rua.

Acenei para ambos e entrei em casa. Tomei um longo e relaxante banho, me vesti com alguma roupa confortável, comi, estudei um pouco e fui dormir. Como sempre, eu estava sozinha em casa.

Meus pais eram ricos. Minha mãe era engenheira civil e meu pai, um empresário dono de uma grande e próspera empresa de negócios, ambos passavam o dia todo fora.

Quando acordei já eram 18:00, hora do rango! Ainda bem que aqui em casa pelo menos tem comida, eu to morrendo de fome! Depois da “janta” fiquei assistindo anime até umas 23:00 e depois fui dormir. Ida monótona e chata essa minha, não?

(...)

Enfrentei a super lotação (ônibus) para poder ir para o colégio e, no momento, eu estou novamente escorada da grade anti loucuras, esperando a Sam e o Reece chegarem para fazerem a alegria do meu dia.

–É tão chato ficar sozinha. -resmunguei para mim mesma.

–Você por acaso é uma velha? -perguntaram.

–O que você quer? -encarei a pessoa legal que me interrompeu.

–Caso não se lembre, ontem eu disse que queria, ou melhor, que precisava falar com você. -falou, me fazendo suspirar.

–Pois fale.-respondi sua não pergunta.

–Posso me sentar? -perguntou.

–Ei, Dylan. Que bicho te mordeu? -perguntei, rindo.

–Como assim? -franziu a testa.

–É que geralmente você é ignorante, chato e adora tirar onda comigo e puxar meu cabelo. -fiz cara de inocente.

–Agradeço a sua sinceridade. -se sentou ao meu lado.

–Quem deixou? -perguntei, me afastando dele.

–Calada.

–Fala logo o que você quer. -perguntei já impaciente.

–Chegue mais para perto de mim, vem.

Olhei desconfiada para ele, mas mesmo assim me aproximei. Sabe como é gente curiosa, né?

–Agora fale. -falei, mais do que impaciente.

–Você sabe o quanto eu gosto de você, não é? -colocou uma mecha solta de meu cabelo atrás da orelha.

–Olha a falsidade. -dei um tapa nele.

–Quero pedir um favor. -me encarou, sério.

–Depende. O que eu ganho com isso? -comecei o interrogatório.

–Quero que me ajude com a Charlotte, se é que me entende. -deu um sorriso malicioso.

–Se vire. -me levantei. - Caso você nunca tenha percebido, ela não vai muito com minha cara.

–É por isso mesmo que quero que me ajude a conquistá-la.

–Mas por que justo eu? -perguntei incrédula.

–Por que, como ela não vai muito com sua cara, se você fingir ser minha namorada, ela ficará com ciúmes.

–NAMORADA? -gritei.

–Sim, finja ser minha namorada. -se levantou e ficou me encarando.

–E o que eu ganho com isso? -o encarei desconfiada. Isso vai dar merda!

–Que tal aulas grátis? -sugeriu.

–Isso não se faz, você sabe. -quase caio para trás.- Isso é suborno, você está me ameaçando. -fiz drama.

–É pegar ou largar. -esticou sua mão em minha direção.

Pensei um pouco. Não pode ser tão ruim assim fingir ser a namorada do Dylan, pode?

–Feito. -ele riu. - Mas se minhas notas não ficarem boas, a gente termina na hora. -ri e apertei sua mão.

–Fechado. Discutiremos os detalhes mais tarde. -saiu.

–Isso vai dar merda. -resmunguei e entrei na sala de aula.