Todo Cambió

Si Hay Duda


POV’S Violetta

Besta , burra , covarde , medrosa , fraca . Tudo isso é exatamente como estou me sentindo ( na verdade é o que sou) agora. Uma pessoa que foge dos seus próprios sentimentos , como isso? Sussurrava dentro do meu quarto para mim mesma , isso é algo impossível de se suceder, mas a esperta aqui tenta , sabendo que vai se machucar no final.

Tudo estava girando dentro da minha mente , uma tempestade horrenda estava acontecendo dentro mim , e por falar em tempestade , uma estava para se armar lá fora , melhor ir fechar as janelas:

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- Nossa , o tempo tá feio! – Minha voz ecoava naquele quarto vazio , enquanto tentava fechar a janela , isso mesmo , tentava.

Ao “fechar a janela”, a pontinha do meu dedo prendeu entre os dois vidros da janela e eu tentei tirar a força e cortou um pouco , definitivamente hoje não é meu dia.

Fui até a cozinha onde tinha a caixa de remédios e curativos , o vento soprava forte lá fora , meu pai estava em seus negócios juntamente com Ramalho no escritório e Olga assistindo sua novela (dava para ouvir seus gritinhos vindos do quarto dela).

Conclusão: estava praticamente sozinha em casa , só se ouvia meus passos ecoando dentro daquele enorme casarão , meu lar parecia até filme de terror , tá louco! Senhor , vou pegar meu curativo e vou me mandar daqui , antes que aconteça algo.

POV’S León

Neste exato momento me encontrava com uma cara séria , olhando para o além , somente recordando o beijo , porque será que cada vez que lembrava aqueles lábios eu abria um sorriso involuntário? O que a Violetta tem que eu ainda não descobri ?

Ouvi um barulho de chave e logo em seguida passos e uma porta batendo: Mãe.

Ótimo , uhul! Minha mãe chegou , melhor eu já ir dormindo antes que ela abre aquela boca de papagaia e comece a falar e reclamar como sempre. Porém antes eu ia tomar um copo d’água , ia esperar minha mãe ir para seu quarto pra eu ir pegar a dita cuja carcará (expressão minha , não liguem) da água .

Uma porta bateu , óbvio que era da minha mãe , então desci as escadas , à caminho da cozinha , passos de salto vieram me seguindo:

- OIEE FILHINHO! Meu cara , a balada tava muito boa , tipo assim , meeeu , peguei cada um lá hahahaha! – Dizia a nojenta daquela criatura que agora estava na minha frente, com uma vozinha chata , fingindo ter seus 24 anos.

- Por favor , não finge que você é nova , porque eu sei que você tem seus 38 anos , por favor se conscientize e veja que baladinha não tá mais sua idade , apesar de não ser velha , uma reunião casual com os amigos já basta! – Já me dirigia para meu quarto , mas ela me bloqueou.

- Na na ni na não! Antes , você me diga , como está sua vida medíocre de músico? Ainda continua sendo o cafajeste do colégio é? – Dava sua risada de patricinha – Você reclama de mim ,mas é pior!

Não me aguentei e minha mão se direcionou até seu rosto coberto por plástica , que deixou uma marca vermelha.

- NUNCA! EU DISSE NUNCA , me compare com você! – Pronto comecei a explodir – Você é uma velha vadia que pode conquistar todo mundo com seu rosto de o que? Já tá na 5º plástica? Eu não sou mais aquele canalha , eu mudei e sabe por que?

- Hã?

- Eu encontrei o amor da minha vida!

Ela começou a rir ironicamente e descontrolada , depois ficou séria e olhou para mim:

- Você pensa... que... encontrou o.... amor da... sua vida?! – Falava pausadamente por causa das risadas.

- Sim e também ... –Iria continuar , mas uma buzina de carro me interrompeu.

- Ai! É o cara que eu fiquei na baladinha , ele vai ficar aqui só por essa noite , se importa?

- Não , porque eu não vou ficar aqui mesmo!

- E pra onde vai com essa tempestade? Na casa da sua amadinha? – Ria de novo , tentando se parecer com uma adolescente.

- E vou mesmo! – Disse já irado , me dirigindo até a porta e a fechando com brutalidade.

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Ótimo , não tenho para onde ir , daqui a pouco a chuva ia aumentar e vou pegar com certeza um resfriado , eu com meu orgulho babaca . Era de certeza que eu não ia para a casa da Violetta , afinal nem sei onde é , meus tios , avós , padrinhos e primos moram em cidades de diferentes , eu acho que vou dar um de mendigo hoje.

Fiquei vagando pelas ruas , um garoto de 20 anos , feito um mendigo às 23:45hs. Não posso ir na casa de ninguém , porque seria muito incômodo eu ir na casa de alguém a essas horas. Só que o problema era a chuva , vou ter que ficar em um beco , ou cantinho das ruas. Meu Deus , no que eu virei!

Fui andando sem rumo , para qualquer lugar , até que vejo uma casa meio parecida com a minha , grande , bonita , da mesma classe se poderíamos dizer assim . As luzes estavam acesas e eu pude ouvir uma discussão vinda de dentro:

- Pai! Me escuta! Eu vim pegar algo para colocar no meu dedo machucado, eu não vim aqui , à essas horas , escondida , na sala , para tocar piano , DE ONDE VOCÊ TIROU UMA CONCLUSÃO DESSA? – Uma menina falava muito furiosa , provavelmente com o pai.

- Filha , dessa vez eu não vou insistir , porque eu sei que daqui a pouco , em breve você descobrirá sua verdadeira vocação , que é a músicas. Não sei como vai acontecer , mas vai ter alguém ou algo que vai mostrar pra você isso. – Disse o pai em um tom mais calmo que a da filha.

- Não adianta , ninguém irá me convencer , as decisões são minhas , e eu não decidi fazer música e agora ainda mais que meu ex-namorado me traiu e ele estudava justo isso , mais um motivo. –Era a Violetta que falava , então era ali que ela morava.

- TOMÁS TE TRAIU? – O pai de Vilu gritou , muito enfurecido.

- Sim papai , agora você a minha situação, e você ainda não me entende , eu sei que nunca amei Tomás , mas ele não tinha esse direito. – Parecia que falava para si mesma.

O pai dela ficou sem fala depois do argumento da filha , somente se virou e deu passos largos , mas calmos , provavelmente na direção do seu quarto.

Violetta foi até a cozinha guardar uma caixa , não sei do que era. Mas agora isso não importava , eu estava sem casa , sem roupa seca , sem rumo , sem nada , eu precisava de alguém, Violetta era minha única esperança , será que eu peço ou não peço?