Prólogo

Prólogo

Nárnia estava em um período difícil. Jadis, a Feiticeira Branca, havia acabado de se declarar Rainha de Nárnia, e obrigar os narnianos a segui-la.Os que resistiram, ficaram com o Exército de Aslam. Porém, Aslam não ficava muito tempo ao lado de seus súditos. E em um desses passeios misteriosos e perigosos pela floresta, ele ouviu um choro de bebê. Se aproximou de um cesto largado ali perto, de onde estava vindo o choro. Nesse cesto, havia um bebezinho. Uma menina de pele clarinha, meio rosada, de olhos cor-de-mel e com cabelos dourados, levemente crescendo.Se aproximando ainda mais da menina, ele disse:

-A partir de agora, você será minha filha.Princesa de Nárnia, futura herdeira do trono.Porém, o herdará somente na hora certa.Seu nome será Kalene. Nárnia a conhecerá como Princesa ou minha filha.

Sendo isso, a menina sorriu.Um sorriso de bebê, muito fofo. Aslam estava determinado a proteger a menina, mantê-la salva do mal.Ele se abaixou, abocanhou o cesto e saiu, em meio á neve.

Aslam chegou em seu acampamento, com a princesinha no cesto e a colocou dentro de uma tenda.Um centauro entrou na tenda, nesse momento.Vendo o bebê no cesto, ele fez uma cara de assustado, mas não perdeu o respeito.

-Quais são as ordens, majestade?-Disse o centauro.

-Mantenham a Princesa Kalene á salvo da Feiticeira Branca a qualquer custo!-Disse Aslam, num tom majestoso.- Pelo menos, até a profecia se realizar...-Aslam abaixou o tom.

Ele direcionou um olhar para a menina no cesto e o centauro deduziu que a princesa era a menina.Estranhando ainda mais, disse:

-Sim, majestade!Vou chamar as tropas para que a nova princesa lhes seja apresentada.-Disse o centauro, saindo da tenda.

Ali perto, um dos espiões da Feiticeira Branca ouvia a conversa, sem que Aslam notasse.Era um corvo falante, que saiu voando para contar a notícia para a "Rainha".Chegando no palácio, o corvo pediu permissão para falar com Jadis.A Feiticeira o esperava na sala do trono, mais fria e pálida do que nunca.

-Diga!Para quê me chamou?!-Disse Jadis, num tom mal-humorado.

-A-Aslam. E-Ele estava com uma menina na tenda, sim!Ele dizia q-que a menina seria a nova p-princesa de Nárnia!A menina v-vai roubar o seu t-trono, m-majestade!-Disse o corvo, que já estava começando a gaguejar e perder a lucidez, devido ao tempo no frio cortante.

-Não!Ninguém vai roubar o meu trono!Essa aspirante a princesa vai ter o que ela merece!-Gritou Jadis, de um jeito que assustou o corvo.

Jadis se levantou e andou bruscamente até uma sala, aonde guardava sua varinha de gelo.Segurando o objeto, ela proferiu uma maldição contra a jovem princesa.

"A quem Aslam resolveu abrigar, rainha nunca vai se tornar.Amaldiçoo-a a nunca crescer, vendo seus entes queridos morrerem.Além de 20 anos não vai passar, princesa para sempre há de ficar.E o trono, nunca vai herdar."

Jadis sabia que fora os mencionados na profecia, a qual sempre temia, ninguém herdaria o trono de Nárnia sem ter amadurecido em idade.O que naquela época, era 21 anos.Ela guardou a varinha e voltou para a sala do trono.

-M-majestade?O q-que a senhora f-fez?-Perguntou o corvo, tremendo de frio.

-Dei um jeito na princesinha do Aslam. E é melhor ele me agradecer por não ter matado a infeliz! Mas acho que ela pode me ser muito útil no futuro!-Disse Jadis, dando um sorriso maligno.

De volta ao acampamento de Aslam, o centauro trouxe seus companheiros do exército para conhecer a princesa, mas quando chegou na tenda, Aslam não estava mais lá.Então, concluiu que uma missão lhes foi deixada.Ele pegou o bebê no colo e a levou para fora, mostrando-a aos outros centauros.

-Companheiros!Esta é a Princesa Kalene, filha de Aslam e futura herdeira do trono.Nossa missão é protegê-la do mal, até que a profecia se realize e o mal seja vencido!-Disse o centauro com a menina nos braços.

-Viva á Princesa Kalene!-Disseram os outros centauros em coro.

Aquele era um dia de festa.Um dos últimos em Nárnia, por 100 anos.Só que a princesa nunca envelheceria, ou seja, nunca morreria.Ela iria viver jovem até o Fim dos Tempos.Mas a maldição era fundamental para o destino dela.

Continua