Uma Garota Fora Da Lei
Conversando amigavelmente...
Ninguém merece acordar com alguém batendo na porta, além de atrapalhar seu sono, ainda te faz levantar e ir até lá para abrir a porta. E não merecemos mesmo, quando essa pessoa é o Luther.
– O que é que você quer aqui? – Ele sorri.
– Eu disse que viria aqui.
– Mas quem foi que disse que eu queria você aqui?
– Ahn... Eu.
– Se enganou.
– Tudo bem, mas você querendo ou não eu vou ficar – Ele passa por mim e se joga na cama, eu reviro os olhos e fecho a porta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Então... Pode começar...
– Cala a boca Luther.
– Tudo bem, eu fico quieto, mas diz ai... Quais são esses seus “mistérios”?
– O que?
– Não sei, o David estava falando de algo sobre mistérios, segredos que você guarda.
– O David disse isso?
– Sim, ele dizia que você não é isso aqui que a gente conhece, e sim que é uma pessoa totalmente diferente.
– Qual o problema daquele garoto?
– Eu não sei.
- Mas sobre o que ele estava dizendo?
– Não sei, mas tinha uma tal coisa que você fez para te deixar assim.
– Sei. Não liga, o David não sabe o que fala.
– Eu sei, somos amigos desde criança.
– Ah é? – Rio.
– Sim – Sento ao lado dele.
– Conta ai algumas coisas.
– Vamos ver, uma vez, eu e ele fugimos de casa – Luther ri – Fomos para um lugar, parecido uma fazenda, era uma fazenda, daí o David inventou de montar em cima do cavalo...
Luther começa a contar coisas da infância dele com o David, e eu só sabia ri, sobre as apostas, Luther já desafiou David a comer terra. E ele aceitou. Isso tudo para ele beijar a irmã do Luther, e a propósito, ele tinha uma irmã mais velha, ele me mostrou uma foto. Os dois eram idênticos.
– E ele beijou sua irmã?
– Ela o chamou de doente e saiu – Rio mais.
– David é idiota.
– Eu sei, e eu não entendo com as garotas ficam aos pés deles.
– Nem eu.
– Ah bom, vai me dizer que não gostou do beijo dele?
– Deveria?
– Bom, se você perguntar para as meninas que já beijaram ele milhões de vezes, provavelmente a resposta será sim, e se você perguntar para as que foram para a cama com ele, elas não vão parar de falar como ele é “perfeito” no que faz.
– Diz ai, ele é bom de cama? – Pergunto séria. Mas depois caio na risada.
– Me diz isso você.
– Eu nunca fui.
– Sei...
– É sério, eu nem cheguei perto. Quer dizer, ele chegou a tentar a me deitar e tal, mas eu não deixei, e não foi nada demais.
– Por que tão complicada?
– E se eu te dissesse que eu sou conservada?
– Não tem cara de garota que se “conserva”.
– Pois é, mas eu conservo. E não faço “coisas”... A alguns meses.
– É uma pena que não posso dizer o mesmo.
– Imagino, mas vamos parar de falar disso.
– Melhor, mas se quiser tirar o atraso...
– Eu ligo para qualquer amigo meu.
– Eu sou um deles?
– Não mesmo.
– Qual é Emily, eu sou legal.
– Mas não.
– É sério, ia querer por mais.
– Eu acho que não, mas vamos parar de falar disso, vamos falar de outras coisas.
Logo começamos a falar sobre coisas aleatórias, o Luther realmente sabia me fazer rir, e pela primeira vez, eu não senti vontade de soca-lo até a morte. Apenas de dar uns tapas pelas suas brincadeiras sem graça e perversas.
– Não fale isso.
– O que? Que eu quero você na minha cama? – Eu dou mais tapas nele.
– Acho bom você parar com isso Luther.
– O que vai fazer?
– Arrancar o que você pretende, mas não vai, usar comigo.
– Veremos.
– Tá, mas agora eu estou com fome, e quero comer.
– Olha eu aqui.
– Desculpa Luther, não gosto de carniça – Sorrio e saio do meu quarto, o deixando sozinho, mas não demorou muito para logo ele está me acompanhando.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ofendeu sabia? – Eu ignoro os seus comentários nada importantes e continuo andando – Tá legal, eu vou para o meu quarto!
– O senhor ouviu minhas preces – Ele ri e desvia o caminho indo para o quarto dele.
– E ai Moore, quer dizer que ficou com o David? – Olho para trás e um garoto que eu não sei e nem quero saber o nome, havia dito.
– O que você disse?
– Então a menina rebelde ficou com o badboy? – Ele continua.
– Quem te disse isso?
– Ué, todos já sabem que você ficou com o David, agora que ele já te pegou, todos querem, inclusive eu – Ele me puxa pela cintura, mas eu me afasto.
– Olhe aqui, antes de ficar falando coisas que você não sabe... Procure saber se é mesmo verdade, e em segundo... – Levanto meu joelho batendo em seu ponto fraco – Nunca mais tenta se aproveitar de mim – Ele gemia de dor no chão – Obrigada, agora eu vou matar o David...
Continuo andando e ouvindo os idiotas comentando sobre “eu e o David estramos juntos”
– Então quer dizer que a minha amiga ficou com o David e não me contou? – Viro-me para encarar Renata.
– Eu não fiquei com ele.
– Não é isso que eu e o resto do colégio estamos sabendo.
– O que? – Ela riu.
– Emily todo o internato está sabendo que nesse final de semana você ficou com o David.
– Quem disse isso?
– É verdade?
– Você responde primeiro.
– Eu não sei, mas que está todo mundo sabendo... Está.
– Ele morre hoje.
– é verdade.
Ignoro e continuo andando para o quarto do David, assim que eu chego, mal bato na portam já vou entrando, o lado ruim disso é que ele estava vestindo a roupa. E o lado bom é que ele já estava de cueca.
– Quem você pensa que é para sair contando para todo o internato que nos beijamos? – Pergunto gritando e já começando a bater nele, queria saber o por que dessa minha mania de bater em pessoas. Mas é legal.
– O que? – Ele se protegia usando tudo que podia.
– Fala, hein? Por que contou? Seu idiota.
– Eu não falei nada Emily – Continuo batendo – Para com isso.
– Não, você contou. – Ele segura meus braços, merda, por que ele tem que ser mais forte que eu?
– Do que você está falando?
– Eu confiei em você David, eu pensei que você sabia guarda segredos.
– Do que você está falando? – Ele quase soletra a frase.
– Além de não guardar segredos é cínico.
– Tudo bem, eu desisto, do que você está falando?
– DO BEIJO – Eu grito.
– O que é que tem o beijo?
– Você contou para todo o colégio.
– Eu não contei para ninguém.
– Tem razão, só para todo o colégio e mais ninguém.
– Eu agradeceria se você explicasse as coisas. – Eu paro e respiro, ele me solta.
– Acontece que você contou para todo o colégio sobre o beijo, e agora todos estão vindo até mim perguntar sobre o tal “beijo”.
– Eu? Eu mal sai do quarto, com quem acha que eu teria comentando isso?
– Hum... Que tal o colégio inteiro?
– Emily, eu não contei.
– E eu também não. Eu nem queria que você contasse ao Luther, imagina para o colégio – Ele ri.
– Achamos o problema.
– Como assim?
– O Luther.
– O que é que tem?
– Ele foi quem contou, só pode ter sido dele.
– Mas se ele quer que eu fique com ele, por que espalharia para o colégio que eu fiquei com você.
– O Luther pode parecer mais esperto do que a gente imagina.
– Como assim?
– Digamos que como eu sou o “pegador” do colégio, e como está rolando por todo o lugar, eu fiquei com você, o que significa que ele quer que todos saibam que eu fiquei com você para depois ele ficar com você isso tudo.
– Hã?
– Ele quer dizer que espalhando que ficou com você ele fica com fama de que é mais atraente ou coisa do tipo, que eu, então te pegando, ele vai ficar com fama de que conseguiu tomar do David o que era dele.
– Ah... – Paro e penso – Nunca pensei que ele fosse tão esperto.
– Ninguém pensa, mas como eu cresci com aquilo.
– Agora faz todo o sentido, eu preciso matar o Luther – Dou as costas, mas David me segura pelo braço.
– Não! – Eu franzo o cenho – Bater em todo mundo não é a solução.
– E o que quer que eu faça? Que eu espere ficar com fama de que todos os garotos ficam?
– Não Emily... Deixa ele lá, a gente vai dar um troco nele.
– Como?
– De um jeito bem criativo, e bem provocante.
– Eu não vou fazer nada com você.
– Não é nada disso.
– Então o que é?
– Venha que eu vou te contar...
Sentamos um de frente para o outro...
– Comece.
– Você fica com o Luther.
– Não termina, eu já odiei o plano.
– Você fica com o Luther na frente de todos, apenas dá um beijo de nada nele, de preferência na frente de mais pessoas.
– Eu não vou fazer isso.
– Posso terminar?
– Sim.
– Daí quando você ficar com ele, você finge que mais nada aconteceu, e como você é uma boa atriz, quando alguém vier que perguntar algo sobre o Luther, você queima a fita dele, assim como queimou a minha para o meu pai.
– Esse é o pior plano que eu já ouvi em toda minha vida.
– Tem um melhor?
– Eu nunca pensei que diria isso, mas sim... Eu vou conversar, amigavelmente com ele.
– O que? – Ele ri – Conversar com o Luther? Isso é... Loucura.
– O que é?
– Tipo, é com o Luther que você quer conversar, ele é impossível de controlar.
– Eu dou meus jeitos, eu sei o que fazer... – Ele ri.
– Então boa sorte! – Ele ri de novo.
– Não vou precisar – Dou as costas indo em direção ao quarto do Luther.
Bato na porta, muitas vezes, até que ele abre.
– Oi! Já com saudades?
– Cala a boca – Eu entro no quarto e fecho a porta.
– Calma lá Emily, se quiser...
– Eu não quero nada, somente conversar com você.
– Então fala.
– Acontece que... – Aumento o tom de voz – Por que você contou para todo o colégio que eu fiquei com o David? – Ele me encara por alguns segundos e depois volta a realidade.
– Eu... Eu... Não fiz nada.
– Só contou para todo mundo não é?
– Me desculpa. – Olhei com o cenho franzido para ele.
– Não achei que iria se entregar fácil assim.
– Mas eu entreguei.
– Por que fez isso Luther?
– Eu não sei, eu não sei o que deu em mim, eu só... Deixei escapar.
– O que você ganha com isso? – Ele se aproxima e eu me mantenho no mesmo lugar.
– Emily é que... Eu achei que se todos soubessem que ficou com o David você ficaria com raiva e eu iria “te aparar”.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Você o que? – Eu grito – Você é louco Luther? O que você tem em sua cabeça?
– Você.
– Hã?
– Emily eu... – Ele se aproxima mais – Eu sei que eu sou desse jeito, meio “mulherengo”.
– Meio?
– Tá! Um pouco só, mas eu gosto de você – Não digo nada – Eu sei que você não gosta de mim como eu gosto de você.
– Luther, eu...
– Shhh! – Eu arqueio uma sobrancelha, o que ele queria? Ah, espera... Eu sei.
– O que é?
– Me perdoa?
– Pelo que?
– Por ter contado para todo o colégio.
– Bom... É né... – Ele sorri e se aproxima mais
– Não pense nisso...
– Tarde de mais – Em questão de segundos ele me puxa e logo eu estava com meus lábios aos seus.
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