Um Amor Arranjado

Os Seus Olhos


Sakura suspirou levemente ao sentir o doce roçar dos lábios.

– Olá, meus amigos. - cumprimentou Eriol abrindo a porta em um estrondo.

A jovem deu um pequeno grito empurrando Shaoran com as duas mãos, que grunhiu ao chocar-se com o chão.

– Oh, perdoem-me. Não queria interromper nada. – desculpou-se o inglês observando a cena com certa malicia em seu olhar.

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– O-o que? Nã-ã-o interrompeu nada. – gaguejou a cerejeira. Eriol deu uma doce gargalhada fixando seus olhos no jovem Li que se encontrava encolhido, observando a cena com espanto.

– Ah Shaoran-kun, não diga que está traindo novamente sua mulher! – exclamou o jovem dos olhos azuis apontando para o chão. Shaoran bufou desviando o olhar e cruzando os braços.

– O que? – questionou Sakura confusa. – Ah, não é nada minha querida flor. – respondeu Eriol entre gargalhadas. A jovem deu de ombros assentindo.

– Bem, Sakura-chan. Arrume-se e vamos para a última tarefa do dia, – pediu o inglês educadamente. - venha você também, Shaoran-kun. Sei que não perderia isto por nada. – disse por fim causando uma vermelhidão ao rosto do Li.

Eriol se retirou, deixando para trás um clima tenso pairando sobre o quarto. Sakura preocupava-se em observar apenas teto, evitando encontrar o olhar de Shaoran onde ainda encontrava-se sobre o chão.

– Sakura.

– Sim? – questionou.

– Por que está olhando para o teto? – disse o chinês, franzindo a testa. A jovem sentiu suas bochechas corarem. Fechou os olhos, retirando-se do quarto com passos firmes.

– Ah Sakura, estas aí. Eriol a aguarda no andar de baixo. – falou Chun ao cruzar com a cerejeira no corredor. Seus olhos percorreram todo o corpo de Sakura, indignados. – Não se limpou, Sakura-chan?- a flor negou de cabeça baixa.

– Venha, irei ajuda-la. – propôs a governanta pegando na mão da mesma e a guiando ao toalete.

A jovem flor encontrava-se em sua banheira, enquanto Chun limpava suas costas delicadamente. Mantinha sua cabeça baixa e olhos distantes da realidade, completamente fora de foco.

– Vamos Sakura-chan, diga-me o que atormenta o seus pensamentos? – questionou a senhora tirando a jovem de seu momento de reflexão. – Hã?

– Isso mesmo, pensa que eu não reparei no seu estranho comportamento? – disse sorrindo.

– Ah bem. Eu só... Não compreendo a mim mesma, Chun. – argumentou Sakura pressionando suas mãos. – Como assim, querida?

– É possível que um sentimento domine sobre sua razão?

– Ainda não entendo. – disse Chun confusa.

– Eu fiz algo que o meu senso comum estranha com fervor, mas foi completamente comandado por um sentimento.

– Qual sentimento, querida?

– Eu não sei. – contrapôs Sakura suspirando. – No começo eu sentia ódio, mas depois, - suspirou – não entendi mais nada. E o pior de tudo, meu coração implorava por mais.

Chun fitou-a compreensiva. – Ódio? Tem certeza disto? – Sakura suspirou reflexiva.

– Ah, pelo menos eu espero que seja.

– Sakura-chan, já se apaixonou antes? – perguntou Chun a observando corar.

– E-eu nunca sai de casa antes, então, nunca tive a oportunidade. - esclareceu sentindo suas bochechas se aquecerem cada vez mais.

– E está apaixonada?

– Eu não sei. Como posso saber Chun-san? - perguntou ignorando sua vergonha.

– Você saberá, confie em mim. – Sakura arregalou os olhos, confusa.

– A senhorita irá acordar e simplesmente encontrará a resposta diante dos seus olhos. – a jovem assentiu abaixando a cabeça.

– Sua mãe nunca conversou com a senhorita sobre coisas desse gênero?

– Oh, não. Não tive uma mãe presente. Éramos eu, meu pai, meu irmão e minha governanta, Sonomi. Apenas.

– Compreendo. Deve ter sido difícil para uma moça crescer sem a sua mãe ao lado. – disse Chun.

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– Um pouco. Meu pai e meu irmão nunca me contaram o que houve com ela, mas eu gosto de acreditar que ela ainda vela por mim. – respondeu Sakura em um fio de voz. A senhora sentira seu coração apertar instantaneamente.

– Eu tenho certeza que sim, meu amor. – Chun alisou a cabeça da jovem.

– Chun-san.

– Diga querida.

– Sinto como se a senhora fosse à mãe que eu não tive. – sussurrou a pequena flor. Rapidamente braços quentes a envolveram delicadamente em um abraço aconchegante.

– Sakura-chan. - falou Chun entre soluços. Sakura correspondeu ao doce abraço, um pouco surpresa. – Chun-san, irá se molhar.

– Eu não me importo minha flor. – respondeu entregando-se por completo ás lágrimas.

Eriol encontrava-se sentado impacientemente, no sofá da sala principal. Seus olhos percorriam por toda a sala, procurando refugiar-se do tédio. Os mesmos olhos azuis pararam ao deparar-se com a figura da jovem flor descendo as escadas.

– Sakura, por onde esteve? – perguntou levantando-se em um pulo.

– Perdoe-me Eriol, eu estava me arrumando. – respondeu sem graça.

– Tudo bem. Vamos. – pediu o inglês, indo em direção à mesa de refeições.

– Oh meu Deus, o que é isto tudo? – disse Sakura horrorizada com a quantidade de talheres e pratos sobre a mesa.

– Acalme-se, minha querida flor. Estou aqui para ajuda-la. – a jovem assentiu suspirando.

– Tudo bem, sente-se. Vamos começar. – pediu Eriol. Sakura o obedeceu.

– Agora pegue a colher para sopa. – Sakura o fitou confusa. – É este do lado do garfo de sobremesas. – A jovem arregalou seus olhos verdes, atordoada.

– Ah, que tal começarmos descrevendo a função de cada talher? – propôs Eriol rindo levemente. Sakura confirmou corando.

Eriol a explicou cada talher presente no local, descrevendo até mesmo os mínimos detalhes. Sakura calou-se diante da explicação, prestando atenção em tudo que fora dito ou expressado por gestos pelo inglês.

– Tudo bem, Sakura-chan. Agora pegue a faca e o garfo que são utilizados para cortar a carne. – a jovem assentiu reflexiva observando todos os talheres sobre a mesa.

– Já sei! – exclamou vitoriosa. Pegou os talheres que foram pedidos pelo rapaz, e o fitou.

– Muito bem, Sakura. Agora corte a carne. – disse Eriol aplaudindo.

Sakura observou o bife a sua frente, sorrindo largamente. “Isso não é difícil.” Pensou consigo. Aprumou-se em sua cadeira ajeitando os talheres em suas mãos. Começou a cortar a carne em seu prato, percebendo o quanto que a mesma estava dura. Continuou a corta-la, porém com mais força e sem sucesso. Parou por um instante recuperando o fôlego e retomou aos movimentos, com mais força. Não foi sua intenção, mas seu pedaço de carne fora levado para trás com tamanha a força utilizada pela jovem.

– Shaoran-kun, que bom que está presente. – cumprimentou Eriol gargalhando. Sakura volveu o seu rosto para trás, deparando-se com o chinês bufando e seu bife sobre a cabeça do mesmo.

– Ah, perdoe-me, por favor. – pediu a jovem levantando-se. Shaoran a fitou suspirando e revirando seus âmbares.

– Já me acostumei. – disse dando de ombros.

– Bem, Sakura-chan. Penso que aprendeu tudo o que deveria hoje, retomamos nosso trabalho amanhã. – falou Eriol sorrindo.

– Mas eu falhei com isto. – falou a flor apontando para o pedaço de carne sobre o chão.

– Tudo bem. A senhorita aprendeu tudo o que deveria sobre talheres, o máximo que devemos fazer agora é pedir para que o Shaoran-kun não sirva carne. – respondeu o inglês rindo. Sakura corou envergonhada.

A jovem Sakura encontrava-se em seu quarto, estendida sobre a cama e seus lençóis de dormir. Estava presente fisicamente no espaço, mas ausente por parte de seus pensamentos. Não compreendia o que a vida lhe obrigara a sentir, nem mesmo a razão de sentir-se de tal forma. Seus pensamentos voavam rumo ao belo sorriso do jovem Yukito. Sakura deu um pequeno pulo em sua cama, questionando-se o porquê de pensar no jardineiro, mas logo fora surpreendida pela peça pregada pelos seus pensamentos sem razão. O mesmo fora de encontro aos belos olhos âmbares de um jovem chinês, causando a palpitação do coração da jovem flor. Sentou-se pressionando seu seio com as duas mãos, reprimindo o estado de reboliço de seu coração.

– Você está bem? – questionou Li ao adentrar no quarto e perceber o estranho estado de sua mulher.

– Estou ótima!- exclamou Sakura sorrindo amarelo.

– Ah, se diz... – Shaoran deitou-se ao lado da mesma, fitando o teto.

– Sakura, sobre o que houve neste quarto, foi um ato involuntário. – disse corando.

– Isso, completamente involuntário! – o silêncio estendeu-se conturbando novamente os pensamentos da moça. Deitou-se fechando os olhos com força, tentando expulsar esses estranhos pensamentos de sua mente. Shaoran pigarreou desconfortável.

– Desculpe-me. – Sakura abriu os olhos rapidamente. Virou-se para o marido, o fitando perplexa. – Pelo que?

– Por tudo de mal que já fiz a ti. – sussurrou envergonhado. A flor sorriu diante do comentário. Shaoran pôde ver o brilho de suas esmeraldas. “Isto irá me açoitar pelo resto da noite.” pensou a respeito.

– Eu já te perdoei faz tempo, Shaoran. – disse a jovem. O rapaz apagou a vela ao seu lado, observando o quarto inundar-se com o escuro. Virou-se de costas para sua mulher sorrindo, fechou os olhos em completa calma.

Os raios solares invadiam a sala principal da mansão dos Li. Sakura galgou com seus olhos por cada centímetro do local. Todos os móveis encontravam-se pelos cantos, oferecendo um enorme espaço ao meio.

– Bom dia, Sakura-chan. – cumprimentou Eriol sorrindo alegremente.

– Ah, bom dia, Eriol. O que é isto tudo? – questionou. – Hoje ensinarei a senhorita a dançar.

– Ah não... – sussurrou para si mesma. – Ah sim!- exclamou Eriol.

– Tudo bem, Chun-san, ligue a vitrola. – pediu Eriol segurando Sakura pela cintura. A jovem corou levemente, arregalando os olhos em estado de espanto.

– Ah, Sakura-chan. É só uma dança, relaxe. – disse o inglês rindo. A flor assentiu.

– Agora me deixe pegar em sua mão esquerda, e coloque sua direita sobre meu ombro. – assim a jovem o fez, porém de maneira desajeitada.

– Mantenha postura e cabeça erguida. Não retire os seus olhos dos meus de jeito nenhum. – Eriol passou a guia-la em compasso com a bela melodia ao fundo. O jovem inglês deu uma pausa ao perceber o quanto que sua parceira estava dura diante da situação.

– Acalme-se, Sakura. – a jovem ruborizou-se. – Ah, Shaoran-kun. Que bom que está aqui. – disse Eriol sorrindo diante da figura do Li parado na escada.

Sakura volveu seu corpo, deparando-se com os olhos âmbares sobre a jovem. Sentiu seu estômago revirar-se estranhamente e suas bochechas esquentarem.

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– Venha, dance com a Sakura. – pediu o inglês soltando a jovem. – Ah, não sei...

– Não seja tolo, venha logo. – ordenou Eriol. Shaoran abaixou sua cabeça assentindo com as suas bochechas em chamas. Aproximou-se da bela flor, colocando seus braços hesitantes envolta de sua cintura. A mesma levantou o seu rosto fitando os olhos âmbares de seu marido. Pôde sentir as mãos trêmulas do chinês, perguntando-se o porquê da reação do rapaz. Sakura depositou suas mãos delicadamente sobre o ombro do Li os aproximando mais.

Shaoran sentia a respiração de sua mulher, enquanto seus olhos não ousavam desviar-se das esmeraldas nem por um segundo. Sentia-se em estado de purificação com aqueles olhos verdes sobre si. Sakura deixou-se ser guiada em completa confiança com o seu parceiro, amolecendo em seus braços. Por mais que ambos negassem em suas mentes, não podiam ignorar a estranha reação involuntária de seus corpos. A vermelhidão de suas bochechas, o suor frio de suas mãos, os pulos dados pelos corações e a necessidade de se manterem presos naquele momento, naqueles olhos.

– Muito bem! – disse Eriol aplaudindo com o fim da música. Os jovens se retiraram de suas hipnoses, surpresos com a rapidez do momento. Shaoran afastou-se devagar, colocando suas mãos nos bolsos da calça.

– Viu só Sakura? Estava tão calma nos braços do jovem Li. – falou Eriol sorrindo. – O q-q-ue? – o inglês riu com o excesso de sangue subindo nas bochechas da moça.

– O que foi Sakura-chan? Está com alergia? – perguntou o mesmo enquanto ria escandalosamente. A flor revirou os olhos balançando a cabeça negativamente.

– Hum, irei para os meus afazeres. – disse Shaoran dando ás costas e indo em direção ao seu escritório.

– Irei com o senhor. – anunciou Eriol acompanhando o amigo. Adentraram ao escritório em silêncio. Shaoran virou-se rapidamente ao ouvir um leve riso vindo de seu amigo inglês.

– O que foi? – questionou confuso.

– Estás se apaixonando.

– O que?!- esbravejou o Li perplexo.

– Isso mesmo. – confirmou Eriol rindo. – Ah, Shaoran-kun. Como não consegue perceber isto?

– Porque não é verdade. – respondeu Shaoran dando de ombros. – Tudo bem, se pensa desta forma. – riu o amigo.

A tarde fora tranquila para a jovem Sakura. Sentia-se a vontade com o seu livro em mãos, apreciando a beleza e a arte das palavras. O sol retirava-se clamando pelo seu fim no dia. “O que há de errado comigo?” Perguntou-se mentalmente, foliando o seu livro e absorta em pensamentos perturbadores fora interrompida por belas melodias musicais. Seguiu o seu instinto, enquanto seu coração bombardeava de forma extrema. Fitou a porta branca a sua frente hesitante, porém a abriu, deparando-se com um Shaoran sentado diante á um piano de cauda preta. O chinês interrompeu sua música observando sua esposa por um instante, mas logo retornou para a sua melodia. Sakura sentiu-se encorajada, enquanto seu coração se enchia de alegria. Aproximou-se do marido que continuou a tocar o seu piano. Sentou-se ao seu lado, observando o rapaz. Estava tão entregue a melodia, estava tão belo. A jovem atreveu-se a pôr o seu dedo delicadamente em uma tecla. Shaoran deu fim a sua música, cabisbaixo. O coração da flor havera acelerado por longos segundos, até deparar-se com um Li sorrindo torto e rindo baixo.

– Sabe tocar? – perguntou Shaoran virando-se para Sakura.

– Não, senhor. – disse

O jovem segurou a mão de sua esposa, enquanto a fazia tocar pequenos solos fáceis, em seu piano. Sakura sorriu.

– É fácil, viu? – falou o Li sorrindo. – Ah, para você é fácil. – disse a jovem por fim acompanhando o riso do marido.

O fim da tarde fora agradável para o jovem casal, que mal reparara na escuridão que se formava a sua volta. As doces gargalhadas dos jovens soavam como uma bela música, em total harmonia.

Os dias passaram de forma lenta, mas prazerosa ao fim de toda tarde. O casal firmou compromisso em repetir os maravilhosos momentos todos os dias, em frente ao belo piano. Tinha em mente a certeza de estarem fortalecendo seus laços, porém, apesar do medo encontrado no coração de ambos, ansiavam pelo final da tarde. Aquilo os motivavam a se erguerem de suas camas e a encararem o dia, e mesmo que tenha sido o pior dia presenciado, estavam dispostos a entregar o seus belos sorrisos e doces gargalhadas em frente ao piano. Sentiam-se bem diante um do outro.

– Sakura-chan, uma moça a aguarda no andar de baixo. – disse Chun.

– Está certo, estou descendo. – falou Sakura se olhando no espelho. Desceu as escadas, visualizando uma bela jovem de pele branca e cabelos pretos sentada no sofá.

– Tomoyo-chan! – exclamou a flor sorrindo.

– Sakura-chan, como é bom vê-la novamente. – disse Tomoyo indo de encontro a Sakura e a abraçando forte.

– Adivinha o que eu trouxe. – falou a jovem dos olhos violeta erguendo um embrulho.

– O vestido. – Tomoyo confirmou com a cabeça. – Vamos prova-lo, por favor. – pediu Tomoyo juntando suas duas mãos.

– Cl-a-ro, venha. – riu Sakura subindo as escadas rumo ao seu quarto.

Chegando ao cômodo, Tomoyo a entregou o embrulho rapidamente, logo após ajudou-a a vestir sua obra.

– Oh meu Deus, como está bela! – Sakura corou em resposta fitando o seu reflexo no espelho. O vestido era esplêndido, branco acompanhado de pequenos bordados em rosa.

– Obrigada, Tomoyo-chan! Deve ter dado um trabalho enorme. – Tomoyo balançou sua cabeça negativamente.

– Foi um prazer imenso. Quando será a festa?

– Hoje. – suspirou Sakura nervosa.

– Vai ficar tudo bem. – disse Tomoyo sorrindo. A jovem flor sorriu amarelo, entrelaçando suas mãos.

– Posso ajuda-la a se arrumar? – pediu.

– Tudo bem. – riu Sakura.

Tomoyo cuidou da flor como se estivesse brincando com sua velha boneca de infância, porém, a diversão fora maior. Logo Sakura encontrava-se tão bela quanto uma boneca.

– Sakura-chan, o seu marido está a sua espera. – disse Chun batendo na porta.

– Bom, tenho que ir. – falou Tomoyo sorrindo.

– Não, fique Tomoyo-chan. – implorou a flor segurando na mão de sua amiga e abaixando a cabeça.

– Não posso Sakura. – disse a jovem ainda a sorrir – Mas não se preocupe. Vai dar tudo certo. – Tomoyo levantou o rosto de sua amiga com o queixo, tranquilizando-a com o seu sorriso mais sincero. Sakura assentiu.

Na sala encontrava-se um jovem chinês impaciente, batia o pé no chão sem cessar. – Onde está Sakura? Os convidados logo chegarão.

– Mulheres são assim mesmo. – disse Eriol cruzando os braços.

– O que foi Shaoran-kun? – questionou o inglês reparando na paralisação facial do Li, o qual se encontrava de boca aberta e o olhar direcionado à escada.

– Ah, entendo. – riu Eriol ao virar-se e se deparar com a beleza da jovem flor. – Está belíssima, Sakura-chan.

– Obrigada. – sussurrou corando.

– Não é mesmo, Shaoran-kun? – questionou o inglês dando uma tapinha no braço do amigo.

– O que? – questionou balançando a cabeça. Eriol gargalhou em resposta.

– Venha, senhorita Kinomoto. Logo esta sala estará cheia de convidados. – disse Shaoran desviando o olhar e oferecendo o seu braço para sua esposa. Sakura aceitou entrelaçando os seus braços.

Shaoran estava correto. A sala encontrava-se lotada de pessoas para o desespero da flor. Não estava acostumada com esta grande quantidade de gente, muito menos pessoas de classes sociais superiores a sua. O Li sentia a pressão e a tensão corporal de sua esposa, sempre notando em seu corpo trêmulo, principalmente quando era citada como a nova integrante da família Li. Percebera os olhos de diversas pessoas desconhecidas sobre si, como se a cobrassem de algo ou a julgassem. Suas pernas tremiam devido ao seu novo estado nômade nesta festa. Suas bochechas passaram a doer com o excesso de seus sorrisos mais falsos e seu pulmão não suportara mais sobreviver daquele mesmo ar inalado por aquelas pessoas. Sakura procurava não afastar-se de seu marido, aqueles seres ao seu redor a assustavam. Porém, seu cansaço falara mais alto, teve a necessidade de apoiar-se em uma mesa enquanto fechava os olhos ao suspirar. Ofegante disse para si mesma.

– Preciso de ar. – retirou-se se dirigindo ao seu querido jardim e sentando-se em sua grama. Fechou os olhos se deliciando com o vento que uivava, bagunçando levemente o seu cabelo.

– Irá sujar o seu vestido. – disse Shaoran aproximando-se da moça. – Não me importo. – sorriu Sakura abrindo seus olhos. O jovem sorriu torto com o comentário.

– Seu tio não chegou? – questionou a flor

– Ainda não, receio que irá demorar. – respondeu Shaoran se sentando ao lado de sua mulher.

– Ah. – sussurrou.

– Você gosta do jardineiro? – perguntou o rapaz fitando as estrelas.

– E-e-u... Como? – sobressaltou-se a flor diante da questão.

– Ah, esqueça. Não é do meu interesse. Eu só reparei no brilho dos seus olhos quando se encontrava com o rapaz.

– Reparou no brilho dos meus olhos? – questionou virando-se para o marido. Shaoran confirmou com a cabeça.

– Seus olhos são duas vezes maiores que olhos normais, são incomuns. E a cor deles, é exuberante. Eles transbordam os sentimentos não pronunciados pelos seus lábios. Eles são o meu ponto fraco. – disse Shaoran passando seus olhos para a jovem e sussurrando as últimas palavras. Sakura manteve-se calada, fitando os âmbares do marido. Ah, se ele soubesse como ela sentia-se diante daqueles olhos caramelados.

– Shaoran-kun... – sussurrou Sakura penetrando as suas esmeraldas em Shaoran, o fazendo estremecer.

O chinês aproximou-se mais de sua mulher sobre a luz da lua. Ela estava tão bela, tão linda com aquela luz sobre si. Seus rostos moviam-se devagar na mesma direção, Shaoran pôde sentir o doce perfume floral, mas não sabia se este vinha de sua mulher ou das flores do jardim. Ansiava em responder a esta questão, enterrando o seu rosto no pescoço de sua flor, mas controlou-se. Seus lábios se encostaram, fazendo ambos estremecerem com o toque. Shaoran a beijou delicadamente, extasiado com a sensação de ter aqueles lábios cheios nos seus.

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