Capuz Vermelho

Capítulo 25


Logam jogou o biscoito e Haskel se levantou o pegando no ar com a boca. Logam riu e jogou outro, sendo mordido no ar novamente.

"Minha vez." -Haskel disse pegando o saco e tirando um biscoito.

Logam se afastou e olhou para o biscoito na mão do amigo. Quando o mesmo jogou, o biscoito bateu na sua testa e caiu no chão. Logam riu e caiu para trás. Haskel foi até ele e segurou o biscoito sobre sua cabeça.

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"Me sinto um cachorro." -Logam disse.

Haskel riu e assentiu. Logam levantou a cabeça e mordeu o biscoito rindo também. Haskel suspirou para repor o ar e ajoelhou-se no chão.

"Minha barriga esta doendo de tanto rir." -Logam disse respirando fundo.

Haskel pegou outro biscoito no saco e levou até a boca de Logam, mas quando foi morte, ele afastou o biscoito rapidamente e se inclinou para frente beijando o garoto. Logam riu e retribuiu o beijo, passando a mão em volta do seu pescoço e o puxando para mais perto.

Haskel se apoiou nos cotovelos ficando em uma posição mais confortável, a boca de Logam tinha um leve aroma de mel e nozes, e seus dedos acariciavam seu cabelo. Como ele adorava a quele garoto, e qualquer pensamento em perde-lo era perturbador.

...Não são todos que se sentem a vontade o vendo com o seu amiguinho...

...Só tome cuidado quando sair com ele por ai...

As palavras ameaçadoras de Horam não saíam de sua cabeça, e quando mais ele tentava esquece-las, mais fortes elas soavam na sua mente.

O que ele queria dizer com isso?

Haskel sabia que não era muito seguro para Logam ficar andando por ai, e se Horam sabia, os outros também sabia... E até de mais.

Ele se afastou de Logam e sentou encostado no sofá. Logam se levantou do chão e o olhou.

"Esta tudo bem?" -Ele perguntou.

"Sim... Sim..." -Haskel disse negando com a cabeça, o que deixou Logam um pouco confuso.

"Tem certeza?"

Haskel lambeu os lábios e suspirou.

Os dois ficaram em silêncio quando ouviram um barulho de algo caindo do lado de fora da casa.

"O que foi isso?" -Logam perguntou olhando pela janela.

Haskel se levantou rapidamente e foi até a porta.

Se Horam estivesse ele não teria apenas uma conversa civilizada com ele. Ele não tinha o direito de meter o nariz na sua vida, e muito menos na de Logam.

Ele correu até o fundos da casa, mas não havia ninguém, pelo menso não agora.

"Tinha alguém ai?" -Logam perguntou atrás dele.

Haskel se virou e voltou para casa.

"Haskel." -Logam chamou o seguindo para dentro- "Isso tem haver com o homem barbudo?"

"Acho melhor você ir para casa." -Ele se ajoelhou no chão e começou a guardar as peças na caixa.

"O que ele disse para você?" -Logam se ajoelhou a sua frente e tentou olhar para ele, mas Haskel mantinha a cabeça baixa- "Eu estou te perguntando." -Logam segurou seus ombros e o empurrou para trás.

"O que?" -Haskel perguntou o olhando.

"O que aquele homem veio fazer aqui? O que ele te disse?"

"Nada... Nada de mais, não se preocupe."

"Tarde de mais, eu estou preocupado." -Logam soltou seus ombros e sentou no chão.

"Não devia, esta tudo bem." -Haskel disse negando com a cabeça e voltando a guardar as peças.

Logam suspirou.

"Acho melhor eu ir mesmo." -Ele disse pegando o casaco e a bolsa.

Haskel o olhou e entregou a caixa. Ele não queria ter dito aquilo, queria gritar para Logam ficar, mas ele sabia que não era a coisa certa a se fazer. Ele teria que resolver isso sozinho.

Logam se levantou e guardou a caixa na bolsa. Haskel o acompanhou até a porta, mas antes que Logam a pudesse abrir, ele entrou na frente.

"Me desculpe." -Ele pegou sua mão e olhou para ele- "Mas é algo que eu preciso resolver e... Não quero que você se envolva."

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Logam assentiu.

"Te vejo amanha?" -Haskel perguntou.

"Eu venho." -Logam sorriu e inclinou beijando o canto direito do lábio do outro.

Haskel sorriu e abriu a porta.

"Cuidado." -Ele disse cruzando os braços e vendo Logam se afastar.

Ele fechou a porta e foi para a cozinha. Colocou os pratos dentro da pia e começou a lavá-los, mas não demorou muito e ouviu batidas na porta. Ele limpou a mão no pano e foi até a porta. Quando abriu, Horam sorria e assentia com a cabeça.

"Achei que já tinha te dado açúcar." -Haskel disse fechando a porta atrás de si.

"Não vim pedir nada, mas achei que havia te alertado."

"Então era você." -Haskel cerrou os olhos.

Horam riu.

"Isso é muito errado amigo, vai acabar se encrencando." -Horam disse.

"Você que vai se encrencar se não cuidar da sua vida e me deixar em paz." -Haskel disse empurrando seu peito.

"Opa, opa." -O sorriso do seu rosto sumiu e ele cruzou os braços- "Eu não gosto de ficar vendo essas coisas estranhas por ai..."

"Eu estou na minha casa." -Haskel disse entredentes.

"A casa que você roubou de um homem morto." -Horam ameaçou.

"Cale a boca!"

Horam riu.

"O que você quer, Horam?" -Haskel perguntou friamente.

"Quero te salvar disso, amigo. Isso não é coisa certa." -Horam disse tão calmamente, que Haskel por um momento acreditou que ele ser santo.

"Vá se danar." -Haskel disse dando as costas e indo até a porta de casa.

"Achei que você era diferente, Haskel. Mas dê as costas mesmo e vá brincar de casinha com o seu amiguinho.

Haskel não aguentou mais. Ele olhou para o chão e pegou um pedaço de madeira que havia cortado e, rapidamente, virou o seu corpo acertando Horam na lateral do corpo.

Horam gemeu e cambaleou para o lado com o golpe. Ele olhou para Haskel, que segurava firmemente o pedaço de madeira.

"Repita isso, e eu enfio isso na sua garganta."

"Não precisamos chegar a esse ponto, amigo." -Horam cerrou os punhos.

Haskel deu outro golpe, mas Horam o defendeu com o braço e arrancou o pedaço de madeira das suas mãos. Haskel fechou os punhos e acertou seu peito, mas Horam retribuiu o empurrando para trás.

"Eu não quero brigar com você." -Horam disse.

"Tarde de mais." -Haskel disse indo até ele e pulando no seu pescoço. Ele sabia que no fundo devia se controlar, mas não podia deixar Horam ileso dessa vez.

Os dois caíram no chão e Haskel se levantou rapidamente, chutando Horam no canto direito da barriga e as costas. Ele tentou se levantar, mas o garoto pegou o pedaço de madeira do chão e bateu com ele em suas pernas. Horam gritou de agonia e abraçou o joelho.

"Por favor amigo." -Ele disse se defendendo com o braço.

"Eu não sou seu amigo."