Capuz Vermelho

Capítulo 2


Após o incidente da quela manha, todos foram encaminhados para suas casas e, de acordo com o prefeito, tudo seria resolvido o mais rápido possível.

Logam tinha achado toda a quela situação muito estranha. Primeiro porque ele nunca havia visto a quele homem na cidade, por ser tão pequena, quase todos se conheciam. E segundo, por não haver lobos na quela região, e se ele tivesse sido atacado em outro lugar, não conseguiria andar tanto pelo seu estado.

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Thomas foi para casa avisar a mãe que estava tudo bem, já que ela se preocupava muito com o filho; mas logo o ocorrido estaria em todos os jornais.

Por estar perto do horário do almoço, Logam convidou Annita para almoçar com ele, e como o avô da garota nunca estava em casa para se preocupar com a comida, ela aceitou.

Annita havia perdido os pais em um acidente quando apenas um bebê, desde então, morava com o avô e a prima mais velha, que quase nunca parava em casa, já que trabalhava como vendedora no mercadinho perto de sua casa.

Mas seu avô estava aposentado a alguns messes. O problema, era que, depois disso, nunca mais saiu do bar. Não importasse a hora que passa-se por lá, sempre iria vê-lo bebendo. Annita o odiava por isso.

"E se a situação na sua casa estiver tão ruim, você pode dormir em casa se quiser." -Logam disse abrindo o portãozinho de madeira da casa.

"Obrigada, mas tenho que voltar depois do almoço. Tenho algumas... coisas para fazer." -Ela disse entrando o tirando o casaco.

"Você sabe que sempre é bem vinda." -Logan disse pondo a mala do seu acordeão no chão e pendurando os casacos atrás da porta.

"Annita, que bom te ver, almoçará conosco?" -A tia de Logam perguntou, indo até eles.

"Se não for incomodo." -Annita respondeu um pouco sem jeito.

"Claro que não, é sempre bom ter sua companhia."

Annita sorriu e agradeceu. Ela nunca se sentia tão bem amada em um lugar quanto na casa de Logam.

Os três se dirigiram até a cozinha, a senhora Musil colocou outro prato a mesa e trouxe a panela com a sopa.

"Eu estava indo para a inauguração, mas encontrei com Marcella e ela disse que ouve um acidente. Esta tudo bem?"

Os dois se entreolharam.

"Um homem apareceu na apresentação e disse que foi atacado por um lobo." -Logam disse olhando para a tia.

"Lobo? Mas pelo que sei, não há lobos aqui."

"Esse é o problema." -Annita disse mexendo na sopa- "Não se sabem o que realmente aconteceu. Se foi atacado por um lobo, ou por outra coisa."

A senhora Musil negou com a cabeça inconformada.

"E o prefeito não fez nada a respeito?"

"Ele disse que iria mandar alguns guardas para investigar."

"Investigar?" -A senhora Musil disse como se fosse uma piada- "Se alguém realmente atacou o pobre homem, já deve estar bem longe agora."

"Ou não." -Disse Logam olhando para a tia.

Depois do almoço, Annita ajudou a senhora Musil na louça e Logam levou suas coisas para o quarto.

"Fique mais, Annita." -Disse sua tia.

"Senhora Musil, eu agradeço pela comida, mas eu tenho que ir."

Annita foi até a porta e pegou seu casaco.

"Quer que eu te acompanhe?" -Logam perguntou descendo as escadas.

"Eu posso ir sozinha." -Ela disse abotoando o casaco e abrindo a porta.

"Te vejo por ai, então." -Disse Logam.

"Até mais. E obrigada pelo almoço." -Ela disse sorrindo e saiu.

Logam foi até a cozinha e se apoiou na parede.

"O que foi querido?" -Sua tia perguntou assim que o viu.

"Nada... Só achei essa história muito estranha." -Ele disse olhando para a tia.

"Não fique se preocupando com isso." -Ela disse limpando a mão no avental- "Por que não leva um pouco de sopa para sua avó? Assim se distrai um pouco e a faz companhia."

Ele deu de ombros e assentiu.

Sua avó morava do outro lado da cidade, mas andar pelas ruas movimentadas do centro era muito perigoso, de acordo com a sua tia. Então Logam descobriu que se pegasse um pequeno caminho que tinha entre a floresta, chegaria muito mais rápido; mesmo sua tia não gostando muito disso.

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Na quela região não havia lobos e nenhum outro animal que fosse um problema, mas as pessoas sabiam que aquele caminho era um pouco fechado, o que aumentava o nível de assaltos.

Sua tia pois um pouco da sopa em um pote e um pedaço de torta de maça, que havia feito de manha, em outro. Colocou tudo em uma bolsa de coro e entregou ao sobrinho.

"Tome cuidado." -Ela disse.

"Quantas fezes já não fiz isso." -Ele disse pegando a bolsa e indo para a porta.

"Eu sei... Mas agora pode haver um lobo por ai..." -Ela disse o ajudando a vestir o casaco.

"Não se preocupe." -Ele respondeu, lhe beijando a testa.

Logam saiu pela porta e caminhou pela calçada.

Apesar de ser de tarde, o dia estava bem frio e nublado. Ele pois as mãos no bolso para esquenta-las e foi andando em silêncio em direção a floresta.

A floresta não era bem uma floresta. Era pequena, e cortava a cidade ao meio. Innsbruck era cercada de montanhas, o que transformava a cidade em um vale gelado. Estavam e meados de dezembro, e a cada dia esfriava mais.

Logam entrou na floresta e seguiu pelo caminho marcado. A casa de sua avó ficava do outro lado, em um lado mais simples da cidade, onde só moravam pessoas com idade ou lenhadores, que em certos meses, vinham de cidades vizinhas parta trabalho.

Pelo menso duas vezes na semana ele a visitava, não que ela morasse sozinha, na verdade havia vários vizinhos, mas ela sempre estava doente, o que o preocupava.

Logam caminhava rapidamente entre as plantas e pedras, sua respiração estava ofegante por causa do frio, e seu nariz doía; com certeza estava vermelho.

Ele desceu um pequeno morrinho e continuou a andar. Com o frio que fazia, era capaz da comida esfriar e ficar com um gosto horrível.

Estava quase chegando, quando ouviu um barulho de madeira quebrando.

Não era a sua intenção, mas suas pernas pararam instantaneamente. Ele levantou o olhar e o passou por toda sua volta. Não havia ninguém.

Sua respiração era o único barulho que ele ouvia, e não gostava disso.

Pisadas na gramas vieram por trás dele, e quando se virou, viu um homem um pouco mais velho que ele, com uma longa barba branca e machado na mão.

"Achei que estava sozinho." -Ele disse com uma voz grossa.

Eu também, Logam pensou em responder, mas não seria uma boa ideia.

"O que faz aqui, rapaz. Não soube da noticia de que há lobos andando por ai?"

"Não há lobos em Innsbruck." -Logam disse tentando controlar a voz para não gaguejar.

"Isso é o que eles dizem." -O homem disse, vindo até ele.

"O que quer dizer com isso?"

O homem barbudo apoio o machado no chão e fungou.

"Eu o vi." -Ele disse olhando para Logam.

"Viu o que?"

"O lobo." -O homem disse apoiando-se no machado- "E acredite em mim, não vai querer encontrar com ele."

"Se o viu, como ele não te atacou?" -Logam levantou uma sobrancelha.

"Eu o vi, não ele que me viu." -Ele fez uma pausa- "Quer saber como ele é?"

Logam não respondeu. É claro que ele estava curioso, mas queria sair logo dali.

"Era o próprio demônio." -O homem disse abaixando o tom de voz- "Eu vi a maldade em seus olhos."

Logam deu um passo em falso e quase caiu para trás.

"Tenha cuidado garoto... Tenha muito cuidado."

Logam olhou para o homem, que tirou o machado do chão e o deu uma risada grossa e desengonçada.

Ele então deu as costas e voltou a andar pelo caminho, dessa vez quase correndo.

"Cuidado!" -O homem gritou e riu ao mesmo tempo.

A quele homem era louco, disso ele sabia. Talvez tenha sido que tenha agredido o homem, talvez ele tivesse que tomar mais cuidado com ele do que com o suposto lobo.