9 Crimes

Prólogo


A palavra mais simples e a carta mais grosseira são melhores, são mais educadas do que o silêncio.

Friedrich Nietzsche

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Carta.

O meio de comunicação mais fiel e íntimo aos sentimentos de uma pessoa. O simples ato de escolher uma folha, pegar em uma caneta – ou em uma pena, talvez – e sentar-se em uma cadeira simplesmente para escrever seus pensamentos, é algo de extraordinário.

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Logo, uma carta pode ter diversos significados.

O modo como o homem pode se derramar em palavras é unicamente seu; é ainda uma das poucas coisas que nos difere dos animais irracionais.

Então, sendo algo tão frágil, como esta coleção de cartas pode-se chamar 9 Crimes?

Simples. Escrever é calar a boca física e dar voz àquilo que muitas vezes não pode ser dito facilmente.

Neste caso, existem nove cartas que dão o exemplo de muitas outras que foram enviadas durante a trajetória humana: cartas dolorosas, palavras marcantes, despedidas irreversíveis.

O ser humano é surpreendente. Acredita ser muito mais fácil e indolor se as coisas sejam tratadas indiretamente, quando na verdade o sentimento é mais complexo e delicado do que isto.

Estas pessoas esconderam-se atrás de folhas de papel para dizerem o que realmente desejavam. Admitiram em frases escritas o que sabiam que não admitiriam na vida real. Tiveram de ignorar o seu medo e sua insegurança para que estas cartas fossem enviadas e chegassem a seu destino.

São nove crimes cometidos por réus confessos.

Nove destinos mudados.

São nove cartas.