I Can See Clearly Now

Capítulo 7


I Can See Clearly Now

—CaP 07-

— Ronald, se continuar andando em círculos vai cavar um buraco no chão! – Hermione tentou descontrair o ambiente.

Ela e os dois amigos estavam no Salão Comunal de Gryffindor, esperando tanto os resultados das eliminatórias quanto alguma notícia de Draco.

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— Talvez seu padrinho saiba de algo. – o ruivo estacou e olhou esperançoso para Harry – Sobre as tais Imperdoáveis...

— Ele nunca disse nada. – Potter rebateu pensativo. A expressão tensa na face pálida do vocal não o agradara.

— Pode ser uma banda? Tem nome de banda... “As Imperdoáveis”... coisa de garota, né?

Mione olhou torto para o namorado:

— Não creio que seja isso, Ronie.

O moreno de óculos desviou a atenção para a grande tela que exibia imagens do palco principal de Hogwarts, com o som devidamente abaixado. Prestou pouca atenção na última banda que se apresentava. A platéia parecia animada. Não que tivessem algum interesse nela. A sorte estava lançada, precisavam aguardar os resultados.

— Mas talvez Sirius saiba de alguma coisa. Esse lugar é cheio de... regrinhas e mistérios... – Harry ponderou – Se é algo ruim, ele não ia me dizer mesmo.

— E aquela bochechuda disse que as Imperdoáveis tinham voltado pra Hogwarts. Talvez elas estivessem viajando, sei lá...

Hermione olhou para o ruivo que tinha falado a última frase. Ainda não entendia porque temer essas “Imperdoáveis” se elas fossem apenas uma banda. Devia ser algo pior, muito pior.

— Ficar tentando adivinhar não adianta. Vamos esperar Malfoy voltar e esclarecer tudo. – a sensatez feminina convenceu os rapazes. Então ela apontou a tevê – E a apuração acabou.

Mal disse isso e Draco passou pela porta. Tinha expressão contrariada e trazia um algo mais nos olhos cinzentos. Potter não soube identificar exatamente o que era, no entanto arriscaria dizer que era um quê de medo...

Jogou-se sobre o sofá, ao lado do moreno.

— Você está bem Draco? – Harry perguntou.

— Claro. – foi a resposta pedante que fez Mione rolar os olhos e Ron torcer a boca. Mas a Harry rendeu um sorriso leve nos lábios. Adorava aquelas rebatidas ferinas e mal-criadas.

— As eliminatórias acabaram...

— Eu sei, Cicatriz. – cortou impaciente – Foi por isso que voltei. Quero ver a cara de vocês quando vencermos mais essa.

—E vai nos dizer o que são essas Imperdoáveis?

O loiro afundou-se no sofá. Na mente calculou rapidamente se teria tempo de explicar o assunto antes de ver o resultado. Achou que daria certo se fosse rápido e sucinto.

— As Imperdoáveis são um tipo de droga.

— Droga?! – perguntaram Rony e Hermione juntos.

— Drogas como craque e cocaína? – Harry ficou assombrado com a possibilidade.

— Sim. Exatamente isso. As Imperdoáveis são uma droga sintética. Ela pode ser destilada de três formas diferentes: pode ser ingerida com álcool, nesse caso é chamada de “Crucio”, por que a mistura causa sensação de relaxamento e euforia, mas quando o efeito da dose passa, agride os músculos do usuário a ponto dele sentir dores torturantes. É a mais viciante das três.

— Que horror! – Mione exclamou. Draco ignorou a garota e continuou:

— Uma Imperdoável pode ser injetada na veia, dessa forma, ela é chamada “Imperium”, porque o efeito age no córtex e o usuário perde o senso crítico e o raciocínio lógico. Fica parecendo um zumbi, e é a mais usada... se um vocalista injeta Imperium e alguém diz que ele canta bem, ele irá cantar muito bem. Tem efeito duradouro, e causa danos graves no cérebro.

— E a terceira? – Potter perguntou quando Draco fez uma pequena pausa para respirar.

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— A terceira é a pior. É aspirada, “Avada Kedrava”. Vai direto para o cérebro em segundos. Causa uma sensação descrita como “alcançar o paraíso”, mas é a mais forte e mortal. Um erro de cálculo e o usuário morre. Rápido e indolor.

Harry ajeitou os óculos na ponta do nariz antes de perguntar:

— Eu nunca tinha ouvido falar dessa droga...

— Ela era comum na época de Voldemort. Muita gente acha que ele a produzia. – Draco continuou – Mas ninguém provou nada. Desde então a droga sumiu de circulação.

— Isso prova que Voldemort era culpado. – Ron deduziu.

— Prova nada. – Malfoy resmungou – Porque as Imperdoáveis estão de volta e Voldemort não.

— Faz sentido. – Hermione seguiu a linha de raciocinou. – É mais comum entre os músicos?

— De certa forma – o loiro soou cansado. – Lá fora tem um estúdio que pode alcançar uma lotação de milhares de pessoas. Antes de desaparecer as Imperdoáveis começaram a circular entre os Muggles. Se começar outra vez nada garante que vá parar.

— E elas viciam rápido? – Harry franziu as sobrancelhas.

— Muito. Severus me disse que providências estão sendo tomadas. Eu aconselho vocês a não aceitar nada de ninguém, entenderam? Pansy está em pânico porque Crable foi vitima de um atentado. Ele quase consumiu Crucio sem querer.

— Pode deixar. Vou ficar esperto. – Ronie garantiu decidido. Hermione e Harry concordaram a decisão. Também se manteriam atentos.

Harry analisou o Slytherin por mais uns minutos. Não conseguiu afastar a sensação de que Draco sabia mais do que tinha revelado. Seria por medo? Não era hora de pressionar, pois o garoto parecia um poço de segredos não revelados.

— Olha pra lá, Cicatriz. – Incomodado, Malfoy apontou a televisão. Iam anunciar os resultados as eliminatórias.

— Finalmente! – as orelhas de Ron ficaram vermelhas. Ele voltou a andar de um lado para o outro, com medo de mirar a tela. Hermione sorriu tentando tranqüilizar. Fora contagiada pela confiança de Draco. Harry cruzou os dedos e torceu para terem sido aprovados.

Os nomes das dezesseis bandas aprovadas começaram a serem listados em ordem decrescente. “Wiz” apareceu em décimo primeiro lugar. Duas posições atrás da banda de Chou e quatro acima da banda de Parkinson.

— Conseguimos! – Hermione vibrou.

Ron abriu os braços e avançou até a namorada, erguendo-a para um abraço. Harry virou para Draco exibindo-lhe um sorriso orgulhoso:

— Você estava certo.

— É, Potty.

Foi tudo o que disse. Não conseguia respirar direito. Estava indo longe naquela competição. Mas carregava nos ombros muitas responsabilidades. Havia a promessa feita há anos atrás, causada diretamente pelas Imperdoáveis que assombravam Hogwarts. Promessa feita ao único homem que temia. O homem que cobraria um preço alto, caso faltasse com sua palavra. Lucius Malfoy...

HPDM

— Essa eu garanto também. – Draco afirmou cheio de si.

Os quatro estavam parados em frente a um dos terminais de informação no Grande salão. Era período da tarde e se reuniram faltando uma hora para o começo das oitavas de final, depois de terem almoçado em suas respectivas casas.

— Essa banda tem um back vocal, mas é fraco e desafina os agudos. – o loiro mostrava ser um expert na competição – Estudei as estatísticas deles. Fica complicado a partir das quartas de final. Mas amanhã pensamos nisso.

— E qual vai ser a música dessa vez?

— Close to you. – Harry nem hesitou.

Malfoy sorriu torto. Ótima escolha na sua opinião. Própria para o tom de voz que possuía. Não seria necessário forçar demais.

— Mione e eu usaremos os arranjos que ensaiamos daquela vez. – Ron vibrou com a oportunidade.

Todos concordando, rumaram para o palco principal. Seriam a terceira banda a se apresentar.

— Ei, Potty...

Harry se aproximou do loiro:

— O que foi?

— Existe uma grande chance de enfrentarmos sua namoradinha na semi final... – falou com um tom de voz desinteressado, mas observava o outro pelo canto dos olhos cinzentos.

Potter riu e deu de ombros:

— Que vençam os melhores. Eles ou nós...

— Bem Gryffindor esse seu discurso.

— Se vencermos hoje vamos comemorar.

Draco olhou para o moreno e ergueu as sobrancelhas. Não pôde evitar os lábios finos de se curvarem em um sorriso debochado:

— É a sua desculpa para me beijar outra vez?

— Talvez eu não precise de desculpas... – afirmou misterioso e ergueu a mão, segurando na face pálida do Slytherin. Surpreso, Malfoy não disse nada. Ficou apenas olhando o baterista, preso pelos encantadores olhos verdes. Até que ouviram o nome da banda sendo chamado. Os instrumentos haviam sido testados e o palco estava pronto.

— Somos nós, amigos. – Ronald esfregou as mãos empolgado.

Os quatro tomaram seus lugares, com três dos integrantes surpreendidos: as arquibancadas de Hogwarts estavam mais lotadas que durante a eliminatória. Provavelmente estaria com sua lotação máxima nas finais. Seria uma visão impressionante.

Atrás da bateria, Harry marcou o compasso batendo com as baquetas. Weasley iniciou uma pequena introdução com a guitarra. Hermione logo acompanhou com o contra-baixo e Harry começou em seguida, com uma batida suave.

Draco respirou fundo e soltou a voz no timer certo.

Why do birds suddenly appear Everytime you are near? Just like me, they long to be Close to you...

Por que os pássaros aparecem de repente Toda vez que você está perto? Assim como eu, eles querem estar Perto de você...

A voz macia ecoou num tom baixo, hipnotizando os expectadores. A grande maioria estava ali apenas para conferir os boatos. Havia mesmo uma banda competindo por Gryffindor. E era uma boa banda!

Why do stars fall off from the sky Por que as estrelas descem do céu

Everytime you walk by? Toda vez que você passeia?

Just like me, they long to be, Assim como eu, elas querem estar

Close to you... Perto de você

Draco tentava manter o foco. Amava aquela música, mas não podia quebrar a promessa que fizera a seu pai. “Você vai fazer sucesso um dia, Draco. E quando esse dia chegar, eu estarei lá.

Mas ele não podia. Não podia fazer o que seu pai queria. Amava a música demais para usá-la em tais propósitos.

On the day that you were born No dia em que você nasceu

The angels got together Os anjos se reuniram

They decided to create a dream come true E decidiram tornar um sonho realidade

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So they sprinkled moon dust in your hair Então eles espalharam poeira da lua, em seu cabelo

And put a starlight in your eyes so blue E a luz dourada das estrelas, em seus olhos azuis

No começo era divertido. Ele podia cantar dando o seu melhor. Sonhava em fazer sucesso... até que a realidade o atingiu. Seu pai queria usar o talento herdado. Queria sim que Draco fizesse sucesso, porque assim poderia usar os shows da banda iniciante para comercializar as Imperdoáveis...

E Draco se rebelou contra esse propósito. A música era pra levar sonhos e esperanças às pessoas. Não para espalhar o vicio e a morte. “Então eu nunca farei sucesso, pai. Juro que nunca me verá dando o melhor, enquanto planejar espalhar as Imperdoáveis.

That is why all the girls in town Eis por que todas as garotas da cidade

Follow you, all around O seguem por todo lado

Just like me, they long to be

Assim como eu, elas querem estar Close to you... Perto de você Just like me, they long to be Assim como eu, elas querem estar

Close to you.... Perto de você...

Just like me, they long to be Assim como eu, elas querem estar

Close to you.... Perto de você...

Aah... Close to you.... Aah... Perto de você...

A voz suave foi silenciando aos poucos. Malfoy abriu os olhos que nem lembrava de ter fechado. Mal ouviu os aplausos empolgados. Aquelas pessoas estavam ovacionando o que cantara e nem dera o seu melhor. Elas aplaudiam um vocal que se esforçava para não mostrar o real talento. Fazia com que se sentisse uma fraude.

Virou-se e encarou Harry. Os olhos verdes lhe sorriam. Então Draco moveu os lábios e respondeu com um sorriso triste. Estava chegando a hora. Por mais que garantisse bradasse que venceria o Concurso Musical, não podia fazer se não desse o melhor e colocasse sua alma no que fazia.

Venceria aquela oitava de final. Com um pouco de esforço passaria pelas quartas de final. Mas então... então a competição se acirraria e apenas nos mais talentosos ficariam.

Preso por um juramento, Draco sabia que não teriam chance. A Wiz seria eliminada sem piedade.

Moveu os lábios murmurando “sinto muito” silencioso para o garoto da cicatriz. E Harry entendeu que Draco Malfoy estava entregando os pontos.

Continua...