A recepção no orfanato foi das piores sem broncas sem castigos sem gritos sem nada...

Apenas silêncio, em todos os cômodos, em todos os corredores, só olhares vazios e de grande pena dirigidos a mim, abraços quentes olhos lacrimejantes, tristeza profunda, tudo o que eu tinha vontade de fazer era ficar deitada na cama sem sair dela nunca.

A tristeza é ardilosa, o sentimento de culpa sorrateiro se esgueirando pelas paredes atravessando seus anticorpos borbulhando seu sangue... e-s-c-o-r-r-e-n-d-o p-e-l-o-s o-l-h-o-s, a todo momento apontando uma arma para seu coração extremamente cruel, não mede esforços para acabar com você. Uma semana que passamos fora foi o suficiente para Melanie sofrer um acidente.

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Ela morreu... Mas acontece que tudo, tudo, tudo, que eu quero na minha vida é ela de volta, pra onde eu olhava ela estava lá. Nunca mais poderia ouvir o som da sua voz, olhar seus olhos castanhos me encarando como uma irmã mais velha tentando ensinar a menor alguma coisa boa.

O velório seria as 17:00 horas, eu não iria aguentar vela ali daquele jeito m-o-r-t-a. Então entrei no meu quarto e chorei muito fiquei ali pensando no que seria de mim daqui pra frente.

Deu a hora do velório, eu não queria descer eu não iria aguentar, mais eu fui obrigada a ir, minha agonia era visível.

* * *

Era só uma promessa a ser cumprida naquele dia, em algumas horas, eu estaria na cama para tentar dormir em vão.

Os dias se passaram cerca de um mês se passou e a tristeza ainda corria nas minhas veias. E a escuridão ainda abrigava minha alma.