Capítulo 9

Autora pov:

Via-se um brilho perverso nos olhos do homem, enquanto o mesmo retirava os recipientes com o líquido rubro de dentro da bolsa. Ele deposita os dois pequenos recipientes encima da mesa da cozinha. Ele os olha com satisfação. Admirando seu prêmio. Merecido, pensa ele, depois de todo o trabalho que teve.

Pareceu fácil no início. A mulher andando sozinha no meio da floresta. Aparentemente frágil, enquanto cantarolava na estrada ladeada pela Floresta Di Eros. Quando o homem a atacou, ela estava totalmente alerta. Ela lutou. Bateu, arranhou e o chutou com toda a sua força, mas o homem estava preparado. Tendo ele corrido atrás dela em meio a floresta, ele pulou e agarrou as pernas da mulher. Ela caiu e, por sorte dele, bateu a cabeça numa pedra. Ela não desmaiou, mas ficou tonta e desorientada. Isso deu ao homem tempo para despejar um líquido em um pano branco e cobriu o nariz e a boca da mesma, fazendo-a cair em sono profundo.

Tendo-a desacordada, ele a arrastou até onde havia deixado seus instrumentos. Ele havia planejado aquilo durante um longo tempo. Imaginou cada ação e o que precisaria para cumprir sua promessa. Depois de amarrar os braços dela, tirou seus recipientes vazios, a faca e uma pequena bandeja. Pôs a bandeja embaixo e entre as pernas da mulher e, pegando a faca, começou a fazer os cortes estratégicos na virilha dela. Profundos e pequenos, mas suficientes para desfigurar sua genitália. Enquanto ministrava os cortes, a excitação dele era palpável no ar que o envolvia. Minimamente por estar tocando o sexo de uma mulher – coisa que nunca fez –, mas principalmente por ver o sangue descer e se depositar na bandeja. Era a realização dele. A promessa começava a ser cumprida.

Pegando a bandeja com cuidado para não derramar o sangue dela, ele põe o conteúdo nos recipientes e joga o que sobrou entre as pernas dela. Devolvendo, pensou ele. Ele, então, colocou os recipientes de volta em sua bolsa, agora cheios. Não cheios de sangue daquela mulher. Mas sim, cheios do ódio e raiva que o homem que a possuía haveria de sentir assim que descobrisse o que ele tinha feito a sua amada. Juan iria pagar por seu passado. Pelo que fez. E ter feito o que fez com a mulher que Juan amava, era somente parte do plano. O homem já não se importava com nada. Ele não se contentava só com o sangue da mulher de Don Juan DeMarco. Para concluir sua promessa, sua vingança, ele queria a menina. O fruto do grande amor de Don Juan. O homem faria Juan sofrer até a morte, matando sua filha.