1 semana depois...

A torradeira exibiu a fatia bem queimada, no ponto. Uma mulher, morena, por volta dos seus quarenta anos, foi até o objeto e pegou a torrada.

– Lucas, tome aqui - chamou ela. Um garoto de onze anos correu à cozinha e pegou o prato com a torrada, geleia, leite e frutas.

– Obrigado, mãe - sentou-se à mesa.

– Não me diga que fez panquecas de novo, amor? - disse um homem moreno que aparentava ser mais velho pouca coisa que ela.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Fiz sim, sei que as adora. Roberto, hoje você levará o Lucas e a Renata à escola, porque o instituto quer que eu vá atrás do doutor Silva. Ele desapareceu há uma semana, mas acho que sei onde ele deve estar.

– Onde?

– Ninguém conhece, exceto eu, que ele tem um casebre perto da rodovia. Eu guiarei os outros biólogos que participarão das buscas, além da polícia. As buscas se iniciam hoje.

– Sabe que eu não gosto que se meta nisso. Pra que polícia?

– O cara tá sumido há uma semana e não tem família. Era um lunático. É claro que a polícia vai a campo.

– Oi mãe - apareceu uma adolescente, a filha mais velha deles -, oi pai, oi insuportável...

– Oi sua boboca - retrucou o garoto.

– Ei, vamos parar com isso! O pai de vocês os levará hoje. Preciso ir amor - deu um beijo no marido e no caçula.

Adriana Gregório de Assis era uma experiente bióloga que trabalhava no CPAI; amiga do doutor Raimundo, trabalhou com o mesmo na época das vacas gordas (quando o governo mantinha as verbas no centro), mas afastou-se quando o homem decidiu se dedicar à pesquisar a cura para o ebola.

Ano passado, o ebola assolou a África e continua o fazendo. Mas, com o ano de 2015, os cientistas viram que aconteceria algo novo. Ano novo, algo novo. Talvez esse "algo" fosse o desaparecimento misterioso de um dos mais célebres cientistas do estado.