Hesthia, Ainda Há Esperança

Uma visão sombria


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Faltando uma semana para a Guerra, de manhã, em um dia, fui me ligar ao pégaso, ele me parecia doente, acabado, seus olhos não estavam brilhando quando isso era de costume, estavam sem b rilho, caídos, sem vida. Nos olhamos juntamente, e nem foi preciso colocar minha mão sob sua cabeça, já estávamos ligados.

“-Está bem?” –Perguntei.

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“ –Não muito...” –Respondeu.

“-O que está acontecendo?”

“-Esta Guerra, não terminará nada bem para um de vocês...”

“ –Se sabe disso, por que não me mostra o que acontecerá?”

“-Não depende somente de mim, minhas visões às vezes não se mostram completas. Não é apenas só porque sou o alfa, que tudo é claro e nítido, principalmente visões sombrias como esta. Todos os dias tento me esforçar o máximo para lhe mostrar sendo que nem eu compreendo elas. Se fosse fácil, você já saberia, com toda a certeza. Me desculpe mestra.”

“-Já te disse que não precisa me chamar de mestra. Me sinto como se eu estivesse lhe escravizando...” –Respondi.

“-E como quer que eu lhe chame?”

“-Selene, como todos os outros.”

“-Mas Sebastian lhe chama de amor.”

“-Sim, mas ele é meu noivo, e temos um sentimento mais forte que apenas uma amizade.”

“-Ah, sim. Me lembro quando eu possuía um par...” –Neste momento, o pégaso olhou para baixo e conseguiu me passar um sentimento de tristeza. E por mais incrível, eu fiquei triste.

“-E o que aconteceu?” –Perguntei e ele levantou sua cabeça.

“-Foi morta por canibais...” –E começou a me passar a cena.

Era como flashes em minha mente, como se aquilo estivesse acontecendo comigo, como se eu fosse ele, e o seu par fosse Sebastian. “Eu” estava escondida e com medo atrás de uma grande pedra, apenas via o que acontecia, minha vontade era de gritar para os tais canibais pararem, mas eles devoraram “Sebastian”, eram pessoas, ou animais com características de pessoas, eles comiam como se passassem fome por milhões de anos. Com uma força descomunal, arrancavam com suas próprias mãos a pele de “Sebastian”, o sangue escorria, minha agonia aumentava. Suas bocas estavam lotadas de sangue, não havia como recuperar, ele se foi, bem na minha frente, sem nenhum ressentimento, e não havia nada para fazer sobre aquilo, apenas ver a morte, e ter a sensação que algo estava espremendo meu coração por dentro até fazê-lo sangrar. Aquilo doía. Por fim, depois de retirarem tudo, chegaram ao coração. “Eu” já estava preparada para sentir mais dor ainda, mas não, não comeram o coração, o deixaram lá. E foram embora.

Depois da visão de que foram embora, o pégaso cortou a ligação e percebi que eu estava chorando. Mas não pouco, e sim, muito, aquele choro me fazia soluçar.

“-Foi isso que aconteceu?” –Perguntei esfregando meus olhos afim de enxugar as lágrimas.

“-Infelizmente, sim...” –Respondeu deixando escapar uma lágrima de seus olhos. Hunter era mais parecido comigo do que eu já imaginava, dava para perceber que ele tentava não chorar, a saudade dele de seu par, e minhas saudades de meu pai eram fardos que teríamos que levar ao longo da vida, tentamos segurar algo que não suportamos. Limpei sua lágrima que caminhava, agora, em seu focinho, e tentei consolá-lo.

“-Seja forte, o destino sabe o que faz, e parece que as vezes precisamos passar por coisas terríveis para ficarmos mais resistentes e aguentar toda a pressão que a vida põe sobre nós. Estou no mesmo dilema que você, meu pai é igual ao seu par, parece estar morto, nunca mais vi ele depois que tomei a decisão de tentar uma nova vida. Sinto falta dele...” –Confessei.

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“-Vou tentar mest... –Se interrompeu lembrando que eu não queria que ele me chamasse daquele jeito. –Selene.” –Concluiu.

“-Coloquei seu nome em homenagem ao meu pai...”

“-Boa escolha. Gostei deste nome. Mas sei de alguém que não gostou do nome dado...” –Falou.

“-Quem?” –Perguntei curiosa.

“-O pégaso de Shiva... Todos são machos, o modo de controlar sexualidade é mito, não há nada disso.” –Quando terminou de me contar, eu precisei rir, era uma comédia, este tempo todo, Shiva chamava o seu pégaso de Escarlate e o pobre coitado não podia reclamar.

“-Devo falar com ela?” –Perguntei.

“-Acho que sim, ele ficaria muito mais confortável... –Falou. Hunter percebeu que eu estava um pouco tensa, e resolveu perguntar. –Esta tensa por causa da Guerra, não é?”

“-Infelizmente, sim estou.” –Confessei.

“-Mas não foi você que deu aquele discurso todo para todos? Funcionou para Shiva, Wrath, Sebastian e Adella, mesmo para você?”

“-Dizer aquilo foi fácil, mas no fundo eu estou com medo, afinal, é minha primeira Guerra, e se eu falhar em um poder? Pode ser fatal.”

“-Sim, pode. Mas pelo o que me contou, disse que temos que dar o nosso máximo, e que conseguiremos cumprir o que tem que ser feito, não foi? Sabe que estarei ao seu lado na batalha, sabe que irei ficar com você até a morte.”

“-Você é muito importante para mim... É como se você fosse a mistura das melhores pessoas, o Amor de Sebastian, os Conselhos de Adella, a Segurança de meu pai, a Confidência de Wrath e a Valorização de Shiva.” –Falei.

“-A partir disso, meu objetivo é cumprido, transformar-me em um indivíduo importante à você. E sentir que tudo o que acabou de dizer, é verdade. Shiva lhe contou que quando se considera um pégaso alguém de grande importância, ele fará tudo por você, e que adquire o poder da cura?”

“-Não.”

“-Então, sabe agora.”

“-Fico feliz que estamos juntos nessa.”

“-Até a morte.” –Hunter disse.

“-Até a morte.” –Correspondi sorrindo.

Saí da ligação e quando olhei para o lado, Sebastian estava me observando. Fui em direção à ele, e já veio cheio de perguntas.

-Por que você estava chorando?

-Não posso explicar... –Falei.

-Por que não?

-É algo pessoal.

-Como eu imaginei... –Sebastian disse me deixando confusa.

-Sabia de quê? –Perguntei.

–Este pégaso vai acabar tomando meu lugar... –Disse mostrando claramente que estava com ciúmes.

-Ah, sério? Sério mesmo? –Sorri me aproximando dele e pondo minhas mãos em volte de sua cintura, que raramente estava coberta por roupa, e desta vez, estava. –Meu cachorrão está mesmo com ciúmes? –Provoquei-o.

-Não estou com ciúmes... De onde tirou isso? –Disse tentando cobrir algo que já estava descoberto.

-Sabe que seu posto jamais será substituído. Hunter é como se fosse meu segundo pai agora. –Finalizei beijando sua testa, e logo depois me aconchegando em seu peitoral ainda abraçada pela sua cintura. Ele apoiou suas mãos em meus ombros e ficamos parados na varanda da casa abraçados.

-Espero que seja só isso mesmo... –Sebastian disse me fazendo rir.

-É, apenas isso... –Falei olhando para o lago que estava congelado, e pelos flocos de neve que caiam sobre ele. –Posso te perguntar uma coisa? –permaneci o olhar nos flocos, e abraçada à ele.

-Claro.

-O que faremos depois da Guerra, quando ganharmos...?

–Ganharemos uma grande quantia de Nectuns, ganharemos respeito, e as pessoas terão de seguir o nosso estilo de vida. Por isso se alguém ganhar e for de uma liga do mal, estaremos todos, toda Freljord, no inferno. Nossa liga ou a liga de Chronos tem de ganhar, somos os únicos que não queremos vingança, queremos fazer de Freljord um lugar melhor para viver, sem perigos, sem risco de uma criança estar brincando com seus amigos e receber a notícia de que seus pais foram mortos dentro da própria casa, e estar sem ninguém. Queremos acabar com isso. –Finalizou.

-Que bom que Adella me encontrou. –Falei aliviada.

–Adella encontrou basicamente todos daqui. Minha irmãzinha mais nova, pirralhenta que eu mais amo. –Falou sorrindo, embora eu não pudesse vê-lo eu sabia que ele estava sorrindo.

Ficamos um tempo em silêncio, e eu estava pensando em algo que me deixou um pouco preocupada ao ver a água do lago congelado. Sai do abraço, olhei espantada para Sebastian e perguntei quase desesperada.

-Sebastian! –Ele me olhou espantado por me ver desesperada do nada. –Como eu vou controlar meus poderes se todos os lagos e rios estão congelado!?