Maldito Intercâmbio
Muito bonito, muito tocante.
Lily Evans.
Mais um mês havia se passado e a tensão só aumentava. O clima em Nova Iorque era de velório.
Miles nos tratava como se fossemos sumir a qualquer momento, e Amos estava se afastando.
Amos... Eu andava tão confusa em relação á ele. Quero dizer, ele era tão lindo e ao mesmo tempo tão educado, tão terno e fofo.
Eu sentia que ele queria estar comigo assim como eu queria estar com ele, mas também sentia que faltava alguma coisa ali.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Como se faltasse uma peça do quebra-cabeça, e aquela peça fizesse toda a diferença.
Ele não me completava. E eu não o completava.
Ele não tinha aquele brilho nos olhos como todos dizem ter quando se está apaixonado. Seus olhos castanhos escuros continuavam os mesmos quando estávamos juntos.
E tenho certeza que os meus também continuavam.
Eu não estava apaixonada por Amos, era apenas uma atração... Uma coisa de momento.
Mas mesmo assim faria falta. Sua voz forte e aveludada, seu cheiro suave e seu beijo doce sem dúvidas deixariam uma marca em mim.
Talvez eu aprendesse a ama-lo se nós tivéssemos mais tempo. Talvez não.
Era nisso o que eu pensava enquanto via ele se aproximar de mim, me buscando para mais uma de nossas caminhadas matinais.
Será que eu aprenderia a ama-lo por essas caminhas? Ou por seu gosto musical que se parecia tanto com o meu? Ou por seu cavalheirismo sem fim?
Quem sabe... Mas essas são perguntas que nunca terão respostas, não haverá tempo para respondê-las.
– Lily, está linda. Como sempre. – Disse ele enquanto me cumprimentava com um abraço terno e um selinho.
– Obrigada Amos, você está deslumbrante. – Respondi. E era verdade, por que mesmo com roupas simples de caminhada Amos Diggory ficava deslumbrante.
Eu estranhamente tinha o impulso de ser formal com ele, de não aprofundar muito nossas conversas ou não demonstrar todo o meu jeito. Eu sentia que com ele as coisas eram diferentes, tudo importante de mais, sério de mais.
– Educada como sempre. – Ele disse enquanto me estendia o braço para começarmos a caminhada.
– Amos, eu posso te fazer uma pergunta um tanto estranha?
– Claro Lily. – Ele respondeu arqueando as duas sobrancelhas de uma forma acusatória.
Não me importei e joguei na lata uma pergunta que já estava querendo fazer á tempos:
– Por que você anda com Miles? Quero dizer, você é todo educado, gentil, cavalheiro... Não que ele não seja, mas você parece mais sério, mais maduro e mais responsável... – Notei que quando terminei de fazer a pergunta Amos sorriu, como se concordasse com o que falei.
– Sabe Lily, você desperta esse lado meu. Mais sério e educado, eu também não entendo... Geralmente sou como Miles, ou até pior, mas quando estou com você sinto que tenho que ser assim. Entende?
– Entendo, na verdade acontece a mesma coisa comigo. – Desabafei.
– Eu sei. – Ele disse e me puxou para dentro de uma doceria pela qual passávamos diariamente em nossa caminhada.
Eu só havia entrado nela uma vez, por que a doida da Dorcas cismou que queria um cupcake de morango com amêndoa.
Nem gosto de lembrar disso, caçamos aquilo por todo o bairro e fomos achar ali, bem na nossa cara.
– Por que estamos aqui Amos?
– Eu quero te propor uma coisa Lily. Mas já que estamos aqui, vai querer o que? – Ele perguntou enquanto chamava uma menina que trabalhava ali.
– Pode ser um brigadeirão. – Falei enquanto checava a mensagem que Lene acabara de enviar. Ela dizia: “Aquele tal de Remus Lupin me enviou outra mensagem, será que a senhorita pode tomar vergonha na cara e responder o coitado logo? Mas só depois que chegar do “encontro” com Diggory”.
Ah droga, mesmo usando a correntinha que ele me deu todo santo dia ainda me esqueço de responder Remus.
E quantas vezes eu teria que explicar para Lene que aquilo não era um encontro? Pelo céus, nós caminhávamos todos os dias á três semanas e ela ainda não tinha tirado essa ideia da cabeça!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– E então, o que vai ser? – A garçonete que tinha mais ou menos a minha idade perguntou enquanto sorria para nós.
– Um brigadeirão para a moça bonita, e uma fatia de torta de limão pra mim. – Pediu Amos.
– Tudo bem, já volto com os pedidos.
– Então quer dizer que sou bonita? – Perguntei e logo depois deixei escapar uma risadinha fraca.
– Não. – Ele respondeu secamente.
– Não?
– Não. Você é muito mais que bonita, você é maravilhosa. – Ele falou enquanto me puxava para um beijo calmo e sem muita emoção.
Algum tempo se passou e nós continuávamos nos beijando, não era a melhor sensação do mundo, mas com certeza não era nada ruim.
Mas é claro, sempre tem alguém para estragar momento como esses.
Afinal, para que outra razão servem os amigos?
– Muito bonito, muito tocante. Já podem parar, por que se não um dos dois vai morrer afogado por tanta saliva. – Disse uma voz bastante conhecia.
Abri os olhos calmamente e pude ver Lene pegando o pedaço de torta de Amos.
– Se não se importa Diggory, vou comer isso aqui. – Ela falou enquanto já se apoderava da torta e se sentava á nossa frente na mesa.
– Que falta de educação Lene... A propósito Lily, isso aí é brigadeirão? – Dorcas falou enquanto apontava para um prato que tinha um brigadeiro enorme encima e guardava seu celular dentro da bolsa.
É impressão minha ou ela tirou uma foto do beijo?
– É, mas você tirou uma fot... – Ela não me deixou continuar a frase e foi pegando o prato que estava a minha frente e se sentando ao lado de Lene.
– Ótimo, estou morrendo de fome. – Falou a loira.
Amos estava rindo discretamente de minhas amigas enquanto chamava novamente a garçonete.
– Mais alguma coisa? – Perguntou ela enquanto puxava um bloquinho para anotar os pedidos.
– Um brigadeirão. – Eu disse fuzilando Dorcas com o olhar.
Ela nem pareceu perceber.
– Eu quero uma fatia de torta de limão, por favor. – Pediu Amos enquanto me observava fuzilar Dorcas.
– Eu quero um cappuccino. – Falou Lene.
– Eu também. – Disse Dorcas enquanto sorria angelicalmente para mim. Como se aquilo mudasse o fato de ela ser uma ladra de brigadeiros.
– Bom, se for assim eu também quero. Lily? – Ofereceu Amos enquanto sorria para mim.
Qual é, todo mundo decidiu sorrir pra mim hoje?!
– Pode ser. – Eu falei enquanto continuava a encarar Dorcas.
– Então é isso, quatro cappuccinos, uma fatia de torta de limão e um brigadeirão. Mais alguma coisa?
– Pode colocar aí mais uma fatia de torta de limão, por que isso aqui é tão bom que não pode ser de Deus. – Disse Lene indicando a torta.
– E mais um brigadeirão. E com bastante granulado. – Completou Dorcas.
– Ótimo, espero que explodam. – Resmunguei baixinho, mas acho que Amos ouviu por que chegou mais perto de mim no banco e passou um dos braços ao redor do meu ombro.
– Sabe Lily, eu estava pensando... Que nós podíamos tentar. – Ele falou enquanto olhava minhas amigas que riam de alguma coisa que Lene falou.
– Tentar o que? – Perguntei em seu ouvido.
– Ficar juntos. Eu sei que não estamos apaixonados, mas eu definitivamente gosto de você, de uma forma estranha, mas gosto. E eu sei que você também gosta de mim. Então podíamos tentar alguma coisa mais séria do que temos agora. Eaê, o que acha? - Ele perguntou enquanto sorria nervosamente para mim.
A essa altura, Dorcas e Lene já não riam mais e nos observavam cautelosamente.
– Sabe o que eu acho? – Perguntei fazendo biquinho enquanto o observava.
Era tão fofo quando estava nervoso...
– O que? – Ele perguntou enquanto seu sorriso murchava lentamente.
– Que nós podíamos tentar.
Automaticamente ele mordeu meus lábios e me puxou para outro beijo, mas dessa vez mais rápido, com mais emoções e ainda melhor!
Eu ouvia as palminhas de Dorcas no fundo e as risadas felizes de Lene.
Ouvi um barulho de foto sendo tirada e mesmo com os olhos fechados percebi o flash do celular de Dorcas, mas nem me importei.
Naquele momento a única prioridade era beijar Amos.
Continuamos o beijo até que o ar faltasse e precisássemos parar para recuperar o fôlego.
– Ainda bem que vocês pararam, eu já ia começar a comer. – Disse Lene enquanto apontava para os pedidos que já tinham chegado.
– Então, atacar! – Amos disse enquanto puxava seu pedaço de torta e um cappuccino e começava a comer.
Puxei meu brigadeirão e meu cappuccino e observei minhas amigas e meu ‘namorado’ rirem de alguma coisa que eu não fazia ideia do que era.
Eu estava com a cabeça longe, pensando se tinha feito à escolha certa em aceitar a proposta de Amos...
Fale com o autor