Maldito Intercâmbio

Eu e Dorcas vamos para Londres com você!


James Potter.

Sabe quando você acorda e sente que aquele dia vai ser melancólico?

Daqueles que você fica pensando no passado e no que poderia ter feito de diferente, e como seria agora se o tivesse feito?!

Pois é, isso descreve bem o que eu estava sentindo. E obviamente Sirius não me ajudava muito.

– No que está pensando James? – Perguntou ele enquanto ajeitava os cabelos o mais rápido que podia, afinal já estávamos atrasados para a escola.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Sirius, na boa. Oque você acha que a Evans sentia quando ainda estava aqui? – Perguntei assim que terminei de me arrumar e verificava minhas redes sociais pelo celular.

– Rejeitada. E provavelmente ela acha que nós somos idiotas.

Sirius pode ter mil defeitos, mas ele era sincero. Sempre.

E eu ainda não havia decidido se gostava disso.

– Merda... – Respondi enquanto me jogava na cama para esperar a donzela terminar de se arrumar.

– James, precisamos ter uma conversa séria. - Sirius resmungou enquanto saía do quarto.

E já estava mais do que na hora dele sair do quarto, já vi meninas se arrumando na metade do tempo que ele gasta.

Fomos de carro para a escola, ambos sem falar uma única palavra. Provavelmente Sirius estava escolhendo as palavras certas para me chamar de maluco de uma forma mais carinhosa. E eu não estava disposto a ouvir aquilo pela milésima vez.

E não, ele não me falava isso mil vezes. Eu que falava, pra mim mesmo.

Me processe mundo.

Chegamos na escola bem rápido e praticamente voamos em direção a sala de aula, afinal, acho Slughorn não aprovaria mais um atraso de nossa parte.

E realmente não aprovou, já que mesmo voando chegamos atrasados.

– Sr. Potter, Sr. Black, posso saber o motivo do atraso dos senhores? – Falou ele enquanto sorria de uma forma nojentamente bondosa.

Antes que minha mente brilhante pudesse pensar em uma desculpa convincente, Sirius abriu aquele lixão que ele chama de boca e disse a coisa mais estúpida que já ouvi em toda a minha vida. E olha que eu já ouvi muita, mais muita coisa estúpida.

– Um avião caiu encima da mãe do James.

Depois de ouvir isso, eu tive que refrear meu impulso de bater minha cabeça repetidas vezes contra a parede.

Passei os olhos rapidamente pela sala e vi Remus revirar os olhos, claramente envergonhado tanto do nosso atraso quanto da desculpa infantil do Sirius.

Acho que o cérebro dele não acompanhou o desenvolvimento do corpo.

Slughorn balançou a cabeça em negação como se dissesse “por que eu ainda tento?!” e fechou a porta atrás de nós.

Antes que o barril que chamamos de professor pudesse dizer mais alguma coisa, corremos para nossos lugares ao lado de Remus que resmungou alguma coisa como “perfeitos” ou “retardados”.

Não consegui ouvir direito, mas preferi acreditar na primeira opção.

Sirius Black.

Eu nem percebi a aula passando, só acordei quando o sinal bateu para o recreio.

Eles tinham que inventar uma forma mais carinhosa de acordar os alunos, tenho certeza que isso vai me render uma boa dor de cabeça.

James já tinha saído da sala, pensando que ia fugir da nossa conversinha. Só pensando mesmo, por que ninguém foge de Sirius Black.

Nossa, como isso soou gay.

Remus estava tirando suas dúvidas com o professor, e eu ia espera-lo por que sou um ótimo amigo. Ao contrário de James, é claro.

– Hey, Remus. Evans era sua amiga, certo? E vocês não tem nenhum tipo de contado? – Perguntei na lata mesmo, e não queria nem saber se o professor nos olhava com cara desconfiada enquanto saíamos da sala.

– Era, Sirius. E não, nós não temos nenhum tipo de contato. Ela simplesmente se foi, mas oque tem isso? – Remus perguntou com uma cara que diz: “Tá interessado nela?”.

– É o James - fiz questão de deixar bem claro -, ele realmente está me preocupando...

Remus disse alguma coisa como “vou ver se posso fazer algo” e saiu correndo em direção á biblioteca.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu ainda me pergunto o que tem de tão bom lá, por que sinceramente, livros não podem ser.

Remus Lupin.

Fazia muito tempo que não tinha notícias de Lily.

Eu sentia sua falta, de verdade.

Enquanto caminhava em direção à biblioteca para pegar emprestado alguns livros, pensei em algumas coisas que poderia fazer para encontrar Lily na internet.

Só tinha um problema, os computadores da escola eram muito disputados.

Parecia um formigueiro atacando um único pedaço de bala.

Eu nunca fui de tirar vantagem de ser um dos Marotos, mas certas situações pedem medidas desesperadas.

Cheguei cautelosamente por trás de um primeiranista que estava jogando um jogo mais idiota do que o próprio Sirius e descansei minha mão sobre seu ombro de uma forma ameaçadora.

Ele rapidamente olhou para o meu rosto, e eu por minha vez sorri de uma forma convencida e indiquei o computador á sua frente.

O garotinho pareceu nem pensar duas vezes, pegou suas coisas rapidamente e saiu em disparada dali.

Coitado, mais tarde eu o procuraria e lhe daria um doce.

Abri a aba do navegador e pesquisei “Lily Evans” no Google.

Pra ser sincero, eu não tinha reais esperanças que aquilo fosse realmente dar certo.

Mas pra minha surpresa deu.

O primeiro link disponível direcionava ao perfil de uma garota chamada Marlene McKinnon.

Ela tinha inúmeras fotos, vários comentários e seguidores... Realmente era muito bonita.

Mas não era pra isso que eu estava ali, aquele perfil tinha algo relacionado à Lily e eu estava disposto a achar o que era.

Mesmo que para isso eu fosse perder o restante da aula, que já estava começando.

Em meio á várias fotos eu avistei uma que me chamou atenção.

Tinha uma menina ruiva ali.

E não era em qualquer esquina que se achava ruivas com olhos verdes vivo.

Ampliei a foto e lá estava ela. Lily.

Mas não parecia ela, estava diferente... Mais bonita.

E com ela estavam mais duas meninas. A morena que identifiquei ser McKinnon e uma loira que mais parecia um anjo do que uma pessoa.

Em meio á vários likes e comentários consegui encontrar a legenda da foto, que dizia: “Com minhas amigas, confidentes e irmãs, Lily Evans e Dorcas Meadowes”.

Enviei uma mensagem para a dona do perfil esperando que ela me respondesse o mais rápido possível.

Na verdade, aquilo não era bem uma mensagem, parecia mais aqueles bilhetinhos de quinta que as garotas ficam trocando durante aulas, ele dizia:

“Olá Marlene McKinnon, me chamo Remus Lupin e sou amigo da Lily Evans, queria saber se você pode me por em contato com ela,

Grato, Remus Lupin.”

Eu não havia percebido, mas tinha passado muito tempo dentro da biblioteca, afinal, o sinal da hora da saída já estava prestes a bater.

Lily Evans.

Mais um dia de minha vida America estava começando e eu não sabia se ficava feliz ou triste.

Feliz por saber que aquela experiência tinha sido real, mas triste por saber que estava acabando.

Como eu iria viver sem Dorcas e Lene?

Tudo bem que ainda faltavam cerca de dois meses para a viagem, mas só de pensar nisso meu estomago dava voltas.

Eu não queria voltar, eu amava aquilo.

Lene e Dorcas também não pareciam muito felizes nos últimos dias, desde a ligação da Orientadora dizendo para começar a arrumar as coisas e me despedir, pois à volta a Londres estava próxima.

Lene até tentou arrancar o telefone da minha mão para xingar a pobre Orientadora, mas ela não tinha culpa de eu ter nascido lá e não aqui.

Mas hoje Dorcas e Lene já não estavam mais tão melancólicas, isso para não dizer que elas estavam realmente felizes.

Mas para variar, elas queriam me deixar curiosa e decidiram que só iriam me contar na hora do intervalo.

Nem as chamo mais de vacas, afinal, pobre das vaquinhas, pelo menos nos dão leite. E esses encostos? Ah sim, curiosidade para enfrentar durante as primeiras aulas inteiras!

Depois das primeiras aulas terem se passado lenta e dolorosamente, fomos pra cantina, compramos nossos lanches e achamos uma mesa vaga para nos sentarmos.

– E então Lily, eu tenho duas novidades. Qual você quer primeiro? A ótima, ou a boa, porém não ótima?

– Duas? – Perguntei, afinal, não me informaram sobre uma segunda novidade.

– Duas? – Dorcas perguntou logo em seguida, claramente confusa.

– Sim, e então, a ótima ou a boa, porém não ótima?

– A boa, porém não ótima.

– Um tal de Remus Lupin entrou em contato comigo, ele quer falar com você!- Quando Lene terminou de falar meu coração deu um pulo... Como eu sentia falta de Remus e me sentia culpada por não ter mantido o contado que prometi!

– Okay, depois você vê a mensagem e fala com ele. Agora a ótima, certo?

– Certo!

– Eu e Dorcas vamos para Londres com você! – Disse Lene exibindo um sorriso de orelha a orelha, e Dorcas não estava muito diferente.

Acho que meu cérebro demorou um pouco para processar as palavras de Lene, mas assim que meus neurônios retardados entenderam o recado eu soltei um grito alto.

Muito alto.

Muito alto mesmo!

Todos os outros alunos que estavam no refeitório da cantina olharam pra nossa mesa, e adivinhem? Eu fiquei parecendo um tomate menstruado e resistindo contra minha vontade de ir pra debaixo da mesa e me esconder até que todos parassem de olhar.

– Vocês perderam alguma coisa aqui? Voltem já pra essa merda que vocês chamam de vida! – Falou Lene, ou melhor, berrou Lene.

A delicadeza dela chega a me assustar.

– Lily, assim você ainda me mata de vergonha! – Resmungou Dorcas enquanto dava a última mordida de seu sanduíche vegetariano.

Ignorei o último comentário de Dorcas e perguntei:

– Mas como assim, vão para Londres comigo?

Lene revirou os olhos e disse:

– Eu poderia te dar um fora, mas como estou muito feliz hoje não vou fazer isso. É que eu e Dorcas não poderíamos viver sem você, assim como você não poderia viver sem nós duas, então pedimos pros nossos pais para terminarmos os estudos em Londres, e como os pais de Dorcas dão tudo o que quer, e os meus sabem como você me ama e ficaria deprimida sem mim, eles deixaram!

– Como sempre pouco convencida, né Lene? – Dorcas resmungou.

– E onde vocês vão ficar?

– Em um apartamento á duas quadras da sua casa. E vamos no mesmo avião que você, não é incrível?

– Sim, é incrível. – Murmurei comigo mesma, afinal, eu tinha as melhores amigas do mundo!