Maldito Intercâmbio

Ah, muito prazer. Somos a sua nova família.


Lily Evans.

Felicidade é meu nome do meio.

Ok, não vamos exagerar.

Estou uma pilha de nervos. Parte porque eu viajo hoje, parte porque Petúnia não cala a boca.

- Mas eu não estou brincando, vários aviões caem. E o seu carro pode bater, capotar ou alguma coisa do tipo. Um banheiro químico pode cair bem encima da sua cabeça, ou então uma avalanche pode...

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- Já chega Petúnia, já entendi todos os riscos que vou correr. E pelos céus, avalanche? Eu estou indo pra Nova Iorque, não pro Polo Norte!

- A mãe natureza pode mudar de ideia ué, uma ventania sem explicação pode levar seu avião pro Alasca ou...

- Tudo bem Petúnia, Lily já entendeu, e já está na hora de irmos para o aeroporto.

- Ãn Lily, não vai não...

Quem diria, Petúnia pedindo pra eu ficar.

- Ah Tuney, você nem vai sentir minha falta. Vou ligar direto, você vai até se irritar! E vamos nos falar muito pelo computador.

Petúnia não falou nada e começou um choro silencioso, me abraçou e correu para o quarto.

Eu sentiria falta desse jeito temperamental dela.

Peguei algumas das minhas malas enquanto minha mãe as guardava no porta-malas do carro.

Papai não iria comigo ao aeroporto por que estava em uma reunião de trabalho.

- Lily docinho, eu sei que você está muito chateada por ter que deixar sua irmã, com a qual só faltava se matar, mas vamos logo?

- Docinho? Esses seus adjetivos fofinhos estão piorando a cada dia!

Ela falou algo incompreensível e entrou no carro, imitei o gesto e fomos o caminho todo escutando música, cada uma com seu próprio celular, porque não é que eu tenha algo contra, mas o gosto musical da minha mãe não é lá dos melhores.

Mas é como dizem, gosto musical não se discute, se lamenta!

E eu estou lamentando, só que por dentro.

Chegamos ao aeroporto bem rápido e fomos resolver oque faltava para embarcar.

Meu coração começou a bater em um ritmo descoordenado quando avistei o avião.

Quero dizer, eu não poderia mais desistir. Eu estava ali, já tinha ido longe demais para ser covarde e deixar tudo pra lá.

Depois de muita choradeira da minha mãe, várias promessas de ligar todos os dias e vários beijos melados, eu comecei a caminhar em direção ao avião, que já estava prestes a partir.

É bem comum os voos atrasarem em Londres, mas não, dessa vez o cosmos parecia estar me empurrando pra Nova Iorque de qualquer jeito.

Frustrante.

Estava bem perto de embarcar quando ouvi alguém chamando meu nome.

Acho que chamando não é a palavra certa, e sim berrando.

- Lily... calma aê.

Era Remus, todo suado. Parecia ter corrido muito, tadinho.

- Remus? Oque você tá fazendo aqui?!

- Nossa, que delicada você. Parece até que não queria me ver.

Revirei os olhos ignorando o comentário dele.

- Então, você vai mesmo?

- Não, vou entrar no avião só pra brincar de ser um passarinho.

- Tá, então leva isso com você. – Ele falou e tirou um cordão do bolso, era bem simples, uma corrente fina e de ouro com um pingente de um trevo que quatro folhas.

- O-oque é isso Remus?

- Um presente, era da minha mãe. Ela disse uma vez que toda vez que precisava de sorte ela usava esse cordão e que ele nunca a decepcionou.

Calmamente ele me virou de costas pra ele e colocou meu cabelo pra frente enquanto prendia o feixe do cordão na parte de trás do meu pescoço, me virou de frente pra ele novamente e disse:

- Pronto, agora pode ir.

Eu – literalmente – pulei no pescoço de Remus e o abracei com todas as minhas forças.

- Lily, não é por nada não, mas você está me matando!

- Ok, ok, desculpa.

Ouvimos o último chamado para o voo.

- Bom, acho melhor você ir. Tchau Lily.

Remus me deu um último abraço, se virou e saiu andando.

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Entrei no avião e em poucos minutos ele decolou.

Era isso, eu estava sozinha.

...

Eu dormi a viagem praticamente toda, horas pareceram minutos.

E finalmente estava na hora de conhecer minha “nova família”.

Não que eu estivesse muito ansiosa pra isso.

Desci do avião com calma e fiquei meio perdida.

Afinal, o aeroporto de Nova Iorque não é aquilo que podemos chamar de tranquilo.

Centenas de pessoas corriam enquanto berravam em seus telefones, você tinha que ter cuidado ao andar por aquele saguão, sinceramente.

Avistei um casal que estava com um crachá igual ao meu, era através deles que nos reconheceríamos.

Eles ainda não tinham me visto, oque significava que eu é que tinha que ir até eles.

Andei bem lentamente, tipo uma minhoca ruiva arrastando um peso de 50 kg.

Eu definitivamente tenho que parar de usar animais nas minhas comparações.

- Hãm.. Oi?

Bonito, Lily, muito bonito. Estragando as coisas logo de cara.

- Oi, quem é voc...

A menina de quem a orientadora falou estava se virando pra me olhar quando:

- AAAAAAAAAAAAAAAAH VOCÊ É RUIVA!

Eu definitivamente não esperava por isso. Não mesmo.

- Lily Evans, certo? Não liga pra Lene, ela meio que é fascinada por gente ruiva...

- Ah, muito prazer. Somos a sua nova família. – Falou o homem que provavelmente era o Sr. McKinnon.

Sorri involuntariamente, eles eram uma família legal. Estranha, mas legal.

- Então meninos, vocês cuidam de Lily a partir daqui? Temos que ir trabalhar.

- Tá bom mãe. – Falou o garoto.

- Foi um prazer querida, nos vemos mais tarde. E Lene, tenha um pouco mais de educação, não venere tanto o cabelo da menina! - A Sra. McKinnon tinha um jeito bem engraçado de falar.

Eles se foram e me deixaram nas mãos dos McKinnon mais jovens.

Tomei coragem e perguntei:

- Hãm... E como vocês se chamam?

- Sou Miles, Miles McKinnon.

- E eu Marlene, mas me chama só de Lene. Eu ainda não descobri oque se passava na cabeça da minha mãe para me dar esse nome.

- Verdade. Marlene é nome de velha. – Provocou Miles.

- Não sei do que você está falando, Miles parece nome de marca de leite.

Na verdade, Lene e Miles se pareciam muito. Ambos tinham pele bronzeada, cabelos pretos e olhos azuis elétricos.

Mas Miles era aquele tipo de pessoa que te divertia com meia frase. Já Lene estava mais pra aquele tipo que podia te matar só com um olhar.

- Sabe Lily, você vai amar conhecer a Dorcas!

- Quem é Dorcas?

- Minha melhor amiga, ela é muito legal, mas às vezes pode ser um tanto...

- Excêntrica?

- Miles, vai passear, e deixa as garotas conversarem!

- Lily, você vai ficar segura?

Lene revirou os olhos e disse:

- E oque você acha que eu vou fazer com ela?

- Sei lá, arrancar as tripas e colocar na macumba? – Miles disse e saiu correndo, enquanto Lene gritava coisas um tanto indecentes pra ele.

- Oque acha de tomar um soverte? – Lene perguntou como se nada tivesse acontecido.

- Só se for agora.