Os dias que se passaram foram muito difíceis para mim. Principalmente no velório. Só eu sei o quanto doeu ver a minha melhor amiga naquele estado. Naquele momento, eu só desejava que tudo aquilo não passasse de um sonho. Um sonho ruim. Mas, como não era, eu deveria encarar os fatos e seguir a minha vida. Mesmo sofrendo, mesmo com a saudade insistindo em apertar o meu peito. E agora eu tinha o Lucas, que estava me ajudando - e muito- a superar.
Após uma semana, eu fui obrigada a voltar para a escola. Quando cheguei, todos estavam me olhando. Como se sentissem pena de mim. Aqueles olhares estavam me deixando desconfortável, naquele momento eu só queria parecer invisível.
Alguns dias passaram e os olhares desagradáveis continuaram, só as brincadeiras bobas do Diego que não. E estava demorando bastante para ele falar alguma besteira. Entrei na sala de aula, como sempre, e Diego veio falar comigo. Sabia que boa coisa não estava por vir.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Olha só, quem sobreviveu a uma semana sem Kate na escola. Está de parabéns! Agora vamos ver se conseguer manter isso por muito tempo. Vamos ver se consegue... - Disse Diego com um tom desprezível em sua voz.

Uma onda de raiva consumiu o meu corpo. Minha vontade era de pular no pescoço dele, mas eu não fiz isso. Fiz bem melhor: falei tudo o que tinha que falar.

– É mesmo? Você é ridículo, garoto. Desprezível. Você acha que eu não vou sobreviver a essa escola sem a Kate? Você está muito enganado. Claro que eu estou sofrendo. Mas eu não vou deixar que esse sofrimento destrua a minha vida. E não vou deixar que você e esses seus amigos patéticos destruam a minha vida. Você acha que é o ''melhor'', não é? Mas você não é. Você não passa de um zé-ninguém que precisa humilhar os outros pra se sentir melhor. E, falando sério, ninguém gosta de pessoas assim. - Eu disse, sem pensar.

Não liguei para a indelicadeza das minhas palavras. Até porque eu estava falando com o Diego. Ele ficou olhando para mim, perplexo. Acho que não esperava que eu dissesse aquelas coisas. Talvez ele esperasse que eu saísse correndo para o banheiro. Como eu fazia muitas e muitas vezes. Mas, agora as coisas estão diferentes. Completamente diferentes.