Prólogo

I was looking to the sky, when I knew

I'd be swimming home

I cannot betray my kind

They are here, it's my time

~ Swimming Home

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Há muitos e muitos anos, em um tempo em que as noites frias escondiam muito mais do que segredos, em que a neblina distorcia a visão da verdade e a sabedoria enlouquecia, erguia-se sob a crosta da terra um ser maligno, rancoroso e vingativo.

A batalha já tinha sido travada. Não havia mais nada o que se esperar. O sol da manhã, talvez? Não, se eles perdessem o sol jamais voltaria a brilhar.

Um silêncio cortante atravessava a noite. A respiração pesada de todos os soldados enchia o ar com pequenas nuvens de vapor que saía-lhes pela boca. O tremor das pernas era inconsciente, e a mente traía a todos com pensamentos terríveis, cruéis demais para serem postos em palavras.

Os Antigos Escritos mantiveram-se em sua palavra. Assim como fora predito, um herói nasceria do caos e seria guiado por uma mão até o seu destino. O destino era a guerra, era evitar que o pior acontecesse. Era atrasar a vingança desejada do inimigo por mais cento e vinte anos, até que o próximo herói nascesse e cumprisse novamente a missão.

Estavam todos ali: soldados, a mão, o herói. E todos os seus pais divinos estavam entre eles, prontos para o que vinha em frente. O mais terrível adversário estava a ponto de encontrá-los outra vez.

E então, aconteceu. A terra tremeu violentamente e um odor quase insuportável de morte e derrota inebriou o ar gélido. A lua, que brilhava intensamente no céu, foi aos poucos sendo encoberta por uma figura negra a qual não se via, apenas se ouvia. E os sons eram aterrorizantes, sons que entravam em seus cérebros e lhes obrigava a chamar pelo fim, a chamar por seus próprios caixões.

Um reflexo transpassou, e pode-se ver o rosto do inimigo. Estava tomado de uma fúria incontrolável e antiga, desperta para entrar em ação.

A Batalha dos Cento e Vinte Anos tinha início.