Uma Jornada Ao Resgate

Processo de cura


Após dizer suas palavras de invocação, o brilho azulado dos olhos da maga some, indo parar nas mãos dela, para em seguida começar a recobrir o corpo do espadachim, para então se concentrar no local onde ele fora mordido pela quimera.

Samira observa atentamente aquele brilho concentrado no pescoço de Tavius, onde havia a ferida deixada pelo animal. O espadachim continua respirando de forma ofegante enquanto a maga usa toda sua concentração para tentar curá-lo.

De repente a respiração do espadachim começa a se acalmar e, aos poucos, vai retornando aos parâmetros da normalidade. Assim como o suor no rosto dele também vai diminuindo.

Vendo que está conseguindo seu objetivo, Valery continua com sua magia, e, gotas de suor começam a pingar de sua face, devido ao grande esforço que está fazendo. Samira não deixa de notar o esforço por parte de sua amiga, e, quer perguntar se ela está bem, porém sabe que não pode interrompê-la enquanto ela se esforça para salvar Tavius da morte certa.

Por fim, o brilho azulado que envolve o ferimento do espadachim começa a desaparecer e a maga retira suas mãos do corpo dele, sentindo-se exausta. Samira olha apreensiva de Valery para Tavius, tentando saber se ela havia conseguido salvar o amigo a tempo.

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***



Em seu cativeiro de tormento e sofrimento, Tabita não consegue parar de pensar em seu irmão... E a dor por não poder estar ao lado dele é tão grande, tão intensa que parece que existe um grande buraco em seu peito... Um buraco onde sentimentos de angústias e tormentos tomam posse aos poucos de seu ser.

Como queria poder estar ao lado de Tavius neste momento... Como queria poder saber como ele está... O pior de tudo era saber que ele está entre a vida e a morte por sua causa... Porque percorre um caminho perigoso ao lado de Samira e Valery somente para salvá-la...

E, enquanto eles enfrentam monstros e batalhas cada vez mais terríveis, ela é obrigada a viver diariamente tormentos e torturas... Humilhação e dor... Tanto físicas quanto emocionais...

Só o que a mantém viva é a certeza de que Tavius aparecerá para salvá-la... E, é somente isso que faz com que encontre forças para suportar todas as torturas que injustamente lhe são impostas... Só a certeza de que Tavius aparecerá é que lhe dá forças para suportar a dor de cada gota de seu sangue que é derramada... De cada pancada... De cada tormento...

Outra pontada em seu coração... E, dessa vez não sabe por que a sentiu... Será Tavius? Estaria ele morrendo por conta do veneno da quimera de Mabel? A angústia mais uma vez domina seu coração enquanto tenta em vão, encontrar uma posição mais confortável, por conta das correntes que lhe aprisionam e lhe causam tanta dor...

– Tavius... Por favor... Não morra...! Eu imploro...!

E mais lágrimas começam a banhar sua face desesperada...



***



Tavius abre os olhos ao mesmo tempo em que se levanta do lugar onde está deitado e a primeira coisa que vê são os rostos aliviados de Samira e Valery.

– Como se sente, Tavius? – pergunta Samira.

O espadachim olha para seu ombro, no local onde a quimera o havia atacado e não vê sinal de mordida. Também já consegue enxergar normalmente e não sente o corpo mais pesado.

– Estou bem. – ele responde. – Mas como...?

– Valery finalmente aprendeu a magia de cura, e a usou para retirar o veneno de seu corpo antes que fosse tarde demais.

Tavius olha para o rosto cansado da maga. Pelo visto, curá-lo do veneno da quimera deve ter exigido dela um grande esforço.

– Obrigado, Valery. – diz o espadachim – Mas posso reparar pela sua fisionomia que me curar exigiu um grande esforço de sua parte.

– Não precisa agradecer, Tavius. – responde à maga – Eu precisava fazer alguma coisa. E só estou um pouco cansada, nada que nos atrapalhe. É porque magia de cura exige um esforço e, antes de usá-la em você, testei em minha mão.

– E as quimeras? – o espadachim pergunta.

– Infelizmente ainda estão soltar por ai. – diz Samira – Por muito pouco não viro o jantar de uma delas.

– Você as enfrentou sozinha? – pergunta Tavius, incrédulo. Ele olha para a amiga e vê claramente marcas de cortes feitos pelos animas, assim como sangue estancado. – Que tem na cabeça? Poderia ter morrido!

– Calma, Tavius. – responde a arqueira – Eu sou um pouco maluca mas não chego a este ponto. Eu só tentei atrair a atenção das três para que Valery pudesse te trazer para um lugar seguro. E, só para você saber, elas continuam soltas por aí, em algum lugar procurando pela gente.

– Pelo visto estes bichos vão dar muito trabalho. – diz Valery.

– Mas se eles estão no caminho que me levará à Tabita, eu os destruirei. Não importa quanto tempo leve! Não vou deixar nada e nem ninguém atrapalhe meu caminho. E só vou parar quando eu tiver a Tabita segura em meus braços novamente!

– Bravo, Tavius! – brinca Samira, batendo palmas – Falou como um grande irmão mais velho!

– Que isso. – responde Tavius.

– Mas é verdade! – diz a arqueira.

Apesar de sentir-se descontraído pelas brincadeiras de Samira, Tavius não consegue parar de pensar em sua irmã, em como Tabita estaria naquele momento. A frustração de não ter conseguido sequer arranhar o escudo invisível na última vez em que vira sua irmã ainda o domina...

A dor do fracasso é realmente muito profunda e ainda o domina por completo, além da culpa de não ter conseguido protege-la. Como estaria naquele momento?

– Tabita...

– Qual o problema, Tavius? – pergunta Valery.

– Estava pensando na Tabita. No que ela deve estar sofrendo neste momento.

– Tavius, vou te dizer sinceramente, amigo. – diz Samira, em tom decidido – Sei que provavelmente a Tabita deve estar sofrendo horrores neste momento, infelizmente nós três já vimos isso, e, não é nada agradável. Mas, eu também tenho a mais absoluta das certezas de que ela está suportando tudo porque ainda acredita em você. Ela não vai desistir de esperar e nós não vamos desistir de resgatá-la!

– Eu faço coro com a Samira, Tavius. – completa Valery – Vamos enfrentar essas quimeras e o que quer que apareça em nosso caminho. Mas antes, me deixa curar essas feridas, Samira!

– Não! Você disse que esta magia requer grande esforço e a usou duas vezes! Não vou deixar que se esforce ainda mais por conta de uns machucadinhos de nada!

– Machucadinhos de nada? – ironiza Tavius.

– Tá bom, por causa de uns machucados um pouco sérios. Mas isso não vem ao caso, é esforço demais para você, Valery!

– Não vou deixar você ferida!

– Não vou te deixar cansada para me cucar!

– Já estou melhor. Por favor, Samira. Deixe-me ajudá-la.

– Samira, pare de teimosia! – completa Tavius – Temos que estar nas melhores condições possíveis para enfrentarmos as quimeras!

Sem alternativa, Samira deixa a amiga usar a magia de cura, e, após alguns minutos, a arqueira sente-se completamente bem.

Assim, os três resolvem parar de se esconder e ir atrás das quimeras, para o contra ataque. Assim, eles saem da caverna e, para a surpresa deles, dão de cara com as três quimeras enfurecidas e com as bocas pingando veneno.

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