The Secret

Capítulo 11


Olhei para aquele novo bracelete, descendente de outros dois. O que era aquilo? Por que as cobras não paravam de se entrelaçar?!

-Matthew! O que é isso?! – gritei pausadamente, horrorizada com aquela cena.

-É uma Nirhak, mas nunca as vi assim... – ele parecia chocado, concentrado das cobras se entrelaçando uma na outra.

-O que é uma Nirhak?! Explique-me! – na hora que gritei uma das cobras o mordeu, então ele soltou-as e as duas caíram, imediatamente se transformando em braceletes singulares novamente.

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Ele se aproximou cuidadosamente das cobras e sussurrou algo a elas, não entendi o que dizia. Era uma língua estranha, ou alguma língua antiga, como a dos escravos de engenho.

-O que está fazendo? – disse baixo, me ajoelhando no chão e olhando os braceletes por cima de seu ombro.

-Shhhhh! – fez ele com o dedo indicador na boca e retornou a falar as estranhas palavras, até que ouvi ele dizer...

-... Dark Soul. – uma das cobras, a sua pelo que percebi, abriu seus olhos de cristal e foi devagar até Matthew, entrelaçou-se em seu braço e imediatamente entrou em sua pele, rasgando-a, mas não escorrendo nenhuma simples gota de sangue.

Ele respirou fundo e levantou-se, deixando meu bracelete no chão.

-O que... – gaguejei. – O que está acontecendo aqui?! – minha voz estava baixa, rouca e falha, eu não conseguia me comunicar direito, o espanto e o medo eram maiores que minha capacidade vocal.

Ele fechou os olhos, agora ereto, respirou mais uma vez. Abriu os olhos e fitou-me por alguns instantes.

Subitamente ele começou a remexer minhas roupas, até pegar o papel velho que encontrei dentro da cobra.

Ele desenrolou-o com cuidado e leu.

-O que está fazendo? – perguntei, trêmula.

-Quero que pegue o bracelete. – disse ele, com os olhos fixados no papel.

-Eu não vou pegar esse troço demoníaco! Você é maluco! – disse saindo da sala, ele segurou meu braço.

-Eu pegaria, mas não posso. – falou ele, com os olhos verdes fitando os meus.

-Por que não? É só abaixar, pegar e levar para bem longe daqui, que tal?! – falei irônica, me largando de seu braço e abrindo a porta para que ele saísse e nunca mais voltasse.

-Quando pegar o bracelete, irei embora. – disse ele se sentando em meu sofá e colocando os cotovelos nos joelhos. Aquela posição de sentar era tão... Máscula! – pensei por um momento.

-Casete! – falei indignada.

Sabia que se eu não pegasse, ele não sairia, parecia ser um home, ou garoto? Muito persistente.

Fechei a porta com toda a minha força, raivosa, cerrei meus punhos e trinquei os dentes, fui até o bracelete e o peguei do chão.

-Agora vá embora! – coloquei as mãos em minha cintura.

Ele levantou, soltando um breve suspiro.

-Agora leia isto. – ele me entregou o pequeno papel.

-Não consigo ler. – nem precisava olhar o que estava escrito, tinha certeza que não conseguiria ler, pois já tinha passado por essa situação constrangedora e embaraçosa antes, mas felizmente estava sozinha, então não foi tão ruim.

-Taylor não lhe ensinou nada... – sussurrou ele.

-Como?! – ele conhecia minha mãe?! De onde?! Quem era ele?!

-Repita minhas palavras... – falou ele ficando ao meu lado para poder ler.

-Não! – falei jogando o bracelete no sofá e indo em direção a porta mais uma vez. – Tínhamos um trato, já a peguei do chão, agora vá embora! – abria a porta e apontei para a rua.

-Só preciso que faça mais uma coisa! – falou ele vindo em minha direção.

-O que?! – eu não tinha mais paciência para aturá-lo.

Ele veio andando calmamente em minha direção e novamente me perdi em seus olhos verdes e cintilantes. Era incrível como eu podia me ver no reflexo deles, mesmo estando muito longe para enxergar qualquer coisa ali refletida.

Matthew passou por mim e pos sua mão em cima da minha, que estava na porta de madeira branca da casa.

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-Feche a porta Melany. – ele empurrou a mão contra a porta, tentando fechar e eu não o impedi, quando a porta já estava fechada o telefone tocou, me fazendo olhar para a parede, onde ficava o telefone.

Corri até ele. Qualquer coisa para sair da mira de Matthew.

-Alô. – falei ao colocá-lo em meu ouvido.

-Melany, o julgamento foi remarcado para amanhã às 16h. Esteja lá, ou... – eu não deixei ele terminar.

-Já sei Paul! – gritei, desligando o telefone na sua cara.

Paul era um dos ajudantes de Dr. Charlie. Como eu o odiava! Todos eles! Um bando de vermes sanguinários!

-Quem era? - perguntou ele vindo em minha direção.

Cruzei os braços em total e completa repreensão.

-Não te interessa! – falei grosseiramente.

Sabia que ele não iria embora até eu fazer o que ele estava pedindo e talvez não fosse tanto trabalho assim repetir algumas palavras que ele dizia.

-Então, quais são as palavras? – perguntei, sentando-me no sofá após respirar fundo.

Sentei-me bem afastada do bracelete, vai que a cobra resolve aparecer novamente?!

Ele deu aquele famoso sorriso rasgado e se sentou ao meu lado.

-Repita comigo... – falou ele com o papel nas mãos. – Reniouenks... – que língua doida era aquela?!

- Reniouenks... – falei, estranhando cada letra que saia de sua boca.

-Asknork... – falou ele, olhando para o papel e eu a ele.

-Asknork... – eu queria rir do que estava falando. Aquilo era muita doideira! Eu só poderia estar tendo um pesadelo terrível.

-Ashy... – pronunciou ele.

-Ashy... - Olhei para o papel e havia somente mais duas palavras para se dizer e essas eu conhecia.

Ele olhou para mim, assim fazendo uma pausa nas coisas que estavam escritas.

Li o que estava escrito no papel. As últimas duas palavras, as que eu conhecia e conseguia dizer, mas não tinha idéia do que significava.

-Black Soul. – falei por fim, olhando-o nos olhos.

Imediatamente ouvi o chacoalhar de um chocalho.

Olhei para o lado imediatamente e a cobra do bracelete estava vindo para cima de mim com toda a fúria, não deu tempo de gritar. A última coisa que me lembro foi vê-la abrindo sua enorme boca em minha direção, fazendo seus olhos vermelhos brilharem de tal forma que me segava. Assim, apaguei.