Frie afasta o seu corpo do meu mordendo os lábios envergonhada.
- A gente não pode se beijar ás custas da minha irmã. - Balanço a cabeça concordando.
- Me desculpe, eu não consegui evitar. Estou confuso.
- Isso é bom ou ruim? - Pergunta ela franzindo as sombrancelhas.
- Eu não sei. Mas saiba que se eu estiver mais apaixonado pela Caitlin, saiba que qualquer momento que estamos passando juntos estão sendo os melhores.
- Isso inclui o beijo e o café da manhã? - Pergunta Frie com os olhos fixos na janela ao seu lado.
- Especialmente agora.
Ela vira o seu rosto para mim com um sorriso formado em seus lábios. Dei-lhe um beijo suave e me levantei da cama.
- Me desculpe, essa foi a última vez. Prometo.
Fui em direção a saída, girei a fechadura e deparei com o clima daquele dia. Nada havia melhorado no tempo, exceto a neve que diminuira. Fecho a porta e volto ao quarto da Frie.
Ela parece surpresa ao me ver.
- Desistiu de ir?
- Na verdade não. O clima permanece péssimo. Acho que ficarei aqui por um tempo.
- Então quando melhorar você vai voltar pra sua cabeça?
- Não, eu vou procurar a Caitlin.
- Ah, claro. - Ela cora a cabeça. - Mas eu vou com você.
- É perigoso.
- Não importa, estarei com você. - Sorrio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ficamos no seu quarto assistindo tv debruçados no cobertor até tarde, depois saimos da sua casa e fomos á delegacia. Quem nos atendeu foi o mesmo policial gorducho e com bigodes. Ele dá a mal notícia:

- Hoje de manhã fizemos a nossa última investigação. Não encontramos a Caitlin ou o Tobby, porém encontramos uma pista.
Ele mostra um cachecol todo ensanguentado que a Caitlin usara no dia em que eu a conheci. O policial prossegue. - Nós achamos que esse material pertence à garota.
Ouço sussurros da Frie. " Ai meu Deus, minha irmã."
- Onde vocês encontraram isso?
- Na floresta. Não podemos mais fazer nada. Caitlin está considerada como morta.
Frie começa a chorar no meu abraço e em seguida a soluçar. Sinto uma raiva e berro:
- Como é? Vocês só acham um cachecol e não continuam a investigação?
- Nós lamentamos, garoto.
- Vocês não fazem merda nenhuma! Cadê o profissionalismo? Por quê não penetraram mais para dentro da floresta?
- Nós fizemos isto. - O policial tomava a mesma bebida que tomara na casa da Frie.
- Fizeram nada! - Jogo o copo da bebida pra longe. - Vocês só ficam tomando essa merda!
- Agora chega! Vão embora antes que eu prenda os dois! - Pego o cachecol da mão do policial rudemente e saio do local com a Frie. Voltamos à sua casa em silêncio.
Ficamos na cama abraçados assistindo tv até pegar num sono. Naquele dia o clima estava melhor. Sem chuva e sem ventania.
Dia seguinte acordo e saio da residência em silêncio. Na floresta, procurei pelo corpo da Caitlin e nada. Penetrei mais no fundo até chegar na ponte de uma cachoeira, onde encontro nas pedras abaixo uma imagem assustadora. Me aproximo da imagem e me deparo
com algo que possuía cabelos curtos, louros, lisos, com mechas rosas, liso e olhos fechados.
Ela estava desmaiada, porém com um batimento cardíaco quase parando. Ela estava ensanguentada.
- Caitlin, acorda! Caitlin?
Bato com leveza no seu rosto e nada dela acordar. Peguei-a no colo, quando subo a ponte, vejo o Tobby com os olhos vermelhos. Ele parecia estar possuído.
- Você aqui? Todos estavam preocupados com vocês!
- Não é problema meu. - Sua voz estava tranquila.
- É claro que é! O que houve com ela?
- Caitlin escorregou nas pedras e bateu a cabeça com muita força. - Tobby permaneça calmo.
- E por quê não pediu ajuda, porra? - Comecei a gritar de raiva.
- Mas nem precisou, ela já está morta mesmo.
- O coração da Caitlin só está batendo pouco! Isso não significa que ela esteja morta e sim quase!
- Quase... Não adiantaria nada. Sua queridinha vai morrer daqui a pouco.
- Como? - Começo a berrar. - Quem é você afinal?
Ele ri de deboche e brinca.
- Adivinhe? - Uma suspeita toma conta da minha cabeça.
- A "coisa". - O Tobby bate palmas rindo e por último fala:
- Surpresa! - Fico confuso.
- Mas como? Eu lhe matei!
- É aí que você se engana, meu caro amigo. Apenas entrei em transição para esta forma humana.
Tudo estava confuso na minha mente. Eu o matara, era impossível uma transição. Tobby prossegue:
- Se lembra quando você viu o rosto da Krysta no espelho do banheiro e alguém lhe observando? Fui eu.
Isso queria dizer que meus pesadelos nunca haviam de fato terminados.
- Eu quase lhe enforquei. Devia ter lhe matado enquanto estava no meu estado bêbado! - Grito em fúria.
- Eu acho que não. Você nunca escapará do seu destino! Seus pesadelos para sempre lhe atormentarão! - Ignoro o comentário e grito pela Caitlin.
- O que você fez com ela? - Lágrimas de fúria fluíam pelo meu rosto.
- Agora o valentão está chorando? - Ele ri debochando da minha fraqueza. - A Caitlin está morta! Eu a joguei da ponte após empurrá-la contra a parede! Não adianta mais salvar a sua amada.
Coro a cabeça, fico pensativo, ergo o rosto, olho no fundo dos seus olhos e me aproximo dele gritando:
- Me mate! Eu sei que é isso que você quer! Me mate, agora!
Tobby novamente ri debochando.
- Mas assim o meu jogo não vai ter graça. - Sarcasma ele.
- O que você quer comigo?
- Quero jogar Jogos Mortais com você, topa?
- Eu topo qualquer coisa, portanto que deixe a Caitlin, a Frie, os meus amigos e minha família em paz!
- Se eu fosse você não facilitaria. A Caitlin está morta, não posso mais fazer nada com ela. Mas com os outros... - Ele para. Pergunto novamente, mas nessa vez em tom baixo de rendimento.
- O que você quer? Por quê não me mata logo e deixa os outros em paz?
- Porque primeiro quero lhe torturar ferindo seriamente as pessoas mais próximas a você.
Logo que o Tobby acaba de falar, vejo a Frie às suas costas com uma arma apontada para ele. Tobby nem percebe.
- Eu me rendo. - Fecho os olhos para não ver o que viria a seguir.
Enquanto vejo só escuridão, ouço o gatilho da arma sendo disparada.
Abro os olhos e me analiso. Nenhum ferimento. Olho para o chão e vejo um corpo masculino ensanguentado. Me aproximo da imagem, me abaixo e ouço sua respiração. Nada. Me levanto, me direciono à Frie e a abraço apertado com lágrimas escorrendo.
Tudo o que eu sentia era ódio, tristeza e alegria. Tudo se misturou fazendo com que eu chorasse. Ela sussurrou no meu ouvido:
- Calma, Corey. Acabou.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!