Step Over The Edge

This Is My War


O tempo que levamos para chegar na casa de Michael pareceu se estende no silêncio causado pelo meu medo e pela expectativa de que algo ruim pudesse acontecer com Jared. O tempo estava levemente nublado, com muitas nuvens, e a minha visão estava levemente afetada pela neblina, que aumentava aos poucos conforme íamos nos aproximando da parte mais alta de cidade.

Percebi que a chave reserva continuava no mesmo lugar que eu havia deixado, embaixo de um vaso com lírios. Cada objeto nesse lugar me lembrava de Amélia: os vasos que ela havia decorado á mão, as janelas entalhadas em madeira, o que restava do jardim que era sempre muito bem cuidado mas hoje em dia havia sido entregue aos meus cuidados, que nem se igualavam ao "toque de midas" que ela tinha para plantas... Absolutamente tudo.

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-Se qualquer coisa der errado, se Michael aparecer... Você tem que fugir daqui sem olhar para trás. Me promete? - me virei para meu anjo. Meu próprio salvador, meu anjo da guarda pessoal.

-Não posso fugir com você aqui. - ele sussurrou, me olhando nos olhos com um olhar sério e segurando minhas mãos.

-Eu 'to falando sério. Você precisa fugir. Me promete, Jared? - perguntei novemente e, quando sussurrei seu nome, aproximei mais meu rosto ao dele. Ele negou com a cabeça, os olhos azuis como o céu mais límpido estavam marejados por lágrimas que o coração desejava esconder. Apertei suas mãos por um momento e respirei fundo.

Coloquei a chave na fechadura e girei a chave, percebendo ao pegar na maçaneta que minha mão estava tremendo um pouco. Abri a porta e um silêncio absoluto me envolveu.

Antes que o medo pudesse me tomar os movimentos do corpo novamente, me peguei subindo as escadas, indo direto para o meu quarto.

Avistei meu caderno de músicas em cima de uma mesinha de canto e me apressei para pegá-lo. Sem me importar muito com a bagunça, peguei meu colchão pela borda e simplesmente o virei para fora da cama, pegando minha meia com minhas economias.

Me virei para pegar a bolsa que estava vazia, perto da mesinha, mas Jared foi mais rápido e já foi enchendo a bolsa com as roupas que haviam no meu armário. Precisamos de três bolsas mas conseguimos pegar a maioria das roupas, inclusive as que eu havia colocado para lavar no dia anterior ao que deixei a casa.

Com uma quarta bolsa na mão, esta contendo itens mais triviais como celular e materiais escolares, me dirigi ao banheiro. Praticamente jogando dentro da bolsa, peguei escova de dentes, pasta, escova de cabelo, etc... Tudo estava indo relativamente bem, até que me virei para o lado e vi uma das lâminas que eu havia usado alguns dias antes ensangüentada, no chão, próximo ao chuveiro.

Um tremor me subiu á espinha e, antes que Jared pudesse notar, já estávamos descendo as escadas. Do lado de fora, com mochilas nas costas e várias coisas nas mãos, começamos a voltar para a casa de Jared. Antes que eu pudesse perceber, ouço gritos vindos de algumas quadras atrás.

-Sua pirralha! Volte aqui! - ouvi Michael gritar ao nos ver. -Vou chamar a polícia, sua vadia!

--Só se for pra confessar a morte dela, seu filho-da-puta! - gritei de volta e fiz sinal para que Jared começasse a correr. Percebi que Michael estava nos alcançando, quando apertei o passo e percebi que ele havia desistido de nos perseguir, o corpo "pançudo" o impedindo de se movimentar mais rápido que nós.

-Hey, hey, hey! Que correria é essa? - foi a saudação de Shannon ao nos ver entrar apressados na casa, eu quase caí no hall de entrada, a respiração completamente desregulada.

-Fugindo. - Jared conseguiu expelir, entre respirações descompassadas.

-Do meu padrasto. - completei, fracamente. Shannon levantou uma sobrancelha.

-De volta ao covil do leão, huh? - ele perguntou, brincando.

-Boa definição. - eu e meu anjo dissemos, em coro. Subi para o quarto e deixei todas as bolsas e mochilas no chão, com a ajuda e Jared.

Jared Anjo Leto... Ele era o meu anjo, não importava o que ele dissesse.

Ao fim da noite, remexendo em uma bolsa, peguei meu caderno de letras e o violão que estava no suporte, num canto do quarto. Sentei-me na cama e posicionei o violão no meu colo e o caderno aberto em uma de minhas páginas favoritas. Respirei fundo e comecei a tocar o violão que, por mais que não me pertencesse, me fez sentir em casa.

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"Can't decide if I'll run or breath

Doesn' feel like I can do both

And might be coming the time of my death

I guess there might be hope, though...

Sometimes darkness brings me back down

Feels like I'm alone in the crowd

And if I'd die now, would you miss me?

And if I asked to, would you kiss me?

I ran away and said I was fine

But if I'd die now, would you kiss me a last time?

Can't decide if I'll run or breath

Doesn' feel like I can do both

And might be coming the time of my death

I guess there might be hope, though...

If I'd scream, would you hear my pain?

Away from you, nothing's the same

If I'd change, would we connect again?

Nothing's like it used to be before you came

(Into my life)

Can't decide if I'll run or breath

Doesn' feel like I can do both

And might be coming the time of my death

I guess there might be hope, though...

If I'd laugh, would you feel my joy?

Maybe our fate is to destroy (ourselves)

Maybe shallow, perhaps deep

Are you even mine for me to keep?

Can't decide if I'll run or breath

Doesn' feel like I can do both

And might be coming the time of my death

I guess there might be hope, though..."