POV Isabella

A campainha tocou, alertando para mais um intervalo.

Saí quase a correr da sala de aula, não queria perder o meu lugar predilecto.

Era um banco que ficava na parte de trás do colégio, era de lá que todos os dias eu o observava.

Os teus gestos carinhosos com a garota mais popular da escola, as tuas gargalhadas, os teus olhares, cada vez mais me sentia apaixonada por ti... O teu olhar era a minha fonte de energia, o teu sorriso alegrava mais ainda o meu dia. Observei-te durante meses... Houve alturas que queria poder dizer-te o quanto era bom poder ficar ali a observar-te, queria confessar-te o que sentia, o quanto eu te queria na minha vida, nem que fosse apenas tendo a tua amizade...

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Mas eu era tímida demais, nunca tive coragem de te confrontar.

Vezes sem conta eu pensei em como é que eu poderia estar apaixonada por alguém que jamais retribuiria tal sentimento.

Sim, não só porque eras lindo, mas também porque és o garoto mais popular do colégio... já para não dizer que namoras com aquela cobra.

Eu sentia ciúmes de todas as garotas que se aproximavam de ti, sentia inveja... Mas a inveja que eu sentia por Tanya era muito maior. Ela tinha-te totalmente. E eu não. A forma como tu a olhas, como a abraças, como a beijavas na testa, o simples gesto de lhe pegares na mão... ai como eu queria esta no lugar dela!

As minhas esperanças começaram a dissipar-se até ao dia em que te vi sentado no banco onde eu costumava me sentar.

Estavas estranho... Estavas de cabeça baixa, encarando o chão. Não conhecia esse Edward... Eu sempre observei um Edward feliz, romantico, cheio de amigos em volta, sempre a sorrir e gargalhar, sempre acompanhado daquela vadia, ops, da Tanya...

- Vou chegar-me a ele e perguntar o que se passa. - disse a mim mesma falando baixo e dando alguns passos na direção dele. Algo me impediu. As minhas pernas tremiam. - Mas que diabos se passa? - As minhas pernas estavam totalmente moles e bambas. Eu queria me aproximar dele, mas não conseguia. Queria perguntar-lhe se precisava de alguma coisa. Tentei falar-lhe de longe, mas a voz falhou-me. Burra e envergonhada como sou, não consegui. Já era de esperar.

Edward acabou por se aperceber da minha presença e os nossos olhares cruzaram-se. Senti um arrepio percorrer a minha espinha e as minhas bochechas a ficarem totalmente vermelhas de vergonha, imediatamente virei costas e tentei fugir.

Ouvi alguém chamar-me, mas não olhei, continuei a andar até que alguém segurou o meu braço.

Permaneci quieta, tentando parecer normal.

- Ei? - disse Edward virando de frente para ele.

Eu não consegui dizer nada, apenas baixei a cabeça tentando esconder a minha timidez.

- Desculpa ter-me sentado no teu banco... Mas precisava de me sentar longe de onde é costume me sentar. - Disse ele, olhando e dando um meio sorriso.

- O banco não é meu. - disse-lhe sentindo-me corar ainda mais.

- Mas tu costumas sentar-te lá. - Edward disse enquanto me levantava o rosto com a mão.

Meu Deus, como a pele dele era macia e quente. Senti que os pés levantaram no chão e eu estava a flutuar. Ok, acorda Isabella. Realidade chama Isabella!

- Bom, tenho de ir. - disse eu tentando me libertar da mão dele que ainda segurava o meu braço.

- Ei, espera! Eu reparei que costumas ficar sentada ali.. Costumar rir bastante sozinha... - Disse ele enquanto me observava.

Espera aí! Parou tudo! Ele disse que reparou em mim? EM MIM? Como é que um Deus grego destes repara em mim? Estava perdida em pensamentos quando ele voltou a falar.

- E então? Posso saber porque te ris tanto sozinha?

Eu quis dizer-lhe que o motivo era ele. O quanto ele me fazia rir com alguns dos seus gestos bobos, mas mais uma vez, maldita coragem, onde andas tu? Aperece!

- Sou idiota, costumo rir-me sem motivo. - acabei por dizer.

Ele baixou o rosto e riu entre dentes, o que me deixou feliz.

- O primeiro sorriso do dia. - disse-me ele, mostrando-me um sorriso enorme e lindo.

- Parecias triste... - disse enquanto baixei a cabeça.

- Já alegraste um pouco o meu dia. - respondeu-me ele levantando os braços para o ar enquanto se esperguiçava. Senti o seu cheiro. Ele usava um perfume agradável e doce.

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O toque da campainha soou e estava na hora da última aula do dia.

- Tenho de ir. - disse-lhe.

- Eu acompanho-te, posso? - perguntou-me colocando-se a meu lado.

O quê? Ele quer-me fazer companhia?

- É... eu-eu-eu... - gaguejei. - Bom... eu...- senti-me tropeçar nas minhas próprias palavras. - Eu ainda tenho de ir na biblioteca!- disse-lhe desatando a correr.

Corri até não poder mais, entrei na sala de aula e vinha a bufar. Estava cansada de tanto correr. Admirei-me de não ter caído nem uma vez durante o percurso. Era uma marco na minha vida. Correr sem cair ou tropeçar, uau!

Enfim, a aula decorreu normalmente e finalmente chegava a hora de eu ir para casa.