The Legend Of Cleopatra

Um jantar especial


Estava terminando de por a mesa, normalmente para dois. Estava feliz e curiosa para saber quem era o convidado especial de meu pai. Feliz pelo fato de que, finalmente, após a morte de minha mãe, meu pai voltava ao que era. Curiosa para saber quem era a pessoa que o fez mudar repentinamente. Havia terminado de colocar a mesa, e escutei a porta do hall se abrir. Fui em direção a porta e sorri a ver meu pai. Mas o sorriso se desfez no momento em que os olhos azuis já conhecidos apareceram e um Oi Emily, tímido surgiu ao meu ouvido.

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- Dean? – Disse segurando as malditas lágrimas.

- Pelo jeito já se conhecem. Que bom. Venha Dean, pelo cheiro Emily fez uma ótima lasanha para o jantar. – Vi que ele carregava uma mala, fiquei branca. – Deixe a mala ai mesmo, Theodoro a levará para o quarto de hospedes e ele será seu até que seus pais retornem do Cairo. – Eu teria que morar com Dean, isso só podia ser brincadeira, onde estavam as câmeras? Maldita hora que eu foi me apaixonar pelo sorriso e pelos olhos azuis mais lindos da Royal Alexandra High School, nossa escola.

- Emily querida, - disse meu pai, me tirando do transe em que eu me encontrava, - acho que nunca lhe contei que os pais de Dean são Molly e Richard.

- Molly e Richard, os padrinhos do seu casamento com a mamãe?

- Sim, querida. E devo acrescentar que nossos melhores amigos. Mas como eles viajam muito nunca tive a oportunidade de lhe apresentar-los. Talvez assim, vocês dois já soubessem que nossas famílias são muito unidas. – Tanto eu quando Dean não mantínhamos contato visual. Eu estava pensando apenas em comer a lasanha de frango que eu havia passado a tarde inteira fazendo e depois, com a desculpa de que precisava fazer o dever de álgebra eu iria me retirar, escondida, para o atelier da mamãe onde eu poderia chorar sem ser incomodada.

- Mas como foi que vocês dois se conheceram? Se estou certo Emily, você já está no segundo ano na Royal, e Dean entrou esse ano.

- Jornal da escola. – Disse rapidamente. Não era mentira, nem de longe. Dean tinha um dom para fotografia que deveria ser analisado pelo Guiness Book como o melhor fotógrafo mais jovem. Havia conseguido uma vaga logo que chegará, e por infelicidade talvez, nos tornamos muito amigos. Amigos de mais se eu puder deixar minha observação.

- Ah claro. Você herdou o dom de Molly na fotografia acredito?

- Sim senhor.

- Senhor?! Chame-me de James, Dean. Você está morando na minha casa agora.

- Falando nisso, pai. Por que Dean está aqui?

- Bem, era isso que eu iria lhe contar. Os pais de Dean são arqueólogos, como eu e sua mãe éramos. Eles foram para o Cairo para julgar verdadeiro a possível localização do túmulo da imperatriz perdida.

- Até agora eu não descobri quem é essa tal imperatriz. – Dean comentou. Tanto eu quanto meu pai nos olhamos. Cleópatra era a deusa de minha mãe. Eu sabia tudo que se poderia saber sobre ela, e foi nisso que minha mãe trabalhava quando morreu. Hora ela e papai estavam no Cairo procurando pistas sobre o Túmulo perdido de Cleópatra, hora meu pai estava em casa, com lágrimas nos olhos me contando como minha mãe havia morrido.

- Cleópatra, a única grande imperatriz egípcia. – Disse, sem o olhar nos olhos. Sentindo lágrimas escorrerem pelo rosto, me levantei e corri para o ateliê de minha mãe.

Mary Gray, minha mãe era arqueóloga, como meu pai. Mas tinha um dom para pintura que eu, tristemente não havia herdado. Havia herdado o cérebro da família, mas a parte motora não era comigo. Em seu ateliê haviam quadros, quase todos acabados. Mas havia um, apenas um que estava inacabado, Muitos já haviam se oferecido para terminá-lo, mas tanto eu quando papai havíamos decidido que não mexeríamos no quadro. Era um auto retrato. Lindo, mas não captava a verdadeira beleza dela. Deitada na poltrona em que eu dormia quando pequena, eu chorava. Não apenas por minha mãe, por lembrar que eu não veria mais seu sorriso, nem escutaria a história de Cleópatra pela milésima vez, mas por Dean. Ele não sabia, não teria como saber, que eu estava tão frágil quando ele me encontrou, editando a matéria sobre o time de futebol da escola. Conversamos bastante naquele dia, e no outro, e no outro, e na semana seguinte, no mês seguinte. Então tiveram as férias de natal e nós decidimos sair juntos, em um dia aleatório, para colocar o papo em dia. Só que eu já estava completamente apaixonada pelo sorriso, pelo olhar, pelo o jeito. E eu havia confiado nele. Victória sabia como isso era complicado para mim. Eu havia perdido a confiança nas pessoas depois que minha mão havia morrido. E lá estava eu, tomando um cappuccino no Starbucks do centro de Londres quando ele me beijou. Eu fiquei assustada e depois feliz. Passamos o resto do dia sem falar no beijo, e quando ele se despediu, me beijou novamente. Logo depois disso, nossas conversas ficaram menores, a distância cresceu entre nós e Victória, que também se tornará amiga de Dean, pediu o que havia acontecido. E ele respondeu, quebrando meu miserável e frágil coração e milhões de pedaços. Um erro havia ocorrido, ele achará que poderia sentir algo por mim, mas não havia nada, e depois disso a amizade havia ficado estranha, e por fim eu acabei dizendo na cara dele que eu não precisava do amor dele, e nem da amizade para ser feliz. Desde então não trocávamos nenhuma palavra, nem nos corredores e nem no jornal da Royal. Mas é claro que quando eu disse que ele não era necessário na minha vida eu havia mentido, ele era, e muito. Mas eu era orgulhosa de mais para ceder. Ele viveria na minha casa, viveria no meu refúgio, mas de maneira nenhuma eu o deixaria entrar em meu coração outra vez, quando fora tão difícil tira-lo de lá. Olhando para um retrato meu que eu gostava. O que minha mãe havia feito me pintando como a Imperatriz do Egito, a grande Cleópatra, eu pensei o quão ruim seria conviver com ele, e o quão difícil seria. Eu imaginei várias situações, mas nenhuma chegou perto do que iria acontecer.

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- Emily?