Entre Mares e Livros

Gostei desse jogo!


Naquela noite após o jantar havia muito mais agitação que de costume.

Finalmente, era hora da captura da bandeira.

Quando os pratos foram levados embora, a trombeta de caramujo soou e todos nos postamos de pé em frente à mesa onde estava Quíron e o Sr. D.

Os campistas gritaram e aplaudiram quando Annabeth, um pouco perdida, e dois de seus irmãos entraram correndo no pavilhão, carregando um estandarte de seda. Tinha cerca de três metros de comprimento, reluzindo em cinza, com a pintura de uma coruja em cima de uma oliveira. Do lado oposto do pavilhão, Clarisse e as amigas entraram correndo com outro estandarte, de tamanho idêntico, mas vermelho-brilhante, com a pintura de uma lança sanguinolenta e uma cabeça de javali.

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Virei-me para Luke e gritei por cima do barulho:

- Aquelas são as bandeiras?

- Sim.

- Ares e Atena sempre lideram as equipes?

- Nem sempre - disse ele. - Mas freqüentemente.

- Então, se um outro chalé capturar uma delas, o que vocês fazem, pintam de novo a bandeira?

Ele sorriu ironicamente.

- Você vai ver. Primeiro temos de conseguir uma.

- De que lado nós estamos?

Ele me deu uma olhada astuta, como se soubesse algo que eu não sabia. A cicatriz em seu rosto o fazia parecer quase mau à luz das tochas.

Ele me deu uma olhada astuta, como se soubesse algo que eu não sabia. A cicatriz em seu rosto o fazia parecer quase mau à luz das tochas.

- Fizemos uma aliança temporária com Atena. Bem... Annie se mostrou com muita habilidade... Esta noite, tiraremos a bandeira de Ares. E você vai ajudar!

As equipes foram anunciadas. Atena tinha feito uma aliança com Apolo e Hermes - graças aos deuses, eu não ia lutar contra a Annabeth, ela tinha 2 dias a mais de treinos que eu e ainda por cima era filha de Atena! Caraca! Atena! Entende a minha preocupação agora? - os dois chalés maiores. Aparentemente, havia trocado privilégios - horários de chuveiro, escala de deveres, as melhores posições nas atividades - a fim de ganhar apoio.

Ares tinha se aliado a todos os outros: Dionisio, Demeter, Afrodite e Hefesto. Pelo que eu tinha visto, os campistas de Dionisio eram na verdade bons atletas, mas havia apenas dois deles. Os de Demeter tinham ligeira vantagem em habilidades na natureza e atividades ao ar livre, mas não eram muito agressivos. Como os filhos e filhas de Afrodite eu não estava muito preocupado. Eles, na maioria das vezes, esperavam sentados todas as atividades acabarem e iam conferir seus reflexos no lago, penteavam os cabelos e fofocavam. Os de Hefesto não eram bonitos, e havia apenas quatro deles, mas eram grandes e corpulentos de tanto trabalhar na oficina de metais o dia inteiro. Poderiam ser um problema. Com isso, é claro, restava o chalé de Ares: uma dúzia dos maiores, mais feios e mais perversos garotos e garotas de Long Island, ou de qualquer outro lugar no planeta.

Quíron bateu o casco no mármore.

- Heróis! - anunciou. - Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei de juiz e médico do campo de batalha. Armem-se!

Ele estendeu as mãos e as mesas subitamente se cobriram de equipamentos: capacetes, espadas de bronze, lanças, escudos de couro de boi recobertos de metal.

- Uau! - falei. - Temos mesmo que usar isso?

Luke olhou para mim como se eu estivesse louco.

- A não ser que você queira ser espetado pelos seus amigos do chalé de Ares. Aqui... Quíron achou que estes devem lhe servir. Você ficará na patrulha da fronteira.

Meu escudo era do tamanho de uma tabela de basquete da NBA, com um grande caduceu no meio. Pesava cerca de um milhão de quilos. Eu poderia muito bem usá-lo como prancha de snowboard, mas tinha esperanças de que ninguém tivesse expectativas reais de que eu corresse com aquilo. Meu capacete, como todos os capacetes do lado de Atena, tinha um penacho de crina azul no topo. Ares e seus aliados tinham penachos vermelhos.

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Annabeth gritou:

- Equipe azul, para frente!

Aplaudimos e agitamos nossas espadas, e a seguimos para baixo pelo caminho para os bosques do sul. A equipe vermelha gritou nos provocando enquanto seguia em direção ao norte.

Consegui alcançar Annabeth sem tropeçar em meu próprio equipamento.

- Ei! Como você consegue liderar o chalé depois de... o que? Uma tarde?

Ela continuou marchando, sem me responder.

- Então, qual é o plano? - perguntei. - Tem alguns itens mágicos para me emprestar?

- Só digo para ter cuidado com a lança de Clarisse, Luke me disse isso. Você não vai querer que aquela coisa toque em você. Vamos tomar a bandeira de Ares. Luke determinou sua tarefa?

- Patrulha de fronteira, seja lá o que isso for.

- É fácil. Fique junto ao riacho, mantenha o vermelho longe. Deixe o resto comigo. Atena sempre tem um plano.

- Ok. Tem algum item para me empresta?

- Não... mas olha que legal! Ontem a minha mãe veio me visitar e me deu isso. – Falou puxando um Boné do Yankees.

- Aah... por que um boné?

- Algas! Isso da invisibilidade!

Assim saio indo em disparada ao campo inimigo. Não pude deixar de sentir uma pontada de inveja de minha amiga. Além de ser determinada, conheceu a mãe no mesmo dia.

Ao longe, a trombeta de caramujo soou. Sai correndo para perto do riacho. Ouvi brados e gritos nos bosques, metais chocando-se, gente lutando. Um aliado de Apolo de penacho azul passou por mim correndo como um cervo, pulou o regato e desapareceu em território inimigo.

Essa é boa, pensei. Vou ficar de fora da diversão, como sempre.

Então ouvi um som que me deu um calafrio na espinha, um rosnado canino grave em algum lugar por perto.

Então o rosnado parou. Senti a presença recuando.

Do outro lado do regato, a vegetação rasteira explodiu. Cinco guerreiros de Ares saíram gritando e berrando da escuridão.

- Acabem com o Mané! - berrou Clarisse.

Seus olhos feios de porco faiscaram nas fendas do capacete. Ela brandiu uma lança de um metro e meio de comprimento, a ponta de metal farpado lançando chispas de luz vermelha. Seus irmãos só tinham espadas de bronze comuns - não que isso me fizesse sentir melhor.

Eles atacaram cruzando o regato. Não havia ajuda à vista. Eu podia correr. Ou podia me defender contra a metade do chalé de Ares.

Consegui me esquivar do golpe do primeiro garoto, mas aqueles caras não eram estúpidos como o Minotauro. Eles me cercaram, e Clarisse investiu contra mim com sua lança. Meu escudo desviou a ponta, mas senti um formigamento doloroso em todo o corpo. Meus cabelos se eriçaram. O braço que segurava o escudo ficou dormente e o ar queimou.

Eletricidade. Aquela lança estúpida era elétrica. Eu recuei. Ia morrer. Digam para meu pai que agradeço por ele ter me reconhecido e ter vindo me visitar para dar um presente legal! – Sacou a ironia né?

Outro cara de Ares me golpeou no peito com a parte mais grossa da espada e eu caí.

Eles podiam ter me chutado até eu virar geléia, mas estavam muito ocupados rindo.

- Façam um corte no cabelo dele - disse Clarisse. - Agarrem o cabelo dele.

Consegui me pôr de pé. Ergui a espada, mas Clarisse a jogou violentamente para o lado com sua lança, e fagulhas voaram. Agora meus braços estavam dormentes.

- Ah, uau! - disse Clarisse. - Estou com medo desse cara. Realmente apavorada. Você não nada sem uma platéia para se exibir não é garoto?

- A bandeira está para lá - disse a ela. Queria parecer zangado, mas acho que não consegui.

- É - disse um dos irmãos dela. - Mas, veja bem, nós não nos importamos com a bandeira. A gente se importa com um cara que fez o pessoal do nosso chalé de idiota.

- Vocês não precisam de mim para isso. – Eu e minha boca grande! Boa Percy!

Dois deles vieram para cima de mim. Recuei em direção ao regato, tentei erguer meu escudo, mas Clarisse era muito rápida. Sua lança me pegou bem nas costelas. Se eu não estivesse usando uma armadura blindada, teria virado churrasco no espeto. Do jeito que foi, a ponta elétrica quase fez meus dentes saltarem da boca com o choque. Um de seus colegas de chalé desferiu a espada contra o meu braço, fazendo um bom talho.

Ver meu próprio sangue me deixou zonzo - quente e frio ao mesmo tempo.

- Oops - disse o cara. - Acho que perdi meu direito à sobremesa.

- Ele me empurrou para o regato e eu caí espalhando água. Todos riram. Calculei que assim que acabassem de se divertir eu iria morrer. Mas então algo aconteceu. A água pareceu despertar meus sentidos, como se eu tivesse acabado de comer um saco duplo das jujubas da minha mãe. Senti a mesma sensação na boca do estômago, igual senti no refeitório ontem. Não sabia o que significava.

Clarisse e seus companheiros de chalé entraram no regato para me pegar, mas eu me pus de pé para recebê-los. Lembrei de uma frase de Annabeth: “Em uma batalha, não adianta ter músculos e não ter cérebro, Algas”. Esses caras só tinham músculos. Já sabia o que fazer. Notei um deles com a guarda baixa e desferi a parte chata da minha espada contra a cabeça do primeiro cara e arranquei seu capacete. Atingi-o com tanta força que pude ver seus olhos tremendo enquanto ele desmoronava na água.

O Toupeira Número 2 e o Toupeira Número 3 vieram para cima de mim. Golpeei um no rosto com o escudo e usei a espada para decepar o penacho da crina do outro. Os dois recuaram depressa. O Toupeira Número 4 não pareceu muito ansioso para atacar, mas Clarisse continuava vindo, a ponta da lança crepitando de eletricidade. Assim que ela investiu, peguei a vara da lança entre a borda do meu escudo e a minha espada, e a parti como se fosse um graveto. Ela queria me afogar no rio...

- Ah! - berrou ela. - Seu idiota! Seu verme com bafo de cadáver!

Então ouvi gritos exultantes, e vi Luke correndo em direção à linha limite com o estandarte da equipe vermelha erguido alto. Vinha flanqueado por alguns garotos de Hermes, cobrindo a sua retirada, e alguns Apolos atrás dele, combatendo os garotos de Hefesto. O pessoal de Ares se levantou e Clarisse resmungou uma praga estupefata.

- Uma armadilha! - berrou. - Foi uma armadilha.

Primeiro fiquei boiando no assunto. Depois comecei a entender.

Eles saíram cambaleando atrás de Luke, mas era tarde demais. Todo mundo convergiu para o regato enquanto Luke atravessava para território amigo. Nosso lado explodiu em vivas. O estandarte vermelho tremulou e ficou prateado. O javali e a lança foram substituídos por um enorme caduceu, o símbolo do chalé 11. Todos da equipe azul ergueram Luke nos ombros e começaram a carregá-lo. Quíron saiu a meio galope do bosque e soprou a trombeta de caramujo.

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O jogo terminara. Tínhamos vencido. Todos já estavam agrupados no riacho, quando ouvimos um grito. Era Clarisse.

- Venha cá se você for homem, garoto! Não fuja da luta! Venha e termine o que começou!

- Clarisse... - Quíron tentou, mas eu não ia deixar.

- Não Quíron, tudo bem. Não sou o covarde que ela pensa.

Os campistas abriram uma roda em volta de nós. Eu estava de um lado e Clarisse do outro, sem espada, nem lança, mas ela não parecia se importar. Quíron advertia para não aceitar a provocação, mas agora que estava gostando da brincadeira, não queria parar. Ela tentou me acertar um soco, mas estava com tanta raiva que eu apenas dei um passo para o lado e ela passou direto, tropeçando nos próprios pés. Ela pegou uma espada de um de seus irmãos toupeiras que estava ao chão e voltou-se para mim.

Ela atacava com muita fúria, e mais uma vez lembrei da frase de Annabeth. Enquanto me defendia, sabe-se lá como, pude perceber que seus ataques eram sempre iguais. Esquerda, direita, esquerda, diagonal, para baixo, esquerda, direita, esquerda, diagonal, para baixo... Era perfeito. Quando ela foi me atacar pela direita, dei um passo para a esquerda, me defendi, girei meu corpo, bati com o punho da minha espada na mão dela e enrosquei nossas espadas, como havia feito com Luke no dia anterior. Bingo! A espada dela voou longe, aproveitei para lhe dar uma rasteira, e encostei a ponta da minha espada em seu pescoço. Ela estava lívida, mas já não podia mais me atacar. Eu havia ganhado dela, de novo.

E novamente, todos os campistas, com exceção do chalé de Ares, gritavam em comemoração. Eu estava prestes a me juntar à cantoria quando a voz de Annabeth, bem a meu lado, disse:

- Nada mau, herói. Venceu sozinho todo o chalé de Ares.

Eu olhei, mas ela não estava lá.

- Onde diabo aprendeu a lutar assim? - perguntou ela. O ar tremulou e Annabeth se materializou, segurando um boné de beisebol dos Yankees como se tivesse acabado de tirá-lo da cabeça.

- Ah. Isso funciona mesmo.

- Lógico, cabeça de algas!

No momento fiquei muito feliz de vê Annabeth bem, mas lembrei de uma coisa.

Senti que estava ficando zangado.

- Você armou isso para mim - disse eu. - Você me pôs aqui porque sabia que Clarisse viria atrás de mim, enquanto você mandava Luke dar a volta pelos flancos. Já tinha tudo preparado.

Annabeth encolheu os ombros.

- Eu disse para você. Atena sempre, sempre tem um plano.

- Um plano para que eu fosse reduzido a pó.

- Ah Algas, pense um pouco! Olha o que você acabou de fazer! Ainda acha que estava realmente correndo perigo de virar pó? – Ela me convenceu, mas resolvi brincar um pouquinho. Virei as costas, fingindo que estava chateado. Ah! Percy desculpe!- disse me dando um abraço. Eu fiquei sem ação. Senti todos os olhares em nos dóis, e me senti corar - Eu vim o mais rápido que pude. Estava pronta para entrar na briga, mas... - Ela encolheu os ombros, ainda vermelha. - Você não precisava de ajuda.

Então ela reparou no braço ferido:

- Como arranjou isso?

- Corte de espada - disse eu. Droga, esqueci que era para fingir que estava chateado! - O que você acha?

- Não. Era um corte de espada. Olhe só.

O sangue se fora. No lugar do rasgo enorme havia uma longa cicatriz branca, e mesmo estava desaparecendo. Enquanto eu olhava, ela se transformou em uma cicatriz pequena e sumiu.

- Eu... eu não entendo - disse.

Annabeth raciocinava com empenho. Eu quase podia ver as engrenagens girando. Ela baixou os olhos para os meus pés, depois para a lança quebrada de Clarisse e disse:

- Saia da água, Percy.

- O que?Eu não entendo...

- Apenas saia.

Saí do regato e logo me senti extremamente cansado. Meus braços começaram a ficar dormentes de novo. Minha descarga de adrenalina me abandonou. Quase caí, mas Annabeth me segurou.

- Oh, Styx - praguejou ela. - Isso não é bom. Eu não queria... Eu não... oh santa Atena!

Antes que eu pudesse perguntar o que ela queria dizer, ouvi o rosnado canino de novo, porem muito mais perto. Um uivo cortou a floresta.

A comemoração dos campistas cessou imediatamente. Quíron bradou alguma coisa em grego antigo que eu, só mais tarde me daria conta, tinha entendido perfeitamente:

- Preparem-se! Meu arco!

Annabeth sacou a espada.

Sobre as pedras, logo acima de nós, havia um cão preto de tamanho de um rinoceronte, com olhos vermelhos como lava e presas que pareciam punhais.

Estava olhando diretamente para mim.

Ninguém se moveu, exceto Annabeth, que gritou:

- Percy, corra!

Ela tentou se colocar entre mim e o cão, mas o bicho foi rápido demais. Pulou por cima dela - uma enorme sombra com dentes - e, assim que me atingiu, quando cambaleei para trás e senti as garras afiadas como navalhas rasgando minha armadura, houve uma cascata de sons de pancadas, como quarenta pedaços de papel sendo rasgados um após o outro. Um amontoado de flechas brotou no pescoço do cão. O monstro caiu morto aos meus pés.

Por algum milagre eu ainda estava vivo. Não quis olhar embaixo das ruínas da minha armadura esfrangalhada. Meu peito parecia morno e molhado, e eu sabia que estava gravemente ferido. Mais um segundo e o monstro teria me transformado em quarenta e cinco quilos de carne fatiada.

- Di immortales! - disse Annabeth. - Aquilo é um cão infernal! Percy! Você Esta bem? Só eu posso machucar Percy! – Ela disse para o cão. É, ela é doida. Mas eu corei novamente. Como assim, só ela pode me machucar?

- Alguém o convocou - disse Quíron. - Alguém de dentro do acampamento, e ha?

Annabeth corou um pouco, mas depois Clarise gritou:

- Há! O PERSEU VAI MORRER! Tudo é culpa sua! Você o invocou! Já vai tarde, se quer saber.

- Fique quieta, criança - ordenou-lhe Quíron.

E Clarisse saiu batendo o pé.

- Você está ferido - disse-me Annabeth. - Rápido, Percy, entre na água.

- Eu estou bem.

- Não, você não está - disse ela. - Quíron, veja isto.

Eu estava cansado demais para discutir. Voltei para dentro do regato, o acampamento inteiro reunido à minha volta.

No mesmo instante me senti melhor. Pude perceber os cortes em meu peito se fechando. Alguns dos campistas sufocaram um grito.

- Olhem, eu... eu não sei por quê - falei, tentando me desculpar. - Sinto muito.

Mas eles não estavam olhando minhas feridas cicatrizarem. Olhavam para algo acima da minha cabeça.

- Percy - disse Annabeth apontando. - Ahn...

Quando olhei para cima, o sinal já estava desaparecendo, mas ainda pude distinguir o holograma de luz verde, girando e cintilando. Uma lança de três pontas: um tridente.

- Seu pai - murmurou Annabeth. - Isso realmente não é bom.

- Está determinado - anunciou Quíron.

Por toda a minha volta, os campistas começaram a se ajoelhar, até mesmo o chalé de Ares, embora não parecessem muito felizes com isso.

- Meu pai? - perguntei, completamente perplexo.

- Poseidon - disse Quíron. - Senhor dos Terremotos. Portador das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve, Perseu Jackson, Filho do Deus do Mar.

- O quê? – Não podia ser verdade, ainda não estava acreditando. Meu pai finalmente havia me reconhecido.

- Percy... Eu... - Annabeth saiu correndo depois que falou isso.

Fiquei parado tipo... Hã?

Depois sai correndo procurando minha amiga.