- Ei! Annabeth! Espere! – Gritei. Mas ela continuava correndo pela floresta. Ela virou atrás de uma árvore, e desapareceu, provavelmente usou o boné que ganhara de sua mãe. Parei de andar e fiquei em silêncio, tentando ouvir algum movimento seu, mas não havia nada então cheguei à conclusão de que ela estava imóvel atrás da árvore. Resolvi tentar mesmo assim. - Annabeth, eu sei que está aqui, mas não precisa falar comigo. Só quero que me escute. Não sei o que realmente aconteceu para você ter ficado assim, se foi alguma coisa que eu fiz ou disse só peço que me perdoe, eu não sabia direito o que estava acontecendo lá trás até Quíron dizer que eu fui reconhecido. Só quero que saiba que... o que você disse no chalé de Hermes quando eu estava chorando, foi a coisa que eu mais precisava ouvir. – Ouvi Annie soluçar, ela estava me ouvindo. - Não importa quem seja meu pai ou em qual chalé nós estamos, mas eu também estarei sempre, você ouviu Annie? Eu sempre estarei ao seu lado, não importa o que aconteça.
Ouvi um trovão no céu, depois mais alguns soluços. Depois do que pareceram horas, mas devem ter sido apenas alguns segundos, Annie saiu correndo. Acho que ela não acreditou em mim. Fiquei parado no mesmo lugar, absorvendo o choque dos acontecimentos, lágrimas brotaram em meus olhos e tentei segurá-las, mas elas teimaram em escorrer por meu rosto. Fiquei assim até o momento em que Luke apareceu, seguido por Quíron e pelo resto dos campistas. Todos me observavam com medo, e pude ouvir alguns cochichos. Óbvio, todos estavam falando que Percy Jackson, o Filho do Deus dos Mares, um dos Três Grandes do Olimpo, estava chorando por causa de uma garota. Mentira é claro. Annabeth não é uma garota qualquer, é minha melhor amiga. Pelo menos era, até alguns instantes atrás.

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- Venha Percy – Disse Quíron. – Você deve mudar-se imediatamente para o chalé 3.
Continuei andando em direção ao acampamento sem nem prestar atenção no caminho. Caminhava lentamente, e logo fiquei entre os últimos do cortejo. Luke seguia a frente com a bandeira conquistada em mào, enquanto todos de meu time comemoravam a vitória.

O chalé 3 era extremamente confortável e arrumado. Não tive de compartilhá-lo com ninguém. Tinha espaço à vontade para todas as minhas coisas: o chifre do Minotauro, um conjunto de roupas de reserva e uma sacola de artigos de toalete. Ia me sentar à minha própria mesa de jantar, escolhia todas as minhas atividades, determinava o ―apagar das luzes sempre que tinha vontade e não ouvia mais ninguém.
E me sentia totalmente infeliz.

Eu ajudei a ganhar a caça à bandeira. Venci novamente Clarisse e os filhos de Ares. Meu pai finalmente me reconheceu. Todos chegaram a se ajoelhar diante de mim por causa disso. E de nada tudo isso valeu, pois eu perdi minha melhor amiga sem sequer saber o motivo.
Deitei em minha cama, e fiquei pensando em tudo o que me acontecera na última semana. Mas isso durou pouco, pois logo adormeci. Sem sonhos, sem pesadelos, apenas.... adormeci.
Acordei ainda de madrugada. Não conseguia mais dormir, as lembranças me corroendo por dentro. Tampouco conseguia ficar parado no chalé, ser hiperativo faz parte da vida de semideus. Coloquei meu short e fui caminhar, sem rumo, pelo acampamento, atento a presença das harpias. Não, eu não queria morrer. Passei pelo chalés, pelos campos de morango e pela arena. Quando dei por mim, estava na praia.
Sentei ao lado de um galho na areia, admirando o mar, que refletia a noite escura e, bem ao longe, o nascer do sol. Pensava em Grover, que se encrencara por minha causa. Pensei em Annie, que não queria mais falar comigo. E por fim, pensei em minha mãe, que morrera tentando salvar seu filho burro e inútil. Teria sido melhor se ela tivesse me deixado morrer.
- Bom , eu não concordo com esse pensamento.
O susto foi tão grande que, em um pulo, eu estava em pé, empunhando o galho como espada na direção do estranho.
Parado a minha frente estava um homem alto de cabelos grisalhos, com uma bermuda cáqui, sandálias e uma camisa azul florida, no estilo havaiana. Ele apenas me olhou, e deu um sorriso:
- Calma, desculpe, não queria te assustar.
Respirei fundo e me sentei novamente, ainda com o galho por perto, caso precisasse. Minha espada havia ficado em meu chalé, ao lado da minha cama.
- Está bem. Mas eu ainda acho que sou, burro, inútil e minha mãe não deveria ter tentado me salvar. Seria melhor para todos. – O estranho fechou a cara.
- Seu pai não acha isso. Ele ficaria profundamente triste se seu filho tivesse morrido sem ao menos conhecê-lo.
- Bem, como sabe? Se isso fosse verdade, ele teria me reconhecido no momento que eu entrei no acampamento. Se fosse verdade, ele teria pelo menos telefonado todos os anos no meu aniversário apenas para dizer “Parabéns filho”. Se isso fosse verdade, minha mãe não teria que casar com aquele meu padrasto nojento. Ela teria sido feliz.
Eu estava de punhos fechados. Meu rosto estava vermelho e minha raiva havia dominado todo o meu corpo. De repente, eu havia despejado todo o rancor que mantive preso anos a fio a um estranho qualquer. Ele me encarava com um olhar... chateado?
- Bom, vou responder à suas perguntas em ordem inversa. Sua mãe poderia ter sido feliz com outro homem sim, ou até sozinha, mas não com seu pai. Quanto ao seu padrasto, acredite, ela não o escolheu por amor a ele, mas por amor a você. O cheiro dele era tão forte eu nenhum monstro conseguia identificar que havia um semideus por perto. – Meu estômago revirou. Ela era infeliz por minha culpa. – Seu pai não ligou para você por que ele fora proibido e não queria ser responsável por uma nova guerra. Motivo também pelo qual ele não te reconheceu quando você chegou aqui. Tudo acontece a seu tempo, Percy, por mais que isso não lhe agrade. É verdade sim que seu pai te ama, e muito. E eu sei disso porque eu sou seu pai. Sou Poseidon.
Minha boca abriu e pude sentir o amargo gosto do arrependimento de tudo que disse vir à tona.
- Er... dês... desculpa, eu não sabia.
- Não se preocupe, Percy, eu entendo. Descobrir tudo do jeito que você descobriu, não é fácil para ninguém. Mas por favor, não diga que eu não te amo. E não Percy, sua mãe não era infeliz por sua causa. Essa culpa é minha. Eu me encantei por sua mãe assim que a vi pela primeira vez, em Montauk. Sim, Percy, aquela casa a beira-mar que vocês ficam quando vão à praia é minha. Eu estava passando uns dias lá, resolvendo alguns problemas com monstros, é claro, quando a vi caída, chorando na areia. Ela havia sido atacada por uma empousa, mas conseguiu fugir. Correu para a praia, o que foi esperto já que eu estava lá elas não se atreveriam a entrar em meus domínios. Sally caiu, machucou o pé na queda e estava com feios arranhões no corpo todo. De início, achei que ela fosse uma semideusa. Quando cheguei perto, ela desmaiou. Peguei ela no colo e levei para minha cabana. Ela dormiu por dois dias. Como não tinha certeza se ela era ou não uma semideusa, não lhe dei néctar nem ambrosia, o que foi sorte. Quando acordou, ainda estava muito fraca e em estado de choque. Fiquei cuidando dela por uma semana, período em que conversamos muito. A cada dia que passava, percebia o quão maravilhosa era sua mãe. Nos apaixonamos e começamos a namorar. Estávamos juntos há seis meses, quando ela engravidou. Zeus pirou quando descobriu. Ameaçou matar vocês dois se eu não a largasse. Finalmente contei toda a verdade a ela, que ficou chocada, embora nem tanto já que ela enxergava através da névoa. Fingimos um rompimento, mas fiquei indo vê-la escondido até você nascer. Mas Zeus descobriu, no dia seguinte ao seu nascimento, e quase matou vocês. Sorte que Hera, Ártemis e Deméter interferiram.
- Mas você foi me visitar, não foi? Eu tenho uma vaga lembrança de um sorriso, acho que era seu. – Ele abriu um sorriso. O mesmo de minha lembrança. Sim, era dele.
- Você se lembra? – Seus olhos estavam brilhando.
- Bem... sim.
- Percy! Isso é maravilhoso! Você tinha apenas 1 ano!
- Então você foi me visitar?
- Fui sim, no seu aniversário. – Um trovão estourou forte. – Não liga, eu fui escondido e Zeus não sabia até... agora.
Eu fiquei um pouco mais feliz. Não queria admitir, mas estava adorando conhecer meu pai.
- É bom saber! – Ele disse.
- Saber o quê?
- Que não quer admitir, mas está gostando de me conhecer. – Meus deuses! Acho que meu pai lê mentes! – Não só eu, como todos os deuses, Percy.
- Ah. – Isso foi tudo o que consegui falar.
Ficamos em silêncio. Os primeiros raios de sol já nasciam no horizonte, o dia estava clareando. Fiquei admirando o mar junto com meu pai por vários minutos em silêncio, até que ele o quebrou.
- É lindo não é?
- Maravilhoso. Sempre gostei da praia. Ela me acalma, e assim consigo organizar melhor meus pensamentos. Agora entendo o por quê.
- Procure sempre ficar o mais perto possível de água. Você vai precisar de toda a força que conseguir para... enfrentar o que vem por aí.
- Como assim pai? O que você quer dizer?
- Filho, você não tem idéia de como é bom ouvir alguém te chamando de pai.
- Não desvie do assunto! O que você quer dizer? O que está para acontecer?
- Sinto muito Percy, não posso dizer.
- Mas...
- Percy, acredite, se eu te disser, as coisas só ficarão piores do que já estão. Olha, eu tenho que ir. Pode me fazer um favor? Diga a Quíron que está na hora.
- Hora de quê?
- Ele irá entender. Cuide-se e... cuidado. Ás vezes as coisas não são o que parecem.
Ele fez um aceno com a mão, e se dissolveu em gotículas d’água que seguiram em direção ao mar, deixando para trás apenas um pequeno aroma de maresia.
Fiquei mais algum tempo na praia, pensando em tudo o que conversei com meu pai. Depois, quando vi que alguns campistas já saíam de seus chalés, levantei-me fui tomar meu banho. O dia seria cheio, novamente.

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***

Saí do meu chalé em direção ao refeitório, onde o café da manhã já estava sendo servido. Todos, eu repito, todos, me olhavam e cochichavam durante todo o tempo. Annie estava com os olhos marejados e parecia achar muito interessante o piso de mármore, pois estudava-o com extremo interesse. Ao vê-la, minha vontade foi de correr e lhe abraçar, mas Quíron escolheu justamente essa hora para começar seu discurso matinal sobre a programação do dia. Juro que não prestei atenção em nada do que ele disse, enquanto eu comia minha mente voava alto. Só despertei de meus devaneios quando notei que todos estavam se levantando. Felizmente, eu já havia terminado de comer. Fiquei o tempo todo tentando achar um jeito de fazer Annie falar comigo para pelo menos me explicar o que foi que eu fiz. Senti um leve tapa na nuca, e notei que ele viera da mão direita de Luke.
- Vamos, sonhador, treino de esgrima com o chalé de Atenas. Se seu pai não tivesse te reclamado como filho, eu diria que você é filho de Zeus, por que só vive nas nuvens.
Seguiu-se um trovão a esse comentário. Luke olhou para o céu e disse
- Desculpa, foi mal, estava brincando.
Travis e Connor vinham atrás dele e não perderam a oportunidade.
- Não, Luke, ele é filho do Poseidon mesmo... vive boiando!
Com essa até eu ri. Era verdade, eu vivia mais na minha cabeça do que no chão. Parei de rir logo, por me dei conta de uma coisa.
- Espera, Luke, você disse que vamos treinar com o chalé de Atena?
- Sim, Apolo e Hefesto no arco e flecha, Afrodite na canoagem, Ares na parede de lava, Hermes, Atena e Poseidon na esgrima e o resto vai dar início às tarefas do dia. Caramba, os Stoll têm razão, você vive boiando.
- É, eu sei. – Na verdade, não estava boiando. Estava vendo a oportunidade perfeita para falar com Annie.
- Luke, que vai ser o instrutor de hoje?
O loiro deu um sorriso e seguiu para a arena. Fui atrás com os dois irmãos. Chegando lá, a arena estava mais cheia do que de costume. Os filhos de Atena, em sua maioria, estavam lendo livros nas arquibancadas ou afiando suas espadas. Os de Hermes, brincando de pega-pega - Sim, é sério! – e os de Poseidon... bom, acabei de chegar.
Luke subiu em um dos bancos da arquibancada, e começou sua aula.
- Muito bem campistas, atenção. Serei o instrutor hoje, e já aviso que quem não me obedecer ficará mais três dias lavando a louça do refeitório hein! – Seguiu-se um gemido de reprovação. – Vamos lá, quero todos em duplas, um de Hermes com um de Atenas, os de Hermes que sobrarem farão duplas entre si.
Eu já havia virado para procurar Annabeth, quando Luke me alcançou.
- Você fica comigo, Percy.
Sabe, o Luke era legal e muito gente boa, mas sabia estragar meus planos. Começamos a lutar, primeiro lentamente, só para aquecer, mas depois a coisa foi esquentando. Quando dei por mim todos haviam parado de lutar e estavam observando nossa luta. Luke exigia cada vez mais de mim, e eu me defendia de cada ataque seu. O problema foi que eu não percebi o ambiente ao meu redor, e quando dei por mim estava encurralado, com uma parede às minhas costas. Eu já estava esgotado, acho que estávamos lutando há uns 20 minutos sem parar e ele colocava cada vez mais força em seus ataques.
Num momento de distração, recebi um grande talho na perna e uma cotovelada no nariz, que quebrou. Caí no chão cego de dor, mas ainda podia distinguir Luke tentando me atacar. Eu tentava me defender como podia, mas não estava dando certo: recebi uma porção de outros cortes. Eu estava pronto para desistir. Cansado e desesperado por um copo d’água. Água! É isso! Percy, como você é burro! Entre um golpe e outro de Luke, olhei o ambiente à minha volta. De repente estava lá: um pequeno buraco na parede revelava um cano de água que passava e seguia em direção à uma bica que tinha próxima à porta da Arena.

Concentrei meus pensamentos e imaginei a água vindo em minha direção. Senti aquela sensação na boca do estômago e percebi que estava dando certo. Os campistas que assistiam exclamavam surpresos e Luke parou em meio à um ataque para ver o que estava acontecendo.
Foi bem simples, na verdade. O cano estourou, e toda a água que saia dele vinha em minha direção. Lembrei do que fiz com Clarisse, e desejei que a água formasse uma bolha à minha volta. Foi quando descobri que podia respirar perfeitamente dentro da água. Os campistas me olhavam boquiabertos. Eu podia sentir todos os meus machucados se fechando, e todo o meu cansaço sendo levado pela água. Bom, agora que eu estava recuperado, resolvi que iria ver até onde meus poderes iriam. Desejei sair de minha proteção e depois pedi que a água se dividisse em duas esferas em minhas mãos. Percebi que estava seco, assim como minhas roupas. Legal. Lembrei-me do que fiz com Nancy Bobofit, e tentei fazer o mesmo. Imediatamente, duas mãos saíram das esferas e agarraram Luke. Elas o chacoalharam um pouco, depois o largaram no chão. Pegaram minha espada, e lutaram como uma extensão de meus braços. Na verdade, nunca me senti tão forte. Luke tentava desviar de todos os ataques, mas em vão, minhas mãos artificiais eram mais velozes que ele. Logo, Luke estava caído, desarmado, e com minha espada em sua garganta.
Os espectadores explodiram em vivas, e eu devolvi a água para o cano. Todos me aplaudiram, e até Luke veio me dizer que nunca vira nada igual. Depois de todos me darem os parabéns, inclusive Quíron e Grover, que estavam assistindo meu treino escondidos, consegui me desvencilhar da multidão e ir para meu chalé. Precisava de um banho. Eu estava sujo, cansado, com sono e infeliz. A única pessoa que realmente importa não quis falar comigo, nem para dizer “Percy, você é um idiota.”
Eu havia acabado de entrar no meu chalé, quando ouvi batidas na porta. Abri, não tinha ninguém. Fechei a porta e me virei para ir ao banheiro. Pronto, morri de susto. Annie estava parada atrás de mim e quando me virei, morri. Ela ria descontroladamente, e eu tentava me lembrar de como respirar.
- Voc... Vo... VOCÊ ESTÁ LOUCA?? QUER ME MATAR, AVISA QUE EU ME AFOGO!!
- Primeiro: para de gritar, se não todo o acampamento virá ver o que está acontecendo. Segundo: não, eu não quero te matar, quero apenas conversar. Terceiro: Morrer afogado não é uma opção para você, filho de Poseidon.
Ela pronunciou o nome de meu pai com certo desgosto, e eu percebi isso.
- Está bem. Então é assim? Você fica me ignorando, não me fala nem OI e de repente quer colocar o papo em dia?
- Olha aqui, Percy, eu quero conversar civilizadamente com você, dá para ser ou tá difícil?
- Tá difícil, Annie! Tá difícil, por que a minha única amiga não fala mais comigo desde que fui reconhecido por meu pai. Tá difícil, por que eu queria te contar um monte de coisas que aconteceram nesses dois dias, mas a única pessoa para quem eu podia contar aquela mesma pessoa que falou que iria estar sempre ao meu lado, me virou as costas.
- OLHA AQUI Ô ENFESADINHO DO OCEANO (N/a: Pra quem não sabe, essa fala é da Dori pro Marlim, no filme Procurando Nemo), EU VIM AQUI PARA ESCLARECER TUDO, E TE FALAR QUE EU NÃO ESTAVA FALANDO COM VOCÊ POR QUE NOSSOS PAIS SE ODEIAM E EU NÃO QUERIA TRAZER MAIS PROBLEMAS, MAS SE VOCÊ ACHA QUE O MUNDO TEM QUE ESTAR À SUA DISPOSIÇÃO 24 HORAS POR DIA, É MELHOR EU SAIR, POR QUE NÃO CONSIGO DIVIDIR ESPAÇO COM O SEU EGO!
- É MELHOR IR MESMO, QUEM SABE ASSIM VOCÊ NÃO VÊ QUE É MUITO IMPORTANTE PARA MIM E QUE TODO ESSE TEMPO QUE VOCÊ ESTEVE LONGE, EU FIQUEI DEPRIMIDO, POR QUE A ÚNICA PESSOA QUE ME CONHECE DESDE PEQUENO, FORA A MINHA MÃE, QUE MORREU POR MINHA CAUSA! EU PRECISO DE VOCÊ ANNIE! NÃO SEI EXPLICAR O PORQUÊ, MAS EU PRECISO!
Ela me encarava com os olhos tão marejados quanto os meus. Os dois estavam ofegantes, e tenho certeza de que metade do acampamento escutou a nossa pequena “conversa”. Ela fez a última coisa que eu esperava que ela fizesse. Abraçou-me, e desabou em lágrimas. Eu retribui o abraço, e minhas lágrimas também escaparam de meus olhos.
- Ah, Percy, desculpa. É que nossos pais se odeiam, e eu tenho não quero desapontar minha mãe. Quer dizer, meu pai já não gosta de mim, se minha mãe não gostar, eu não vou agüentar.
- Annabeth, sua mãe tem que gostar de você pelo que você é e pelo que você faz, não por causa de suas amizades. Você me perdoa pelo que falei?
- Claro, Percy, mas quem tem que se desculpar sou eu.
- Ai,ai sabidinha, você ainda vai me deixar louco.
- Percy, aprenda uma coisa, eu nunca vou tornar as coisas fáceis para você. Agora vamos, daqui a pouco tem o almoço, e você está imundo.
Ela se levantou e saiu, mas não sem antes tomar uma almofadada nas costas. Eu não podia deixar barato. Fui tomar meu banho, mas feliz do que nunca.

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Tudo estava voltando ao que era antes.