Todas as noites; na clareira ao lado de minha cabana; pequenos e lindos vagalumes aparecem para mostrar toda sua beleza e graça. Quem imaginaria que pequenas criaturas poderiam dançar um ballet banhado à luz da lua e à suas próprias luzes? A noite perdia toda sua magnitude com aquelas luzes bailarinas rodando suavemente pelo ar.

Observando aqueles pequenos insetos, comparei a Terra com eles. Assim como os vagalumes, nosso planeta acende sua luz para chamar atenção. Assim como os vagalumes tem o dom de ter luz – e são únicos por isso –, nosso planeta é o único que tem o dom de ter vida. Assim como os vagalumes correm perigo com tantos humanos querendo caçá-los, nosso planeta corre perigo porque aos poucos o homem está matando-o. Quando a luz do vagalume se apaga, ele morre. Quando a luz da Terra se acaba, nós morremos.

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Eu sou Yamamoto Hotaru. Tenho dezessete anos e daqui uma semana completo dezoito. Baixa, cabelos repicados, curtos e esverdeados, olhos verdes, magra. Moro sozinha numa pequena cabana que encontrei abandonada ao lado de uma clareira. Tenho somente uma amiga, que mantém contato por celular. Parei de estudar quando entraria no ensino médio. Não foi um erro, porque vim para cá e desde então sou feliz.

Minha mãe morreu no parto, mal me viu quando cheguei ao mundo. Meu pai foi morar com sua outra esposa, minha madrasta. Eu, inconformada, fugi de casa e nunca mais dei as caras para o homem que eu chamo de pai. E nunca vi a cara da minha segunda mãe. Sou uma total rebelde, devo admitir. Porém, vir para cá me ajudou a mudar completamente meu caráter.