IX. Nunca confie na aparência aparentemente calma de uma garota.

Blake entrou em seu quarto e estacou ao ver uma figura loira e pequena sentada em sua cama. Ele conhecia muito bem aquela expressão cândida no rosto da namorada.

Fodeu, Blake pensou.

- Oi, querida – cumprimentou, beijando-a em seguida. Esperou que Lauren lhe desse um gelo, mas ela retribuiu o beijo com entusiasmo.

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- Sabia, Blake – ela sussurrou contra seus lábios – Que a minha calcinha é azul?

- É? – Blake sussurrou de volta.

Lauren o empurrou e cruzou os braços, séria.

- É. Igualzinha a daquela piranha Nicole Hastings.

Como o pessoal do Maryon era fofoqueiro!

- Foi uma brincadeira, L. – explicou.

- Claro, uma brincadeirinha muito inocente – Lauren ironizou.

Blake suspirou, passando a mão pelos lisos cabelos loiro-escuros, coisa que fazia quando ficava nervoso. Ele realmente não estava no mood para aturar as crises de ciúmes de Lauren. E então, as palavras subiram por sua garganta e ele não conseguiu contê-las a tempo.

- Eu quero terminar, L.

- O que? – a voz de Lauren ficou aguda de incredulidade.

Oh, merda. Blake teria que se virar para encontrar um motivo decente. E bem rápido. Por mais que ele quisesse falar a verdade, não queria magoar Lauren demais. Seria... Inapropriado dizer que o namoro deles não passou da junção de uma noite regada à vodca, tradições estúpidas passadas de geração a geração, a virgindade de Lauren e o vício pela conquista que Blake não conseguia reprimir.

Lauren, que sempre foi tão legal com ele – exceto pelos ataques incontroláveis de consumismo e ciúmes – não merecia ouvir aquilo. Ela não merecia conhecer o verdadeiro lado de Blake.

- Olha, L. – Blake suavizou a voz – Eu te adoro, mas não posso continuar namorando você se, o que eu sinto por você é apenas amizade e atração.

Os olhinhos de Lauren se encheram de lágrimas. Para evitar que caíssem, ela passou as pontas dos dedos sob os olhos. Blake a abraçou.

- Não chore.

- Não irei – assegurou. Lauren se endireitou e encarou Blake com desconfiança no olhar – Tem certeza de que isso não tem nada a ver com a novata?

- Não – Blake respondeu, tentando parecer o mais convincente possível. Pegaria mal se ele contasse que um terço da motivação de Blake para terminar com Lauren era por causa da Nikki. Blake queria provocá-la, testá-la, ver até onde ela conseguia chegar agindo indiferentemente. Ele não conseguia resistir ao vício de seduzir e conquistar as garotas desenfreadamente. Era mais forte que ele. Não que ele achasse ruim, claro.

- Eu só não quero te enganar, fingindo que eu... Amo você – Blake completou. Não tinha como Lauren não acreditar nele.

- Certo... – Lauren balançou a cabeça algumas vezes – Obrigada pela sinceridade, B.

Eles se abraçaram uma última vez e Blake foi abrir a porta para Lauren. Ela sorriu e saiu caminhando do seu jeito característico, balançando os cabelos. Blake bufou de alívio e despencou em sua cama. Foi mais fácil do que ele imaginava.

*

- Até parece que a aquela piranha não tem nada a ver com isso – Lauren rugiu, marchando de um lado para o outro pelo dormitório. Fanny ouvia a amiga, deitada em sua cama, folheando uma revista sem prestar muita atenção. Lauren continuou: - Como se eu não tivesse visto ele quase devorá-la com os olhos na aula de Química.

- Você bem sabe como o Blake é, L.

- Qual é? Você está o defendendo?

- Não! Só estou falando a verdade. Blake não resiste a uma novidade. Quando ele enjoar dela, logo vai chutá-la e trocá-la por outra. E assim sucessivamente...

- Blake Lois-Blakeney vai me pagar. E caro. Assim como aquela Nicole Piranha Hastings – murmurou – Eu preciso de um plano. Aniquilação imediata.

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Um largo sorriso nasceu no rosto de Fanny.

- Quando começamos?