Olá, sou Aghaf Dynja Krip também conhecida como Anna Romaike Colavite. Dona do poema: O homem que me tornei. É um poema que aborda a transexualidade e se o protagonista morre ou não cabe a vocês escolherem.

De qualquer forma caso quiserem usar coloquem pelo menos o tracinho com Dynja Krip por favor. Não precisa nem pedir permissão nem nada do tipo.

O Homem que me Tornei - Aghaf Dynja Krip

Agora o som me parece distante.

E meus dedos dormentes

Enxugam, espalham, separam

Qualquer sentido, qualquer sentimento, qualquer calor.

Que me faça lembrar o que é estar vivo.

Meus olhos distantes

Desfocam-se nas memórias.

E as perguntas

As terríveis perguntas perseguem-me.

Sufoco enquanto busco responde-las

E descubro que não há lugar para mim.

Não enquanto vivo.

Meu rosto, meu gênero, meu corpo, minha mente, meu amor.

Mesmo meu amor, está podre.

Estou doente (tome os remédios).

Apodrecido (corte o que não pode ser salvo).

E corrompido (somente Deus pode cura-la).

Estou lindo (nunca esteve mais feia).

Sinto-me bem (não lhe pari para isso).

Apaixonado (o senhor não lhe perdoará).

Eu sou um homem (não é).

Bi (não existe).

Livre (não me traga vergonha).

As pálpebras vibram pela ultima vez

E cada musculo remexe desesperadamente.

Deleito das luzes

As estrelas fascinantes.

Consomem o que me tornei

Gritos ecoam

Mãos espalmadas sobre o peito

Choro preso na garganta

Lágrimas manchando pele

Que tremem, tremem e tremem.

Estou no limbo, a dois passos do infinito e apenas um da realidade.

Não há volta, nem a mim nem a eles.

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  • Entrou em 7 de dez. de 2012 13:16
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