May Russell
No horizonte longínquo a asa se partiu
Agarrada ao eterno, perdendo a saudade.
Corroída pela inveja caiu e se feriu
Triste anjo que negro te tornas-te sem vontade
Na escuridão do ser, perdes-te o sentimento.
Sem saber o que fazer encontras a solidão
Companheira nas trevas do teu tormento
Viras-te um anjo negro sem alma nem coração
Pelo mundo vagueias, atormentando os demais.
Puxando-os com as garras, ferindo-lhes a dor.
Agora corrompes filhos, avós, tios e pais.
Pois o teu carma é meter medo, criar pavor.
Nas tuas veias corre a tua eterna maldição
Das nuvens caís-te, pois a tentação foi maior.
No teu ser só há tristeza, dor e aflição.
Assim só há crueldade, o que te faz sentir pior.
Cansado e perdido, não segues, derivas.
De asa quebrada tornaste-te um ser solitário
O teu sangue ferve nas veias rasgadas, feridas.
Descansas pousando numa tumba ou campanário
Mergulhado no obscuro onde a luz não rompeu
Sem olhos nem sentimento ainda avisas
Se o homem não mudar, ficaram como eu
Perdidos nas trevas onde a saudade morreu.
- ID: #211203
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- Entrou em 27 de set. de 2012 21:34
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