love in the fall

Day 05 – the "words" in my skin


Os dias se passaram, e agora Harry e Severus podiam compartir do mesmo quarto sem tantos imprevistos. Todas as noites, após o toque de recolher dos alunos e algumas rondas noturnas dos professores, cada um seguia para seus quartos privados. Minutos depois Harry desaparecia corredores a fora baixo seu velho manto da invisibilidade, anormalmente esticado para caber seu atual corpo não mais tão pequeno, diferente de quando era um jovem estudante de Hogwarts. Tomando cuidado para não topar com nenhum dos fantasmas que ali habitavam, nem com Madame Norra que ainda vagava pelo castelo rapidamente contornou os diversos corredores até as masmorras do castelo entrando silenciosamente nos quartos de Severus, usando a chave que anteriormente recebera. Fechando a porta atrás de si reforçando o trinco aferrolhado com um feitiço de silêncio e outro de keep out que aprendera com Hermione. Melhor prevenir do que remediar como diziam os muggles. Seguiu para o quarto, encontrando Severus a sair da ducha já vestido em seus pijamas.

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— Harry estava lhe esperando, mas não pude resistir a me banhar antes — ditou Severus se aproximando de si enquanto o beijava.

— Você e os velhos hábitos de dormir limpo e sereno.

— Mas é claro, não é nada agradável dormir sujo, coberto de resíduos de poções e sabe-se lá mais o que. Os gases que evaporam de minhas aulas podem ser nocivos, não se esqueça que sempre me esterilizo antes e depois de cada aula, nunca se sabe as reações adversas que isso podem causar.

— Como sempre deveras precavido, agora se me der licença vou me banhar também — dito isso seguiu para o banheiro tomando uma ducha rápida e vestindo um jumper verde que Severus lhe presenteara no Natal passado e uma calça comprida de malha fina.

Deitaram-se lado a lado e dormiram logo em seguida após um pequeno beijo ser compartido, colocando seus corpos para descansar após o cansado do dia atribulado de aulas que mantinham. A noite decorreu tranquila e pouco antes do sol terminar de ascender no céu, e transpassar seus raios de luz pelas vidraças que davam para o lago Harry começou a se remexer inquieto, suando frio, como se estivesse sofrendo por algo que via em seus sonhos. Severus de sono leve e já acostumado com esses episódios abraçou o corpo do outro, dizendo palavras de conforto, enquanto sentia-o relaxar um pouco entre seus braços. Não demorou muito para que Harry acordasse derramando-se em lágrimas, enquanto Severus continuava a lhe segurar firme contra si.

— Harry, como você está? — Perguntou um muito preocupado Severus, enquanto olhava fixamente em seus olhos procurando algum tipo de reação pelo que afetara o sono de seu amado.

— Eu estou bem, eu só- preciso de um momento Severus, eu não-

— Não precisa falar mais nada, sente-se eu vou buscar um copo d'água. Quer uma poção calmante?

— Eu já disse que te amo?

— Sim, e eu vou adorar ouvir isso eternamente, mas por favor não faça nada até que eu volte — pediu enquanto colocava uma bata sobre seus pijamas e um chinelo nos pés, enquanto seguia para uma parte fechada de seu dormitório, uma porta escondida onde Severus mantinha um estoque particular de poções e outros artigos de função médica para si e para Harry. Voltando rapidamente com uma taça cheia e um frasco em mãos, ofereceu os dois a Harry que bebeu-os rapidamente, desejando que o efeito de seus conteúdos o fizesse bem.

Deixando de lado, sobre a mesinha de cabeceira a taça vazia e o frasco semi-cheio, Severus virou-se para Harry sentando sobre seu colo, abraçando-o por completo com os braços e pernas, deixando-o se sentir seguro, enquanto a poção calmante aliviava e relaxava seu corpo e novas levas de lágrimas desciam por sua face molhando sua camisa e enchendo a habitação com seu odor salgado. Os raios do sol modificados pelas cores das águas semi-turvas do lago refletiam sobre os dois, deixando-os cobertos de um manto verde futa-cor. As lágrimas de Harry continuavam a cair, enquanto suas mãos deixavam de tremer e sua voz embargada dizia em um sussurro aquilo que o afligia.

— Eu sonhei com o dia que recebi essa cicatriz. Eu senti as dores de cada linha das palavras que foram escritas na minha pele, o cheiro doce de chá me enjoava. Até hoje eu não consigo ver a cor rosa sem me sentir mal. Porque Severus, porque isso? Eu não poderia ter uma vida normal? Ser um garoto normal? Porque eu tinha que passar por isso, porque Severus? — Perguntava aflito ainda a chorar. A poção calmante não era tão forte, pois Harry tinha problemas com remédios bruxos, consequência do núcleo danificado pelos abusos sofridos no passado e Severus lamentava não poder dopá-lo e fazê-lo deixar de sofrer.

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— Eu não tenho as respostas Harry, mas saiba que te amo, e jamais o deixarei só, você sempre pode contar comigo. Eu estou aqui e sempre estarei — ditou fortemente enquanto o abraçava com mais força, pois Severus sabia que não importava o quê fôsse, ele sempre estaria ali para cuidar dele com muito amor.