(POV Alycia)

—Quantos anos você tem?- Estávamos andando fazia algumas horas. Já havíamos parado algumas vezes para descansar e mal tínhamos trocado cinco palavras.

— Bom, mais de duzentos...- Disse com um sorriso sarcástico, me fazendo revirar o olho.

—Não... Eu digo a idade que você parou de envelhecer.- Lembrei de algo que havia visto em algum filme da Disney sobre ela e me dei conta do que eu falei.- Você já nasceu assim né?

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— A partir do primeiro riso de um bebê.- Sorriu, voltando sua atenção para o caminho que estávamos andando.- Mas eu nasci já com 16 anos, e assim fiquei. Era isso que você queria saber?- Assenti com a cabeça.- Eu admito que sempre quis envelhecer. Mesmo perdendo as minhas asas, continuo aqui e assim não envelheço...

—Você quer sair daqui?

—Sim. Muito.- ela deu um sorriso triste.- Quero ter a oportunidade de ter uma vida. Filhos talvez.

—Eu sou de uma terra longe daqui e quando eu for embora, você pode ir comigo.- Ela me fitou com um sorriso de canto.- Você merece ter uma vida.- Ela voltou a olhar o caminho. Eu não aguentava mais, eu necessitava contar sobre a minha mãe;- Tink. Ela é a minha mãe.- Ela me fitou sem entender.- A Evil Queen é a minha mãe...

—Tinker Bell... À quanto tempo.- Disse um menino, pendurado em uma das árvores, impedindo Tinker de falar alguma coisa sobre a minha revelação. Ouvi apenas um sussurro, "Fique atrás de mim", vindo de Tink

—Felix... Dessa vez Pan lhe mandou para fazer o trabalho sujo. Ele está ficando preguiçoso...- Disse ela com um certo sarcasmo em sua voz.

—Você não deu o que Pan queria. Agora ele me mandou para te buscar.

—Você não vai tocar nela.- Me posicionei em sua frente, mesmo ela tentando me segurar. Isso foi um instinto que fez meus olhos brilharem novamente. Felix deu um sorriso sem mostrar os dentes.

-Uou... Ela... Tinker, você achou algo raro...

—Do que ele está falando?- Perguntei olhando para ela.

—Ainda não contou para ela?- Ele parecia perplexo.

—Eu não tenho certeza do que ela é.- Ela tentava se explicar.

—Como assim? Ela tem olhos verdes que ficam azuis brilhantes. Você sabe muito bem o que significa.

—Eu não tenho como ter certeza... Podem ser duas coisas diferentes, você sabe disso.- Ele pareceu pensar por um momento.

—Vocês estão livres para passar.- Disse se despendurando da árvore, indo ao nosso encontro.- Mas... Vocês tem outra escolha. Podem vir comigo até Pan, e ele lhe dirá exatamente o que você é...

—Desculpe Felix, mas...

—Aceitamos.- A interrompi. Eu olhei para ela e sua testa estava franzida.- Sinto muito Tink, mas essa pode ser a minha única oportunidade de realmente saber o que eu sou. Você não precisa vir comigo, vou ficar bem.

—Não, eu vou com você...- Disse depois de respirar fundo e ponderar por alguns segundos.

—Pan ficará feliz com essa sua escolha. Me sigam.

(POV Regina)

—Cale a boca!- Hook parou de andar e falar rapidamente com os olhos arregalados.- Se eu ouvir mais uma de suas "aventuras" pelo mar, eu juro que te dou um soco no meio da cara e uma joelhada no seu amiguinho..

—Não precisa ficar violenta...- Disse colocando suas mãos para o alto, em um ato de rendição, voltando a andar.

—Eu sou violenta Hook. Você já devia saber disso...

—Eu com certeza sei...- Disse sarcástico. Eu parei de andar bruscamente e o olhei.

—Por favor, nunca comente nada do nosso passado com Emma.- Ele levantou uma sobrancelha.- Eu ainda preciso falar com ela sobre isso.

—A minha boca é um túmulo.

—Exatamente o lugar que você irá se falar alguma coisa para ela...- Ele nada falou. Voltamos a andar em completo silêncio. Eu sabia que ele estava sorrindo, mesmo estando de costas para ele.

—Você realmente a ama...

—Sim, eu realmente a amo.- Eu disse com um grande e bobo sorriso nos lábios.

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Só de pensar em minha loira eu me sentia uma adolescente apaixonada.

—Eu ainda não acredito que o pequeno Bealfire é pai...- Ele disse depois de um tempo calado.

—Você tem uma queda por ele ou algo do tipo? É mais ou menos a décima vez que fala sobre ele.

—Eu apenas tenho um grande carinho por ele. Eu fui quase que um pai para ele por um tempo. Eu o decepcionei e ele, depois de muito tempo, me perdoou e agora está me ajudando...

—Isso é bom. Emma diz que você está indo bem na delegacia.

—Faço o que eu posso.- Disse com um sorriso no rosto. Talvez Neal realmente o tenha mudado...

(POV Emma)

—Você realmente bateu nele?- Estávamos andando mais ou menos uma hora. Depois que nossas roupas secaram e nos esquentamos em uma fogueira, não paramos de andar.

—Em quem?

—David, quando vocês se conheceram.

—Com uma pedra. Ele ainda tem a cicatriz...- Disse sorrindo.- Por que?

—Tudo que eu sei sobre vocês é tirado de um livro. Eu quero saber mais sobre os meus pais. Antes e depois de se conhecerem.

—O que quer saber?

—Qualquer coisa.- Ela ponderou por um tempo e abriu um sorriso triste.

—Eu tinha acabado de fazer 10 anos quando a minha mãe, sua avó, morreu.- Abaixei minha cabeça com aquela declaração.

—Como ela era?

—Ela era uma das pessoas mais carinhosas e caridosas que eu já conheci. Ela me ensinou como ser justa ter compaixão. Me ensinou que não importa se a pessoa tem sangue real ou se é um criado, todos merecem respeito e amor.

—Ela parece ter sido uma pessoa incrível.

—Ela era. Ela teria amado te conhecer...- Disse tentado limpar as lágrimas que caiam de seus olhos.- E você? Eu também não sei muito sobre você.

—Não tem muito que saber.

—Sempre tem algo... Como conheceu Neal?

—Eu roubei o carro dele...- Seus olhos arregalaram um pouco, pela surpresa.- Ainda quer saber sobre a minha vida?- Ela olhos no fundo dos meus olhos e sorriu.

—Tudo que você conseguir contar.

(POV Alycia)

—Está brava comigo?- Tink me olhou confusa.- Pelo o que eu te contei mais cedo.- Ela respirou fundo e olhou para frente, tentando evitar o meu olhar.

—Estou brava apenas porquê você demorou a contar...- Disse em um quase sussurro.

—Ela mudou. Não é a mesma pessoa. Ela tem a mim e meu irmão. E agora a Salvadora.- Tink parou e me fitou.

—Você conhece a Salvadora?

—Claro... Ela é a namorada da minha mãe.- Tinker tinha uma expressão tão surpresa, que chegava ser engraçado.- Se Emma acredita que ela mudou, você também pode acreditar...

—Tinker Bell... Mas que honra.- O menino, que eu suspeitava ser Peter Pan apareceu em nossa frente. Em questão de segundos, estávamos cercadas por meninos perdidos.- E quem seria ela?

—Seus olhos são verdes uma hora e azuis brilhantes no outro.- Respondeu Felix. Pan abriu um enorme sorriso.

—Tem apenas duas explicações para isso...

—Me diga!- Gritei me soltando dos braços de Tink, chegando mais perto de Pan, mancando.

—Você nem suspeita?

—Apenas me diga Pan! Quem sou eu?!

—Bom... Você é uma súcubo?

—Que? Não!

—Bom, então eu acho que o que você realmente quer perguntar é "quem é seu pai".- Pensei que eu nunca mais me sentiria tão perdida quanto o dia em que fugi do orfanato. Aparentemente, eu estava errada.

—Meu pai morreu em um acidente de carro com a minha mãe...- Minha voz já estava embargada.

—A sua mãe pode ter morrido, mas seu pai com certeza não.

—Você sabe quem é?- Tinker me fez voltar a me apoiar em seus ombros.- Pan me fale! Quem é meu pai?- Seu sorriso se alargou, se transformando em um grande sorriso sarcástico.

—Seu pai é Zeus minha querida. Você é uma semideusa...