- Dra. Fabray, sala de cirurgia número 5. Repito: Dra. Fabray, sala de cirurgia número 5.

Santana fez uma careta quando ouviu aquela chamada no sistema de som do hospital. A latina balançou a cabeça negativamente e desabou na poltrona, sentindo as mãos delicadas de Brittany afagarem seus cabelos. Leroy parecia perdido enquanto Hiram o puxava para sentar ao seu lado.

Santana levantou bruscamente, Brittany olhou assustada para ela. A latina começou a andar de um lado para o outro enquanto era observada pelos demais, ela bufou irritada enquanto passava a mão pelos olhos, tentando se acalmar. Por fim, Santana disparou indignada:

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- Eu não acredito que ela entrou naquela cirurgia sem nem ao menos vir dar uma satisfação para gente. Porra, Rachel era importante para todos nós!

- Nunca achei que fosse escutar Santana Lopez dizendo o quanto nossa estrelinha é importante para ela. – Leroy comentou com um sorriso sombrio nos lábios, a princípio, todos olharam para ele com expressões confusas até que Hiram deu uma pequena gargalhada triste que foi acompanhada pelos outros. Santana olhou com uma expressão bondosa e defendeu-se:

- Pois é, Sr. Berry... Rachel sabe conquistar as pessoas.

- Não tem nenhum senhor aqui, Santana. Sem mencionar que esse pronome causa muita confusão entre eu e Leroy. – Hiram disse gentilmente, levantando-se do seu lugar e abraçando a latina. Hiram apertou-a junto de si e murmurou um “vai ficar tudo bem” inseguro. Leroy levantou-se também e acrescentou:

- Rachel tem um brilho intenso e não é hora dele apagar-se. Nossa estrelinha é forte, ela vai passar por isso.

- É uma cirurgia difícil, Leroy... – Santana disse sincera enquanto surpreendia-se com as próprias lágrimas caindo de seus olhos, Hiram as limpou bondosamente e a latina deu um sorriso agradecido para ele. – Aliás, tudo que se trata do cérebro é difícil.

- Eu confio em Quinn. – Leroy disse seguro enquanto olhava um pouco magoado para Santana, a latina encolheu os ombros enquanto Brittany observava a cena com uma expressão incomodada. Leroy suspirou, sentindo o peso do medo e da angústia preencher sua alma. Ele era pai, afinal, sua lógica dizia que a cirurgia era difícil, mas seu lado pai lhe dizia que Rachel era forte demais para se apagar tão facilmente. Hiram pigarreou e completou:

- Além de confiarmos no amor de Quinn e no que ela será capaz de fazer por nossa filha... Nós confiamos no profissionalismo dela. Perguntamos a alguns enfermeiros e eles disseram que as melhores estão naquela cirurgia, o que temos que fazer é esperar.

- Mas Hiram...! – Santana tentou questionar, mas acabou desabando nos braços de Hiram, justo ela que todos acreditavam ser a mais forte ali, foi a primeira a deixar a emoção tomar conta de si. A latina respirava com dificuldade, não temia só por Rachel, mas por Quinn também. Só ela sabia o quanto Quinn amava Rachel Berry. Só ela sabia o quão destruída Quinn ficaria se Rachel morresse em suas mãos... E mais uma vez, aquele lado maternal e protetor de Santana Lopez falou mais alto e ela sentiu-se fraquejar. Temendo por sua amiga e por Rachel.

Brittany pareceu sair de seu transe e levantou-se em um pulo quando viu a sua namorada sempre tão confiante, otimista e sarcástica, desabar na frente de todos como se fosse a mais fraca ali. A dançarina aproximou-se vacilante e tomou o lugar de Hiram, Brittany envolveu o corpo de Santana com seus braços e puxou-a para sentar-se em uma cadeira. Brittany levantou os olhos molhados de Santana e disse confiante:

- Quinn é uma excelente médica, nós duas sabemos disso. E o que ela sente por Rachel vai fazê-la lutar ainda mais para deixá-la viva. Rachel vai sobreviver e no futuro, nós todos vamos rir disso, está bem?

- Mas B... Quinn saiu desesperada de casa...! – Santana sequer terminou de se justificar, porque Brittany segurou sua face e beijou-lhe. O beijo foi molhado, carregado de uma energia mista de esperança e desespero. Depois, a dançarina trouxe a cabeça da namorada para o seu peito, afagando-lhe os cabelos enquanto as próprias lágrimas escorriam por sua face.

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Hiram que parecia ser o mais otimista ali, olhou com tristeza para as duas. Ele buscou a mão do marido e encontrou-a próxima a sua. Leroy apertou a mão de Hiram entre as suas enquanto apoiava a testa no ombro do marido. Hiram afagou os cabelos do marido e o puxou para uma poltrona.

Os quatro ficaram calados, tentando buscar conforto no outro enquanto tentavam afastar as próprias mentes de caminharem pela lógica. Porque a lógica era cruel: qualquer cirurgia no cérebro era perigosa.

Hiram levantou os olhos para o relógio, eram exatamente 18 horas... Ele não queria pensar em quanto tempo aquela cirurgia poderia durar, ele só queria que no final de tudo, ele pudesse ver o sorriso tímido de Quinn e a gargalhada de sua filha. Era muito pedir isso? Nesse instante, Hiram chorou e abaixou a cabeça, dando um beijo na testa de Leroy. Numa prece muda de que Quinn fosse iluminada naquele centro cirúrgico.

***

Quinn saiu do quarto e ignorou os seguranças que a observavam com expressões que mesclavam a pena e a tristeza. A médica mandou algum enfermeiro avisar no centro cirúrgico que ela daria uma passada na capela antes de entrar na cirurgia. Depois disso, Quinn optou pelas escadas, tentando acalmar seu coração que praticamente pulava dentro do seu peito.

A loira estava cansada, mas seu corpo trabalhava em velocidade máxima. Quinn desceu mais um lance de escadas e chegou ao terceiro andar, a capela ficou no final do corredor e ela entrou, fazendo o sinal da cruz. Caminhou silenciosamente até os bancos próximos a cruz, estava tudo muito quieto e havia somente uma senhora ali.

Quinn sentou-se e ficou encarando a cruz por alguns instantes. Fazia algum tempo que ela não entrava numa capela ou em uma igreja, mesmo não sendo a mesma católica tradicional do colegial, ainda tinha a sua fé e Deus era a sua maior esperança naquele momento.

Quinn fechou os olhos e apertou o crucifixo em seu pescoço, inevitavelmente, seus dedos esbarram no anel de Rachel que estava ali. A loira apertou-o entre os dedos e continuou de olhos fechados, meditando enquanto praticamente implorava a proteção e a sabedoria necessárias para que passasse por aquilo sem provocar mais danos a Rachel.

Quinn suspirou e apoiou os cotovelos pelos joelhos enquanto continuava sua prece silenciosa. Ficou ali por mais alguns minutos, tentando absorver a tranqüilidade e a serenidade do local. Resolveu levantar e sair dali, estava alguns minutos atrasada e já abusara da paciência da Dra. Hopkins.

Quando estava saindo do local, sentiu uma mão frágil apertar seu ombro como se lhe passasse um pouco de coragem. Quinn virou-se para ver quem era e deu de cara com a senhora que estava ali antes, a idosa lhe deu um sorriso bondoso e explicou:

- Você tem um fardo muito pesado sobre as costas, querida, percebi quando você entrou aqui.

- Realmente, ter a vida da pessoa que se ama nas próprias mãos é um fardo pesadíssimo. – Quinn disse com um sorriso sombrio, tentando não parecer mal-educada com a senhora que continuou a lhe sorrir gentilmente. A idosa a acompanhou até o corredor e disse, enquanto despedia-se com um aceno:

- Seja forte, querida.

- Obrigada, prometo que serei. – Quinn respondeu confiante e acenando para a idosa antes de retomar seu caminho para a cirurgia, sentindo-se subitamente mais leve e tranqüila.

Quinn apressou o passo assim que aterrissou no andar da cirurgia, a loira respirou fundo e ajeitou os óculos sobre a face. Entrou na sala de desinfecção e deparou-se com a Dra. Hopkins lavando as mãos. A médica mais velha deu um sorriso amarelo para sua aluna e murmurou:

- Você ainda pode desistir, se quiser.

- Eu não quero e mesmo se quisesse, não poderia Dra. Hopkins. Eu não vou abandoná-la de novo. – Quinn disse com um sorriso sofrido, aproximando-se da pia para fazer o mesmo que a doutora fizera há pouco. Anastasia deu uma observada gentil antes de sair dali para se aprontar para cirurgia. O tempo em que Quinn lavou as mãos pareceu durar uma década.

A loira se aprontou, mas não colocou a máscara. Assim que entrou no centro cirúrgico e viu o pequeno corpo de Rachel Berry sobre a maca, já sedado e desacordado, seus olhos perderam o foco e ela se desequilibrou. Quinn apoiou-se na parede com os ombros antes de se aproximar vacilante até a maca. A loira deu um sorriso triste para Rachel e murmurou:

- Por favor, agüente firme. Eu vou fazer tudo certo dessa vez.

Quinn aproximou-se e beijou a testa da morena levemente, a pele morna de Rachel queimou seus lábios e a loira deu um sorriso otimista enquanto a observava com adoração. A porta do centro cirúrgico abriu-se de supetão e a loira se afastou rapidamente de Rachel, a Dra. Hopkins olhou sentida para ela sobre a máscara que já usava no rosto e disse:

- Hora de se arrumar, Dra. Fabray.

- Sim senhora, Dra. Hopkins. Volto em alguns minutos. – O tom mais formal na voz da residente fez com que os enfermeiros e demais auxiliares olhassem confusos para as duas, mas ninguém ousou questionar. Quinn colocou a máscara, o gorro e as luvas e entrou novamente na cirurgia, uma enfermeira lhe cumprimentou com um sorriso e colocou-lhe a vestimenta da cirurgia.

A Dra. Hopkins lançou um olhar significativo para a sua aluna e pelos olhos escuros da médica, Quinn pode dar um sorriso e entender que sua professora estava disposta a tudo para salvar Rachel. Quinn postou-se ao lado dela e deu uma piscadela, a Dra. Hopkins pigarreou e disse em tom autoritário:

- Senhoras e senhores, a cirurgia de hoje é muito importante. Mas isso não tem nada a ver com o fato da paciente ser uma estrela da Broadway e sim, pela gravidade de seu estado de saúde. Como já sabem, precisamos drenar esse coágulo para que a Srta. Berry possa recuperar-se. Os senhores também sabem as complicações que podem existir nessa cirurgia. Espero que entendam que preciso da atenção, da dedicação e do tempo dos senhores. Nem eu e nem a Dra. Fabray queremos perder nossa paciente.

Quinn manteve a postura profissional enquanto sentia seu coração acelerar diante das palavras da sua professora. Todos os presentes acenaram com a cabeça e a Dra. Hopkins sorriu para eles enquanto começava com suas orientações.

- Preciso dos aparelhos de emergência por perto, não façam nada que não seja orientado por mim antes. A platéia que nos assiste ali em cima... – A Dra. Hopkins apontou para a estrutura de vidro um pouco acima, onde alguns residentes e médicos acompanhavam apreensivos o início da cirurgia. – Não importa. O que nos importa, no momento, é manter viva essa paciente. Conto com todos vocês, essa equipe foi escolhida a dedo, espero que não me decepcionem!

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Enfermeiros, auxiliares e a própria Quinn entreolharam-se com ansiedade ao receber o olhar enérgico da doutora. Em seguida, a Dra. Hopkins pediu que ligassem os aparelhos que mediam a freqüência cardíaca de Rachel e Quinn pegou-se engolindo em seco quando observou a médica apanhar um bisturi e realizar uma pequena incisão no crânio de Rachel Berry.

Aquela ia ser uma longa noite...

***

Santana já parara de chorar há algum tempo, no momento, o cansaço estava vencendo-a e os braços de Brittany a envolviam de forma tão possessiva e segura que ela estava quase rendendo-se ao sono. Mas uma pequena parte racional dentro de si lhe dizia que Quinn estava há duas horas trancada naquela centro cirúrgico com Rachel.

A latina foi surpreendida cinco vezes em que houve uma correria no hospital, ela mordia os lábios e rezava para que não tivesse nada a ver com Rachel e Quinn. Na verdade, elas tratavam-se de tiroteios, ataques cardíacos, emergências e etc... Santana suspirava a cada ausência da notícia, podia ser bom, afinal.

Naquele tempo desde que chegara ao Presbyterian, outros já tinham chego a NYC. Sam estava sentado em um sofá, ninando Kurt que parecia atônito demais para sequer mover os lábios. Mercedes estava encolhida em um canto enquanto Puck abraçava-lhe os ombros fraternalmente, tentando manter-se forte por ele e pela outra diva. E para o desespero e desconforto de todos, até Finn estava ali.

O ex quaterback ainda tinha cicatrizes da surra que levara e estava calado, encolhido em uma poltrona da sala de espera enquanto rezava fielmente de olhos fechados. Leroy e Hiram lançavam olhares inquietos para o rapaz, Santana levantou-se quando sentiu as pálpebras pesarem e andou até a cafeteria.

Chegando ao pequeno estabelecimento, deparou-se com aquele mesmo homem que encontrara no hotel junto com Quinn quando foram tentar mudar a cabeça de Rachel. A latina sentiu o sangue lhe subir aos olhos, ela apertou os punhos junto ao corpo e tentou acalmar-se. Mas ela acabou escutando coisas que não gostaria de ouvir.

- ... Todos nesse hospital são irresponsáveis! A falta de profissionalismo da Dra. Hopkins ao deixar que aquela doutorazinha entrasse na cirurgia foi ultrajante! Rachel não merece ter a vida nas mãos dela!

- Com licença, senhor. – Santana murmurou entre dentes, puxando o enorme homem pelo ombro e olhando-o com nojo. A princípio, o homem a olhou com desdém, mas pareceu ver a agressividade latente na aura da latina e engoliu em seco. – Mas você está falando de Quinn Fabray, certo?

- Eu estou falando daquela garota que destruiu a vida da minha estrela! – O homem respondera com um ar frio e um tanto quanto irônico enquanto observava Santana Lopez da cabeça aos pés, a latina fechou os punhos e respirou fundo, tentando administrar sua raiva. Santana retomou sua respiração normal e respondeu calma:

- Eu não sei o que a Berry lhe disse, mas Quinn não fez nada. Pelo menos, dessa vez, ela não foi culpada. Rachel que não tinha direito de fazer o que fez!

- O que Rachel faz e com quem ela fica, não é problema meu, senhorita. – O homem respondeu um pouco mais sério, apanhando o copo de café que fora recém-colocado a sua frente. Santana arqueou a sobrancelha, bastante incrédula com as palavras do homem. – Eu cuido da carreira de Rachel, estive em Lima apenas para administrar isso.

- Então por que as afastou? – Santana disparou fora de si e elevando a voz, algumas pessoas a observaram com surpresa enquanto a latina sequer notava que tinha mais gente ao seu redor. – Se você se preocupa apenas com a carreira dela, podia muito bem ter deixado-as em paz!

- Eu não fiz nada, senhorita! Quem tomou todas as decisões foi Rachel... Ela que pediu para se afastar, ela que quis voltar aos ensaios, ela que decidiu se fechar numa bolha assim que desembarcou em NYC! – O homem disparou na defensiva e realmente, muito ofendido. Santana revirou os olhos e não acreditou em uma palavra sequer. – Mas pelo que eu conheço da minha cliente e amiga, ela está machucada. Não sei e nem quero saber o que se passou entre ela e a Dra. Fabray, só quero que ela sobreviva, sem traumas.

Santana olhou surpresa para o homem que dessa vez, parecia ser extremamente sincero. Ele tomou um gole do café, tentando não chamar atenção para seus olhos que agora brilhavam. Santana era uma mestre na arte de mentir e sabia reconhecer quando alguém mentia, acontece que aquele homem era tudo, menos um mentiroso. A latina respirou fundo e murmurou envergonhada:

- Me desculpe senhor, não quis ofendê-lo... É que essas duas tiram qualquer um do normal, ainda mais agora.

- Não se preocupe. Acho que as coisas foram esclarecidas. – Santana foi surpreendida por um sorriso caloroso, ele estendeu a mão para ela. – Sou Antonio, empresário e agente da Srta. Berry.

- Sou Santana Lopez, melhor amiga da Dra. Fabray... – Santana retribuiu o aperto de mão com um sorriso. – Se o senhor realmente quer a felicidade de Rachel, devia se juntar a nós. Formamos um grupo lá na sala de espera, todos acreditam em Rach e em Q.

- Quinn Fabray é uma das estrelas por aqui... Pelo que eu andei perguntando, é uma excelente médica apesar de um tanto quanto irresponsável. – Antonio dissera com um ar cômico que provocara um riso tímido em Santana, a latina permitiu-se puxar o homem pelo braço até a saída da cafeteria enquanto dizia:

- Q é a melhor, ela vai tirar Rachel dessa.

***

Quinn estava tão concentrada que não conseguia ver nada além da caixa craniana da morena, a Dra. Hopkins realizara uma pequena incisão na cabeça de Rachel e estava trabalhando com a ajuda de um pequeno instrumento na drenagem do coágulo.

A Dra. Fabray respirava pesadamente enquanto passava os instrumentos para a Dra. Hopkins e ficava atenta a qualquer mudança nos monitores que marcavam os batimentos cardíacos e a respiração da pequena diva. O coágulo estava em uma posição de difícil acesso, até mesmo para os exames.

O que irritava Quinn era que tudo podia ser culpa sua. Tinha que ter sido mais profissional, tinha que ser mais madura e ter prestado atenção aos outros sinais. Não era só a dor de cabeça que Rachel havia sentido, também havia problemas de sensibilidade e a fraqueza recente. E Quinn sequer reparara nisso.

Quinn respirou fundo ao passar um pequeno instrumento para drenagem, assim que a Dra. Hopkins introduziu-o na pequena incisão e Quinn observou o sangue passar por ele lentamente, pode suspirar e relaxar um pouco os ombros, mal sabia ela que seu pesadelo recém começara...

This time, this place,

Misused, mistakes

Too long, too late

Who was I to make you wait?

Just one chance, just one breath

Just in case there's just one left

'Cause you know, you know, you know...

A quantidade de sangue aumentou enquanto Quinn sentia seu próprio sangue gelar, ela engoliu em seco, tentando permanecer calma enquanto sentia que a Dra. Hopkins ao seu lado tinha movimentos mais bruscos no procedimento.

That I love you

I have loved you all along

And I miss you

Been far away for far too long

I keep dreaming you'll be with me

And you'll never go

Stop breathing if I don't see you anymore

- Temos um princípio de hemorragia, senhores! – A Dra. Hopkins anunciou com um ar sobressaltado, seus movimentos estavam rápidos agora, Quinn sentiu a própria vista embaçar ao ver os batimentos de Rachel diminuírem na tela acima de seus olhos.

On my knees, I'll ask

Last chance for one last dance

'Cause with you, I'd withstand

All of hell to hold your hand

I'd give it all

I'd give for us

Give anything but I won't give up

'Cause you know, you know, you know

Quinn foi empurrada pelas mãos de algum enfermeiro qualquer para longe. Ela apenas observava a cena, atônita demais com a simples idéia de perder Rachel para sempre. Aquilo não podia acontecer, era só a merda de um coágulo!

That I love you

That I loved you all along

I miss you

Been far away for far too long

I keep dreaming you'll be with me

And you'll never go

Stop breathing if I don't see you anymore

- Perdendo batimento rapidamente! Ela está nos deixando, Dra. Hopkins! – Algum enfermeiro disse em voz afobada enquanto tentava apressar a médica que agora, preparava-se para fazer mais uma incisura na cabeça da paciente.

So far away

Been far away for far too long

So far away

Been far away for far too long

Foi então que aquele som agudo, o qual Quinn ouvira várias vezes, predominou na sala sobre os gritos e a atividade intensa.

Aquele som simples e mortal. Que cessa uma vida de forma brusca em cima de uma mesa de cirurgia e foi aquele mesmo som que pareceu acordar Quinn de seu torpor.

A loira sentiu cada pedaço de si preencher-se por uma adrenalina intensa, seus batimentos aceleraram como se quisessem suprir a ausência dos mesmos em Rachel. Ela voltou para a mesa de cirurgia e foi a vez dela de empurrar os enfermeiros e auxiliares.

But you know

You know

You know...

- Saiam da minha frente! – Quinn disparou com fúria enquanto agia de forma agressiva contra todos que rodeavam a sua morena. A Dra. Hopkins pegou a loira pelos ombros e disparou sincera:

- Ela se foi, Fabray! Não há o que fazer!

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- Não, ainda há o que fazer e eu vou fazer isso! – Quinn respondeu atrevida, tirando as mãos da médica de cima de si e voltando-se para Rachel. Ainda pode escutar sua superior dizer autoritária:

- Se você tocar na paciente, vai ser expulsa do programa, Fabray!

I wanted

I wanted you to stay

Cause I needed

I need to hear you say

- Aumentem a velocidade desse dreno! – Quinn praticamente berrou, mas nenhum enfermeiro a obedeceu. Todos olhavam para ela sem saber como agir, a Dra. Hopkins saíra da sala, provavelmente, fora atrás de seguranças. – Dane-se, eu mesmo faço.

That I love you

I have loved you all along

And I forgive you

For been away for far too long

So keep breathing

Quinn aumentou a velocidade do dreno e o sangue dentro do recipiente aumento, ao mesmo tempo em que ela começava a fazer massagens cardíacas em Rachel. A loira sentiu suas mãos tremerem ao tocar na pele morna da sua diva e sentir o peito dela não mais bater em sua pele...

Cause I'm not leaving you anymore
Believe and hold on to me and, never let me go
Keep breathing
Cause I'm not leaving you anymore

A massagem cardíaca continuou, mas sem resultado enquanto Quinn sentia as poucas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. A loira engoliu o choro e continuou, a dor em seu peito aumentava na mesma proporção que o sangue na ampola diminuía.

Believe it

Hold on to me and, never let me go!

Os braços de Quinn já doíam e ela sentia braços ao redor de tentando tirar-lhe de cima de Rachel... E quando ela já estava desistindo e assimilando a notícia...

Hold on to me and, never let me go!

O aparelho voltou a marcar os batimentos de Rachel e os enfermeiros a soltaram, atônitos enquanto voltavam-se para a paciente. Já não existia mais sangue na ampola, da mesma forma que outro aparelho detectava a quase ausência de sangue na caixa craniana de Rachel Berry.

Alguém chamara a Dra. Hopkins pelo bip e quando ela entrou afobada dentro da cirurgia, segurando uma máscara no rosto e toda atrapalhada ao recolocar sua vestimenta, Quinn Fabray saiu da sala rapidamente.

Ela arrancou a máscara e desabou no meio do corredor. As lágrimas escorriam, suas mãos e seus braços doíam e ela sequer nem tinha noção do que acabara de fazer porque, afinal, Rachel ainda estava viva...

***