Wolf Guardian

Riley e seus lindos olhos Dourados.


Riley’s P.O.V

Sim, eu sou um lobo. Ashley já sabe disso. Ela sabe da história dela. Sabe que deve manter segredo. Isso é perigoso, mas eu devo protegê-la a todo custo. Agora devo falar com meu mestre, e então nós iremos atacar a base inimiga e verificar seus planos. Entrei na sala com imensas portas de madeira escura, e quando olhei lá estava ele, sentado no trono. Meu tão admirado mestre.

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-Riley! Como foi com a garota? –perguntou um guarda próximo.

-Hm... Olha, eu contei a verdade pra ela e... –fui interrompido.

Olhei para frente e lá estava meu mestre, me encarando. Curvei-me. Ele estava em sua forma humana. Tinha olhos verde-esmeralda e cabelos louros. Em sua forma de lobisomem, tinha pelos louros. Seu nome era Lewis Ele era um líder bastante inteligente, o que me fazia admirá-lo cada vez mais. Ele comandava o bando, dava as ordens, punia... Salvava! Mas meu admirado líder estava com uma aparência diferente desde que a garota apareceu. Como se tivesse ódio dentro de si.

-Olá, mestre.

-Conseguiu avisar a garota? –perguntou ele.

-Sim, mestre. Eu a avisei, e tudo está sob controle. –respondi.

-Muito bem. Adiaremos o ataque à base inimiga para 3 sóis à Howater. –ele disse.

Isso quer dizer que atacaremos depois de amanhã.

-Mas por que, mestre? Porque adiar se estamos mais do que prontos? –perguntou o lobisomem guarda com quem eu havia falado antes.

Lewis apenas o olhou, e o guarda se calou no mesmo instante. Lewis era o mestre. Ele dava as ordens. Elas deviam ser ouvidas e cumpridas sem questionamento. Eu o admirava. A verdade é que eu fui criado por Lewis. Meus pais me abandonaram para salvar a minha pele... Digo... O meu pêlo. Lewis cuidou de mim, mas não era algo como uma família feliz. Eu recebia treinamentos para me adaptar a lutas, saber me defender e acima de tudo defender o bando como sua família. Ele me ajudou a me tornar um guardião, encarregou-me a tarefa de proteger a Ashley e eu não vou falhar com o meu mestre.

-Podem descansar agora. –disse Lewis.

Eu estava saindo, quando fui interrompido pelo meu mestre.

-Você fica. Tenho algo a dizer.

-Uh... Certo mestre. –respondi.

-Você sabe que tem uma tarefa importante em suas costas, não sabe? –disse ele.

-Sim Senhor. Eu sei. E orgulho-me.

-Então não me desaponte. Caso contrário será punido, Sr. Richard Leroy.

Sim, sim... O meu nome é Richard Leroy. Eu não gosto muito. O meu mestre diz que os meus pais deram esse nome para mim quando eu era apenas um bebê. Eu prefiro abreviar. Richard Leroy. Riley. Mas isso não importa no momento. Se você é, foi ou vai ser um adolescente, sabe a lenda do nome completo. Se a sua mãe, responsável, ou qualquer outro membro que exerça autoridade sobre você te chama pelo nome completo, é porque algo está extremamente errado e você se meteu em uma encrenca.

-Não vou desapontá-lo, Senhor. –respondi.

-Cuide da garota. Observe-a. Fique por lá quanto tempo precisar, para se certificar de que ela está segura. –disse Lewis.

-Sim Senhor. –disse, retirando-me da sala e indo na direção da casa de Ashley. Talvez ela esteja acordada. Só espero que esteja viva...

Aron’s P.O.V

E lá estava eu, voltando pra droga daquela casa. De volta à aquela droga de família. Com uma droga de pais. Uma droga de comida. E uma droga de irmão. E claro... Não podemos esquecer da droga de amigo, porque Éolo morava comigo. Não me leve à mal. Eu não odeio tudo. Pelo ao menos nem tudo. Eu não odeio Éolo. Mas quanto ao resto... Bem. Vocês devem pensar coisas como “Oh, puxa! Ele não gosta dos seus pais nem da sua família, enquanto alguns queriam um teto para morar e mais de verdade para serem amados”. Se você pensa assim, eu tenho uma desculpa para te dar, meu amigo. Eles não são meus pais de verdade. Eu sou adotado. O filho bastardo. O filho negligente. A peste. A praga. A ovelha negra da família, se é que eu posso chamar aquilo de família. Era assim que eles me viam. Eu nunca era o suficiente. Mas para um filho que é adotado e não legítimo, eu não tenho como dizer que não tem justificativa. Meus “pais” me detestam. Eu tentava fazer de tudo para alegrá-los. Tentava ser o filho perfeito quando eu era menor. E tudo isso resultava apenas em dor e sofrimento. Uma das provas disso é a cicatriz que tenho na testa, as várias marcas que ainda tenho nos braços e pernas, e outra cicatriz na bochecha esquerda. Batiam em mim todas as noites. Talvez por gosto, ou falta do que fazer. Um garotinho inocente que só queria ser amado. Mas eu não preciso de pena. Aquele garotinho inocente já era. Aquele garotinho aprender a suportar a dor e acordar. Aquele garotinho cresceu e amadureceu. E agora ele só pensa em se livrar daquela casa o quanto antes. E então você pensa novamente “Oh, nossa! Mas eles te deram um lar! Cama quentinha, comida, água...”. Primeiro, eu acho que um lar não é uma casa, e sim um lugar onde você está junto de quem ama, e onde amam você também. Eu não ganhei “cama quentinha”. Eu dormia no porão com um cobertor, que fui obrigado a roubar do quarto do filho legítimo, para não morrer de frio. Comida? Eles não me davam nada. Eu ia todas as tardes para a praça, me distrair para esquecer a fome. E então aparecia uma alma bondosa que reconhecia um garoto faminto e me dava algo. Água eu posso concordar que ganhava sim, mas isso não torna os pontos negativos um ponto positivo. Mas isso não era mais importante, contanto que chegássemos em casa logo... E que Éolo parasse de tagarelar porque aquilo tava me irritando.

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-Aron, você viu isso? –perguntou ele.

-O silêncio? Sim, eu ouvi. Finalmente.

-Não isso, seu idiota! Um barulho. Estamos sendo observados.

-Do que você ta falando, cara?

-Tente agir normalmente, quando eu tiver certeza, apenas siga as minhas ordens, certo?

-Até parece que vou seguir suas ordens, Éolo.

-Só fecha a matraca e age normalmente. Só isso.

Apesar de não concordar muito com isso, eu segui as ordens de Éolo e passei a agir naturalmente, como se não estivesse entendendo absolutamente nada. Mas espere, EU NÃO ESTAVA ENTENDENDO. De qualquer forma, eu não conseguia parar de pensar naquela garota. Ashley. Completamente linda. Algo nela chamava minha atenção. Mas... Onde será que ela está agora? E o que está fazendo?

Ashley’s P.O.V

Depois do trabalho, voltei para casa. Riley não estava me observando. Riley sequer estava lá. E isso me preocupou um pouco.

-Ah, querida. Você chegou. Como foi hoje? –meu pai perguntou.

-Hoje foi bom.

-Nada a adicionar? Você parece diferente.

-É só que eu tenho... Hm... –precisava pensar em algo para não preocupá-lo. -... Tarefa! Eu tenho tarefa pra fazer, então eu preciso muito, muito mesmo fazer. –subi as escadas.

-Oh, está certo querida. –ouvi meu pai gritar lá de baixo.

Tentei me focar em algo que não fosse o Riley. Hm... Vejamos...

Que tal aquele garoto? Qual era o nome dele mesmo? Ah, Aron.

É HORA DA AVALIAÇÃO DA PRIMEIRA IMPRESSÃO DE PESSOAS DA ASHLEY! (A.P.I.P.A)

Analisando isso tudo, a primeira impressão que tive dele pode não ter sido a melhor. Em um cemitério, acabando com cadáveres, rosto sujo, vento esquisito me derrubando, ele me seguindo e pedindo meu celular... O que ele seria? Um maníaco, talvez? Bom, eu não sei, mas tem algo que me faz despertar uma certa atenção nesse cara. Talvez ele seja legal.

“No que você tanto pensa?” –aquela voz ecoou em minha mente.

-Riley! –exclamei, olhando para o lobo parado em minha janela.

“Olá. Demorei muito?”

-Sim, eu estava preocupada.

“Em quem estava pensando?”

-Não é legal ler o pensamento alheio, sabia?

“Eu não estava lendo seus pensamentos. Estava me comunicando com você quando você se distraiu neles. Então queria saber.”

-Em ninguém. Onde esteve? –perguntei, mudando de assunto.

“Eu fui ver o meu mestre, e voltei o mais rápido possível.”

-Estava preocupado comigo, lobinho? –eu ri.

“Claro. Esqueceu que eu tenho que te proteger, humana?”

-Oh, é verdade. Desculpe. –minhas bochechas queimaram. –Riley, porque você não me mostra sua forma humana?

“Não seria uma boa idéia.”

-Claro que seria. Que mal há? Você conversaria comigo sem invadir os meus pensamentos e a minha privacidade.

“Está certo. Mas feche os olhos.”

Obedeci.

Ouvi uns sons diferentes. Como cristais se tocando.

Quando abri os olhos lá estava um garoto que aparentava ser uns dois anos mais velho que eu, com um cabelo preto liso porém bagunçado e os seus lindos olhos dourados.

-Uau. –não pude conter a surpresa.

-Só não se apaixone, minha cara. –Riley disse, se gabando.

Sua voz era encantadora. Não para algumas garotas, mas com certeza me fazia refletir por algo tão perfeito.

-Eu, me apaixonar? Que convencido.

-Certo. Mas não é culpa sua, se você tem um guardião gostoso.

-Ok, chega de ser convencido Riley.

-Só tava zoando com você. –ele disse.

-Sei. –eu olhava fixamente para os olhos dele. Tão... lindos...

-Hm. Ashley? –Riley me chamava. Mas minha concentração tinha arrumado as malas e dito: TÔ INDO, HEIN? Fui.

Ele se aproximou de mim até ficarmos próximos, como mãos juntas em uma oração, até que algo pulou da janela.

-Hehe... Te. Achei.