Explaining Everything

Bloom encarou cada um deles enquanto respirava lentamente e sua mente lhe trazia todas as memórias importantes, tudo que era crucial para eles vencerem aquela batalha de uma vez.

Antes de entrarem ali, Diego foi até ela e disse que não importava o que ela precisava dizer, que ele estaria ao lado dela e que a ajudaria a fazer seus companheiros aceitarem aquilo, até que a harmonia se estabelecesse e eles conseguissem mais uma chave.

— O que é tão importante assim? – Leon pergunta confuso, trazendo Bloom de volta a consciência plena.

— Vocês se lembram de quando nós estávamos na Terra, antes de voltarmos para lutar pelos nossos reinos? – Bloom pergunta incerta, mas talvez aquele não fosse o ponto adequado de se questionar, porque existia algo mais antigo que poderia ser revelado de uma vez.

— O que tem? – Clarissa pergunta interessada.

— Bem, há duas realidades envolvendo aquele momento, uma em que estávamos com o Sky e uma sem ele – aquilo foi o suficiente para muitos deles já fazerem a ligação do que estava acontecendo ali, Bloom olha para Sky e suspira – no dia do ataque a Andros, você morreu pela flecha de um elfo, que foi lançada por uma das irmãs de Ice – Bloom suspira, enquanto as lágrimas já brotavam nos seus olhos.

— E nós voltamos no tempo para resgata-lo porque sem o lorde de ferro não poderíamos usar a espada e consequentemente jamais retornar – Caleb diz recebendo uma afirmação de Bloom.

— Mas voltar no tempo tem consequências, e para vencer a morte de alguém, outro alguém teria que ir no lugar – Bloom olha para Aisha com arrependimento, não havia sido ela a escolher quem morreria, mas foi ela quem decidiu ir ao passado, a àquela altura se sentia responsável – eu não sabia que seria Nabu a morrer, não sabia o que o equilíbrio o faria para o destino se equilibrar, eu...

— Você não escolheu isso sozinha Bloom, tenho certeza de que todos nós tomamos a decisão juntos, até porque você não pode voltar no tempo sozinha, então teve a nossa ajuda – Aisha fala séria, ela ainda sentia muito pela morte de Nabu, mas não podia culpar Bloom por aquilo, o destino decidiu, então não havia culpados na história – porque não lembramos?

— Foi como uma punição para mim, eu fui lá e eu retornei com algo, então vocês não deveriam carregar o fardo do que eu fiz, por isso quando voltei, ninguém lembrava de nada – Bloom suspira, ao menos Aisha não parecia culpa-la de nada.

— A Besta – Violetta fala de repente – o equilíbrio, agora faz sentido, do porque nunca ouvimos falar sobre ela e só agora sabemos – todos pareciam confusos com aquela afirmação, o que Violetta estava tentando dizer? – pensem comigo, Bloom, o que aconteceu depois que Sky morreu no passado?

Bloom pensou um pouco, lembrando de tudo que podia e suspirou quando compreendeu o que a balança estava fazendo, mais uma vez estava os punindo pela mudança que fizeram no passado.

— Eu quebrei algumas barreiras com meu poder, eu destruí Andros –Bloom diz e Violetta assente.

— Viram? É isso, A Besta é o equilíbrio entre o poder dela ruir e o poder dela não ruir, tudo está conectado.

Todos eles estavam pensativos, ninguém disse mais nada, apenas ficaram em silêncio, absortos em seus próprios pensamentos, o que os tirou algum tempo, já que havia informações demais rondando por ali.

— Não importa o que aconteceu no passado, o que importa é o agora, estamos perto de pega-los e independente do porquê, nós chegamos até aqui – Charlotte diz, ela andava bem sumida, vez ou outra desaparecendo por aqui ou ali, ou se esgueirando para não estar entre eles.

— Que bom que você pensa assim, mas afinal, onde você estava? – Musa pergunta curiosa.

Charlotte olha de um para o outro e suspira.

— Estou grávida – ela olha para Harry que tinha os olhos arregalados de surpresa, ela ao menos contara para ele, apenas decidiu que era uma ótima ideia esconder, não precisava de ninguém exigindo que ela ficasse de fora, era sua batalha também – e eu sei que não é o ideal, não nessa guerra, mas...

— Eu estive grávida de gêmeos na guerra contra as ancestrais, e você dará à luz a criança que virá como vitória para nós – Clarissa diz sorrindo – o marco do início e do fim de toda a guerra que poderíamos presenciar, vamos prosperar.

— Nós iremos – Stella diz em concordância.

Todos olham novamente para Bloom e sorriem, estendendo suas taças.

— Um brinde a companhia de ferro, aquela que prospera no futuro – Ice diz, aquele nome tinha mais significado para eles do que companhia da luz ou qualquer outro.

— A Bloom – Diego concorda, piscando um olha para ela e a fazendo sorrir.

Nesse momento, a chave surgiu no pescoço de Francesca, trazendo para todos uma sensação nova, sensação de que as coisas estavam indo no caminho certo, e logo tudo mudaria, graças a Bloom.

...

Os dois adentraram o quarto juntos, mas nenhum deles proferiu nenhuma palavra, não era preciso muito para compreender que havia uma conversa a se ter, só por isso a ruiva sentou na cama e o deixou andar pelo quarto, enquanto organizava suas ideias.

— Porque? – ele perguntou parando e olhando para ela, não era preciso ser um gênio para compreender do que se tratava.

— Eu tive medo de você me odiar, pensar que fiz isso por impulso, que fiz porque o amo demais e não sou capaz de viver sem você – ela diz cansada, na verdade esses eram os motivos mais válidos para si, mas nem eles te davam o direito de mexer com algo tão grande quanto as leis do universo – tive medo de Aisha me odiar por você estar aqui e por causa da minha escolha, o Nabu não estar.

— Bloom – Sky chama quase suplicante, enquanto ia até ela e segurava seu rosto entre as mãos – jamais seríamos capazes de odiá-la, nós somos tão gratos...

Bloom sorriu triste e negou, depois que havia descoberto que era uma fada, as coisas para si se tornando mil vezes mais complicadas, ela não queria, mas precisou assumir muitas responsabilidades, uma delas a de ser rainha, e por isso não lutava apenas por si mesma, mas sim pelos outros, só que um porém muito enorme existia na ética que levava, era que jamais seria capaz de interferir em coisas que poderiam gerar uma catástrofe.

— Chegamos até aqui e iremos até o final juntos – Sky diz e alisa os cabelos dela, logo a puxando para um abraço – eu te amo, não vou pedir obrigada por ter me salvado, mas vou pedir obrigada por contar, por ter coragem de chegar nesse ponto.

A ruiva se aconchegou e ficou ali em silêncio, tudo que precisava ser dito foi dito e agora ela só queria descansar, antes que a verdadeira batalha se iniciasse, não que tudo que haviam passado não tivera sido ruim, mas a existência da Besta era muito pior do que se poderia imaginar, ela não acabaria só com o mundo deles, acabaria com a existência das fadas também. Por isso tudo dependia única e exclusivamente dela, era o seu poder, a sua existência que levaria os seus ao fracasso ou a vitória.