Winter is Coming

Só mais uma semana


– Então... – Bucky começou. – Sabia que me ajudaria, Georgiana.

– Que fique claro que depois que eu ajudá-lo a recuperar a memória, você vai embora.

– Só se você quiser.

Revirei os olhos.

– Agora eu posso ler esse arquivo? – Ele fez menção de que ia pegar o envelope da minha mão, mas eu o impedi, e ele me olhou confuso.

– Não vou te entregar esse envelope, eu leio para você.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Tudo bem.

Barnes deu de ombros e sentou no sofá, esperando que eu lesse os papéis. Eu abri o envelope.

– Como eu disse, seu nome é James Buchanan Barnes, você era soldado durante a Segunda Guerra Mundial. Em algum momento você foi capturado pela Hydra, mais especificamente por Schmidt, e foi dado como morto, mas o Capitão América não se deu por vencido e foi atrás de você. Steve libertou você e mais cem soldados. – Fiz uma pausa para avaliar sua expressão, ele olhava para baixo, escutando tudo atentamente. – Vocês voltaram para atacar a Hydra, tiveram sucesso, conseguiram destruir muitas bases. Vocês foram atrás de Zola, e até conseguiram capturá-lo, porém, você acabou caindo de um trem e se perdendo na neve, e todos acreditaram que estava morto.

– E o que aconteceu de verdade? – Ele perguntava com uma feição inexpressiva.

– Você foi capturado pela Hydra e eles te usaram como arma por muito tempo. Você até foi considerado um mito. Algumas pessoas diziam que o Soldado Invernal era apenas alguém que eles criaram para culpar pelos assassinatos.

Parei de falar a fim de respirar um pouco.

– Eles apagavam sua memória e te mantinham no gelo por muito tempo...

Antes que eu terminasse, Bucky deu um forte soco na parede do meu apartamento, deixando um enorme buraco.

– Tudo bem que você está com raiva. Eu entendo, mas desconte sua raiva nas pessoas que fizeram isso com você, não na minha parede.

– Sinto muito – ele estava ofegante, olhando para o chão e com o punho fechado.

Bucky foi relaxando aos poucos, depois voltou seu olhar para mim. Só rompemos o olhar quando escutei a campainha tocar.

– Droga – falei baixo e suspirei. – Quem é?

– Sou eu, Edward.

Voltei meu olhar para Bucky, que agora me olhava curioso.

– Parece que todo mundo resolveu me visitar hoje – rolei os olhos. – Se esconde!

Bucky olhou ao redor e foi para trás da porta, eu olhei para o buraco na parede e fechei as cortinas antes de ir até a porta.

– Olá – ele sorriu. – Espero não ter vindo em má hora.

– Não, não tem problema algum. – Olhei rapidamente para atrás da porta, onde Bucky estava. – O que te traz aqui?

– Bem, Isabelle me disse que parece um pouco preocupada com algo. Você está bem?

– Estou sim, Isa que é meio exagerada.

Eu dei um riso nervoso, queria que isso acabasse logo. Gostava de Edward, mas não era o melhor momento.

– Você pode contar comigo para qualquer coisa. Sabe disso, não sabe? – ele afirmou, docemente.

– Pareço tão mal assim? – fiz uma careta, sabendo que Bucky ouvia tudo.

– Na verdade, cada vez que te vejo você parece mais bonita.

Corei com seu comentário e olhei disfarçada e rapidamente para Barnes, não pude interpretar sua expressão.

– Bem, eu gostaria de convidá-la para um segundo encontro, senhorita Wayland.

Ele estendeu uma rosa em minha direção, eu a peguei e sorri.

– Fico feliz pelo convite e o aceito – dei um sorriso tímido.

Ele se aproximou e pegou a rosa da minha mão, em seguida a colocou em meu cabelo.

– Então sete horas eu venho te pegar.

Edward sorriu e se aproximou de mim, como se fosse me beijar. Eu recuei um pouco. Ele olhou para baixo, envergonhado pela minha recusa. Eu acariciei sua bochecha, tentando melhorar a situação.

– Tudo bem, te vejo mais tarde.

Nós nos despedimos. Eu fechei a porta e encostei na mesma, suspirando aliviada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Acho que estou atrapalhando algo.

– Nenhuma palavra sobre isso. – Virei-me para olhar para Bucky.

Eu me desencostei da porta e a abri novamente.

– Agora você precisa ir, Barnes.

– Eu vou, mas não se livrou de mim, Agente.

– Não se esqueça que apesar de tudo, ainda é minha missão. E pelo que fez na minha parede, estou a um passo de te prender, Soldado.

Eu o empurrei para fora antes que ele pudesse falar alguma coisa. Dei um longo suspiro quando estava sozinha, finalmente.

Já passava das cinco e meia quando fui tomar meu banho. Mandei uma mensagem para Isa, avisando que não poderia conversar com ela essa noite. Coloquei um vestido azul curto, deixei os cabelos em uma trança lateral e pus um sapato de salto alto da mesma cor do vestido.

A campainha soou. Antes que atendesse, olhei para o lado e vi que, em cima do sofá, estava a jaqueta que Bucky usava, apenas ignorei e fui até a porta.

– Você está linda – Edward me deu um beijo rápido no rosto.

– Digo o mesmo – sorri e fomos.

A noite foi ótima, jantamos em um ótimo restaurante e caminhamos perto da praia, havia muitas pessoas por ali.

Edward foi perfeito comigo e me fez esquecer de todos os problemas por um tempo.

Ele me levou até meu prédio.

– Você me parece melhor agora – Edward dizia em meio aos sorrisos.

– E tenho que te agradecer por isso.

– Não, eu que agradeço pela noite maravilhosa.

– Você é sempre tão cavalheiro? – elogiei e ele sorriu.

Edward se aproximou lentamente de mim, e eu não me afastei. Ele passou a mão no meu cabelo, alisando-o e em seguida pousou-a em meu rosto. Ele então selou seus lábios nos meus, eu retribui o beijo.

– É melhor eu entrar – falei quando nos separamos.

Ele passou a mão na minha bochecha e retribuiu meu sorriso. Eu entreguei o seu blazer, que estava em meus ombros.

– Boa noite, Georgiana.

– Boa noite, Ed.

Eu então passei pelo saguão entrei no elevador. Meu apartamento estava com as luzes apagadas, e eu caminhei até o quarto. Antes que chegasse lá, eu dei meia volta e olhei para o sofá onde a jaqueta de Bucky estava anteriormente, e para minha surpresa, ela não estava lá.

Peguei a arma que estava na bolsa e a engatilhei.

– Não sabia que ia armada para seus encontros.

Apontei a arma para a sala, o lugar de onde vinha a voz, e acendi a luz.

– Droga, o que está fazendo aqui? – perguntei para Bucky, que estava em pé, encostado na parede.

– Só vim buscar minha jaqueta. E, a propósito, as roupas desse tempo são muito melhores – ele me avaliou de cima a baixo.

– Sério?

Antes que ele respondesse, meu celular tocou, peguei-o rapidamente de dentro da bolsa e atendi, ainda olhando para Bucky.

– Collins?

Agente Wayland, estamos te dando um prazo para que capture o Soldado Invernal – ele dizia ao telefone.

– O quê? Como assim? Por quê?

Você o deixou escapar duas vezes, acha mesmo que acreditei naquela história de que ele fugiu?

– O que você está insinuando? Sabe que eu vou prendê-lo.

Bucky olhou para mim imediatamente, entendendo que estava falando dele ao telefone. Mas ele não fez nenhum movimento.

Você tem uma semana, Georgiana, depois disso, nós daremos a missão para outra pessoa e você ficará suspensa.

– Só pode estar de brincadeira comigo – resmunguei. – Por que você precisa dele com tanta urgência, Collins? Isso me faz lembrar que você não me disse o porquê de estar perseguindo o Soldado Invernal.

Ele é sua missão, apenas faça o seu trabalho, ou ao invés de ser suspensa, você será demitida. – Ele então desligou o telefone.

Olhei para Bucky que me olhava quase com raiva.

– Eu não vou te prender, se é o que está pensando.

Fui até a cozinha e coloquei a arma sobre a mesa.

– E por que não? Acho que minha história de ‘eu não sou culpado’ não foi a única razão por você não ter me prendido – ele me seguiu.

– Eu tenho minhas razões – interrompi minha fala para pensar em algo. – Eu sei que pode parecer loucura, mas eu tenho certeza que irão atrás de você e não posso deixar que te levem sem antes saber o que querem fazer com você.

– E o que pretende fazer a respeito?

– Fique comigo – falei rapidamente.

– Como?

– Você pode ser forte, Bucky, mas eles têm muitas armas. Aquelas pessoas não bricam em serviço.

– E você pode me proteger? – ele zombou.

– Eu sou sua melhor chance. E não se esqueça que já consegui te prender antes. Só te soltei porque sou uma pessoa boa, então não me provoque – soltei um sorriso.

– Aquilo foi realmente intrigante.

– Tenho poderes telecinéticos, posso mover coisas com o poder da mente. Apenas Isabelle sabe disso, e agora você.

Ele ficou quieto por alguns instantes.

– Você quer mesmo que eu fique?

– Só por um tempo. Até eu descobrir o que eles querem com você, e com certeza não é algo bom.

– Acho que sei me cuidar sozinho.

– Você me irrita! – Exclamei, nervosa.

– É um dos meus dons.

– Eu só te ajudarei se você me ajudar. Então fique aqui, onde eu sei que não fará nenhuma besteira.

– Não confia em mim?

– Nem um pouco.

Ele estendeu a mão para que eu a apertasse.

– Temos um acordo então.

Bucky me puxou para perto, colando meu corpo ao seu, e sussurrou:

– Mas saiba que se isso for alguma armadilha, eu juro que você vai se arrepender.

– Você não me assusta – tentei parecer o mais confiante possível.

Nós nos afastamos.

– Boa noite, Bucky – apontei para o sofá, avisando-o de que seria ali onde ele passaria a noite.

Fui para o meu quarto. E deixei todo o peso do meu corpo cair sobre a cama. Isso ia ser um problema.