Why Only Now?

Capítulo 3


Why Only Now?

Capítulo 3

Descobrir... o dicionário Ediouro da língua portuguesa trás a seguinte definição para essa palavra:

1: Tirar a cobertura, expor a vista

2: Expor, deixar a ver.

3: Inventar

4: Encontrar pela primeira vez.

Entre outros diversos significados. O que mais pode dizer algo para nós, seres humanos, é o ato de descobrir algo que nos deixe feliz. É uma imensa felicidade descobrir algo que te ajude a respirar enquanto você está se afogando. Ou encontrar algo como que se possa apagar o fogo, quando você estiver em meio a um incêndio. A mesma coisa é descobrir que existe alguém que te ama, quando você estiver se sentindo a pessoa mais sozinha do mundo.

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Naruto olhava para Tsunade se arrependendo amargamente de ter pedido aquela missão. Organizar o arquivo de Konoha seria deveras irritante e chato. Não era o tipo de coisa que ele esperava quando decidiu pedir a Hokage uma tarefa bastante longa. Achava que ela lhe daria alguma coisa para fazer fora da vila que, de preferência, incluísse bater em alguém. Pois queria extravasar toda a frustração que sentiu ao descobrir que Sasuke e Sakura estavam juntos. Não estava chateado com os amigos, ou nada do tipo. Sentia raiva de si mesmo, como pode se enganar tanto?

Tinha vontade de se esmurrar. Passara boa parte de sua vida falando que amava Sakura, e como estava enganado. Sakura era a única garota que ele tinha mais contato, em tão foi fácil confundir os dois tipos de amor. Sasuke amava a rosada como um homem ama uma mulher. Naruto não, o loiro amava a Haruno como se ama uma irmã. E ele se condenava por ter demorado tanto para compreender isso. Diferente do que pensava, não se sentiu tão mal quando descobriu que eles estavam juntos. Na verdade, parando para pensar, ficara até feliz pelos amigos. Aquilo era o que Sakura mais desejara na vida, ele sentia contente pela conquista dela. E também seria bom para Sasuke se relacionar com outras pessoas.

Olhou para Hinata que estava com o rosto rubro parada na sala. Pensando bem, aquela missão não seria tão ruim com ela por perto. Na noite seguinte, quando ouvira dizer aquelas palavras, decidira que tentaria ajudar a morena da maneira que conseguisse. Ficara impressionado ao ouvi-la dizer que passara toda a vida sozinha mesmo tendo tantas pessoas em volta de si. Tentaria conhecer melhor aquela garota tímida, afinal, não seria tão ruim conseguir mais uma amiga para lhe fazer companhia.

— Então Naruto? — Chamou Tsunade tirando o loiro de seus pensamentos — Vai querer ou não a missão?

— Vou sim. — Respondeu ele sorrindo

— Ótimo— Disse ela sorrindo — Já estava preocupada com a Hinata, ela teria que fazer tudo sozinha e isso levaria bastante tempo.

— Pode deixar que vou ajudá-la. — Ele falou — Quando começamos?

— Isso fica a critério de vocês, mas tem que ser o mais rápido possível.

Após Tsunade explicar o que basicamente eles deveriam fazer, os dois retiraram-se da sala dela. E caminharam juntos até o lado de fora do prédio da Hokage. Hinata tentava controlar a respiração enquanto estava perto dele. Ainda não acreditava que tivera coragem de dizer tudo aquilo a ele na noite passada, quando percebeu já tinha falado. Não era a mesma coisa de dizer : eu te amo, mas já era algo. Ela expos a ele boa parte do que sentia, e ficava feliz por ele não ter agido de maneira diferenciada com ele. Isso provava que ele tinha interpretado tudo o que ela dissera como resultado de algum tipo de amizade. Valeu a pena ter passado com ele aquele tempo, mesmo que tivesse levado um bom sermão do pai quando chegara em casa. Hyuuga Hiashi não gostou nem um pouco do horário que ela chegou. E isso rendeu a Hinata boas meias-horas de palavras do pai, que consistiam em reprovar a atitude dela como futura líder do clã.

Só que tinha algo a incomodando mais do qualquer coisa naquele momento. O semblante de Naruto. Não sabia se era impressão sua, mas havia notado alguma tristeza no seu olhar. Perguntava-se o que teria acontecido para ele estar daquele jeito, sempre admirou o loiro por ele não se deixar abater pelas circunstâncias adversas da vida. E o que via ali era totalmente diferente do que ela estava acostumada. Daria qualquer coisa para saber o que se passava na mente dele.

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— Que dia vamos começar Hinata? — Perguntou Naruto assim que se viu fora do prédio.

— Tsunade-sama conseguiu uma pessoa para me substituir a partir de amanhã. —Disse ela enquanto pensava — Então terei que dar aula nesta tarde. Seria melhor começarmos amanhã,o que acha?

— Tudo bem. — Disse ele sorrindo, mas ela pode perceber que não era o seu costumeiro abrir de lábios.

— Nos vemos amanhã?— Perguntou ela sorrindo.

— Claro! —Disse ele — Tchau Hinata!

— Tchau Naruto-kun — Respondeu ela sorrindo enquanto o via se afastar através da multidão que circulava nas ruas. Ela não tivera coragem suficiente para perguntar a ele o que tanto o afligia, e se amaldiçoou por isso. Queria poder ajudá-lo. Só que não conseguia. Mais uma vez a personalidade tímida a impedia de alcançá-lo.

Lembrou-se que estava atrasada para o seu treino matinal com seu pai. Teria que correr ou, ao chegar lá, teria que ouvir mais um discurso sobre seu comportamento deplorável. Já não sabia até quando suportaria aquilo. Amava ao seu pai, de todo o seu coração, mas estava a ponto de explodir com tamanha pressão. Não suportava mais ter que ouvir como era fraca, ou como ira destruir o clã se não aprendesse a se comportar como uma líder. Sempre fora uma menina dócil, todos sempre conseguiam que ela cumprisse o que estavam pedindo, ou ordenando, mas com o passar dos anos seus pensamentos foram tomando formas próprias e ela começava a se perguntar se o clã era o que ela realmente queria.

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O vento levava as folhas rodopiando pelo céu. Aquela tarde fazia um pouco de frio na vila de Konoha, e Sakura começava a se arrepender de não pegado um casaco antes sair de casa. Andava tranquilamente quando sentiu uma mão em sua cintura.

— Com frio? — Perguntou Sasuke. Ele a estava procurando há algum tempo, por fim tinha a encontrado.

— Um pouco Sasuke-kun— Respondeu ela sorrindo. Ele a puxou para mais perto de si e passaram a caminhar juntos. Pararam quando viram um tronco de arvore e sentaram-se um pouco a fim de curtirem um pouco a vista.

— Conversei com Naruto. — Falou Sasuke depois de algum tempo que já estavam apreciando a bela imagem a sua frente.

—E como ele reagiu?—Perguntou Sakura preocupada, não tinha idéia de qual seria a reação do amigo. E o que menos queria era perder o melhor amigo que já tivera

— Melhor do que eu esperava. — Respondeu o Uchiha — Pelo menos não tentou me bater.

— Jura? Pensei que ele te daria pelo menos um soco. — Disse ela sorrindo — Ele amadureceu bastante.

— Só pediu um tempo para se acostumar com a idéia.

— E o que você falou?

— Falei para ele aparecer lá em casa quando estiver pronto para conversar. — Disse o Uchiha enquanto colocava um dos braços nos ombros de Sakura.

— Você acha que vai demorar muito para ele voltar a falar com a gente? — Perguntou Sakura colocando a cabeça recostada aos ombros de Sasuke

— Provavelmente não. Como você mesma disse, ele amadureceu muito.

— Espero que sim. — Ela fechou os olhos e apreciou a brisa que passava naquele instante.

— O que acha de sair para jantar hoje? — Perguntou o Uchiha

— Seria maravilhoso. — Respondeu ela sorrindo

— Sabe o que acabei de lembrar? — Perguntou ele depois de um curto espaço de tempo.

— Não Sasuke-kun. — Respondeu ela o fitando

— Eu ainda não beijei você desde que chegamos aqui. — Ela sorriu

— Acho que esse problema nós podemos resolver facilmente. — E dizendo isso ela junto os seus lábios com os dele.

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Por que aquela missão não podia começar imediatamente? Estava cansado de ficar em casa sem fazer nada. E o pior era que não conseguia se esquecer da cena de Sasuke e Sakura se beijando. Por mais que tivesse descoberto que não amava Sakura verdadeiramente, sentia-se incomodado. Em toda sua vida se agarrou aquele sentimento como uma esperança de não ficar sozinho. Colocara em sua cabeça que se aquilo que achava que sentia por Sakura resistisse ele nunca estaria sozinha, mas tudo ocorreu diferente. E ele nunca se sentira tão sozinho como estava agora.

A solidão era uma coisa com a qual ele já estava bastante acostumado. Afinal, passara praticamente toda a infância sozinho... sem amigos. Somente a partir dos doze anos encontrou seus primeiros companheiros: Kakashi, Sasuke e Sakura. Com o passar do tempo conseguiu outras pessoas, mas aquele vazio que tinha no peito nunca ficara preenchido completamente. Pensou que o que sentia por Sakura, um dia, o completaria, só que isso não se realizou. O que havia feito de errado para passar por aquilo? Não tinha o direito de um dia ser feliz? Ele começava a achar que não.

— Quanto tempo Naruto. — Disse Kakashi aparecendo do lado do Uzumaki. Naruto tinha ido para o monte hokage, ficar ali sempre o ajudava pensar.

— Pois é Kakashi-sensei — Respondeu o loiro vagamente.

Opa! Algo estava muito errado. Naruto não era uma pessoa triste, e o Hatake sabia disso. O que havia acontecido com seu aluno? Kakashi às vezes se perguntava se não podia ter feito algo a mais por Naruto. Ele sempre vira o Uzumaki sofrend. Quem sabe se ele tivesse dado mais apoio ao loiro ele tivesse sido um pouco mais feliz. Vasculhou a memória a procura de algo que justificasse a tristeza do futuro Hokage. A resposta veio cristalina, como a água: Sasuke e Sakura.

— Que cara é essa Naruto?

— Nada não Kakashi-sensei.

— Você já deve estar sabendo do Sasuke e da Sakura... — Falou o copy nin num tom mais baixo.

— Sei... — sussurrou o Uzumaki

— Nós sabíamos que mais cedo ou mais tarde isso acabaria acontecendo Naruto...

— Pois é... — Ele sempre soube, mas também, sempre se recusou a acreditar.

— Quer conversar sobre isso Naruto? — Kakashi perguntou.

— Acho que sim...

— Então me responda — O ninja de cabelos brancos fez uma pausa— O que sentiu quando viu os dois juntos? Ficou com raiva deles?

— Não. — Ele admitiu — Fiquei com raiva de mim, por não ter percebi a verdade antes.

— Que verdade?

— A verdade é que eu nunca amei a Sakura-chan, não do mesmo jeito que o Sasuke ama.

— E como se sente sobre isso?

— Sozinho. — Ele respirou longamente antes de continuar — Acho que usei a ilusão de que gostava dela como uma válvula de escape. Eu queria me sentir menos solitário e acabei confundindo as coisas.

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— E o que vai fazer sobre isso? — Kakashi não gostava de dar uma de psicólogo, mas precisava fazer aquilo se queria ajudar Naruto.

— O que eu posso fazer Kakashi-sensei? — Naruto olhou para o Hatake, e o ninja copiador pode ver toda a solidão que Naruto sentia refletida naquele olhar azul — Sempre fui sozinho. Continuarei assim. Antes era pior. — Ele deu um sorriso triste — Agora tenho vários amigos. Vou conseguir superar.

O ex- ANBU não conseguiu dizer nada. Ele não podia imaginar o quanto de sofrimento Naruto sentia. E ele não podia fazer muito para ajudar o loiro. Somente apoiá-lo em tudo. Colocou a mão sobre o ombro dele para confortá-lo.

— Está a fim de ir ao Ichiraku? — Perguntou

— Sempre estou Kakashi-sensei — Disse sorrindo francamente

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Hinata estava concentrada em sua aula. Aqueles pequenos estavam muito agitados naquele dia. Mas, mesmo assim, não trocaria aquilo que fazia por nada. Adorava lecionar, ensinar aos pequenos aspirantes a ninjas era uma das coisas que ela mais sentia prazer em fazer. Ver cada rostinho sorridente quando conseguiam acertar alguma questão que ela passava fazia com que todo o esforço para estar ali valesse a pena. Cada palavra de reprovação de seu pai era esquecida quando ela iniciava aula e recebia todo o carinho daquelas crianças; a turma era muito nova em idade, por isso o numero de alunos era menor se comparado com as outras. Tinha que ser assim, pois eles precisavam de mais atenção.

— Hinata-sensei— Chamou um garotinho de cabelos pretos e olhos extremamente azuis.

— O que foi Eiko-kun? — Perguntou ela bagunçando os cabelos do garoto de cinco anos e recebendo um sorriso em troca.

— Hinata-sensei está muito bonita hoje. — Ele falou corando

— Obrigada Eiko-kun — Ela disse sorrindo

Subitamente a porta foi aberta e ela pode ver um membro do clã Hyuuga parado ali. Era um mensageiro. Pediu para as crianças ficarem quietas e foi até o encontro do ninja.

— Hinata-sama. — Disse o homem fazendo uma leve reverencia — Hiashi-sama pediu para lhe informar que a reunião foi transferida para agora à tarde.

— Agora à tarde? — Repetiu Hinata — Diga para meu pai que não poderei comparecer, pois estarei lecionando nesse horário.

Os olhos do Hyuuga se arregalaram de surpresa. Hinata estava desobedecendo a uma ordem direta do líder, aquilo era uma falta muito grande. Ele não podia fazer nada, então apenas fez mais uma reverência indicando que tinha entendido e saiu da sala. Hinata respirou três vezes antes de fechar a porta e voltar para sala. Não podia abandonar seus alunos. Ela e seu pai tinham chegado a um acordo de que as reuniões só aconteceriam à noite, justamente por ela não ter como comparecer as que eram realizadas na parte da tarde. Ele estava quebrando aquele acordo, e ela não colocaria suas vontades depois do clã. Amava todos os Hyuugas, mas amava ela mesma em primeiro lugar. Com certeza seria repreendida por aquilo que fez, mas não se arrependia de ter feito.

O resto da aula passou rapidamente, sempre era assim. Os alunos saíram da sala conversando animadamente enquanto acenavam para ela. Hinata foi até a sua mesa e recolheu os livros que estavam sobre ela. Pegou todos os brinquedos espalhados e guardou no grande baú de madeira. Foi até o armário e pegou as coisas que tinha que levar para casa naquele dia. Quando saiu da sala o relógio marcava dezesseis horas. Ela andou pelos corredores da Academia cumprimentando os conhecidos que encontrava. Parou de repente ao ver alguém sentado em um dos bancos que estavam ali. Era Naruto.

O Uzumaki havia estado com Kakashi no Ichiraku até certo tempo, depois o Hatake precisou ir embora. Ele não queria ficar sozinho, e a primeira pessoa que pensou em procurar foi Hinata. Lembrou-se que ela havia lhe dito que dava aula a tarde, procurou saber que há horas os alunos da academia eram dispensados. Viu que ainda dava tempo de encontrar com ela antes que a morena fosse embora para casa. Foi até a academia, chegou antes das aulas terminarem e ficou esperando por ela, sentado em um dos bancos. Viu todos os alunos saírem e ele continuou lá. Depois de algum tempo sem ter escutado passos ouviu que alguém se aproximava, olhou para pessoa e viu que era a Hyuuga, ela parecia surpresa com a visita dele.

— Boa Tarde Hinata. — Disse ele sorrindo

— Boa tarde Naruto-kun.— Ela respondeu.

— Você vai para casa agora? — Perguntou ele

— Acho que sim, já acabei o que tinha que fazer por aqui.

— Não quer andar um pouco? — Ele perguntou receoso.

— Andar com você? — Ela indagou começando a ficar nervosa. Ele estava mesmo a chamando para sair?

— Eu queria conversar um pouco. — Ele disse — A gente podia tomar um sorvete.

— Tudo bem Naruto-kun. — Ela respondeu sorrindo — Eu irei com você.

Hinata não sabia o porquê de Naruto tê-la convidado, mas não desperdiçaria a chance de ficar ao lado dele naquele tempo. E daí que levaria uma bronca quando chegasse em casa? Estar perto dele valia qualquer palavra que escutasse. Além do que, sentiu que deveria ir com ele. Foi quase como um sexto-sentido a avisando que deveria aceitar o convite dele, seguiu o seu coração.

— Obrigada. — Ele falou se colocando de pé. Naruto pegou os livros das mãos dela.

— Não precisa fazer isso Naruto-kun — Falou ela ruborizada.

— Eu quero carregar seus livros Hinata. — Ele disse sorrindo — Vai-me deixa fazer isso?

— Hai. — Ela falou mostrando um sorriso tímido. Depois começou a segui-lo pelos corredores até encontrar a saída. Em breve anoiteceria em Konoha, e o vento começava a soprar mais frio. Não conversaram muito durante o trajeto que os levou até a pequena sorveteria da vila. Ao entrarem lá não se passou muito tempo até que fizessem seus pedidos. Foram caminhando pelas ruas enquanto devoravam suas casquinhas.

— Obrigada por me convidar Naruto-kun. — Disse Hinata após dar uma bela lambida no sorvete.

— Que isso Hinata — Disse ele sorrindo — Obrigada você por ter vindo andar comigo, estava precisando conversar com alguém.

— Conversar? — Ela perguntou.

— Se você concordar em me ouvir...

— tudo bem Naruto-kun. — Ela respondeu — Vou ouvir você. — Naruto parou e olhou para o chão.

— Você já amou alguém Hinata? — Ele perguntou e ela sentiu as bochechas corarem. Não entendia o que ele queria saber, e o pior, como poderia responder.

— Eu amo Naruto-kun. — Ela respondeu tentando não demonstrar o temor que tinha na voz.

— O que você sentiria se essa pessoa não te amasse? — Ele perguntou ainda sem encará-la. Ela percebeu o que ele tentava esconder através daquelas palavras. Sakura. Ela sabia que ele ainda nutria sentimentos pela companheira de time, aquilo doía no seu coração, mas amava Naruto o suficiente para ajudá-lo em qualquer coisa, mesmo se aquilo a ferisse.

— Eu não sentiria Naruto-kun. — Ela respondeu — Eu sinto. Sei como é amar e não ser amada. — Ele finalmente a olhou e sentiu um aperto no peito ao pensar que Hinata sofria.

— Pode me dizer o que sente? Eu só queria entender. — Ele disse enquanto sentava-se encostado em um muro. Ela fez o mesmo que ele.

— Posso sim. — Ela respondeu com um sorriso triste. Seria a primeira vez que conversaria tão abertamente sobre seus sentimentos. Estava confiante por ele não saber que ela falava justamente dele—Às vezes sinto raiva dele, por não gostar de mim. Mas na mesma hora que sinto raiva o amo, pois sei que não posso obrigá-lo a me amar. Quando me deito fico pensando que um dia as coisas possam ser diferentes, só que é difícil. Ele gosta de outra. Só que eu o amo tanto que seria capaz de ajudá-lo a ficar com ela. Não o culpo por não me amar, eu nunca falei a ele o que sinto. Acho que vai ser sempre assim. Eu me contento só em poder ver o sorriso dele, não preciso tê-lo só para mim para saber que o amo. Sei que o amo aqui dentro. — Ela colocou a mão sobre o peito — E mesmo que ele nunca venha me olhar com olhos de amor eu continuarei mantendo esse sentimento aqui, pois é isso que me mantém de pé.

Ele a olhava admirado. Como ela podia passar por tudo aquilo e ainda continuar sorrindo, ele não entendia. Aquela conversa serviu para confirmar que ele realmente não amava Sakura. Não amava do jeito que Hinata amava aquela pessoa. Não sentia nem metade das coisas que ela disse. Estava pronto para seguir em frente, Hinata havia o ajudado.

— Obrigada Hinata— Ele disse sorrindo

— Tudo bem Naruto-kun, pode conversar comigo sempre que quiser. — Ela levantou e sorriu — Tenho que ir. Vemos-nos amanhã no arquivo?

— Hai. Até amanhã. — Ele a viu se afastando. Logo se levantou, não podia perder mais tempo. Tinha que fazer uma visita a casa de seu melhor amigo.