Castle: Eu trouxe um café.

Kate: Obrigada amor, pode deixar aí.

Castle parou diante da mesa onde Kate espalhara papéis e fotos. Ao percebeu que ele não saiu, ela levantou os olhos.

Castle: Oi.

Kate: Oi – ela sorriu para ele, pegou o café e abaixou os olhos de novo.

Castle: Amor, por que você não dá um tempinho?

Kate: Não, eu preciso rever isso tudo, tem que haver uma brecha... – ela continuava concentrada.

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Castle esperou um minuto e falou novamente.

Castle: As crianças estão perguntando de você.

Kate levantou os olhos novamente.

Kate: Eu preciso encontrar uma reposta, Rick.

Castle: Kate, você ficou nisso a semana toda. Hoje é sábado, já são três horas e você está nesse escritório desde às 8h. Olha... – ele deu a volta na mesa e parou ao lado dela – Eu sei que você tem se sentido culpada...

Kate: Eu sou culpada, Castle. Essa mulher foi morta com o único propósito dele me atingir.

Castle: Eu sei, e me dói pensar nisso também. Eu não estou pedindo para você desistir... Eu só quero que você saia um pouco dessa sala. Faz um sol tão lindo lá fora, as crianças estão entediadas com esse calor...

Kate: Amanhã ainda é domingo.

Castle: Amanhã você está de plantão, e é impressionante como as pessoas gostam de matar as outras aos domingos. Vamos, uma trégua... – ele estendeu a mão para ela. Kate aceitou, e se levantou – Boa garota.

Kate: Só por vocês.

Castle: Só por nós – ele sorriu, já tirando-a da sala.

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Jo: Mais alto, papai!

Kate: Cuidado Rick, não vá derrubá-la!

Alex: Eu também, papai!

Castle ria e empurrava as duas crianças no balanço, enquanto Kate, parada à frente deles, numa distância um tanto quanto segura, se afligia ao ver os filhos voando.

Kate: Rick, está muito alto!

Castle: Mas assim que é bom! Parece que você nunca foi criança, amor!

Kate: É, eu fui, e vivia toda ralada e quebrada!

Castle: E mesmo assim valia a pena, não?

Os dois conversavam em meio aos risos das crianças.

Kate: Sim, valia – Kate sorriu e enfim cedeu. Parou de se preocupar e se deliciou com os risos dos filhos. Minutos depois, acenou para um sorveteiro que passava por ali. Johanna e Alexander fizeram o pai parar o balanço e correram escolher um sabor.

Com os sorvetes nas mãos, eles voltaram para os balanços, agora sentados comportados.

Alex: Por que nós viemos ao nosso lugar especial?

Castle: Porque hoje é um dia especial.

Jo: Mas hoje não tem nada especial, papai.

Castle: Tem sim meu amor, todos os dias têm algo especial. Às vezes nós não conseguimos encontrar, mas está lá, escondidinho.

Jo: E você já encontrou o especial de hoje?

Castle: Encontrei sim, no sorriso de vocês.

Kate sorriu com as palavras de Castle. Olhou para os balanços, que já haviam presenciado tantos de seus bons momentos. Aquele era também um momento muito bom, talvez o melhor deles, Kate pensou. Como a vida era mais bonita com suas duas crianças sorrindo e se lambuzando de sorvete!

Kate: Vocês estão fazendo uma lambança!

Castle: É mais gostoso assim...

Kate: Castle!

Castle: E não é?

Jo: Mamãe, esse é nosso lugar especial por que foi aqui que o papai te pediu em casamento, não foi?

Kate: Foi sim! Bem aí nesse balanço onde você está sentada – Kate sorriu com a lembrança – Ele disse que nós merecíamos mais do que tínhamos...

Castle: E realmente nós merecemos tudo o que temos – ele sorriu para ela.

Jo: E ele te deu aquele anel de pedra que eu gosto – Jo tinha um brilho romântico nos olhos.

Kate: Sim, ele colocou no meu dedo depois de eu dizer “sim”.

Castle: Não sem antes ela me enrolar um pouco.

Alex: Você não queria casar com o papai, mamãe?

Kate: Claro que eu queria! Era o que eu mais queria!

Castle: Não parecia...

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Kate: Para, Rick!

Os dois riram.

Kate: Eu sempre quis e você sabe muito bem disso.

Jo: E aí vocês casaram e viveram felizes para sempre!

Castle: Bem, o “felizes para sempre” nós ainda estamos vivendo.

Kate olhou para Alexander, que agora limpava as mãos sujas na roupa.

Kate: Venham comigo, vamos lá lavar as mãozinhas.

Kate caminhou com os filhos até um bebedouro de água, onde eles tiraram todo o melado das mãos. As crianças voltaram correndo pela grama, já brincando de pega-pega. Kate os orientou a ficarem sob sua vista, e voltou para o balanço, sentando-se ao lado de Castle.

Kate: Você tinha razão, eu precisava mesmo sair um pouco daquele escritório.

Castle: E esse lugar foi uma excelente escolha, não foi?

Ela fez que sim sorrindo.

Kate: Esse caso tem mexido comigo, você sabe.

Castle: Sim, eu sei.

Kate: Eu não encontro saída, Rick. Não existe ponta solta. Ele fez tudo tão minuciosamente que eu não tenho como provar.

Castle se ressentiu diante do olhar de impotência de Kate. Ele também não sabia mais o que fazer para ajudar. Bracken tinha realmente arquitetado um bom plano.

Castle: Eu sinto muito – ele alcançou a mão dela.

Kate: Mas eu não vou desistir. Uma hora ele desliza de novo.

Castle: Sim, e nessa hora você vai pegá-lo.

Kate sorriu para Castle. Seu parceiro. Seu cúmplice. Seu homem.

Castle: Agora eu quero falar de outro assunto. Já pensou em algo para semana que vem?

Kate: O que tem semana que vem?

Ele a encarou e ela sorriu.

Castle: Perdeu as contas, Kate Beckett?

Kate: Nunca! Quinze. Quinze anos do nosso primeiro encontro.

Os dois sorriam feito bobos.

Castle: E então?

Kate: Cas, eu... eu não sei... Tem acontecido tanta coisa nos últimos tempos que eu não tenho tido clima para comemorar...

Castle: Ei! O que é isso? Nós sempre temos que comemorar. Já passamos por fases difíceis antes, e alguma vez nós deixamos de celebrar nosso amor, nossa história?

Kate: Não...

Castle: Não.

Kate: Me desculpa, amor. Me desculpa.

Castle: Tudo bem. E olha, você não precisa pensar em nada. Eu penso por nós dois – ele sorriu sedutor.

Kate: O que você escolher, tenho certeza que vou adorar – ela piscou para ele.

Os dois aproximaram os balanços e trocaram um beijo, mas não se demoraram, pois não queriam perder as crianças de vista.

Johanna corria rápido, e Alexander, na tentativa de alcançá-la, agarrou a saia de seu vestido, arrastando a irmã para o chão. Os dois rolaram juntos pela grama, e em vez de chorarem, caíram na risada. Kate e Castle também se divertiram com a cena.

Enquanto isso, perto dali...

Bracken: Não bastava os dois serem insuportáveis, conseguiram duplicar isso.

Simons: Eu odeio crianças!

Bracken: É, eu também não adoro não. Mas meu negócio é com ela. Detetivezinha ordinária que acabou com minha carreira. Anos trancafiado naquele inferno.

Simons: Basta uma ordem e eu enfio uma bala na cabeça dela. Comigo não tem erro, você sabe.

Bracken: Não... não. Eu quero vê-la sofrer... – Bracken fixou os olhos no casal, que se beijava nos balanços – E eu sei exatamente como fazer isso – Bracken se virou para Simons – Você checou se ele as contatou?

Simons: Faltam duas apenas.

Bracken: Ótimo. Vai ser mais fácil do que eu imaginava.

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No domingo, como Castle previra, Kate teve mesmo que dar um pulo na delegacia. Ele continuou recepcionando a família, que tinha ido para o almoço. Enquanto dividia a cozinha com Martha e Alexis, Castle chamou a atenção de ambas.

Castle: Preciso de uma de vocês quinta à noite.

Martha: Comemoração?

Castle: Sim – ele sorriu.

Martha: Qual das 20 datas?

Alexis riu da avó.

Castle: Nós não temos 20 datas.

Alexis: Ah pai, umas 15 pelo menos – a garota começou a contar nos dedos – aniversário de ambos, dia dos namorados, aniversário de namoro, aniversário de casamento...

Martha: Primeiro “Eu te amo”, a primeira vez que... bem, você sabe – Martha emendou a conta.

Alexis: Também conhecido como “o dia em que nos enganaram”.

Martha: Enganaram você, eu sabia muito bem.

Alexis: Em minha defesa, eu estava bêbada.

Castle: Podem ir rindo vocês duas, mas eu e Kate temos uma história repleta de momentos especiais.

Alexis: Nós sabemos disso, pai.

Martha: E qual é o momento especial da vez?

Castle: O dia em que nos conhecemos – um sorriso se fez nos lábios de Castle – Quinze anos.

Martha: Uau, o tempo passa.

Castle: Sim... – ele tinha um ar nostálgico.

Alexis: Pode deixar que eu fico com eles.

Castle: Não vai te atrapalhar?

Alexis: Não, eu vou adorar.

Castle: Obrigada, meu amor – Castle beijou a filha.

Os três terminaram os preparativos para o almoço.

Quando a mesa já estava pronta, o celular de Castle tocou. Era o seu advogado, e ele se afastou para conversar em particular.

Castle: Todas elas?

Adv.: Sim, as 5 testemunhas. As duas últimas relutaram bastante, mas aceitaram conversar conosco. O encontro ficou marcado para terça-feira.

Castle: Ótimo – Castle comemorou. Ele sabia a importância daquilo – Se elas concordarem em rever os depoimentos o caso poderá ser reaberto, não?

Adv.: A promotoria já reabriu o caso, mas está parado por falta de provas. Essas pessoas não só omitiram a verdade, como também destruíram provas a mando dele. Se as convencermos de abrirem o jogo, temos grande chance de fazer Bracken voltar para a prisão.

Castle: Nós vamos conseguir! Nos vemos na terça então. Obrigado dr. Trager.

Castle desligou o telefone confiante. Kate não tinha conseguido prender Bracken e Simons pelo homicídio, mas agora as chances de o ex-senador voltar para a cadeira pelos outros crimes cometidos, cujas provas tinham “misteriosamente” sumido, eram grandes. Castle sorriu. Sim, ele faria isso. E sua Kate nunca mais teria um pesadelo na vida.