When Smiled You Knew

Capítulo 17- Dirty mind or dirty things?


–Enjolras o casamento é no sábado ! Precisamos ver a despedida do solteiro de Marius- Grantaire falou enquanto seguia Enjolras que servia as mesas.

–Estou trabalhando agora Grantaire- Enjolras falou concentrado no que fazia.

Grantaire não parou de encher o saco com essa história de despedida de solteiro.

–Mas temos que aproveitar antes que nosso amigo assine a sentença de morte. Porque depois que ele se casar você acha que ele vai ficar saindo com a gente?

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–Eu já cuidei de tudo,Grantaire- Enjolras falou sem paciência- Vamos beber e assistir alguns filmes na sexta.

–Você ta zuando né? Desde de quando isso é uma despedida de solteiro? Você é um péssimo padrinho.

–Você tem idéia melhor?- Enjolras perguntou limpando o balcão.

–Tenho. Me deixe organizar a festa. Você não vai se arrepender.

Enjolras parou o que estava fazendo e ficou olhando para Grantaire como se pesasse as conseqüências .

–Está bom do jeito que tá.

Grantaire bateu a mão no balcão nervoso e indignado.

–Desse jeito a despedida de solteira da Cosette vai ser melhor que a do Marius.

–Ela vai ter despedida?-Enjolras perguntou surpreso.

–Vai. Éponine que esta organizando- ele respondeu emburrado.

–Cosette não vai querer nada extravagante, Grantaire. Do mesmo jeito que não vamos fazer nada de muito extravagante... Agora que tal você ir embora e me deixar trabalhar?- Enjolras perguntou sugestivamente deixando Grantaire sentando e indo atender uma mesa.

Grantaire se levantou e foi para saída.

–Veremos se eu não vou organizar essa despedida.- ele murmurou para si mesmo.

A semana passou voando. Tanto para as garotas ,quanto para os garotos. Cosette parecia não saber o que Éponine e Fantine estavam aprontando. O pessoal responsável pela organização já havia ido varias vezes até a fazenda onde seria feita o casamento e a festa.

–Éponine veja quem chegou!- Cosette veio animada com uma garota loira- minha prima Juliet, lembra dela?

–Como eu poderia me esquecer?- Éponine perguntou irônica . Juliet era uma das garotas que infernizavam a vida dela na escola.

–Oi para você também, raquítica- ela falou com um sorriso falso e Éponine retribuiu.

–Bom eu vou levar você para o seu quarto Juliet.

Éponine e Augustinne colocaram o dedo na garganta como se fossem vomitar e riram voltando ao trabalho.

Finalmente sexta chegou. Fantine já não agüentava de tanta animação, assim como as outras garotas que já sabiam como seria a despedida de solteira de Cosette.

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–Pre-pa-ra-da para sua festa?- Éponine perguntou para Cosette, ela segurava um pacote nas mãos e entregou para ela.

–Festa? Por que vocês estão maquiadas e usando esses casacos?- ela perguntou sem entender olhando para as garotas que estavam em fila, ela abriu o pacote e tirou uma camisola branca de seda de dentro- O que é isso?

–É a roupa que você vai usar hoje a noite- Juliet anunciou e todas as garotas tiraram o casaco, inclusive Fantine, revelando estar usando camisolas rosas de seda.

–Mon Dieu... Lembrando que não podemos ir dormir muito tarde.- Cosette falou tirando a roupa e vestindo a camisola.

–Nós não iremos- Éponine respondeu com um sorriso- Pegue seu casaco, nós vamos sair.

–Assim?- Cosette perguntou e sua voz saiu meio esganiçada.

–Mas é claro minha filha- Fantine falou lhe abraçando- É uma despedida. Última noite que você terá com suas amigas sem ter que dar satisfação a ninguém.

–Mas vestida desse jeito?- Cosette era arrastada escada abaixo. Valjean olhou para a escada e balançou a cabeça em reprovação.

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–Tomem cuidado com meu carro.- ele falou voltando a jogar xadrez com Gavroche que estava morando com eles.- Maldita hora que eu insisti para Éponine tirar carteira.

–Cuidaremos do seu carro como se fosse meu- Éponine deu um beijo na bochecha dele e na de Gavroche e saiu.- Muito bem vamos em carro separados.Fantine, Cosette , Augustinne e Juliet no carro comigo.

Elas entraram e pegaram a estrada, já que a fazenda ficava um pouco afastada da cidade. Cosette temia o que iria acontecer. Amava as amigas mais que tudo, mas não confiava muito nelas.

Enquanto isso Enjolras preparava a sala para a noite de filmes. Quando Éponine disse que ele teria que organizar a festa ele não soube o que fazer. Nunca gostara muito de ir a festas e não tinha a mínima idéia de como organizar uma. Então por que não fazer uma coisa que todos gostavam?

Grantaire não voltou a falar sobre a festa com Enjolras, o que ele não sabia se ficava aliviado ou preocupado.

Os amigos foram chegando aos pouco. Marius ficou um pouco decepcionado com a festa, mas imaginou que Cosette estaria na casa dos pais ansiosa, as amigas estariam ali, elas ficaram conversando até tarde e então iriam dormir. Não fariam nada de extravagante, então ele não deveria fazer também .

Grantaire foi o ultimo a chegar com Courfeyrac. Eles trouxeram as bebidas, já que cada um ficou de trazer alguma coisa. Eles se ajeitaram na sala e pegaram as bebidas.

–A super despedida de solteiro que vai entrar para historia organizada pelo Jojo- Grantaire falou levantando a garrafa no ar e vendo os amigos levarem a garrafa a boca.

Éponine estacionou em frente a uma casa noturna onde havia uma placa escrita : Apenas mulheres.

–O que estamos fazendo aqui?

–Sua despedia. Ou você achou que nos contentaríamos em ficarmos sentadas de pijama conversando?- Augustinne perguntou saindo do carro.- Fiz crachás para nós.

Augustinne distribuiu os crachás que estavam escrito “despedida de solteira” e para Cosette um que estava escrito “Eu sou a noiva!!”

Elas entraram e deixaram os casacos na recepção. Cosette estava vermelha de vergonha. Éponine tirou uma foto delas na entrada da boate.

Um garçom sem camisa as guiou ate a mesa reservada para elas que era na frete do palco que havia ali.

–Daqui a pouco as apresentações irão começar- ele anunciou e passou a mão em Cosette que arregalou os olhos fazendo as outras garotas rirem.

–Muito bem!- Éponine bateu palmas para atrair a atenção delas- Vamos agora ao jogo de perguntas e respostas... Perguntamos para Marius algumas coisas e gravamos e vamos ver se vocês se conhecem... Se você errar tem um castigo.- Éponine tirou o notebook da bolsa e o abriu – Muito bem primeira pergunta: Qual a musica preferida do Marius?... Essa é fácil.

Cosette ficou um tempo pensando e soltou uma risada nervosa.

–Marius escuta de tudo... mas o que ele tem escutado bastante é Rihanna.

–Essa é sua resposta final?- Juliet perguntou e Cosette confirmou.- Solta o vídeo ,raquítica .

“-Minha musica preferida?- Marius perguntou sem jeito coçando a cabeça e olhando para chão- É meio difícil, já que eu não tenho um artista preferido. Eu escuto de tudo. Mas acho que é... Queen, sem duvida “

–PEEEEEEEEEENNNNNNNNNNNN- Augustinne fez o barulho- Vai ter que virar o copinho aqui- ela colocou o copo de whisky na frente de Cosette.

–Mas ele mentiu.- ela protestou.

–Mas foi o que ele respondeu... E você errou- Éponine falou. Cosette virou o copo e fez uma careta. Ela odiava whisky- Proxima pergunta: Marius já usou alguma calcinha sua?

Cosette começou a gargalhar.

–Já. Uma vez que ele foi dormir em casa e a Éponine escondeu a cueca dele. Ela saiu e não atendeu o telefone para dizer onde havia escondido.

“-Se eu já usei uma calcinha da Cosette?- ele perguntou ficando vermelho- Promete que isso não vai para internet?- ele falou apontando e podia ouvir a voz de Éponine dizendo que não- Cara isso é embaraçoso. Uma vez... que você escondeu minha cueca. Eu tive que colocar uma dela.”

As garotas bateram palma e Cosette agradeceu. E assim continuou o jogo. Cosette errou algumas mas acertou a maior parte delas.

–Muito bem. Ultima pergunta- Éponine anunciou.- São duas em uma só. Onde foi a primeira vez de vocês e o local mais estranho que vocês já transaram?

–Éponine!- Cosette chamou atenção dela, ela estava mais vermelha que nunca- Que tipo de pergunta é essa? Na frente da minha mãe ainda.- Éponine revirou os olhos.

–Você acha que eu penso que você é santa, filha?- Fantine perguntou- não precisa ter vergonha da sua mãe.

–Tá- Cosette suspirou e começou a pensar.- Nossa primeira vez foi... Foi em um hotel, quando viajamos para praia na viajem de formatura da escola. Ele foi fofo...

–Ele ia te comer você queria o que?- Augustinne interrompeu- Desculpe, continue.

–E acendeu velas e tinha pétalas de rosas na cama.... E o lugar mais estranho... Ai que vergonha... Foi no banheiro de um bar no ano novo.- ela terminou e deu uma risada nervosa.

–Que nojento- Éponine exclamou- Mas vamos ver a resposta.

“-Nossa primeira vez onde foi?- ele tinha um sorriso tímido no rosto- Foi quando fomos para a praia, na viajem de formatura. Eu consegui convencer meus amigos a deixarem eu usar o quarto que dividíamos. Eu preparei com velas e rosas... ela estava tão linda aquela noite. Ela usava um vestido bran...

–Ninguem aqui perguntou a cor da roupa dela- elas conseguiram ouvir Augustinne falando para ele- E o lugar mais estranho.

–No banheiro de um bar na noite de ano novo.”

–Muito bem. Os pombinhos se conhecem bem... Agora vamos aos presentes da noiva... Mas é claro que não vai ser só você abrindo, que graça teria se fosse assim? Você vai ter que adivinhar o presente. Se não adivinhar...

–Vou ter que pagar castigo ou beber- Cosette completou.

No apartamento de Marius estava tudo bem. Até o exato momento, estava tudo bem.

–Cara ta muito quente aqui- Marius reclamou. E estava mesmo. Todos estavam suando.

–Por que não vamos dar uma volta?- Grantaire perguntou como quem não quer nada.

–Acho uma boa idéia – Marius falou se levantando.

Enjolras não entendia o que tinha acontecido. Certo eles estavam no verão,e devia ser quente,mas não estava tão quente assim. Mas até ele tava sentindo aquele calor que ele não sabia da onde tinha surgido. Ele pausou o filme e todos desceram para dar uma volta.

Eles andaram em direção a praça da Concórdia onde ficaram sentados um tempo perto da fonte para se refrescarem.

Depois de um tempo todos se sentiam meio zonzos. Enjolras já estava vendo tudo meio embaçado e não conseguia pensar direito. Mas uma coisa ele tinha certeza: alguma coisa estava errada.

A última coisa que Enjolras e os outros garotos tinham certeza era que estavam seguindo Grantaire para algum lugar.

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Voltando para as garotas . Cosette já estava com a cara toda borrada de batom, as unhas pintadas cada uma de uma cor diferente e vestia uma camiseta ridícula escrita “ Adivinha quem vai casar?” com uma foto dela que tinha escrito embaixo “Euuuuu!”.

–Esse presente é o meu -Augustinne falou entregando uma caixa para Cosette retangular- espero que goste e que seja útil.

Cosette chacoalhou.

–É... um sapato?- ela perguntou e Augustinne gargalhou. Cosette abriu a caixa e ficou espantada- um pênis de borracha?

–É... se algum dia você querer e o Marius não tiver mais condições de dar conta.

–Obrigada eu acho... Qual meu castigo.?

–Que tal você passar seu sutiã para cá?

Cosette hesitou um pouco mas tirou. Ela já estava bêbada mesmo não lembraria de nada no dia seguinte.

Enquanto isso os rapazes não tinham a minima ideia do que estavam fazendo, onde estavam e o que iria acontecer naquela noite.

As luzes se apagaram na boate onde as garotas estavam e as luzes do palco se acenderam. Três caras fortes e fantasiados entraram. Um de bombeiro,outro de policial e o terceiro de médico. A musica começou a tocar e eles começaram a insinuar que iriam tirar a roupa. As mulheres se juntaram todas ao redor do palco e tacavam dinheiro para eles que deixavam elas passarem as mãos.

–Vocês me trouxeram em um clube de strip?- Cosette gritou mais alto que a musica para as garotas que riam. Ela também ria descontroladamente.

–Relaxa. Vai ser os ultimos que você vai ver que não é do Marius- Augustinne falou. Ela estava de pé encima do sofá gritando.

Até que um dos dançarinos desceu e foi até a mesa delas e estendeu a mão para Cosette que arregalou os olhos surpresa colocando a mão sobre o peito e começou a rir descontroladamente.

–O que? Eu? Não,não. Eu não posso.- ela falou negando com a cabeça. As garotas ficaram gritando e incentivando ela a ir.

O dançarino a pegou no colo e ela gritou e começou a rir no colo do cara. Eponine tirava as fotos,ela não perderia a chance de envergonhar a amiga quando ela estivesse sobria.

Um dos dançarinos que estava no palco pegou uma cadeira e colocou no centro. O que segurava Cosette a colocou ali sentada.

Eles venderam os olhos e começaram a se esfregar nela, Cosette se encolhia e gritava rindo, de tudo aquilo, até que ela começou a passar as mãos nos dançarinos que mordiam seu pescoço e colocaram plumas rosas nela. Um deles tirou a venda e começou a tirar a roupa na frente dela, que não conseguia parar de rir. Ele virou a bunda para ela e pediu que batesse ali. No começo ela fez que não,mas depois estava batendo na bunda do dançarino.

Um deles pegou na mão dela e a levou de volta a mesa . Os outros vieram logo atrás e tiraram as garotas, inclusive Fantine e Éponine e as levaram para o palco, onde começaram dançar sensualmente ,se esfregando nelas. Fantine pegou um punhado de dinheiro que tinha nas mãos e enfiou dentro da cueca do dançarino.

Quando as garotas desceram do palco elas decidiram que já era hora de ir embora. Cosette já não agüentava ficar em pé, e ria de tudo.

–Fiz xixi na calça- Cosette avisou ao chegaram no carro entre uma gargalhada e outra.

Na manhã seguinte Enjolras acordou como se tivessem usado sua cabeça como bateria. Ele abriu os olhos lentamente , enxergando tudo embaçado. Ele fechou os olhos novamente os apertando e os abriu. Olhou em volta não reconhecendo onde estava. Havia alguns corpos espalhados ali.

Ele se levantou com dificuldade. Havia dormido em uma mesa, sentia todo seu corpo doendo.

Ele se lembrava dos amigos na sala do apartamento que Marius e ele dividiam, Grantaire chegando com as bebidas, eles saindo para dar uma volta... Mas não se lembrava deles voltando para o apartamento.

O lugar onde se encontravam era imundo, varias garrafas espalhadas, embalagens de comida, purpurina...

Purpurina?

Enjolras olhou melhor. Ali desmaiados eram seus amigos. Courfeyrac, Grantaire, Combeferre,Laigle, Bossuet,Jehan,Joly, Marius...

Enjolras passou a mão pelo cabelo. Marius iria se casar hoje.

–Marius acorda- ele falou para ninguém em particular. Como ninguém se mexeu ele saiu cutucando um por um.

Joly foi o primeiro a levantar a cabeça e Enjolras levou um susto. Ele estava maquiado e com um piercing no septo e a cara toda cheia de sangue. Enjolras colocou uma mão na boca para conter o espanto.

Courfeyrac apareceu depois de um momento cambaleando, nu. Ele se virou olhando ao redor e Enjolras pode ver uma tatuagem recém feita na bunda dele de uma borboleta que pegava as duas nadegas e era colorida.

Laigle e Bossuet despertaram também meio zonzos e gemeram de dor, já que estavam com calças de couro, cabeça raspada no topo e dread no que sobrou do cabelo, e usavam brincos de argolas.

Combeferre apareceu também , ele tinha o cabelo rosa, varias estrelas e corações tatuada no rosto.

–Alguem viu o Marius?- Enjolras perguntou preocupado. Combeferre olhou para ele e começou a rir apontando o dedo- O que foi? Qual a graça?- Enjolras já estava nervoso.

–Nada. Ruiva sedução.

–Do que você está falando?- Enjolras perguntou sem entender.

–De nada, delicia. Gostei do vestido, ficou gata- Combeferre falou se sentando- Ai minha cabeça.

Enjolras olhou para baixo e viu que vestia um vestido vermelho curto e varias pulseiras coloridas, também estava com unhas falsas pintadas de vermelho.

–Alguem viu o Marius? Temos que ir para a casa dos pais da Cosette.

–Porra é verdade! O casamento.- Combeferre falou se levantando.

–AAAAAAAAAAAAAH SANGUE! TEM SANGUE NO MEU ROSTO!- Joly se levantou e começou a correr- Ai como isso é imundo! Eu vou acabar morrendo aqui.

Grantaire apareceu rindo de tudo aquilo. Enjolras logo deduziu: Grantaire tinha batizado as bebidas. Não tinha outra desculpa, ele era o único que não estava zuado de alguma forma.

–Você- Enjolras acusou apontando para ele.

–Mas é claro! Quem mais poderia ter sido? Marius precisava de uma despedida decente, então eu fiz uma.

Enjolras apertou a ponte do nariz pedindo paciência.

–Onde esta Marius?

–Rárárá, desculpa mas não dá para te levar a serio nesse vestido.-Grantaire falou segurando a risada . Enjolras avançou e grudou na camisa de Grantaire.- Ei, calma garanhão. Ele ta no banheiro- Grantaire apontou e Enjolras foi até o banheiro, encontrando Marius dormindo no chão com o cabelo verde.

–Hey Marius acorda- Enjolras o cutucou.- Marius! Marius- e nada do Marius acordar. Enjolras ligou o chuveiro e enfiou a cabeça de Marius debaixo, ele acordou assustado.

–Hã? O que? Onde estou?- ele perguntou perdido , se debatendo.- Por que você esta com o cabelo vermelho? E esse vestido? E perai isso é batom na sua boca? Você ta usando batom- Marius começou a rir apontando para o rosto de Enjolras

–E você sem os dois dentes da frente,com o cabelo verde e com o olho roxo ficando preto.

–O que?- Marius perguntou se levantando e olhando no espelho imundo que tinha ali. Ele estava irreconhecível e horrível . Abriu a boca vendo dois buracos negros. Ele colocou o dedo ali,mas para a felicidade dele os dentes ainda estavam ali. Estavam apenas pintados.- Isso na minha orelha são brincos? Enjolras eu não tenho orelha furada!

–Agora você tem- Enjolras falou se aproximando para ver seu estado no espelho. Ele usava cílios postiço,batom vermelho e seu cabelo estava vermelho com alguns lugares roxos. Ele ficou encarando o seu reflexo. Ele não conhecia aquilo no espelho. Não podia ser ele.... Mas era!

–Enjolras meu casamento é hoje! Eu não posso aparecer assim- Marius grudou no braço do amigo desesperado.

–Calma Marius vamos dar um jeito. Pensa pelo lado bom: você não tá com uma borboleta tatuada na bunda- ele falou e Marius arregalou os olhos e segurando a bunda.

–E se eu estiver? Eu não me lembro de nada. Enjolras olha- Marius falou abaixando a calça e virando para Enjolras que virou a cara.

–Eu não vou ficar vendo bunda de ninguém Marius!

–Enjolras pelo amor de Deus! Eu to desesperado.- Marius falou tentando enxergar as nadegas .

Enjolras mesmo não querendo bateu os olhos em um desenho de um coração pegando fogo e que tinha escrito "bumbum caliente".

–Não é uma borboleta,se você quer saber- Enjolras falou saindo,Marius subiu a calça e o seguiu. A sala estava um completo caos. Joly gritava desesperado que ia morrer, Courfeyrac batia na propria bunda como se aquilo fosse fazer a tatuagem desaparecer. O único relaxado era Grantaire,que bebia tranquilamente dando risada.

–Ai porra!- Bossuet gritou quando conseguiu tirar a calça e olhando dentro da cueca- Eu to com um piercing no... Vocês sabem. Ai caralho ta doendo pra porra!- ele saiu abanando indo para o banheiro.

–Enjolras o que você fez?- Marius perguntou nervoso olhando para o amigo.

–Eu nada. Quem fez foi o Grantaire!- Enjolras falou apontando para Grantaire que fez uma cara de inocente e deu de ombros.

–Fiz mesmo. Vingança daquela vez que me vestiram de mulher. Eu estava bêbado e não estava respondendo por mim.

–Grantaire... Você sempre está bêbado !-Marius gritou.

–Eu sei. Mas me senti com o orgulho ferido- ele falou em um falso tom ofendido.

–Ferido vai ficar a tua cara!- Marius falou dando um soco em Grantaire. Por mais que Enjolras achasse que ele merecia mais que apenas um soco,ele foi e segurou Marius.

–Isso não faz sentindo, Grantaire. Você se vestiu de mulher de novo.- Enjolras falou.

–Mas porque eu quis. Mas fala serio nos divertimos ontem a noite... Na hora que o Joly beijou aquele traveco foi o apice da noite!

–Eu o que!?- Joly gritou e começou a chorar colocando a lingua para fora.

–Vamos todos nos acalmar!- Enjolras pediu.

–Você fala isso porque não é você com uma borboleta tatuada na bunda.

–Temos que pensar como vamos chegar a tempo do casamento e ainda sim ficarmos decentes.

–Não vai dar tempo- Marius falou desanimado- Temos poucas horas. Eu não faço a mínima idéia de como tirar essa tinta do cabelo. Ou dos meus dentes... Cosette nunca mais vai querer olhar na minha cara.

Grantaire percebeu que passou dos limites e começou a se sentir mal pelo que fizera. Mas o que ele podia fazer? Nada. O estrago já tinha sido feito e ele era o culpado pelo amigo perder o casamento.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Sinto muito,Marius. Não era para sair do controle. Eu só queria que você tivesse uma despedida de solteiro decente.

–Decente? Isso não me parece decente,Grantaire. E eu nem me lembro de merda nenhuma que acontece ontem! Como isso pode ser decente?- Marius gritou para Grantaire- Decente teria sido se tivéssemos ficado no apartamento assistindo filme,como Enjolras havia feito. Acordariamos hoje cedo e iríamos para a fazenda dos pais da Cosette. Eu me casaria hoje.

–Chega!- Combeferre falou- Você não é o único que foi vitima aqui não. Agora ficar reclamando e apontando culpados não vai adiantar em nada!

Enjolras andava de um lado para o outro pensativo. Ele tinha uma idéia para quem ele poderia pedir ajuda.

–Eu acho que sei quem pode nos ajudar- ele anunciou e Marius olhou para ele com uma pontada de esperança.

–Quem?

–Éponine- Enjolras respondeu.- Ela sabe mexer com essas coisas. Ela pode arrumar seu rosto,Marius. Uma vez,quando briguei com meu pai,ela passou um negocio no meu olho que escondeu o roxo.

–Você acha que ela viria até aqui?- Marius perguntou.

–Acho que vale a pena tentar... Éponine faria qualquer coisa por você,Marius- Enjolras falou sabendo que era verdade. Afinal, Éponine amava Marius e nunca iria querer vê-lo infeliz.-Agora preciso do meu celular. Alguem viu?- Grantaire contra vontade enfiou a mão no bolso e tirou o celular entregando para Enjolras.-Agora são 8:00... Que horas é o casamento?

–Está marcado para 19:00- Marius respondeu.

–Quantas horas da onde os pais de Cosette moram ate aqui?

–Umas duas horas e meia.

Enjolras deu de ombros e procurou o numero de Éponine na lista.

–Puta que pariu!- Éponine levantou a cabeça,a cara amassada de sono,procurando o celular que estava perdido na zona que estava o quarto de Cosette. Ela se sentou e limpou a baba do canto da boca e passou a mão pelos cabelos que estavam desgrenhados. Ela se levantou tomando cuidado para não pisar nas garotas que dormiam no chão. Éponine riu ao olhar para Cosette que ainda tinha o rosto sujo e vestia a camiseta que ela havia dado,dormindo tranquilamente abraçada a Fantine que usava uma mascara da mulher gato. Éponine achou sua bolsa e abriu procurando o celular ali. Ele tocava incessantemente ate que ela o achou e o atendeu sem olhar quem era- Quem é o filho da mãe que está me acordando agora? Vai dormir,não ficar ligando para as pessoas!- ela tinha a voz rouca por ter acabado de acordar,seu tom era mal humorado.

–É... O Enjolras- ele respondeu receoso pelo tom dela.

–Ah claro. Enjolras- ela respondeu,saindo do quarto para não acordar as garotas.- Sempre me acordando cedo,não?- ela perguntou e tinha um sorriso brincando nos lábios . Desceu as escadas,abriu a porta saindo para a varanda e se sentando na escadinha.

–Me desculpe.

–Tudo bem. E ai já estão vindo?

Enjolras ficou em silêncio por uns minutos. Como explicar para ela aquela situação?

–Alo? Enjolras?

–Estou aqui ainda... Então aconteceu um pequeno imprevisto. Coisa besta sabe?

–O que foi,Enjolras?- Eponine perguntou preocupada. Para Enjolras ligar aquele horario deveria ser uma coisa importante.

–Eu preciso de você- ele falou e depois percebeu como aquilo ia soar estranho e ter outro sentindo- Digo... preciso da sua ajuda. Na verdade Marius precisa.

– Enjolras, me fala logo o que aconteceu?- ela praticamente gritou no telefone.

–A festa de ontem meio que saiu de controle... E se você não vier, talvez Marius não consiga se casar ... o que seria uma coisa boa para você...

–O que você quer dizer que seria uma coisa boa para mim?- ela perguntou ofendida- Escuta aqui, eu não quero Marius infeliz, ok? Eu estou indo para o apartamento de vocês.

–Então esse é outro problema: não estamos no apartamento.

–E onde vocês estão?

–Eu não sei. Em algum quarto de hotel barato, não sei ao certo, Éponine.

–Então vão para o apartamento- ela falou voltando para dentro de casa , pegando um casaco e as chaves do carro de Valjean.

–Não temos condições de sair daqui.- ele sussurrou envergonhado.

–Mon Dieu!- ela exclamou sem paciência.- Procure o nome ou algo do tipo, eu jogo no GPS.

Enjolras começou a procurar alguma coisa que tivesse o nome do hotel que eles estavam.

–Grantaire, onde estamos?- Enjolras perguntou e Grantaire deu de ombros. Ele pode ouvir Éponine bufando impacientemente. Combeferre bateu na cabeça de Grantaire e fez sinal para que ele fosse ver onde eles estavam. Grantaire revirou os olhos mas saiu- Espere um momento, Éponine.

–Eu estou esperando- ela respondeu, aumentando a velocidade no carro para chegar o mais rápido possível em Paris. Éponine equilibrava o celular no ombro e a orelha.

–Hotel Wagram- Grantaire voltou para o quarto com um pão nas mãos- Adivinha só tem café da manhã... Alguma das beldades quer descer para comer?

Os amigos deram um olhar torto para Grantaire, que levantou as mãos, deu de ombros e voltou a mastigar o pão tranquilamente.

–Hotel Wagram- Enjolras falou .

–Pode soletrar por favor?- ela pediu ligando o GPS do carro.

–Claro. W-a-g-r-a-m. Wagram- Enjolras falou lentamente. Ele podia sentir como Éponine estava puta, e como ela iria acabar brigando com ele por toda aquela confusão.

–Estou a caminho. Espero que não seja grave, Enjolras ou senão eu juro que vou te matar, cortar em picadinho e jogar teu corpo no Sena. Porque você era o responsável pela festa e por Marius.- e ela desligou o telefone jogando no banco do passageiro e pisando no acelerador.

Enjolras respirou fundo e desligou. .. Então ele seria morto. Já estava com a sentença marcada.

–Relaxe , Marius. A Éponine esta vindo. – Enjolras avisou se sentando na cama que tinha ali, Marius suspirou um pouco mais aliviado. Ele confiava em Éponine. Enjolras tirou o vestido, ficando só de cueca. Éponine iria encontrar ele naquele estado, mas era melhor que encontrar ele de vestido vermelho.

Mas de qualquer jeito, era uma situação humilhante de se ser encontrado.