When I See Your Face.

Capítulo 4 - Hotel


Entramos no hotel e Mark foi falar com a recepcionista loira com luzes roxas, que estava com um uniforme branco com "HNFS" bordado em preto no bolso, ela estava atrás de um computador fininho que nem panqueca com a tela laaaaaaaaaaaarga, no mínimo 30 polegadas. Como eu sei disso? Fui medindo mentalmente do jeito que eu fazia quando criança: ia de um lado da tela até a outra com o polegar da minha mão, medindo. É. Bem inútil isso, mas pra mim 'polegada' sempre foi e sempre vai ser isso.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Mark trocou umas mil palavras com a moça, que pelo que eu ouvia, se chama Sabrina Kleine, e nos deixou entrar. Minha viagem com meus dois novos amigos foi legal. Sim, dois, Mark e Thomas. Por que? Travis insistia em me chamar de "Azafirra", ficava me irritando e falando que meu alargador é feio. Ou ele me amou na primeira vez ou realmente não foi com a minha fuça. Mas, no meu caso, eu não fui com a cara dele. Ele era chato, crianção, ficava me chamando pelo nome errado (coisa que eu odeio) e reclamava do meu alargador. Ah, se fode.

— Ei, Azafirra, quer ficar pra fora?

Dou uma bala se você advinhar quem me chamou assim.

Bingo, Travis.

— Eu já te disse que meu nome é Assáfira, imbecil!

— Ah, é tudo a mesma coisa. Estou falando com a mesma pessoa, agora vem, mina do alargador escroto.

Estou aprendendo a não gostar desse cara. Ele é tão legal, gente fina e companheiro com o Mark e com o Tom, por que não pode ser comigo? Ele é gay? Não, porque, só pode. Durante a viagem Markus e Thomas assoviaram pra todas as gatas que passaram e o Travis não fez nada.

Oh meu pai. Que disperdício.

Desperdício? Não, não que eu ache ele... ah, ele é bonito sim.

Nada mais do que bonito.

Talvez lindo. Nada mais.

Gosto... SHIT, NADA MAIS QUE LINDO. O.K.

Fui andando atrás deles, Travis falava ao telefone com uma garota, oh meu Deus, ele está falando um uma garota! Uma garota ou com o Bob Esponja, porque ele sempre falava "SpongeBob".
Chegamos no último andar dos 20 do hotel. Só pessoas ricas moravam lá, óbvio né. Eles foram andando em direção a única porta roxa e brilhante, que se encontrava no final do corredor, as outras eram marrom escuro com o número e um olhinho mágico.
Markus parou na porta roxa, me entregou uma chave e disse:

— Saf, teu apê é ali — ele apontou para o quarto ao lado. — se ouvir gritos estéricos do Tom, não ligue, é apenas ele assistindo Glee e se emocionando com Rachel.

— O.... ok né. — eu disse pegando a chave e indo em direção ao quarto. — aqui tem coisa pra comer?

— Hãn... na verdade, não. Aí só tem TV, notebook com internet ta, sofá, cama e banheiro. Você vai ter que vir comer aqui. Mas, olhe, nós só acordamos depois das 11 e almoçamos depois das três horas da tarde, nosso café da tarde é sete horas da noite e nossa janta quase uma da manhã. Isso quando a gente janta e não vai pros bailes da vida, hehe. E, ah, sempre que a gente for na balada te chamamos tá?

— Tudo bem, Mark. Mas, ei, estou com fome!

— Toma. — ele me deu 50 reais — Peça uma pizza. Não vamos almoçar.

— Até porque são quase oito da noite.

— Verdade! Está na hora do café da tarde.

Que tipo de ser humano toma café as oito da noite? Quem ia amar essa rotina doida era meu pai. Meu pai, O. SUPER. CORRETINHO. Iria adorar me ver tomando café da manhã na hora do almoço, almoçando na hora do lanche, jantando na hora de recolher. Espero que tenham notado a ironia.

Entrei no meu apartamento quando Markus entrou no deles e... UOU! Quem moraria num lugar tão grande? Isso é a cara de Elijah, e aliás, ela poderia vir pra Las Vegas com todos os estorvos dela, eu não iria ligar se Juliett fosse morar bem longe de mim, a propósito, eu amaria tal ideia. Do nada, me vi discando o número de Elijah, mas desliguei rapidamente. Ela não vai muito... hãn, como posso dizer... ela me odeia. Odeia por motivos idiotas, apenas porque o motivo do divórcio dela e do meu pai foi: eu. Só por isso, só porque eu dei uma amostra grátis do inferno pra ela, que babaquice isso de me odiar por coisas... básicas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Flashback on.

— Está t-u-d-o acabado, — disse ela em prantos — você deixa nossa prova de amor ser destruida, como assim?— ela disse e saiu, indo arrumar as malas.

— Elijah, calma! Elijah, volta aqui! — disse ele, seguindo-a — Amor... eu... amor, eu te amo! Por favor, Lij, vamos conversar que nem antes, e a gente acaba na cama. Ô ELIJAH!

Não adiantava. Eu já tinha estragado um casamento de menos de um ano. Tinha uns doze anos, no máximo. Elijah já havia tomado sua decisão: ia morar com a mãe bem, bem, mas bem longe do meu pai. Ele estava triste, sua mulher estava indo embora e a culpa era da minha, e ele sabia disso.

Então, desistiu de ir atrás dela e veio atrás de mim. Vish.

— Assáfira Kathleen. Aqui. AGORA!

Desci as escadas, pronta para um cacete ou algo do tipo, mas ele nunca me surrava na sala, era sempre no meu quarto.

— Oi, papai.

— Assáfira, o que você fez com ela?

— Nada, papi. Eu juro, eu não fiz nada!!

— Eu te conheço, praga! — essa palavra doeu na alma — Sei do que você é capaz, e, sim, você é capaz de fazer isso.

Não tinha como mentir pra ele. De uma forma ou de outra ele ia descobrir. Mas ele descobrir não era o fim, porque Elijah não acreditaria nele e acharia o cúmulo ele por a culpa de sua aliança ter caido acidentalmente, eu disse acidentalmente, na privada; o perfume que ela lhe dera de dia dos pais ser acidentalmente jogado fora; sua camisa acidentalmente estar cheia de batom; numa criancinha inocente.

Meu pai tinha de me agradecer! Eu não joguei tão sujo quanto da última vez (não quero me lembrar da última vez, fiquei de castigo por MUITO tempo) e estava livrando-o de uma sangue-suga!

Flashback off.

Ri sozinha. Liguei a televisão na Fox, onde passava Glee, esperei ansiosamente os gritos até que...

— RACHEL LINDA CANTANDO SOMEONE LIKE YOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU! OH MEU PAI, NÃO POSSO ACREDITAR, RACHEL, ME COMEEEEE!!!!!!!!

Tom Lindo DeLonge gritava, se esperniava ao ver Rachel, ou Lea Michele, cantando Someone Like You, da Adele.
Quando acabou, depois de um tempo, Finn e os outros meninos cantaram Kiss.

— ISSO! FINN GATOSOOOOOO! KURT, ME COMEEE SEU LINDO! — Tom

— Ui Kurt, come ele! — gritava Mark, imitando voz de mulher. Não era difícil pra ele.

Mudei de canal, assisti Family Guy, e cara, tudo a ver com a minha família!

Mudei de novo, Phineas e Ferb. Meu sonho era poder fazer o que eles faziam.

Mudei, novamente. Bob Esponja. Lindo. É isso que eu vou assistir.

— UI MERECEDEEEEEEEEEEEES! GORDINHA ESQUEMA!

É, vou assitir de Thomas deixar.