What Is Love ?

Wrong Things - Part 2 : I know you like to kiss me


"Fazemos coisas erradas praticamente todos os dias. Talvez nem percebemos,mas apenas uma palavra,pode mudar tudo. Uma palavra que magoe alguém. Um gesto,apenas uma coisa. E é assim também quando falamos algo que alegre alguém. Talvez seja mais difícil,dizem que as notícias ruins se espalham mais rápido não é ? Mas só um gesto,apenas isso,pode mudar tudo."

Pov. Ally

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Eu não sei o que deu em mim. No momento,minhas mãos estão suando,e minha testa também. As lágrimas que ainda insistem em cair,são como lâminas para mim. Eu definitivamente não estava nem um pouco acostumada a chorar. Sabe aquilo que dizem sobre ser forte e segurar o choro ? Bom,não era exatamente o que eu fazia. Afinal,eu nunca mesmo tive vontade de chorar.

E agora,era como se minhas lágrimas guardadas de anos estivessem se libertando agora.

É,eu confesso que me senti melhor com Austin aqui. Ele era quente e mantinha os braços protetores em volta de mim. Outra coisa estranha ... Eu nunca precisei que alguém me protegesse,e também nunca me senti tão debilitada disso.

Os pais de Austin estavam na sala,e é claro que se ele demorasse,eles iriam perceber. Então,o loiro teve que voltar pra lá.

Mas ele não iria me deixar assim,e a forma como ele me olhou cheia de preocupação,me fez perceber,que talvez ele se importe mesmo comigo. E provavelmente seria a única pessoa que não me julgaria agora.

Austin prometeu voltar pra cá no meio da noite. Ele voltaria com os pais para casa e esperaria eles dormirem para então,voltar. Ele entraria pela varanda. E não faço a miníma ideia de como ele subiria.

Mas aqui estou eu,deitada em minha cama e sentindo um enorme vazio dentro de mim mesma. Com certeza nenhum dos meus livros iriam me ajudar agora. Só que eu não sabia se estava com raiva de mim, raiva das coisas que meu pai fez,raiva do que Lindsay disse ou do que Penny me disse.

Eu estava extremamente confusa,e não existia nada que poderia fazer isso passar.

Por dentro,eu me sentia culpada.

Culpada por talvez ter sido uma filha horrível tanto para meu pai quanto para minha mãe. E uma coisa me doía mais : O fato de eu não poder mudar. Essa sou eu,e posso ser a pior filha do mundo,e talvez seja muito egoísta,mas não posso fingir ser algo que não sou não é ? Ou talvez eu devesse mudar,pelo menos,tentar. Se isso fosse fazer bem pelo menos a minha mãe,adiantaria não é ? Talvez não.

Porque de qualquer maneira,ainda vou sentir esse vazio dentro de mim. Essa pequena coisa que me completa e que minha cabeça briga com meu coração para descobrir o que é.

Me viro na cama pensando que horas seriam. Meus olhos estão marejados e estou tentando evitar novas lágrimas. Já fazia muito tempo que Austin tinha ido não é ? Mas,ele voltaria,certo ?

Minha pergunta é respondida quando ouço um pequeno barulho vindo da varanda. A janela de vidro dela estava encostada. Suspiro aliviada ao ver Austin saindo dali. Me sinto completamente estúpida por ele me ver daquele jeito.

Como eu olharia para a cara dele no dia seguinte ? Não era para sermos próximos. Não era para eu ter qualquer tipo de contado com ele. Mas isso já vem acontecendo a algum tempo.

Fazia poucos dias,mas eu já estava cedendo. Já estava acostumada com a presença dele. E também estava acostumada com ele me falando sobre o amor,como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Pra mim,definitivamente não é.

Levantei um pouco minha cabeça,e apoiei meus cotovelos na cama para me sentar. Austin se aproximou,e percebi que ele havia trocado de roupa. Passei as mãos nos meus olhos para tentar secá-los. Com certeza deveriam estar inchados.

– Oi - ele disse timidamente ; como se tentasse escolher as palavras certas para falar.

Tentei abrir algum tipo de sorriso. Deve ter saído um pouco forçado.

– Você está melhor ? - ele perguntou um pouco cauteloso.

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Assenti.

Austin se sentou na beira da cama e seu olhar queimava sobre mim. O olhei por um momento e sabia o que ele estava pensando,sabia o que aquele olhar significava. Dúvida. Talvez estivesse um pouco confuso.

– Ally,vai falar o que aconteceu ?

Havia algo mais na sua voz. Um tom qual eu nunca tinha visto nele.

Abracei minhas pernas. No quarto escuro,aonde a única luz vinha da lua lá fora,pela pequena parte da porta da varanda que ainda estava aberta,ainda podia ver com clareza os olhos castanhos de Austin.

– Você estaria disposto á me ouvir ?

Pov. Austin

Assenti para ela. A vi suspirar fundo,e apertar mais as pernas quais estava abraçando. Fiquei feliz por ver o quanto ela estava se esforçando para não chorar. Ela estava sendo forte. Eu só queria saber o por que dela estar daquele jeito. Alguns segundos depois,ela começou :

– Sabe,acho que a maioria das pessoas que me vê,não me enxerga. Vê apenas uma figura,e eu sempre sou ignorada. Não que eu reclame disso,não gosto de ter muita atenção para mim. E,eu simplesmente aprendi a ser fria. Acho que essa é a palavra certa - discordei mentalmente do que ela tinha acabado de dizer,mas não a interrompi - Mas eu sei exatamente o que sinto,as vezes fico um pouco confusa,e quanto sinto algo novo,prefiro me esconder. Apenas fingir que não tem nada de errado. Acho que tenho uma visão muito limitada do mundo. Posso ver através das pessoas quando quero. Sei que não devo confiar em ninguém e na verdade,tenho muita experiência ruim sobre isso. E eu meio que escolhi viver no meu próprio mundo,era mais fácil não ter contado com ninguém,para não me machucar. Não devo ser a única pessoa no mundo a fazer isso,é como uma maneira de segurança. Mas acho que acabei me trancando muito na minha pequena bola invisível,entende ? Não vi as coisas passando por mim,e estava tão acostumada a ser apenas eu,que esqueci dos outros. Da minha família,e do quanto eles precisavam de mim. Ignorei a tudo e a todos. E agora,que finalmente ouvi a verdade,parece que meu pequeno mundinho caiu. Mas eu ainda tenho muitas barreiras,e posso suportar isso.

Ela me olhou e suspirou pesadamente. Como se estivesse aliviada de ter falado tudo isso.

Queria pensar em algo realmente bom para falar agora. Minha língua parecia travada enquanto eu absorvia cada palavra que Ally tinha dito.

– Você nunca falou isso para ninguém ? - perguntei.

Na verdade,foi a única coisa que saiu da minha boca.

– Não.

Sorri simplesmente por ela ter falado tudo isso apenas para mim. Esperava poder passar algum conforto para ela. Dizer apenas que tudo vai ficar bem e que eu estaria ali para ela. Mas as palavras fugiram de mim. Cheguei mais perto dela - já em cima da cama - e a abracei.

Ela se aconchegou em meu peito enquanto meus braços a envolviam. Pensei se deveria falar alguma coisa,mas decidi que seria melhor assim. Ela estava frágil naquele momento,e ela já havia chorado,eu não queria falar alguma coisa que fizesse ela se sentir pior. Acho que nunca tinha visto alguém chorar na minha frente. Não daquele jeito.

– Austin - ela chamou e levantou um pouco a cabeça para me olhar - Obrigado.

– Pelo o que ? - perguntei.

– Por estar aqui - ela murmurou e se deitou novamente.

( ... )

– Ally, você teve motivos para ser dura com eles - disse a ela enquanto ela me contava mais sobre seu pai e sua irmã.

Deveriam ser umas 6 da manhã. Dormimos um pouco mas acabamos acordando. Parece que nós dois estávamos totalmente sem sono.

– Então,por que parece tão errado ?

– Algumas coisas não tem explicação - disse.

Ela baixou o olhar e brincou com os dedos por um segundo.

– Eu te falei muita coisa sobre mim,não é ? - assenti - Não acha justo falar sobre você também ?

– Talvez.

– Ah,por favor - ela disse.

– Tudo bem - me rendi - O que quer saber ?

– Depende do que você quiser falar.

Pensei por alguns segundos. Por incrível que pareça,minha vida não é perfeita como a maioria das pessoas da escola pensa. Aposto que até Ally pensa isso.

– Também tenho problemas com meus pais. Tenho dois irmãos, Emma e Henry. E ... As vezes me sinto completamente isolado por não ser o filho perfeito que meu pai esperava.

Estávamos deitados na cama,e pude ver como seus olhos se sobressaltaram e ela olhou fixamente pra mim.

– Acho que todo mundo passar por isso. Deixa eu adivinhar,você tem um irmão e uma irmã perfeitos ? - assenti - Eu passei por isso a minha vida toda,só que minha irmã não é perfeita,e ela não é um gênio,e nunca se esforçou tanto quanto eu na escola,e mesmo assim,ela sempre parece ser a favorita. Não que eu me importe com isso,mas,fica chato,sabe ? Não importa o que ela faça,eu sempre vou estar errada.

– É,eu sei como é isso. Na verdade,meu pai nem se importa comigo.

Ally cruzou os braços e olhou o relógio.

– Acha que seus pais vão te procurar logo ?

– Meus pais gostam de acordar cedo,estão sempre envolvidos com o trabalho,duvido que vão me procurar.

– Mesmo assim,é melhor você ir não é ?

Suspirei. Eu não queria voltar pra casa. Muito menos olhar para a cara do meu pai o dia todo. Ficaria no quarto mesmo. Ou sairia com Dez.

– Tudo bem,eu tenho que ir.

Me levantei da cama num salto. Me virei para Ally,e ela exibia um sorriso. Pensei se as coisas continuariam igual entre nós. Ela falou muito sobre suas "barreiras" quais eu queria muito derrubar. Não,eu não sou maluco,eu simplesmente vejo algo muito diferente nela. E depois dessa noite,enquanto eu a ouvia falar sobre todos os seus problemas,percebi o quanto ela era especial. E de alguma maneira,eu precisava protegê-la.

Pov. Ally

Me levantei da cama e o acompanhei. E agora,estávamos frente a frente perto da porta da varanda e ele me encarava com seus olhos como se quisesse procurar algo dentro de mim. Meus olhos se desviaram para seus lábios por um instante. Mas eu não podia fazer isso ...

– Acho que preciso voltar a dormir ... - comecei tentando tirar aqueles pensamentos da minha cabeça,mas Austin me interrompeu.

E foi exatamente pelo o que eu ansiava. Um beijo. Suas mãos apertavam minha cintura como se precisasem muito daquilo para sobreviver. Austin me encostou na parede e á essa altura,eu já estava respondendo ao beijo. Minhas mãos que passeavam pelas costas dele,foram subindo até seus cabelos. Puxei alguns dos fios,e senti Austin sorrir entre o beijo.

Nossos lábios se separaram por alguns segundos,enquanto a boca dele estava no meu pescoço. Seus lábios subiram um pouco e agora,ele estava mordiscando o lóbulo da minha orelha.

O afastei um pouco.

– Austin - disse

– Você precisa ir.

Estava meio ofegante,mas ele entendeu e também se afastou um pouco e exibiu um grande sorriso.

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– A gente se vê,loiro - disse tentando assumir uma pose autoritária.

Acho que ele esperava que eu dissesse algo sobre o beijo,porque ficou parado na minha frente por mais uns 5 segundos,e depois,apenas exibiu outro sorriso,só que dessa vez,irônico. Como se estivesse rindo de seu próprio pensamento.

Ele deu os pequenos passos até chegar na varanda,e depois,se virou para mim,com um ar desafiador e com o sorriso irônico ainda em seus lábios.

– Eu sei que você gosta de me beijar - disse apenas,e saiu.