Welcome to my World!

O mundo merece conhecê-la!


Dias atuais…

Quando acordei na manhã seguinte, ainda me sentia exausta. Na verdade eu não havia dormido praticamente nada essa noite. Havia passado horas apenas pensando, mentalizando cada instante do meu ano, da minha vida.

Pelo lado bom, quando abri meus olhos pelo menos consegui ter alguma certeza: Eu estava pronta.

O medo ainda me consumia por completo, mas após tantas suposições, a vontade de saber qual será o próximo capítulo da minha vida passou a comandar meus sentimentos.

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Levantei-me rapidamente preparada para resolver tudo, eu tenho uma viajem para fazer.

— Pai – Falei assim que desci as escadas e o encontrei vendo televisão. — Preciso conversar com você. — Ele respirou fundo e desligou a TV me encarando.

— Você pode ir, América. – Ele soltou de repente e meu coração disparou.

— Como você sabe? – perguntei confusa. Meu coração batia descompassado, agora aquilo não era mais uma mera suposição, eu realmente voltaria para casa.

— Daniel me ligou.

— Muito obrigada – falei sorrindo.

— Você não é mais uma criança, faça o que quiser mas, tenha maturidade. É algo temporário, apenas verá sua irmã e voltará, entendeu!? Uma semana apenas, comprei sua passagem com ida e volta.

— Não lhe pedi para comprar nada, tenho dinheiro. – reclamei, irritando–me por sua maneira repetitiva de querer controlar tudo.

— Seja mais agradecida – Falou olhando-me sério – O que fará com aquela sua cachorra? – Perguntou. Eu havia encontrado uma cachorra de rua no início do ano e acabei ficando com ela, desde então, Sam era minha nova melhor amiga por aqui. – Minha mulher odeia esse cachorro, sabe bem disso. Custou para aceitar você ter o trago para cá, imagine ter que cuidar dele enquanto você viaja.

— Eu vou o levar comigo, pai – Informei, rolando os olhos. Eu nunca deixaria Sam com Jéssica mesmo se meu pai não tivesse me falado, pois era bem provável ela acabar matando minha vira-lata.

— Além do mais, não se esqueça de falar com o Marcos – Falou referindo-se ao meu chefe. – Ele sempre gostou muito de você e conta muito com sua ajuda.

— Vou falar com ele, não se preocupe. – Falei indo em direção a saída de casa, eu realmente precisava explicar tudo a Marcos, jamais viajaria se ele não deixasse.

— América – meu pai voltou a dizer, fazendo-me parar quando estava prestes a abrir a porta – Seu voo sai hoje a noite.

Senti meu coração acelerar novamente.

— Ok… – Falei tentando controlar minha voz instável e amedrontada – Estarei pronta.

Meses atrás…

Pensei que após escrever tudo que eu sentia a dor diminuiria, mas não foi assim. Aquela sensação horrível continuava dentro de mim.

Olhei pela janela e vi a tempestade forte caindo do céu, era disso que eu precisava.

Desci as escadas e sai de casa, ignorando todos os comentários do meu pai, pedindo-me para não sair em um tempo tão chuvoso.

Ele não entendia que era disso que eu precisava.

Andei pelo quarteirão inteiro, cada esquina uma lembrança;

Mas a chuva caindo sobre meu corpo parecia fazer com que a dor se escondesse um pouco. Estar molhada e exposta ao clima frio, me fazia sentir–me mais limpa, livre.

Tudo parecia mais fácil.

Apenas parei de andar quando avistei uma caixa de papelão em uma das esquinas por qual passei, eu poderia ter apenas ignorado mas, por algum motivo que nunca descobrirei me aproximei e essa foi a melhor coisa que fiz em minha vida.

Tinha um filhote de cachorro lindo ali;

Lindo porém machucado, molhado e mal cuidado.

Quem é o monstro que tem coragem de abandonar um filhote assim no meio da rua? Especialmente quando está chovendo tanto, é covardia.

— Oi garota… – Passei a mão devagar por sua cabeça, então o pequeno e sensível filhote emitiu um pequeno som de frio, a chuva realmente estava o fazendo mal.

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— Eu entendo você, não são tempos bons para mim também – falei enquanto a pegava com muito cuidado – Podemos cuidar uma da outra, o que acha? – conclui cobrindo-a com minha jaqueta.

Após isso voltei para casa o mais rápido que pude, fazendo o possível e impossível para proteger o filhote da chuva. Por sorte meu pai e Jéssica estavam no quarto e não me viram chegar, morreriam se vissem o que eu trazia comigo.

Nas horas seguintes eu cuidei dela o máximo que pude… A sequei, dei comida e quando a noite caiu ela já parecia estar bem melhor.

— Está tudo bem agora, pequena Sam? - Falei involuntariamente. Achei estranho a princípio mas depois sorri. Ela tinha mesmo cara de Sam. – Parece que você tem um nome agora! – Falei sentindo uma lambida molhada em meu rosto, sorri novamente— O que foi isso? É sua forma de agradecer por ter um nome? – falei brincando e após isso veio uma sessão de intermináveis lambidas, fazendo-me gargalhar sem parar.

Há muito tempo eu não ficava tão feliz assim com algo.

Dias atuais…

— América, você é apenas uma adolescente que está aqui como aprendiz pois vi seu potencial. Entretanto, esse emprego não tem o intuito de atrapalhar você em nada, até porque sei como é a pressão no começo. Viva sua vida, faça quantas viagens quiser, e quando voltar se ainda quiser ser minha ajudante para prender alguns bandidos, seu lugar estará aqui. — Provavelmente era a coisa mais insana que eu já havia feito, mas abracei Marcos rapidamente após ouvir tais palavras.

Esse homem havia feito tanta coisa para me ajudar, confiava em mim como ninguém jamais havia confiado. E para ser sincera, ele tinha sido muito mais um pai para mim do que meu pai de verdade durante esse ano.

— Serei eternamente grata por ter me dado algo para fazer quando minha vida era apenas confusão — falei ainda durante o abraço.

— Por que isso parece uma despedida? — ele perguntou e eu gargalhei.

— Eu voltarei, Marcos.

— Okay… Mas mesmo que não volte, tenho certeza que qualquer coisa que decida fazer lá fora se sairá muito bem, assim como também será uma ótima detetive se optar por continuar fazendo isso!

— Nossa, eu deveria ser a pessoa que mais tem auto-estima na face da terra se dependesse de você. — falei sorrindo.

— Não estou brincando, América – ele disse sorrindo de leve – Você é a jovem mimada e rebelde que mais me ensinou sobre a vida. O mundo merece conhecê-la! – Sorri e então o abracei novamente, bem mais segura dessa vez.

Horas mais tarde…

Desci daquele avião com um sorriso enorme no rosto.

Eu sei que as coisas devem estar diferentes mas, mesmo assim me sinto bem estando aqui de volta e diferente da primeira vez que estive nesse aeroporto, dessa vez haviam pessoas que me esperavam.

Assim que avistei Daniel de longe, peguei Sam no colo, larguei minhas malas no chão e corri em direção a ele, jogando-me em seu colo e o abraçando forte.

— Okay… Eu não esperava por isso – Ele falou rindo, se equilibrando para não cair, abraçando-me também.

— Dá pra descer do colo do meu marido, garota? - Reconheci a voz de Sophia que se aproximava de nós, de braços cruzados.

— Escuta aqui, garota, estou na vida dele há mais tempo, okay? - Brinquei de volta, descendo do colo de Daniel.

E então nós duas começamos a rir compulsivamente e, nos abraçamos também.

— Senti falta de vocês – Falei afastando–me de Sophia. Por mais que eu me esforçasse não conseguia parar de sorrir.

— Claro que sentiu – Daniel falou, brincando com Sam e a roubando de mim.

— Saudades desse lugar – Praticamente gritei dessa vez, começando a rodar no meio daquele aeroporto, várias pessoas me encararam assustadas, mas eu não liguei.

— Nem acredito que você tá aqui mesmo – Sophia falou rindo, enquanto pulava junto comigo.

Devíamos estar parecendo duas retardadas.

— Vocês parecem duas retardadas – Daniel confirmou minha suspeita, apenas começamos a rir novamente – Vou buscar as malas que você fez o favor de jogar no chão – Daniel concluiu fazendo-me mostrar a língua para ele.

— Cuidado com a minha cachorra, okay? Ela não sabe lidar com idiotas ainda – gritei enquanto ele se afastava.

— Vamos embora amiga, deixe esse idiota aí pois temos uma feste para arrumar, afinal, você não é a única estrela que chega hoje! – Sophia falou já me puxando pelo braço.

Mal conseguia acreditar nisso, estou de fato aqui

de volta em casa.

"Há sempre uma crise. Talvez você deva considerar viver sua vida durante as mesmas. Caso contrário, você poderá perdê-la." (Killian - Once upon a time. )