A primeira coisa que Honey pensou quando acordou em sua vida de vampira não foi nada de especial ou digno de entrar para a história. Tudo o que ela conseguia pensar era que iria ter uma conversa séria com Bella Cullen, porque a morfina não havia ajudado em nada com a dor. Só havia a mantido presa dentro de seu corpo, sem conseguir gritar todos os xingamentos que queria.

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Quando ela disse isso para Carlisle, Honey achou que ela não seria a única a conversar com Bella.

Ela nem precisava dizer o quanto estava se sentindo forte e saudável, o quanto ela adorava todos aqueles sentidos aguçados e, principalmente, o quanto gostava de se sentir plenamente viva. Mesmo que tecnicamente ela estivesse morta. A dor em sua garganta incomodava, era verdade, mas a alegria de saber que iria viver era maior.

Ela já estava planejando todas as viagens que queria fazer, adicionando algumas. Assim que estivesse liberada pelo Dr. Carlisle, iria para a Índia para o Holi Festival das Cores.

Eles não deixaram que ela falasse com seus pais. Eles não estavam na casa, ela podia sentir. Também sentiu a falta de uma pessoinha que ela ainda não conhecia. Os Cullen disseram que seria melhor que ela se adaptasse primeiro. Emmett levou-a para a floresta e ensinou-a a caçar. Não havia nada na caçada que desagradasse Honey. Talvez suas roupas sujas, mas ela poderia conseguir outras.

Honey sentia como se estivesse esperando pelo momento em que seria vampira toda a sua vida.

Estava em forma novamente e ainda mais bonita do que era antes. Seus cabelos estavam curtos e ela decidiu deixa-los ao seu loiro natural.

Ela não perguntava pela menina que tinha dado à luz, mas ela estava sempre ali, na superfície de seus pensamentos. Queria falar com sua mãe e abraçar seu pai. Isso só foi permitido uma semana depois. Após encontrar com alguns humanos e não tentar ataca-los, o que surpreendeu bastante os Cullen, ela recebeu permissão para receber seus pais e – era estranho pensar daquela maneira – sua filha.

Ela abraçou sua mãe com a maior delicadeza que poderia ter, não respirando por via das dúvidas. Seu pai veio logo em seguida, abraçando-a com, ela acreditava, toda a força que ele tinha. O que não foi muito comparado com a força que ela tinha.

Emmett apareceu no canto de sua visão, carregando uma menina em seus braços. Ela era extremamente branca, vestida com um vestido violeta e sapatos pretos lustrosos. Suas bochechas eram rosadas como seus lábios. Haviam alguns cachos negros em sua cabeça e seus olhos azuis estavam fixados em Honey.

Ela abriu um sorriso, mostrando covinhas na bochecha como as de Emmett, sua boca era morbidamente cheia de dentes. Honey sabia que não iria encontrar um bebê recém nascido de uma semana, mas, mesmo assim, surpreendeu-se ao ver o bebê rechonchudo apoiando-se erguida.

A menina ergueu seus braços em sua direção, soltando uma risada rouca. Emmett sorria por cima da cabeça da menina. Ele colocou-a em seus braços e ela ouviu os vampiros prendendo a respiração. Ela ouvia o coração de passarinho da menina batendo em seus ouvidos, sentia o calor do sangue circulando em sua pele, mas não sentia vontade de bebê-lo. Ela não era a presa. Não era comida. Como diziam os Cullen, Honey era um pouco estranha.

Honey esperou por alguma coisa especial, um toque mágico como o de Renesmee ou uma sensação diferente como com Jasper, mas tudo o que a menina fez foi sorrir ainda mais. Ela colocou uma mão em seu rosto, mas nenhuma imagem apareceu em sua mente. Aquilo era apenas um carinho. Seus olhos estavam grudados nos azuis da menina, que passou seus bracinhos pelo pescoço de Honey e encostou sua cabeça em sua bochecha.

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Então era assim que sua mãe se sentia quando ela a abraçava?

- Ela tem nome? – Honey perguntou, sentindo-se ligeiramente estúpida.

- Eu dei um nome. – Disse Emmett. – Mas se você não gostar, nós podemos trocar.

- Eu não tinha nenhum em mente mesmo. Qual é?

- Lily. – Foi sua mãe quem respondeu.

Honey assentiu. Combinava, ela era delicada como uma flor.

- Bem, Lily. – Ela disse e a menina olhou para ela reconhecendo seu nome. – Você vai ter que me explicar o que aconteceu. Eu segurei você por um mês inteiro na barriga e quando você nasce não se parecesse nem um pouquinho comigo.

Seus pais riram, ela escutou alguns vampiros rindo, mas o único riso que a importou foi o de Lily.

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Honey acompanhava Lily brincando no colo de sua mãe. Hoje ela estava vestida em um vestido vermelho sangue, outro sapato preto lustroso, mas aquele era de outra marca. Honey soltou um suspiro. Aquela menina tinha roupas melhores que ela. Na verdade, Honey poderia muito bem vestir as versões adultas daquelas roupas.

- Tudo patrocinado e ditado com extrema meticulosidade por Alice Cullen.

Era a voz de Edward que vinha da sala, ele tinha um livro nas mãos, mas parecia que a história mais interessante era aquela que se passava na cabeça de Honey. Alice, que estava do outro lado do sofá, sorriu de orelha a orelha. Sua cabeça cheia de cabelos espetados foi ligeiramente para baixo, quase como uma pequena reverência.

- De nada. – Ela disse.

Edward sorriu, os olhos ainda no livro.

Honey olhou para as roupas que vestia e disse, mais para si mesma:

- Eu não me oporia se você quisesse me vestir.

Os olhos de Edward levantaram-se do livro e foram direto para Alice. A vampira baixinha tinha os olhos brilhando e demorou quase um segundo inteiro para perguntar meio abobada:

- Sério?

- Pode apostar.

Alice sorriu e levantou-se em um pulo, um salto gracioso na verdade. Ela caminhou até onde Honey estava e colocou uma mão em seu ombro, olhando em seus olhos. Ela tinha um sorriso nos lábios e um brilho quase infantil nos olhos.

- Nós vamos nos divertir, Honey. – Ela pronunciou antes de sumir escadas a cima.

Honey olhou para Edward.

- Não se preocupe. – Ele disse. – Você vai ter tempo de se arrepender depois.

Honey sorriu. Tempo. Ela tinha muito tempo agora. Tempo de sobra.