Waves Of Time
Chapter II
– Não quero gritos e nem movimentos suspeitos - falou o mais alto vindo em nossa direção. - quero que os quatro sentem naquele canto e me deem os celulares ou qualquer outra coisa que tenham no bolso.
Kath começou a chorar desesperadamente abraçando Charlotte que tinha uma feição aterrorizada no rosto. Eu tava com o cu na mão e Brian parecia ser o mais calmo ali pois puxou as duas lá pra trás e me chamou com o olhar, sem tirar o olho do homem de preto que mantinha a arma apontado para mim fui dando passos lentos até a parte de trás. Tratei rapidamente de apoiar minhas costas em um dos caixas e deslizar rapidamente até o chão, Charlotte que estava do meu lado rapidamente agarrou meu braço. Senti uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo me deixando arrepiado, ela deve ter percebido isso pois afrouxou um pouco seus braços dos meus.
– Isso, agora me deem os celulares, rápido. - Tateei meu bolso rapidamente tirando o aparelho de lá e o jogando no chão em minha frente, olhei para o lado e vi todos fazerem o mesmo, menos Charlotte.
– Cadê seu celular garota? - eu gelei quando ele terminou de falar isso apontando a arma para a cabeça dela.
– N-não tá comigo, eu deixei em casa.
– Daria muito trabalho te revistar agora, então eu espero que não vocês não esteja mentindo. - Ele pegou todos os celulares e girou o corpo voltando para perto do colega.
– Tá comigo. - ela sussurrou olhando diretamente para mim. - meu celular.
– Você é louca, dá isso pra ele. - falei no mesmo tom intercalando o olhar para ela e os dois caras.
– Não, é nossa única chance.
– Mas você não vai fazer isso, me da o celular que eu ligo.
– Calem a boca vocês dois - falou o outro, praticamente do mesmo tamanho que o colega, somente um pouco mais gordo.
Não vou mentir que os soluços de Kath estavam me deixando em pânico, Brian tentava acalma-lá enquanto Charlotte acariciava sua mão delicamente.
– Não vou deixar você fazer isso - ela falou me olhando. - é mais provável eles te matarem do que me matarem.
– Sou homem e não vou deixar você se arriscar assim, então me dá esse negócio.
– Me poupe você e seu machismo, eu faço o que eu quiser. - ela bufou virando para o outro lado.
– Tá, mas se for fazer alguma coisa faz logo, aproveita que eles estão de costas.
– O que vocês tanto cochixam? - Brian sussurrou olhando para nós.
– Não interessa, depois você descobre.
Ela mecheu cuidadosamente no seu bolso e tirou o aparelho o colocando atrás de seu corpo, voltou a posição normal pois os dois se voltaram a nós.
– O que pretendemos fazer vai demorar um pouquinho, então eu quero que fiquem calados e não tentem nada, se não a coisa vai ficar séria. - falou o maior voltando a mecher na porta que separava a sala dos caixas com a parte de dentro.
– Vai logo. - falei a cutucando.
– Calma caralho. - ela olhou para os dois caras e direcionou sua mão até a parte de trás de seu corpo agarrando o aparelho, ela o colocou do seu lado apertando rapidamente o número da polícia. Depois de alguns segundos pude ouvir uma voz vinda do aparelho, ela agaixou seu tronco para o tronco e pude ouvir ela falando algo como "Banco Central, Cande Ave". Suspirei aliviado em saber que logo a polícia viria e nos tiraria daqui, só torcia para que isso acontecesse logo.
O problema veio a seguir, Charlotte levantou e celular e por conta das suas mãos estarem tremendo ele caiu fazendo um barulho nao tão alto porém audível.
Eu não pensei nas consequências quando arranquei o celular da mão de Charlotte vendo em seguida os dois caras olharem em nossa direção e virem rapidamente para cima de nós. O mais gordo deles agarrou os cabelos de Charlotte a fazendo gritar de dor e a arrastando até o meio de banco, o outro praticamente pulou em cima de mim apontando para minha cabeça.
– VOCÊS LIGARAM PRA ALGUÉM? DE QUEM É ESSE CELULAR? - meu coração estava prestes a sair pela boca e minha cabeça começava a doer por conta da pressão que o cara fazia em minha cabeça com a arma.
– É meu celular - falei suspirando e fechando os olhos. Ele bufou revoltado e engatilhou a arma.
– PARA, NÃO! É MEU CELULAR, EU MENTI, EU TAVA COM ELE O TEMPO TODO, PELO AMOR DE DEUS NÃO ATIRA NELE! - olhei para Charlotte que gritava chorando.
Ele saiu rapidamente de cima de mim e eu suspirei aliviado passando as mãos pelos cabelos, fui tirado do meu alivio quando ouvi um forte estralo e olhei para o lado vendo Charlotte estirada no chão com a mão no rosto.
– Você é retardado, seu covarde! - Brian gritou enfurecido prestes a se levantar mas foi impedido por Kath que sussurrava algo para ele.
– OLHA BEM COMO VOCÊ FALA COMIGO GAROTO. - o maior deles se aproximou de Brian e chutando seu rosto contra o caixa logo em seguida. Kath deu um grito e junto com ele pude ouvir algumas sirenes juntamente com luzes vermelhas e azuis se aproximando. Brian levantou o rosto com o nariz sangrando e foi abraçado por Kath que chorava desesperadamente tentando a acalmar.
– Você sua vadia, devia dar um tiro nessa sua cabeça agora. - o maior, que parecia ser o manda-chuva falou a segurando pelos cabelos novamente e a puxando para cima.
Logo o pequeno quadrado já era invadido por luzes e sirenes de viaturas políciais.
– Isso vai ser divertido. - o menor sorriu e tirou Charlotte das mãos do maior a deixando de pé e andando até a porta do banco a fazendo de escudo com a arma apontada em sua cabeça. - vamos ver quanto vocês valem.
– Vocês estão cercados pelas duas entradas, se entreguem. - falava um polícial pelo mega fone do lado de fora.
– Eu tenho quatro reféns, não quero tiros ou eles que vão sofrer as consequências. - ele falou abrindo um pouco a porta de banco e mostrando que eles realmente tinham nós como reféns.
– Solte-os, vai ser melhor! Abaixe a arma e vamos conversar direito.
– Nada de conversas ou eu mato um por um aqui! - ele fechou a porta e foi para o fundo jogando Charlotte praticamente na minha frente. Eu sem pensar me inclinei para frente a ajudando e a trazendo para o meu lado.
– Obrigada - ela falou com um pequeno sorriso e pude notar o lado direito do seu rosto completamente vermelho. Eu somente sorri e peguei em sua mão.
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