Na mesma noite

Tales se botou de pé, limpou o rosto, colocou a espada nas costas, e decidiu sair. Precisa arejar a mente e confrontar sua realidade. Vagou pelas ruas desertas da cidade, revivendo alguns momentos de outrora, buscava apoio em seu passado.

A noite estava tranquila, alguns carros passavam hora ou outra, a brisa gélida batia levemente na face do rapaz desolado. Era um misto de problemas, ele entendia, aceitava, porém, sofria, além disso, a mudança grotesca que a cidade sofrera o afetava. Ruas alegres se tornaram silenciosas, comércios fechando mais cedo, até a bandidagem desapareceu. Ele sentia como se o medo estivesse sufocando as pessoas, não era difícil reconhecer a insegurança que cada um dos poucos passantes detinha em si.

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"Chorar não vai te ajudar. " Pensou ele ou será que se lembrou?

Existiam muitos cartazes de desaparecido nas paredes e postes, alguns rostos James, desconhecia, mas outros, teve a impressão de reconhecer, ficou tentando puxar da memória, sem muito sucesso. Já fazia tanto tempo, mais de trinta anos, tantas pessoas e tantas histórias, apagadas. Será que ele terminaria assim?

— Você pode fazer isso, chorar faz parte, mas só isso não basta, você quer conseguir respeito? Quer ser considerado? Amado? Então não choramingue, limpe o rosto, se levante e continue, lute pelo que acredita, lute pelo que deseja. Não vai ser fácil, nada é. Você vai tombar muitas vezes e talvez até tirem algo de você... Não se pode vencer em tudo ou ter tudo.

— Mas se desistir de tudo, então só estará mostrando a todos que eles tinham razão. E você não quer isso, você quer provar seu valor e só batalhando e continuar acreditando, vai obter o verdadeiro valor.

— Você não vai entender isso agora, talvez nem amanhã ou nas semanas que estão por vir, mas um dia, você vai entender o que é o verdadeiro valor.

— Como a senhora sabe que vou conseguir?

— Eu te criei seu bocozinho, você é esforçado, além de ser mais teimoso que uma mula. — Ambos riem juntos — Conheço você, sei que vai despontar e vai tomar as melhores escolhas. Acredito em você meu filho.

******

Avançando por mais uma rua, encontrou um homem colocando um cartaz, ele já era idoso, e pela foto do cartaz devia ser a sua neta, uma adolescente. Deveria ter entre 14 a 17 anos. Ele se demonstrava cansado, devia ter feito isso o dia todo. A noite estava fria, não havia policiamento nem nada. Aquele homem estava se arriscando por amor. Tales o fitou, enquanto indagou amavelmente:

— A quanto tempo ela sumiu?

O idoso se virou surpreso, fitou o estranho, respondendo com voz rouca:

— Ontem à noite.

Tales ficou quieto, a raiva tomava conta de seu corpo, e pequenos nuances negros pareceram surgir sobre ele, a razão não era apenas o sofrimento do idoso, mas olhando mais perto da fotografia, ele reconheceu aquela adolescente: Costumava visitá-lo na biblioteca da escola, ela lia bastante, era estudiosa e sabia lutar. Amanda... você nunca me olhou com os olhos da maioria, sempre foi gentil... Pensou ele enquanto visualizava sorrindo em sua mente e com um livro em mãos. Descanse em paz.

A raiva desapareceu, e ele olhou para o senhor dos cartazes, conhecia ele, era dono de um barzinho. Teve uma vida difícil e estava sofrendo muito.

— Posso ajudar o senhor?

******

Após andar pela cidade, Tales decidiu retomar o caminho de casa, já havia visto o bastante. Viu uma cidade povoada pelo medo, insegurança, o sentimento de impotência envolto nas pessoas. Uma polícia ineficaz, um governo que não serve e reconhece seu povo, um povo que não tem para onde ir.

Só restava uma saída.

— Você não tinha futuro, a maioria dizia isso, mas eu dizia: Que você tem um propósito, você vai fazer coisas boas. — disse a senhora para o garotinho magro. — Porque isso, está na sua natureza."

Residência de Rodrigo, 09:03

A cozinha como todo o resto da casa era suntuosa, tudo limpo e bem organizado, uma mesa vasta, com cerca de dez cadeiras, uma geladeira grande e com uma pequena repartição. Mais a frente ficava a cozinha e a pia, onde eram preparados os alimentos, o piso era preto e fazia um barulho irritante, o teto branco não detinha qualquer teia de aranha.

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James terminara de beber seu café, tinha tomado banho, vestia uma camisa azul, uma calça jeans, e um par de tênis pretos.

— Por onde andou ontem? — indagou Rodrigo acompanhado de Karen — Ficamos preocupados. — disse ele reprovador.

— Fui tomar um gole de realidade. — disse James depreciativo — E a realidade dessa cidade, é pior do que eu imaginava.

— Você está aqui para voltar a essa realidade Tales. Não para...

— Fazer algo que preste? Rod, essa cidade está mergulhada no medo faz quase ano, a polícia é ineficaz, o governo não reconhece a situação e eles não tem para onde ir. Não posso fazer nada, porque não fui atingido no processo? Ou será que fui? Será que posso ser?

Rodrigo ia protestar, mas Tales lhe fez uma pergunta, que o deixou paralisado, ele sabia onde ele queria chegar:

— Minha irmã está na cidade, não está?

— Sim — confirmou Rodrigo, não sabendo qual seria a reação de Tales. – Ela está aproveitando as férias para conhecer a família do namorado. Foram meses difíceis para ela.

— Ela cresceu. — murmurou James se virando de costas havia orgulho e melancolia em sua voz.

— Vou resolver isso Rod, você querendo ou não. — disse James se virando para Rodrigo e Sirehen — Se quiser pode contar a todo mundo que estou vivo, mas não vai me impedir de lutar por quem eu amo, mesmo que eles me odeiem por isso.

— Certo, não vou te dedurar, mas quero que ao menos tente voltar.

— É isso que estou tentando fazer. — disse ele se afastando.

— Para onde você vai? — indagou Karen o acompanhando.

— Não precisa vir junto baixinha.

— Eu vou.

— Certo, mas não reclame se não gostar do lugar.

Igreja Matriz de Itaberá, 10:12

Karen esperava sentada para fora. Tales estava dentro. Ajoelhado diante do santíssimo, orando como sempre fez. Não pedia por si, mas por outros que realmente precisavam. Lutar contra inimigos é fácil, confrontar nossas escolhas é algo difícil, ainda mais quando elas envolvem fantasmas do passado.

— Faz tempo que não o vejo. — disse uma voz na escadaria.

Tales fez o sinal da cruz e se levantou dizendo:

— Eu tive que ir para longe.

— Testemunhei sua jornada filho, você cometeu faltas graves. — disse o Padre Eduardo. Um homem já bastante idoso, com vestes brancas, cabelos grisalhos, óculos marrons, mas que apesar de tudo demonstrava sua autoridade e sua humildade.

— Eu sei padre. — disse ele virando — Não mereço o perdão, mas não estou aqui por mim. O senhor é uma das poucas pessoas que conhece a minha história, meus piores erros, gostaria que me falasse a respeito dos desaparecimentos.

— Que fim dará ao autor desses atos?

— Um bem dolorido, não finalizo sem uma razão muito forte, no mais ele vai ficar em um hospital pelo resto da existência, isso se ele for apenas um.

— Quantas pessoas você ceifou desde que saiu daqui? Em que condições?

— Mais de Seis... Santana, foi por um misto de vingança e para impedir que outras vidas se perdessem, Três motoqueiros tentaram eliminar três pessoas, das quais uma, eu não pude salvar... Paulo, teria matado eu e uma família inteira, e Soares e seus capangas teria finalizado com um rapaz e outros reféns. Mesmo assim é imperdoável, não é?

Anos atrás

Eles estavam em ônibus, que seguia para uma romaria em Aparecida, Tales dormia, sua avó, se mantinha semiconsciente ao seu lado. Uma mulher comentou:

— Padre, o senhor não acha esse garoto estranho?

— Não. — disse ele olhando para o adormecido — Ele é especial.

******

— Isso vem ocorrendo faz muito tempo, talvez antes mesmo de você ter ido, bem soturnamente e quando percebemos já era tarde. Não posso te dar um número exato, mas são mais de cinquenta, em geral garotas, crianças e raramente rapazes, não há pistas e raramente há corpos.

— Entendo. Senhor, posso lhe pedir um conselho?

— Sim, filho.

— Minha irmã está na cidade, o senhor acha que posso vê-la? — O padre pensou fechando os olhos, em seguida indagou compassivo:

— Você quer vê-la? Siga seu coração, porque apesar de tudo, ele ainda é especial.

Enquanto James deixava a igreja o padre o fitava e reflexivo: Você ainda é bom, eu vejo luz em você, mesmo que não acredite nisso.

Mais tarde, 15:39 Residência de Rodrigo, Porão

Ao contrário de muitos porões que costumam ser escuros e que guardam objetos inúteis, o de Rodrigo era bem iluminado, lá era seu lugar de treino. Havia maquinário para levantamento de peso, sacos de areia e todo o chão ou quase todo, era forrado com um material confortável.

Tales socava o saco de areia freneticamente. Uma sequência de jabs de direita e de esquerda, em ritmo acelerado e continuo.

— Você está diferente. — disse Karen, enquanto descia as escadas, percebia uma atmosfera diferente em seu amigo — Está tudo bem?

— Estou melhor sim. — respondeu ele se virando para ela. — Me desculpe por te deixar para escanteio ontem à noite, mas hoje não farei isso, você vai vir junto.

— Para? — indagou Rodrigo descendo as escadas, vestindo roupas leves, provavelmente de treinamento.

— Ver minha irmã.

— Você não está pensando em? — sugeriu Karen.

— Ver não é a mesma coisa de se revelar. — disse ele seriamente — Quero apenas ver como ela está. — Logo depois convidou Rodrigo:

— Rod, o que acha de lutarmos um pouco? Você não tem um porão com essas coisas sem motivo.

— Você me pegou. — disse ele rindo — A verdade é que para nós ficar sem lutar é uma tortura, precisamos de emoção, mas você sabe que vai perder, não é?

— Isso veremos na luta. — disse Tales confiante, Rodrigo sorriu esperava por aquilo. Os dois ficaram frente a frente, se curvaram e ficaram em posição de combate.

Tales fez uma sequência rápida de socos e chutes no ar, se mostrava confiante, estava afiado, mas Rodrigo não estava atrás, seus movimentos eram ligeiramente mais rápidos que os do adversário.

Rod fez um gesto provocativo para ele, que sem pestanejar avançou com um salto, Rodrigo desviou, e acertou ás costas de Tales com uma cotovelada, mandando de encontro com a parede, se esborrachando nela.

— Porra Tales! Como é que pode deixar ele te atingir dessa forma? — indagou Karen indignada.

— Vai Rodrigo! — gritou Sirehen, que tinha acabado de descer.

— Você está enferrujado Tales. — disse Rodrigo — Que eu me lembre, você lutava melhor em Ocultgard.

— Excelente. — disse Tales se desgrudando da parede — Você não é um Gohan da vida, andou treinando, não é?

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— Eu tenho muitos sonhos, mas a prioridade é proteger aqueles que amo. — disse Rodrigo com tom reprovador. Ele sentiu uma leve indireta e ficou em frente ao seu oponente.

Avançando em fúria com um cruzado de direita, mas Rodrigo o bloqueou e agarrando seu braço, o imobilizou, fazendo o braço ir para suas costas, e o prendendo em um mata-leão, mas seu oponente, lhe aplicou um chute no meio das pernas, se desvencilhando e aplicando um soco (com a costa da mão) de seu estômago, seguida por um gancho de esquerda em seu rosto, um golpe no ventre e um gancho no rosto, afastando Rodrigo e dando tempo e espaço, para que Tales com um giro aplicasse um chute potente no peito do oponente, o levando ao chão.

— Eles só estão aquecendo. — comentou Sirehen com um sorriso no rosto.

— Já viu eles lutarem antes?

— Já, mas da última vez que lutaram Sebasty... digo Tales foi o vencedor, não com muita facilidade.

Rodrigo se colocou de pé, e avançou como um touro para cima de Tales, que bloqueou o gancho de direita e o de esquerda com os braços, fazendo o mesmo com o chute frontal, mas não podendo fazer o mesmo com a cabeçada de Rodrigo, que deixou-o cambaleando.

Recebeu um soco no peito, seguida por cruzado no rosto, uma rasteira e por uma pisada no meio do peito.

— Não acredito nisso... — gritou Karen esquentada — Pare de ser frouxo Tales!

Tales se aproveitou do relaxamento de Rodrigo, e com as duas mãos puxou a perna que estava em cima de seu peito para frente do seu rosto, jogando-a para cima, enquanto, virava para o lado, e com um salto para trás se recompunha.

Os dois avançaram e mediram forças, Tales logo foi sendo empurrado para trás aos poucos.

— Eu te disse Tales, sou mais forte que você. — Enquanto este ia cada vez mais para trás, contudo ouve um ínfimo momento que Rodrigo sentiu algo, mas foi tão rápido que quase passou despercebido.

— Acho que já terminamos — disse Rodrigo, soltando Tales que estava contra a parede.

— O que? Com medo de perder? Frango!

— Me lembrei que tenho um compromisso. — disse Rodrigo — Você está melhor, talvez se tivesse usado seu poder, teríamos chegado a um empate.

Após a retirada de Tales e Karen, Rodrigo comentou com Sirehen:

— Tem algo muito estranho com ele, por um momento... nossas forças se igualaram.

******

— Tem certeza disso Tales? — indagou seu amigo.

— Não é nada demais. — respondeu Tales — Vou apenas dar uma olhada.

— E se ela te reconhecer como a Renata fez?

— Eu tenho mil desculpas comigo. — brincou ele, embora que no fim demonstrasse certa tristeza e voltando mais uma vez para seu quarto, onde pegou sua mochila (com a espada e duas pistolas automáticas dentro, juntamente com um pano azul escuro e outro vermelho. Antes de sair fitou sua bússola fechada, em cima do raque. Aquilo ia ser difícil).

21:08

A noite estava fria e uma garota caminhava pelas ruas desertas de Itaberá, algumas luzes piscavam. Atrás dela a uma distância considerável iam Tales e Karen. Seus longos cabelos castanhos balançavam ao andar, sua camisa branca refletia nas janelas das casas pela qual passava, estava ansiosa e talvez angustiada por estar andando sozinha. Carregava uma sacolinha branca, tinha ido ao mercado.

— Ela lembra bem raramente você.

— Sempre houve uma diferença muito grande entre nós dois, apesar de ser mais nova, aprendeu a ler e a escrever mais cedo que eu, nem é preciso dizer que a grafia dela era melhor que a minha.

— Era? — indagou Karen, a verdade é que quanto mais ela o conhecia, mais ficava surpresa.

— Eu era lotado de problemas Karen, usava óculos, pisava torto, era um magrelo com pouca saúde. Querendo ou não, o que ele comigo corrigiu tudo isso.

— O clássico Nerd. — riu ela.

— Sim, sempre tive curiosidade sobre alguns assuntos, mas não quer dizer que minhas notas fossem as melhores. Eram bem medianas, mas mudamos e melhoramos ou não, depende de nós, mas as vezes precisamos daquele empurrãozinho.

— Qual foi o seu? Amor? — indagou Karen curiosa.

— É complicado. Mas pode se dizer que sim. — disse ele de forma melancólica. Um que partiu a muito tempo... Pensou ele.

A moça a sua frente encontrou um rapaz, talvez seu namorado, e ambos seguiram conversando. Tales parecia não gostar muito disso, mas estava conformado. Fez suas escolhas e ela não era mais criança.

O rapaz a alisava enquanto caminhavam, ele era moreno e tinha uma estatura mediana, magro, porém bem trajado.

— Quer falar com ela? — indagou Karen — Você está se remoendo por dentro. Se revele, você não precisa ocultar quem é, eles vão te entender, você não vai virar um monstro. — Ela apertou sua mão, com toda a sinceridade e solidariedade que poderia expressar.

Foi então que quatro vultos surgiram virando a esquina, dando de encontro com o apaixonado casal. O mais velho, trajava uma calça, preta com um casaco marrom, era moreno, de físico considerável, cabelos castanhos. O segundo devia estar lá pelos vinte, era branco, de cabelos negros no estilo emo, magro, com uma cicatriz pequena no rosto, possuía um chapéu, blusa preta, calças brancas e uma camisa roxa por baixo.

A mulher mais velha e provavelmente mãe do segundo, possuía as mesmas características do filho, exceto é claro pelo cabelo trançado, óculos e um colar dourado em torno do pescoço, bem como a blusa marrom e as calças pretas.

E a última, era morena, de cabelos castanhos, vestia uma camisa vermelha, com uma jaqueta jeans e uma saia azul. Mas havia algo que todos tinham em comum, algo que assustava Tales: Olhos vermelhos.

Dizem que os olhos são as janelas da alma, esse pensamento, não está totalmente errado, mas os olhos não são as janelas da alma, são as portas, e essas portas exigiam algo, algo rubro como a rosa, mas que uma vez esvaído se torna outra rosa. Uma pálida rosa branca.

O sangue de Tales gelava cada vez mais, a presença daquelas pessoas o deixava desnorteado, a verdade é que um caçador reconhece o outro, a aura deles interferia na sua, a aura deles tinha cheiro de morte. Então colocou a máscara e a bainha nas costas e as pistolas na calça, enquanto o fazia, Karen indagou:

— Porque está fazendo isso?

— Um pressentimento. — disse ele, lhe estendendo o pano vermelho, em seguida indo em direção ao casal assustado, que dava passos para trás. — Tenho uma percepção muito boa, você sabe...

— Não tenham medo, meus caros. — disse a mulher dirigindo se a ambos com calma, não vamos lhes fazer mal. — Os dois ficaram petrificados.

— De alguma forma, duvido disso. — disse o rapaz mascarado, que chegou para junto do casal, despertando-os do que quer que tinha envolvido os dois.

— Um vigilante? — disse o mais velho. — Que surpresa auspiciosa.

— Não parece grande coisa. — comentou o rapaz, mas isso foi até o Soldado desembainhar a espada cheia de runas.

— Corram. — disse ele ao casal, a moça demonstrou certa perturbação a escutar sua voz, mas ambos se foram.

— Eu pego eles. — disse o rapaz, mas Karen se interpôs.

— Vocês não sabem o quanto estão ferrados. — disse ela.

— Vai fazer o que criança? Nos prender? Trinta anos não são nada para nós.

— Então o inferno deve servir. — disse Tales sinistramente decidido.

— Você não pensa em matá-los, pensa? — indagou Karen telepaticamente — E toda aquele papo de não faço mais isso?

— Você não está entendendo Karen, eles não são o que parecem, há algo de errado com eles, há cheiro de morte neles, não sei se vou poder deixá-los inconscientes, o que eu sei é que: Vidas se foram nesse jogo, vidas estão em jogo e não vou falhar.