Acordei com uma dor de cabeça horrível, estava sem o meu vestido, só com um moletom do Rô, ultima coisa que lembrava era eu ser jogada na piscina e está brindando minha ida. Rodrigo ainda estava com a mesma roupa de ontem, só que sem a blusa, me levantei com calma para não acorda-lo e entrei no banheiro para tomar banho – nem me preocupei com roupa, sempre tenho roupa aqui – Tomei um longo banho, lavei o cabelo – eu realmente estava precisando – sai do banho ainda de toalha, quando o Rô começou a acordar e falou

– Já acordada? – Ele falou com a voz sonolenta

– Sim, eu precisava de um bom banho - falei pegando a roupa e voltando para o banho me vestir – precisava tirar aquelas roupas, eu estava o caos.

– Nada disso, você está sempre linda. Mas deveria ter me esperado para tomar banho – ele flou com um sorriso malicioso.

– Rodrigo, se aquiete – falei meio indignada.

Demorei um pouco no banheiro, terminei de me vestir e fui escovar meus dentes, da um jeito no meu cabelo e ficar linda. Quando terminei me olhe no espelho estava do jeitinho que gostava. Meu cabelo solto bem penteado, uma camiseta branca e um short curto jeans básico, estava descalça, pois meu sapato ainda estava perdido pelo meio da casa.

Sai do banheiro e o Rodrigo tinha voltado a dormir, ele era tão lindo, com seus cabelos bagunçados, fiquei ali em pé admirando-o e pensando o quanto ia sentir sua falta, quando as lagrimas arriscaram cair, apenas pisquei os olhos e fui atrás de comer algo, estava morta de fome. Sai do quarto, a casa estava uma zona, tinha sobrado tudo para a dona Maria limpar.

–Bom dia Srta. Campbeu. Sr. Foster ainda dorme? – Maria é a faxineira de anos do Rô.

–Sim e não espere ele acordar tão cedo, digamos que fomos dormir ás 6 horas da manhã, então ele só dormiu 5 horas, e você sabe como ele fica quando dorme pouco. – falei rindo baixinho – Ah! Maria pode fazer um cappuccino agora para mim, bem forte de preferência e, por favor, sirva-me lá em cima, estarei no deck – terminei de falar e subi as escadas, sentei na beira da piscina em cima de uma toalha e fiquei contemplando o mar e contemplando imaginas como seria minha vida em Ipanema, sem o romantismo do Rô, sem os conselhos da Ana, sem as neuras da mamis, e as preocupações do papis. Sem nem me perceber eu tinha começado a chorar. –porque estou chorando, eu nunca choro, não vai ser agora que vou chorar- em meio ao silencio eu ouvi alguém subindo as escadas, devia ser Maria com meu café da manha.

–Deixe ai em cima da mesa – falei com um tom autoritário para ter certeza que ela não iria até mim.

–De manhã cedo já tão mandona –Rodrigo falou brincalhão –Porque aqui sozinha?

–Ah! Rodrigo não havia ninguém acordado, vim aproveitar meus últimos momentos em Fortaleza com essa vista – falei engolindo as lagrimas em seco.

– Serena, meu bem... – Eu o interrompi rapidamente, não estava afim de ouvir ele terminar aquela frase.

– Nem comece com “”Serena, meu bem”. Você pode pelo menos uma vez apenas sentar do meu lado e não me contrariar? – Então ele permaneceu calado, apenas passou seus braços por meu ombro e me trazendo para seu peito e ali ficamos até que Maria apareceu e falou

– Srta. Campbeu perdoe lhe contrariar, mas seu café terá de ser lá embaixo – Já ia começar a sustar e perguntar quem teria mandado, mas Rodrigo falou antes.

– Obrigada Maria, já estamos descendo.

Depois de muita discussão interna por ser contrariada me levantei e descemos. Assim que chegamos ao andar de baixo logo vi uma linda mesa de café da manhã posta e Ana vinda em minha direção.

– Fiu-fiu, amei esse shortinho – Não pude deixar de comentar sobre a roupa dela. Certeza que foi Rodrigo que tinha emprestado uma de minhas roupas a ele. Ana estava com meu short branco bem curto( coisa que ela odeia) e uma blusa rosa um pouco decotada demais para seu gosto.

–Cala a boca Lena - Ela falou rindo

– Só cuidado Para o Kol não ressecar de tanto babar – Apenas sai rindo para a mesa de café.

Quando já era umas 14 horas meus pais ligaram.

– Oi pai!

“Oi Serena, tentei deixar você curtir seus amigos ao Maximo, mas já está na hora de ir, como é, eu vou te pegar?”

– Não Sr. Campbeu. Eu faço questão de leva-la – Rodrigo simplesmente tomou o celular da minha mão para falar com meu pai.

“Sem problemas, espero que tenham tido juízo, senão eu...” – A ligação caiu antes de o meu pai terminar a frase, meu confiava no Rodrigo, acho que era Rodrigo que tinha seus medos quanto ao meu pai.

Estávamos saindo de casa quando meu salto prendeu em um buraco e quebrou.

– Ai meu Deus, tudo que eu precisava – falei ficando descalça.

– Serena compraremos uma havaianas no caminho, mas vamos logo.

– Havaianas? Você jura que eu vou chegar ao aeroporto igual a uma mendiga? – respondi com ignorância, eu odiava HAVAIANAS.

Serena eu tenho uma botinha no carro do Kol, quer? – ela falou apontando para o carro do tal.

– Diana você está louca? Não vou viajar de bota, quero um salto.

Nós compramos um, mas vamos antes que seu pai me... _ ele só entrou no carro sem terminar a frase.

Passamos a ida para o aeroporto conversando, até que Rodrigo parou em uma loja de sapatos. Quando fui descer Rodrigo não deixou.

–Não, não. Você fica no carro – Ele apenas fechou minha porta e Ana e Kol só ficaram rindo.

– Diana vai lá, por favor. Eu quero um salto cor de pele, não muito alto e bem confortável.

Eles demoraram um pouco, Ana veio com a sacola na mão, quando abri era uma rasteirinha branca, bem básica. Não reclamei, sabia que tinha sido ideia do Rodrigo, pois ele odiava quando eu usava short e salto.

Já estava atrasada para o aeroporto, papis já estava ligando quando chegamos. Apenas fui até ele fiz o check-in e corri para o banheiro levando minha mala junto.

Não quis contrariar o Rodrigo, mas eu me negaria a pisar em solos cariocas de rasteira.

Quando cheguei ao banheiro peguei minha bolsa bege dentro da mala e tirei as roupas de viagem de dentro dela, me vesti bem rápido, soltei meu cabelo que estava em coque.

Eu estava com um vestido de renda salmão uns quatro dedos acima do joelho com um cinto vermelho em minha cintura e um salto dourado. Aquela roupa me deixava com uma aparência mais seria. Não demorei muito. Sai do banheiro e Rodrigo estava sentado a alguns metros. Cheguei perto e percebi que ele estava distraído com o celular – Era uma foto nossa, do nosso primeiro encontro (lembro bem desse dia, ele me levou para o parque, me fez ficar descalça, era engraçado com ele me motivação a fazer coisas loucas que eu nunca tinha feito)- era impossível não querer chorar, eu apenas iria sentir muita saudade, e acabei deixando escapar uma lagrima e foi bem na hora em que ele virou.

– Lena? Isso é uma lagrima? – Ele deu um pulo e se levantou - você está bem?

Eu não conseguia falar, as lagrimas tinham me tomado as palavras, não entendia que sentimentos eram aqueles dentro de mim, apenas queria chorar, me sentia mais aliviada, mas havia uma diferença nesse sentimento de alivio. Era um alivio que me deixava de coração partido.

Nunca chorava na frente de ninguém, eu não me permitia, pois me sentia vulnerável as magoas. Sempre fui uma pessoa implacável. Mas naquele momento não me importei, apenas queria está ali em seus braços, não queria partir, mas precisava, me doía deixa-lo, passei meus últimos 7 meses tão apegada a ele. Tinha receio do futuro, sempre tive o controle, mas naquele momento eu não tinha controle das minhas próprias lagrimas imagine da situação em geral. Ele apenas ficou ali me abraçando. Mas após um tempo ele quebrou o silencio.

– Eu sei, também vou sentir saudades – ele falou lendo minha mente. – Mas, por favor, apenas pare de chorar, é desesperador, nunca havia te visto chorar tanto, não sei como agir e você sabe disso. Mas saiba que não importa quanto tempo de distancia a entre nós, nada, mas nada mesmo vai mudar - aquelas palavras me motivaram a parar de chorar e eu apenas o beijei, aproveitei nosso ultimo momento a sós antes da minha partida, e o beijei. Era um beijo quente, eu coloquei meus braços em volta de seu pescoço e ele segurou minha cintura. Ai como sentiria saudade daqueles beijos. Após um tempo ele interrompeu nosso beijo e falou baixinho no meu ouvido:

– Não se preocupe, logo, logo irei te visitar e seremos só nós dois em Ipanema.

Depois de um tempo eu parei de chorar, limpei minhas lagrimas e estava firme e forte, foi quando todos se aproximaram.