Vou Fazer Você Feliz

Irei te deixar

Ah! Onde se meteram? – Kagome tinha andado por todo vilarejo cinco vezes, e pensou que talvez eles pudessem estar fora do vilarejo, andando procurando algum youkai para lutar, como sempre fazem para passar o tempo. Inu Yasha? Shippou! Onde vocês estão? – caminhou até chegar perto de uma enorme arvore que dava para ser vista do vilarejo, e sentou-se em sua base. Inu Yasha idiota... já deveríamos estar viajando... – Para que tanta pressa? Quer tanto me acompanhar? – Sesshoumaru, que susto! – Kagome levantou em um pulo já com seu arco e flechas preparados. Isso mesmo sacerdotisa, jamais baixe a guarda... – Sesshoumaru pulou de cima da arvore e parou na frente de Kagome. É louco? Poderia ter te matado! – Não seja tão presunçosa, mas de certa forma devo estar meio louco... – Sesshoumaru puxou Kagome pela cintura e deu um beijo suave em seus lábios. Sessh... – Mas se eu estou louco, você também está... presos nesse novo laço... – Por que eu? – Kagome olhou diretamente nos olhos de Sesshoumaru e achou ter visto seus olhos brilharem um pouco. Você é humana, isso sempre foi motivo para mim te desprezar, porem agora é isso que me prende em você, sua pele tão frágil, tão bela, e ao mesmo tempo sua força que supera qualquer humano que já passou em minha frente! Sua coragem, sua persistência e sua maneira de ser e de controlar tudo a sua volta... – Nossa... Sesshoumaru... acho que exagerou um pouco... – Não, sem exageros, foi só a verdade, você não vê? – O que? – O seu poder de controlar tudo tem efeitos até em mim... – Sesshoumaru puxou Kagome mais perto e deu um beijo carinhoso, que foi se aprofundando. Kagome amava Sesshoumaru, e só agora percebeu o quanto esse amor era intenso, mas o beijo foi bruscamente interrompido e Sesshoumaru rapidamente desapareceu. Kagome! Kagome! – Inu Yasha correu pelos arbustos até poder apertar Kagome em seu corpo. I... Inu Yasha... o que você esta fazendo? Ai! Me solta! – Kagome se desvencilhou dos braços do hanyou e o encarou mal humorada. Kagome, Kagome me diz onde ele foi Kagome! – Inu Yasha tinha um tom de desespero em sua voz e estava mais agitado do que de costume. Ele quem idiota? – O Sesshoumaru! – Ah... Sesshoumaru? Você tem certeza? – Kagome começou a suar frio. Sim! O cheiro dele está em toda sua volta! E esta até em você, no seu cabelo... – Inu Yasha prensou Kagome na arvore e cheirou profundamente o pescoço da miko. Sai Inu Yasha, você esta ficando louco, sente o cheiro do Sesshoumaru em todo o lugar, ele deve ter ficado encostado nessa arvore, daí eu também me encostei e o cheiro ficou em mim! – É... é! Deve ser isso! – Inu Yasha logo voltou ao normal e logo estavam os três caminhando para o vilarejo da vovó Kaede. “Sesshoumaru me ama... ele já tentou me matar... e agora me ama... será?” – Kagome estava sonhando com os olhos abertos que não escutou Shippou reclamando. Kagome, reponde, Kagome! Eu to com fome Kagome... – Shippou estava puxando os cabelos da miko, e depois de arrancar alguns fios ela percebeu. Ah, Shippou, me desculpe, estava pensando na minha família... hehehe, só isso, bem o que quer? – Fome, meu estomago ronca! – Shippou estava apontava para a sua barriga. Olha, eu peguei mantimentos no vilarejo! Venha, irei lavar esses vegetais. – Kagome tirou da mochila uma garrafinha com água do poço do vilarejo e começou a limpar alguns vegetais. Inu Yasha, vou fazer uma fogueira, poderia arrumar carne? – Keh! Não era você que estava com pressa? – Não adianta nada ficar com fome, iria atrasar mais ainda! – Ta bom bruxa! – Inu Yasha saiu correndo, mas antes de sair do campo de visão de Kagome... OSWARI! – Kagome gritou bem alto, e Inu Yasha afundou o chão com a força do oswari. Algum tempo passou e Inu Yasha voltou com um boi bem grande, assaram e comeram, foi uma refeição deliciosa, Shippou cochilou no colo de Kagome, mas Inu Yasha estava pensativo. Está pensando na Kikyou né Inu Yasha? – Inu Yasha ergueu a cabeça e olhou para Kagome abobado. Não... você... – Eu? Eu o que? – Eu tava pensando em você, sabe, quando eu fui procurar comida, eu encontrei o Sesshoumaru, ele não notou de imediato, ele estava se banhando, mas eu só achei ele por que segui o seu cheiro, e acabei descobrindo que as vestes dele estavam impregnadas com seu cheiro, eu sentei e comecei a pensar, e daí ele notou que eu estava lá, mas ele nem ligou, fingiu que eu não estava... – Ah, meu cheiro? Ah... bem... deve ter sido daquela vez que ajudei ele... e bem, ele te ignorou por que está muito triste. – Kagome falou tropeçando nas palavras. Mas.., mas o cheiro não fica tanto tempo... – Não faz tanto tempo! – Inu Yasha notou que Kagome ficou nervosa, e se sentou ao seu lado. Você tem razão... Kagome, tem algo que te incomoda? – Inu Yasha, não fica tão perto... – Qual é o problema? Sempre dormia encostada em mim, por que você agora não quer nem ficar perto? – Por que eu tinha esperanças... – Kagome, pare, Kikyou já é passado... – Mas e se ela não te enganasse? Estariam juntos, e eu aqui presa nessa Era, agora sou a segunda opção não é? – Kagome levantou e começou a andar. Vamos Inu Yasha, quero chegar lá até amanha, iremos viajar de noite se preciso. Por que tanta pressa? Quando chegarmos lá você poderá ficar o tempo que quiser, como no ultimo filho que Miroku e Sangô tiveram, você passou meses ajudando a cuidar da criança e dando apoio para Sangô... – Tempo? Não acho... tenho coisas para tratar, e por sua culpa agora terei que reconstruir minha vida... é por isso que tenho pressa. – Kagome parou e olhou para os lados. É por ele... – Kagome sussurrou, mas sabia que Inu Yasha havia escutado. Ele? Quem? Por quem você tem pressa? – Inu Yasha correu para o lado de Kagome e a segurou pelo braço, fazendo ela se virar e ficar frente a frente para ele. O que foi Inu Yasha? – Ele quem? – Ninguém, que droga, me solta! – Não! Você falou sobre alguém, que tem pressa por causa de alguém... então você está gostando de alguém! Me diga quem é ele! – Kagome protegeu seu corpo com uma kekkai, fazendo a mão de Inu Yasha soltar seu braço. Você está ficando louco! Louco, sabe o que é isso? – Não estou louco, eu ouvi o que você sussurrou! – Escutou errado, mas e se eu tivesse mesmo falando de alguém, o que você tem com isso? Você já fez sua escolha! – Kagome, você sabe que eu me arrependi! Para com isso, eu quero você! É por isso que tudo sobre você importa para mim, porque eu amo você... – Inu Yasha prendeu Kagome em seu abraço e roubou um beijo da miko. Kagome ficou enfurecida, mas se fizesse qualquer ato poderia machucar o hanyou, mesmo ele merecendo um pouco, ela não queria, se lembrou de Sesshoumaru, queria estar sendo beijada carinhosamente por ele, não pelo estúpido do Inu Yasha. Mesmo pressionando firmemente seus lábios nos lábios de Kagome, ele sentiu que estava sendo rejeitado, e sentiu o cheiro das lagrimas de Kagome, soltando-a rapidamente. Por que? – Inu Yasha se afastou um pouco de Kagome, e notou o olhar de agonia que Kagome tinha. Por que, eu sou a sua segunda opção! Que droga! Inu Yasha, você é um idiota, eu também tenho o direito de amar, e ser amada verdadeiramente! – Kagome apontava seu indicador para o peito do hanyou. Eu estou amando sim! Amando com todo meu coração! Venha Shippou, vamos sozinhos... – Shippou estava atônito, e pulou nos ombros de Kagome que andava rapidamente pela estrada. Espere! – Inu Yasha correu novamente para o lado de Kagome. Hei, me espere, é perigoso! – Você mais do que todos deveria saber que sou muito mais poderosa agora, muito mais do que sua namorada morta! Ah, esqueci, seu defunto ressuscitado! – Kagome... por que isso agora? – Prefere depois? Pode ser muito pior... – Depois dessa discussão, o pequeno grupo continuou caminhando, até o anoitecer, eles estavam em cima de uma colina, e dava para ver o vilarejo de Kaede. Kagome, eu estou com fome... to cansado, minha perna dói, minha perna ta mole, eu to com sono, eu... – Shippou estava deitado no colo de Kagome, mas mesmo assim alegava cansaço! Já entendi, já entendi Shippou. Inu Yasha, busque algo para nós... – Mas o vilarejo ta lá embaixo, compensa mais todos irmos e... ai, está bem Kagome. – Inu Yasha parou de reclamar quando viu o olhar de Kagome sobre si. Não falei para descer a colina, vá arrumar algo por aqui, enquanto eu faço uma fogueira. – Kagome se sentou e colocou Shippou no chão. Inu Yasha foi em busca de algo para comer, não queria roubar nenhum animal, então foi buscar algum animal selvagem, demorou pouco tempo, e logo achou um porco selvagem, matou o animal e começou a carregá-lo, porem o cheiro de Sesshoumaru entrou em suas narinas, Inu Yasha largou o porco no chão. Apareça Sesshoumaru! – Inu Yasha ouviu uma risada sarcástica e seu irmão pulou de cima de uma arvora e parou na sua frente. O que quer de mim Inu Yasha? – Eu que te pergunto isso! Seu cheiro me incomoda, onde quer que eu vá, seu cheiro esta presente, o que você quer de mim? – Que presunção Inu Yasha, não é você que eu quero... só estou cuidando do que é meu! – Sesshoumaru riu mais uma vez e antes que Inu Yasha pudesse rebater, Sesshoumaru virou uma esfera de luz e sumiu rapidamente. Inu Yasha novamente pegou o porco e correu para onde Kagome e Shippou estavam acampados, com medo que Sesshoumaru pudesse machucar algum deles. Chegou lá e encontrou Kagome limpando verduras e Shippou dormindo tranquilamente. Você demorou, por quê? – Me desculpe... eu... eu encontrei o idiota do Sesshoumaru, ele me atrasou... – Sesshoumaru? Você não provocou ele né? – Por que você está se importando tanto Kagome? – Eu, bem, ele perdeu a Rin e ... – Não seja boba Kagome, ele é mais forte do que imagina, ele nem deve se lembrar da Rin e também... – OSWARI! – MALDITA! Por que fez isso sua bruxa? – Não fale assim dele, anda logo, asse esse animal, estou com fome! – Kagome deu uma risada discreta, mas Inu Yasha percebeu, resolveu perguntar depois, Kagome podia muito bem machucar ele. Inu Yasha reparou que Kagome estava estranha esses dias, ele estava observando a garota encarar fixamente o fogo enquanto comia sem pressa nenhuma, mesmo quando Shippou começou a chamar seu nome, Kagome nem piscava, estava com um olhar perdido, parecia sonhar acordada. Kagome! Kagome! Kagome! Kagome! – Ah... o que... ah, desculpa Shippou! – Você esta doente? – Não Shippou... por que? – Parece, porque você fica olhando pro nada e não responde quem te chama Kagome! – Keh! Eu concordo você ta mais violenta comigo e... – Inu Yasha! É por que você merece! – Shippou mostrou a língua e correu atrás de Kagome. Ora seu! – Inu Yasha...? – Não Kagome, não fale nada, eu não vou brigar com o Shippou, não fale oswari! – Eu não ia dizer isso... – Mas então o que você ia dizer? – Inu Yasha sentou-se ao lado de Kagome Eu vou embora. – Keh, você não pode ir embora, o poço está fechado lembra? – Não, não para minha Era, eu vou embora pra longe de você, irei viver a minha vida, eu preciso viver a minha vida e não ficar fazendo tudo por você! – Ka...gome... eu... – Não Kagome! Não me abandone por favor, eu vou ser mais bonzinho, eu não ficarei irritando o Inu Yasha, por favor, eu não quero ficar longe de você... – Shippou começou a chorar e se agarrar nas vestes de Kagome que o pegou no colo. Não Shippou, você ainda precisa de mim, pra onde eu vou, você vai junto, você ainda é uma criança que precisa de mim. Mas Kagome, por que? – Inu Yasha estava com uma expressão de dor e tristeza. Por que não? – E aonde pretende ir? – Isso ainda é segredo... olha, quero dormir, não me incomode! – Kagome virou para o lado, pensou que seria mais difícil contar para o Inu Yasha que iria embora, porem ela não contou a historia inteira.

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